Mostrando postagens com marcador guerra. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador guerra. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede cessar-fogo humanitário na guerra entre Israel e Hamas

A Assembleia Geral da ONU aprovou resolução que pede cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas para apoio humanitário, que entram no 21º dia de ataques nesta sexta-feira (27). O texto, aprovado nesta tarde por 120 votos favoráveis, 14 contrários e 45 abstenções, é a primeira proposta diplomática para pôr fim ao conflito aprovada nas Nações Unidas desde o começo dos ataques, depois de uma série de impasses em votações no Conselho de Segurança. A resolução é de caráter recomendatório, ou seja, os agentes envolvidos não têm a obrigação de atender aos pontos definidos no colegiado, de acordo com O Globo.

 

O documento aprovado pelo colegiado da ONU, composto por 193 países, pede um cessar-fogo imediato para apoio humanitário, garantindo a entrada de suprimentos de alimentação e serviços aos civis em Gaza e de representantes de órgãos das Nações Unidas e outras organizações humanitárias na região. Ainda pede a suspensão de determinação de Israel para que palestinos evacuarem a região norte de Gaza e a garantia de uma forma de proteção da população palestina na região. A resolução ainda destaca a importância de conter uma escalada do conflito para uma guerra que envolve outros atores regionais. 

 

Por maioria, os países-membros rejeitaram uma emenda que condena o ataque terrorista do Hamas no último dia 7 e a tomada de reféns. Segundo o texto, elaborado pela delegação do Canadá e subscrita por outras nações, demanda a soltura dos cidadãos reféns e "a segurança, o bem estar e o tratamento humano dos reféns de acordo com a legislação internacional". O trecho, porém, foi criticado por países árabes presentes por não incluir ainda uma condenação aos ataques feitos por Israel em Gaza. 


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/285716-assembleia-geral-da-onu-aprova-resolucao-que-pede-cessar-fogo-humanitario-na-guerra-entre-israel-e-hamas

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Cerca de 150 brasileiros estão entre a Faixa de Gaza e Israel aguardando repatriação

O Brasil retirou da região do conflito no Oriente Médio um total de 1.137 brasileiros por meio da Operação Voltando em Paz, iniciativa do governo brasileiro para trazer nacionais que desejam sair da zona de guerra. Outros 150 brasileiros continuam na região no aguardo da repatriação: 120 em Israel e cerca de 30 na Faixa de Gaza.

 

Foram seis voos desde o dia 10 de outubro, sendo que o último, com 221 brasileiros, deixou a área de conflito e deve chegar ao país na madrugada desta quinta-feira (18).  As informações são da Agência Brasil.

 

“Com isso, nós encerramos a primeira fase da maior operação de repatriação de brasileiros em zona de conflito, excluída, portanto, a pandemia, desde 2006”, relatou o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira nessa quarta-feira (18), em Brasília, em entrevista à imprensa.

 

Vieira destacou que a operação disponibilizou veículos para transportar os brasileiros das áreas centrais de Jerusalém e Tel Aviv até o aeroporto e que toda operação foi acompanhada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

 

Agora, o Itamaraty aguarda a possibilidade de retirar os brasileiros da Faixa de Gaza, alvo dos bombardeios diários de Israel. "O presidente Lula falou com o presidente do Egito, El-Sissi, eu falei ontem com o ministro do Exterior do Egito pedindo o apoio para que o os brasileiros possam ser evacuados assim que essa passagem for aberta”, informou o ministro.

 

Duas aeronaves, um KC-390 e um KC-30, estão de prontidão, uma em Roma, na Itália, e outra no Rio de Janeiro, para trazer mais brasileiros, “em virtude das listas estão sendo compostas pela nossa Embaixada”, relatou o comandante da Aeronáutica, Marcelo Damasceno.  Há ainda 15 estrangeiros de países latino-americanos, da Bolívia, Argentina, Uruguai e Paraguai, que solicitaram ajuda ao Brasil para deixar a região da guerra.

 

“Evidentemente, foi dada preferência nos primeiros voos aos cidadãos brasileiros. Mas estamos programando que, no último voo dessa primeira faze, se possa transportar 15 estrangeiros ainda interessados em voltar ao Brasil e daqui para seus países”, afirmou o ministro Mauro Vieira.   


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/285417-cerca-de-150-brasileiros-estao-entre-a-faixa-de-gaza-e-israel-aguardando-repatriacao

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Guerra entre Israel e Hamas já deixou mais de 3 mil mortos, afirmam autoridades


O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas chegou ao sétimo dia e ultrapassou a marca de 3 mil óbitos. Em guerra desde sábado (7), quando os radicais do Hamas invadiram Israel, matando e sequestrando civis, o número de mortos e feridos vem crescendo em larga escala, com ampla crise humanitária.

 

Nesta sexta-feira (13), o Ministério da Saúde palestino confirmou que 1.799 pessoas morreram na Faixa de Gaza nesse período. Já as Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram 1,3 mil mortes. A soma é de 3.099, além de 11 óbitos confirmados na Cisjordânia. As informações ssão do portal Metrópoles, Parceiro do Bahia Notícias. 


Segundo informações do jornal norte-americano The New York Times, militares israelenses atacaram a Cisjordânia após palestinos participarem de um protesto contra o governo de Israel e em solidariedade a Gaza. Há ainda cerca de 10 mil feridos, sendo 6.388 devido a bombardeios israelenses em retaliação ao ataque do grupo radical islâmico Hamas.


EVACUAÇÃO DA FAIXA DE GAZA
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou ordem de evacuação enviada pelas Forças de Defesa israelenses. De acordo com o comunicado, todos os habitantes do norte da Faixa de Gaza devem abandonar a região e seguir para o sul nas próximas 24 horas.


Segundo a entidade, militares alertam que “toda a população de Gaza ao norte de Wadi Gaza [rio que divide a região em sul e norte]” deve ir para o sul. O texto foi enviado para cidadãos abrigados em instalações da ONU. A Cidade de Gaza, capital da ocupação, fica no norte.


Fonte:  https://www.bahianoticias.com.br/noticia/285265-guerra-entre-israel-e-hamas-ja-deixou-mais-de-3-mil-mortos-afirmam-autoridades

domingo, 18 de setembro de 2022

ONU reúne líderes pela primeira vez desde início da guerra

A emergência climática já vinha dominando as últimas cúpulas da Organização das Nações Unidas. Nos últimos dois anos, os líderes mundiais precisaram se debruçar sobre uma pandemia que já matou mais de 6 milhões de pessoas. Agora, sem que as outras duas crises tenham ido embora, há uma guerra na Europa que acirrou ainda mais as divisões políticas globais e que lança sombras sobre o encontro de lideranças nos Estados Unidos.
 

É nesse contexto que começam os debates da 77ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, que reunirão a maior parte dos líderes mundiais pela primeira vez desde a eclosão da Guerra da Ucrânia, em fevereiro. O tema deve dominar não só os discursos das autoridades, que começam na terça-feira (20) com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), mas também as rodas de negociações e reuniões bilaterais entre os líderes.
 

De um acordo de paz, é claro, não haverá qualquer vislumbre durante o encontro promovido em Nova York, segundo disse o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres. "Sinto que ainda estamos muito longe da paz. Acredito que a paz é essencial, paz de acordo com a Carta das Nações Unidas e com o direito internacional, mas estaria mentindo se dissesse que isso pode acontecer em breve", afirmou o português.
 

O grande objetivo da ONU nas discussões que envolvem a guerra é expandir o acordo que permite o comércio de grãos da Ucrânia, aumentando também as exportações de fertilizantes da Rússia em meio à crise de escassez de alimentos que se agrava sem fazer distinção de fronteiras.
 

Nesta semana, o russo Vladimir Putin ameaçou voltar a barrar as exportações ucranianas pelo mar Negro, principal ponto de escoamento da produção do país, e Guterres tem se envolvido diretamente na mediação do conflito, falando recorrentemente com os presidentes dos dois países.
 

Putin, aliás, não irá a Nova York. Em seu lugar, mandou o estridente chanceler Serguei Lavrov, que, como alvo de sanções da Casa Branca, até o último minuto não sabia se conseguiria viajar aos Estados Unidos. A ironia é que foi esta mesma ONU que deu prestígio a Lavrov, já que, antes de se tornar o líder da diplomacia de Moscou, ele foi embaixador na entidade por dez anos. de 1994 a 2004, e era conhecido pelo bom relacionamento com outras autoridades e lideranças.
 

Pelo acordo que estabeleceu em 1947 a sede da ONU em Nova York, os EUA devem garantir vistos a diplomatas estrangeiros para que possam acessar o edifício da organização. A Casa Branca, porém, diz que tem a prerrogativa de negar vistos por razões de segurança nacional.
 

Ao longo das últimas semanas, o Kremlin reclamou publicamente e afirmou que Washington estava violando suas obrigações, até que o governo americano decidiu na última terça-feira liberar a entrada de uma comitiva russa no país, mas não há expectativa de reuniões entre autoridades dos dois países adversários.
 

Esta será a primeira edição totalmente presencial desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em 2020. Naquele ano, líderes mundiais discursaram de forma totalmente remota, sem que nenhum viajasse a Nova York em decorrência das restrições. Em 2021, parte deles falou de forma presencial, como Bolsonaro, e parte enviou um vídeo, como o dirigente da China, Xi Jinping.
 

A participação remota não estava prevista para a edição deste ano. Houve, no entanto, uma exceção para que o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, possa enviar um vídeo gravado previamente e exibi-lo no plenário. A exceção foi aprovada pela Assembleia-Geral com 101 votos a favor e 7 contra, incluindo o da Rússia, que tentou barrar a medida. O Brasil se absteve, votando a favor de uma emenda rejeitada da Belarus para que não só Zelenski mas qualquer autoridade de país em guerra possa participar de forma remota --o que não foi aceito.
 

A 77ª Assembleia-Geral ocorre ainda em meio a uma série de questionamentos em relação à eficiência da própria ONU em evitar conflitos como a Guerra da Ucrânia, com mais de seis mees. Zelenski chegou a dizer em março, em discurso ao Congresso dos EUA, que "as guerras do passado levaram nossos predecessores a criarem instituições que deveriam evitá-las, mas que, infelizmente, não funcionam."
 

A jornalistas, o secretário-geral António Guterres saiu na defensiva e insistiu que a ONU é a maior provedora de ajuda humanitária do mundo. "Se há um momento em que a ONU é mais importante do que nunca, esse momento é agora", afirmou. "A ONU não pode ser limitada pelo fato de que os membros do Conselho de Segurança não conseguem chegar a um acordo para resolver a pior crise que enfrentamos", completou Guterres.
 

Entre as consequências da guerra, deve entrar na pauta ainda, além da alta do preço dos alimentos, a segurança energética, em meio a escassez de gás natural e o aumento da queima de carvão na Europa. Também na seara climática, as enchentes no Paquistão devem ocupar parte importante das discussões.
 

O encontro em Nova York também será afetado pelo funeral da rainha Elizabeth 2ª, que acontece um dia antes da abertura dos discursos e que levou autoridades para a Europa, como Bolsonaro. O americano Joe Biden, que tradicionalmente discursaria após o Brasil, também na terça-feira, adiou seu pronunciamento para o dia seguinte, quarta.
 

A Assembleia-Geral será, por fim, a estreia de uma série de novos líderes que chamaram atenção no cenário internacional. Pela esquerda, é o caso do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, já tratado como estrela na Cúpula das Américas, nos EUA, em junho. À direita, é a primeira viagem para fora da Ásia do novo presidente das Filipinas, Ferdinand Bongbong Marcos Jr., filho do controverso ditador Ferdinand Marcos.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/184402-onu-reune-lideres-pela-primeira-vez-desde-inicio-da-guerra.html

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Avião americano da 2ª Guerra é encontrado no RN 80 anos após queda

Pesquisadores encontraram no litoral do Rio Grande do Norte um pedaço de um avião militar dos Estados Unidos que caiu na região há 80 anos e foi usado na Segunda Guerra Mundial.
 

A aeronave, identificada como um hidroavião bimotor Catalina, ia em direção a uma base norte-americana que ficava na capital do estado, Natal, quando caiu. Havia 10 pessoas no avião no momento do acidente, e apenas três sobreviveram, resgatados por pescadores brasileiros.
 

Os destroços foram encontrados pelo mergulhador Paul Bouffis, que estava dando uma aula na região, e repassou a informação da carcaça para o Centro Cultural Trampolim da Vitória, que estuda a passagem dos americanos pelo estado potiguar durante o período da Segunda Guerra.
 

Em entrevista à TV Globo, o curador da instituição, Fred Nicolau, afirmou que sabia-se da existência do avião, mas sua localização era desconhecida. "Ele disse que tinha achado um 'treco' lá, mas não era um avião. Daí ele me mandou as fotos, olhei e [disse que] de fato é uma sucata, não parece nada".
 

Nicolau afirma que foi pesquisar no próprio acervo e encontrou um pedaço de sucata também de um Catalina. ''Fui ver outras fotos do avião e tive certeza [que era aeronave americana]", afirmou.
 

Segundo Nicolau relatórios da época apontavam, entre as causas da queda do avião, as baixas condições de visibilidade. "Estava chovendo, era de noite, não tinha lua, teto baixo e visibilidade chegando a zero", diz.
 

Segundo Nicolau, há outros destroços de aeronaves espalhados pelo litoral do estado. "A gente sabia que existia esse avião, assim como sabemos que caíram outros dez aqui na costa entre a guerra e o pós-guerra. Os caras que já acharam esses aviões mantêm isso como um segredo. Eu tentei muito achar os outros aviões".
 

Nicolau disse que já avisou a Marinha e as autoridades americanas sobre o achado, mas defende que o mais correto seria deixar a carcaça no local.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/170782-aviao-americano-da-2-guerra-e-encontrado-no-rn-80-anos-apos-queda.html

quarta-feira, 9 de março de 2022

Após Putin criticar 'guerra econômica', EUA e Reino Unido rebatem: 'Vamos isolar ainda mais'

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e a ministra de Relações Exteriores britânica, Liz Truss, reagiram às críticas do Kremlin sobre uma “guerra econômica contra a Rússia”. Os líderes adiantaram que novas sanções estão sendo preparadas.

 

Conforme divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, nesta quarta-feira (9), em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, após uma reunião, Blinken reafirmou: “Nosso objetivo é pôr fim à guerra, e não expandi-la. Buscamos evitar a expansão para zona da Otan”.

 

O mesmo discurso foi adotado por Truss. “Nosso objetivo é fazer com que Putin fracasse na Ucrânia”, frisou a ministra. Blinken emendou: “Estamos comprometidos com o fracasso de Putin. As medidas que já aplicamos arruinou 30 anos de progresso na Rússia”.

 

Os dois diplomatas salientaram que o povo russo já sente, e sentirá ainda mais no futuro, os impactos das sanções, como perda de produtos e serviços no país. Desde o início dos bombardeios à Ucrânia, em 24 de fevereiro, uma série de empresas suspenderam operações em território russo.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266779-apos-putin-criticar-guerra-economica-eua-e-reino-unido-rebatem-vamos-isolar-ainda-mais.html

sábado, 5 de março de 2022

Guerra na Ucrânia pode contribuir para estagnação do PIB do Brasil em 2022

A economia brasileira voltou aos níveis pré-pandemia, depois de avançar 4,6% em 2021. O desempenho desde o início da crise sanitária mostra, no entanto, um país que praticamente não saiu do lugar e continua crescendo abaixo da média mundial.
 

A expectativa para 2022 é de um resultado para o PIB (Produto Interno Bruto) ainda fraco, com a maioria das projeções variando entre -0,5% e 0,5%, embora o dado mais positivo no final do ano passado tenha levado a uma revisão para cima nos números.
 

Esse cenário pode se agravar a depender da duração e dos impactos econômicos da guerra na Ucrânia. Uma solução rápida para o conflito, no entanto, ainda é o cenário da maioria dos analistas.
 

Rafaela Vitoria, economista-chefe do banco Inter, afirma que a sua projeção de crescimento de 0,2% para 2022 pode ser revisada para algo mais próximo de 0,5%, considerando que o resultado de 2021 veio melhor que o esperado e deixa uma herança estatística positiva de 0,3% para este ano.
 

Ela diz que o investimento pode ser novamente a surpresa positiva do PIB neste ano, depois do crescimento de 17,2% em 2021, mesmo em um cenário de aperto monetário, eleições e outras incertezas. O consumo, no entanto, deve se retrair.
 

"A gente vai ter um crescimento baixo neste ano. A inflação e os juros altos ainda vão prejudicar o consumo. Pelo lado das famílias, a sensação térmica vai ser de um PIB fraco, mesmo que a gente tenha um número positivo", afirmou a economista.
 

Vitoria afirma que a recuperação dos serviços também deixa uma perspectiva um pouco melhor para este ano, destacando que no segundo semestre de 2020 o PIB voltou a crescer, mas o emprego não reagia. E que em boa parte de 2021 ocorreu o contrário, contração da economia no segundo e terceiro trimestres, mas com recuperação do emprego.
 

"Esses setores têm capacidade para crescer neste ano, então a gente ainda pode ver geração de emprego, mas a inflação vem reduzindo o poder de compra das famílias. Por isso, a gente não vai ver um estímulo muito positivo para o consumo. Se tiver alguma surpresa positiva, vai vir de novo do investimento e do setor externo. O consumo tende a ter queda."
 

O economista do Itaú Luka Barbosa afirma que o dado do quarto trimestre veio acima da projeção de crescimento de 0,1% do banco, com uma surpresa positiva espalhada por todos os setores, principalmente na agropecuária.
 

O banco deve rever a projeção de queda de 0,5% do PIB neste ano, pois tinha uma expectativa de carrego estatístico de -0,1% para 2022, o que acabou ficando em +0,3%.
 

Ele diz que a economia brasileira responde, principalmente, a três fundamentos: preços de commodities, medidas fiscais e juros. "A política monetária é claramente contracionista, e isso prejudica a atividade neste ano, mas os outros dois fundamentos trazem algum efeito expansionista para o PIB do Brasil."
 

O Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), que projetava exatamente crescimento de 4,6% no ano e 0,5% no trimestre, espera uma expansão de 0,6% em 2022.
 

Armando Castelar, pesquisador associado do instituto, destaca o crescimento acima de 17% do investimento no ano passado, também antecipado pelo Ibre, com uma expansão de quase 30% no segmento de máquinas e equipamentos.
 

Ele lembra que os números ainda não voltaram ao patamar recorde de 2013 e vê desafios para que haja uma nova expansão em 2022 diante dos juros mais elevados. Pondera, no entanto, que os estados têm caixa para aumentar investimentos no ano eleitoral, dada a boa arrecadação do ano passado. Os impostos sobre produtos cresceram 6,4% no ano passado, com peso de 50% do ICMS estadual.
 

Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, afirma que a retomada dos segmentos de serviços mais afetados pela pandemia deve continuar em 2022 e que isso, junto com um bom desempenho da agropecuária, pode puxar o PIB para um resultado positivo.
 

"A gente tem um cenário de 0,5% de crescimento, mas esse PIB, embora traga um carrego estatístico pequeno, dá alguns sinais de possibilidade de um crescimento mais próximo de 1%."
 

Até a semana passada, a mediana das projeções de mercado para o PIB de 2022 eram de um crescimento de 0,3%, em um ambiente de inflação ainda acima da meta e de juros elevados.
 

Reportagem da Folha de dezembro mostrou que a economia brasileira deve completar pelo menos 16 anos de crescimento abaixo da média mundial, período que teve início no governo Dilma Rousseff, em 2011, e pode se estender até o final do próximo mandato presidencial, em 2026.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/155919-guerra-na-ucrania-pode-contribuir-para-estagnacao-do-pib-do-brasil-em-2022.html


 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Maior usina nuclear da Europa fica em chamas após ataque de tropas russas

Tropas russas atacaram e tomaram o controle da maior usina nuclear da Europa, a ucraniana Zaporizhzhia, na noite dessa quinta-feira (3). Um prédio administrativo, localizado perto dos reatores nucleares, foi atingido por um incêndio. O fogo teria se alastrado para o perímetro da central nuclear. As informações são do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

Havia o risco de um resfriamento dos reatores causar uma explosão 10 vezes maior que a do acidente na usina de Chernobyl, em 1986 até então a maior catástrofe do tipo –, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba. Porém, segundo o anúncio da agência nuclear da Ucrânia, não houve aumento nos níveis de radiação nas redondezas, e o fogo já foi extinto.

 

A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla original) anunciou, nesta sexta-feira (4/3), que colocou o Centro de Incidentes e Emergência da instituição em prontidão em tempo integral devido à “séria situação” que se desenvolve na usina.

 

https://www.instagram.com/reel/CarHmPUFkYU/?utm_medium=copy_link

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266641-maior-usina-nuclear-da-europa-fica-em-chamas-apos-ataque-de-tropas-russas.html

terça-feira, 1 de março de 2022

Presidente ucraniano pede formalmente adesão do país à União Europeia

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta segunda-feira (28) que assinou um pedido oficial para a Ucrânia ingressar na União Europeia (UE). De acordo com o que divulgou a CNN Brasil, Zelensky pediu ao bloco que permita que a Ucrânia se torne membro imediatamente por meio de um procedimento especial pois se defende da invasão das forças russas.

 

Através do Twitter, o primeiro-ministro da Ucrânia afirmou que a “esta é a escolha da Ucrânia e do povo ucraniano. Nós mais do que merecemos". Ainda de acordo com a CNN, pouco antes, o primeiro encontro entre delegações diplomáticas da Ucrânia e da Rússia, que se reuniram na região da fronteira com Belarus, terminou sem acordo. 

 

O assessor presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, informou que os representantes retornarão às suas respectivas capitais antes de uma segunda rodada de negociações, informou a agência de notícias RIA.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266529-presidente-ucraniano-pede-formalmente-adesao-do-pais-a-uniao-europeia.html

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Professor vê guerra mundial como 'improvável', mas alerta: gasolina e pão podem aumentar

O início de uma ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, na última quarta-feira (23), gerou um temor de que o conflito pudesse progredir para a 3ª Guerra Mundial. Para o professor Milton Deiró Neto, que tem como objeto de estudo exatamente as políticas de defesa, segurança e contraterrorismo da Rússia, essa é uma consequência "improvável", apesar de não "impossível".

 

Doutorando em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Bahia, Milton foi convidado pelo Juice Podcast - projeto apoiado pelo Bahia Notícias - para explicar a origem da disputa no território ucraniano.

 

O especialista explicou que o conflito na região é uma questão histórica, que envolve desde a criação dos países até um interesse estratégico da Rússia. 

 

Deiró ainda esclarece o que é a Otan (aliança militar liderada pelos EUA) e que o desejo de expansão do grupo teve relação com a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, mas apenas em partes. "A Rússia tem vários motivos para tomar essa medida de agressão ao Estado da Ucrânia. O Putin chamou de 'operação de segurança', mas é um nome para não parecer publicamente que ele estava violando um direito internacional", frisou. 

 

O especialista aponta que o processo de entrada da Ucrânia na Otan estava paralisado há anos, mas que a "paranóia" russa não pode ser ignorada como um fator. Para exemplificar, Deiró citou uma situação que ocorreu durante a visita do então presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, a São Paulo. "Colocaram um copo de água já servido na frente de Medvedev. E discretamente um agente do serviço de segurança foi lá e empurrou o copo ligeiramente pra ele não beber aquela água, por causa dessa paranóia de que um presidente russo pode ser envenenado".


Ainda durante o papo, o professor apontou os impactos que esse conflito podem ter no Brasil. "A Rússia é um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo. Então qualquer problema que houver na Rússia pode afetar o mercado global de combustíveis", alertou. E até o valor do pão francês pode aumentar caso a disputa dure por muito tempo.  

 

Apesar de tantas incertezas, o doutorando avaliou como "improvável" o início de uma 3ª Guerra Mundial, apesar de não descartar a hipótese completamente, já que na política internacional "nada é impossível". Deiró ainda sugeriu que tipo de situação poderia levar a uma escalada do conflito a nível mundial. "[Se] Um míssil cai na Polônia, aí a Polônia declara guerra à Rússia e vai um declarando guerra ao outro. Até porque, no caso de um ataque à Otan, todo o bloco tem a obrigação normativa de aderir ao esforço de guerra".

 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266534-professor-ve-guerra-mundial-como-improvavel-mas-alerta-gasolina-e-pao-podem-aumentar.html

Desde o início dos ataques russos, ao menos 500 mil ucranianos já deixaram o país, diz ONU

Cinco dias após a Rússia ter iniciado ataques bélicos contra a Ucrânia, mais de 500 mil pessoas já saíram do país. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pelo chefe da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi. De acordo com os dados de 2020, a composição demográfica do país atinge os 44,1 milhões de pessoas.

 

“Mais de 500.000 refugiados já fugiram da Ucrânia para países vizinhos”, disse o chefe o alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em uma publicação no Twitter.

 

De acordo com o que divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a Polônia, Moldávia, Hungria, Romênia e Eslováquia estão entre os destinos das pessoas que conseguiram sair da Ucrânia, porque são países que fazem fronteira com a Ucrânia.

 

A maioria dos refugiados, segundo a imprensa internacional, são mulheres, crianças e idosos, já que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, determinou que homens 18 a 60 anos lutassem contra os soldados russos. De acordo com as informações da Acnur, pelo menos 45, 2 mil refugiados haviam chegado à Polônia até este domingo (27).

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266523-desde-o-inicio-dos-ataques-russos-ao-menos-500-mil-ucranianos-ja-deixaram-o-pais-diz-onu.html

Delegações de Ucrânia e Rússia se reúnem nesta segunda para negociar cessar-fogo

Delegações de Ucrânia e Rússia se reúnem nesta segunda-feira (28) na fronteira ucraniana com Belarus para negociar a interrupção nos ataques liderados pelas tropas de Vladmir Putin. As informações são do G1.

 

Para os ucranianos, os principais objetivos da negociação são um cessar-fogo imediato e uma saída das tropas russas que invadiram seu país. Já o governo russo disse que espera que as conversas comecem imediatamente, mas não quis abrir quais são os objetivos.

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deu indicações de que não acredita que o encontro entre as comitivas pode ser frutífero: “Eu não acredito realmente no resultado desse encontro. Deixe eles tentarem para que, mais tarde, nenhum cidadão da Ucrânia possa ter nenhuma dúvida de que eu, como presidente, tentei parar a guerra", afirmou o ucraniano.

 

É a primeira vez que representantes dos dois países se reúnem desde o começo da invasão, no dia 24 de fevereiro. De acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia, até o domingo (27), o número de pessoas mortas no país após a invasão russa é de 352 civis. Pelo menos 14 dos mortos são crianças, segundo o ministério. Outras 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266507-delegacoes-de-ucrania-e-russia-se-reunem-nesta-segunda-para-negociar-cessar-fogo.html

domingo, 27 de fevereiro de 2022

ONU diz que 368 mil pessoas já fugiram da Ucrânia

A guerra da Rússia contra a Ucrânia já tirou do país 368 mil pessoas, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Até o sábado (26), eram 150 mil os afetados, a maioria indo para a Polônia e, outra parte, para Romênia e Hungria.
 

Segundo a ONU, se o conflito continuar, e há o risco de que até quatro milhões de pessoas, ou 9% da população do país, possam cruzar as fronteiras. Há filas enormes em todos os pontos de passagem.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/154999-onu-diz-que-368-mil-pessoas-ja-fugiram-da-ucrania.html

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Polônia é a primeira a enviar apoio militar para a Ucrânia

A Polônia confirmou o primeiro apoio público para defender a Ucrânia da Rússia. O ministro da Defesa da Polônia, Mariusz Blaszczak, anunciou pelas redes sociais o envio de um comboio com munição.

 

"Um comboio de munição que estamos doando para a Ucrânia já chegou aos nossos vizinhos. Apoiamos os ucranianos e mostramos solidariedade contra a agressão russa" , disse ele em um tweet.

 

As tropas russas chegaram até a capital ucraniana às 13h50 desta sexta-feira (horário local) e bloquearam os acessos pelo oeste e as entradas da cidade de Chernihiv, localizada no norte da Ucrânia (veja aqui e aqui).

 

O major-general Igor Konashenkov também confirmou que as tropas russas o aeródromo estratégico de Gostomel, nas imediações de Kiev. Paraquedistas desembarcaram no local.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266467-polonia-e-a-primeira-a-enviar-apoio-militar-para-a-ucrania.html
 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Brasil prepara posição mais dura contra Rússia após invasão à Ucrânia, diz coluna

Horas após a invasão do território ucraniano por tropas russas nas últimas horas, o governo brasileiro prepara um novo posicionamento em relação à ação da Rússia. Segundo apuração do Metrópoles junto a integrantes do Itamaraty e do Palácio do Planalto, o Brasil deve abandonar a naturalidade e subir o tom contra o país comandado por Vladimir Putin.

 

A intenção do governo brasileiro é tornar pública a posição por meio de nota à imprensa que deve ser divulgada pelo Itamarary. Ainda conforme a publicação, desde a madrugada desta quinta-feira (24), diplomatas brasileiros estão em conversas internas para definir o exato posicionamento do Brasil em relação à invasão dos russos na Ucrânia.

 

Defensores de uma posição mais dura do Brasil em relação aos russos lembram que o presidente Jair Bolsonaro sempre adotou a defesa da soberania como uma das tônicas principais de seus discursos internacionais. Nesse contexto, avaliam que esse discurso pode ser questionado por outros líderes mundiais, caso o Brasil não condene a invasão à Ucrânia.

 

Em Moscou na semana passada, durante encontro com Putin, Bolsonaro chegou a dizer que os brasileiros eram "solidários à Rússia", sem especificar a que se refere. Após a repercussão negativa, o presidente adotou outro tom e disse que o Brasil é solidário e respeita países que defendem soluções pacíficas para eventuais conflitos.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266412-brasil-prepara-posicao-mais-dura-contra-russia-apos-invasao-a-ucrania-diz-coluna.html
 

Exército russo toma controle da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia

A usina nuclear de Chernobyl foi capturada pelos militares da Rússia nesta quinta-feira (24), de acordo com um conselheiro do gabinete presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak. Segundo ele, os russos pretendem utilizar o local para cometer um “ato terrorista”, causando uma “catástrofe ambiental poderosa”. As informações são do portal UOL.

 

"É impossível dizer se a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque totalmente sem sentido dos russos", disse. "Essa é uma das ameaças mais sérias na Europa agora", continuou.

 

“Há vários dados operacionais de que a Federação Russa quer cometer um ato terrorista na usina nuclear de Chernobyl e causar uma catástrofe ambiental poderosa. Isso muda a imagem do que está acontecendo na Ucrânia. Está claro que a Rússia não quer só derrubar o governo ou substituí-lo por fantoches. Ela quer causar destruição máxima na Ucrânia”, acusou Podolyak.

 

Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, já havia alertado para a possibilidade da Rússia tomar o controle da usina nuclear de Chernobyl. Segundo ele, a ação dos russos “é uma declaração de guerra contra toda a Europa”.

 

A Rússia invadiu a Ucrânia durante a madrugada desta quinta, no horário de Salvador. O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a ameaçar países que queiram interferir na ação militar, dizendo que quem tentasse sofreria “consequências como nunca antes experimentado na história”.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266428-exercito-russo-toma-controle-da-usina-nuclear-de-chernobyl-na-ucrania.html 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Do revisionismo histórico ao negacionismo: por que o holocausto é questionado nas redes

Um país inteiro parado por dois minutos completos. Nesta quinta-feira (8), Dia da lembrança do Holocausto no calendário judaico, Israel homenageou os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, menos de 180 mil sobreviventes do genocídio proporcionado por Hitler e o nazismo moram no país.

 

Nas redes sociais, contudo, ainda há comentários questionando informações históricas sobre o Holocausto, ou até mesmo criticando os judeus. "6 milhões? Tem certeza?", diz uma pessoa, em resposta a uma postagem feita pela Globo News no Twitter sobre o acontecimento desta quinta em Israel. 

 

Outro usuário da rede questiona: "E quando eles vão parar pelos milhares de palestinos mortos?". Ainda há quem negue a existência do Holocausto, chamando-o pejorativamente de "holoconto". 

 

Na visão do historiador Carlos Zacarias, professor na Universidade Federal da Bahia (UFBA), esse negacionismo surge a partir de um movimento da academia, liderado pelo historiador alemão Ernst Nolte: o revisionismo histórico do nazismo. Nolte faz um paralelo entre o bolchevismo, que deu origem à Revolução Russa, em 1917, com o nazismo. Ele acreditava que entre 1917 e 1945 houve uma "segunda guerra de 30 anos" causada pelo bolchevismo.

 

O ponto de partida para essa análise seria o fato de que os bolcheviques desejavam o extermínio de classes, enquanto os nazistas tinham o objetivo de exterminar as raças. Neste caso, há uma diferença clara de ideologia entre os escritos de Marx, pai do comunismo, e as práticas nazistas de Hitler. O primeiro acreditava que o fim das classes provocaria a igualdade, e que o estado era um intermediário para aplicar este regime. O segundo pregava a morte de outras raças que não fossem a ariana, para que o estado fosse uma unidade homogênea e, portanto, um fim. 

 

"Um dos objetivos de Hitler, um dos motivos do nazismo e fascismo era exterminar o bolchevismo, a ameaça que eles acreditavam existir do comunismo. E que, efetivamente, no final da década de 1920 e 1930, se configurava com uma coisa potencialmente real. O movimento operário ascendia, nos marcos de uma crise profunda do regime liberal burguês, e havia uma conjuntura revolucionária. Mas o nazismo não se resume a isso. Nem se pode justificar o nazismo pela existência do bolchevismo. Se os processos de causa e efeito forem tomados dessa forma, tudo tem uma motivação, porque tudo é efeito de uma causa. E não é exatamente isso. O nazismo é um episódio absolutamente singular na história", afirma Zacarias.

 

O historiador acrescenta que negar o holocausto é como questionar se a Terra é redonda. "Alguém questionar isso é confrontar uma tese estabelecida, instituída, sobre a qual não há discussão na academia. Os revisionistas não negam a existência do Holocausto. Eles tentam diminuir o número de mortes, dizem que a economia foi salva, associam ao bolchevismo, etc. O problema é quando o debate estrapola os muros da academia, e vai para essa discussão ideológica, de questionar algo que está assentado em base científica", pontua.

 

CONFRONTO ISRAEL-PALESTINA

A ocupação do território de Israel é um dos conflitos que mais causa temores no mundo. Desde a segunda metade do século XIX, grande parte dos judeus migrou em direção aos territórios da Palestina, que era ocupado por 500 mil árabes. A região é reivindicada pelos judeus por conta da diáspora ocorrida no século III D.C., após a expulsão deles pelo Império Romano. 

 

Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um Estado duplo entre as duas nações, deixando metade do território para cada um dos povos. Jerusalém, a capital, ficou sob administração internacional. No ano seguinte, contudo, Israel declarou independência e começou a ocupação da região da Palestina. Inúmeros conflitos se sucederam a isso, e a tensão nunca deixou a região. Atualmente, Israel é reconhecido pela ONU como um país. A Palestina, é um "Estado-observador". 

 

O atual regime israelense, comandado por Benjamin Netanyahu, tem política de extrema-direita, expansionista e mira ocupar ainda mais a região palestina. Porém, apesar de ter pontos comparáveis com o nazismo, na opinião de Carlos Zacarias, isso não pode ser utilizado como justificativa para negar ou diminuir o Holocausto. 

 

"Palestinos são vítimas, mas isso não diz para gente que podemos olhar hoje e falar que os judeus não foram vítimas. Não podemos justificar o negacionismo pelo que o governo pratica com os palestinos", pondera.

 

FENÔMENO NO BRASIL 

Zacarias acrescenta que o fenômeno negacionista no Brasil é de extrema preocupação, e que ideologias como o supremacismo branco e o fascismo são frequentemente incorporadas por membros do governo. O caso mais recente é o do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Felipe Martins, que fez um gesto supremacista durante uma sabatina de parlamentares com o então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Martins nega a motivação do gesto.

 

Em janeiro de 2020, o agora ex-secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, utilizou um discurso com estéticas nazistas para fazer um pronunciamento. A fala dele se assemelhava à do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. 

 

"Temos um governo que é o mais próximo do que tivemos do fascismo na história do Brasil. Com exceção do Estado-novo, instaurado em 1937. Depois do Estado Novo, que estava num contexto de regimes fascistas, o que temos mais próximo é o governo atual. Repleto de gente que apoia extrema-direita, supremacistas, acordos absurdos com teocracias fundamentalistas. Isso envergonha o Brasil. Eu sou historiador, e meus livros de fascismo estavam empoeirados. Hoje, eu vejo o fascismo fungar no nosso cangote", aponta o historiador baiano. 

 

Ele também lembra o caso que ocorreu na noite desta terça-feira, na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. Um estúdio de rádio foi invadido e um radialista ameaçado por quatro homens que se declararam apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O jornalista Júnior Albuquerque fazia críticas à política sanitária do Governo Federal na pandemia (lembre aqui).

 

"Eu não gosto de pontuar de modo taxonômico. Mas se você olhar, vai ver o ódio pelo outro, a busca de responsáveis, a não aceitação da existência do seu opositor como legítimo, o culto à figura do líder messiânico, o discurso nacionalista. Apesar de que ser capacho da bandeira norte-americana, ele faz um discurso nacionalista e envolve a patriotada burra. A milicianização da política do estado também. Se não temos as SA ou as SS, fardadas, temos no estado, nas instituições, grupos armados cada vez mais bolsonaristas. Isso dimensiona essa relação do nosso fascismo contemporâneo com o fascismo histórico. O fascismo não se repete em lugar nenhum do mundo porque a história não se repete, mas é importante esse trabalho de compreender que há traços marcados e evidentes de fascismo no presidente", afirma. 

 

 

 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/258048-do-revisionismo-historico-ao-negacionismo-por-que-o-holocausto-e-questionado-nas-redes.html

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Morre Clare Hollingworth, primeira jornalista a noticiar início da Segunda Guerra

Morre Clare Hollingworth, primeira jornalista a noticiar início da Segunda Guerra
Foto: Reprodução / The Telegraph
 
A britânica Clare Hollingworth morreu nesta terça-feira (10), aos 105 anos. Jornalista, ela foi a primeira a noticiar a invasão da Alemanha à Polônia em 1939, evento que marcou o início da Segunda Guerra Mundial. "Estamos tristes em anunciar que, depois de uma ilustre carreira de quase um século de notícias, a celebrada correspondente de guerra Clare Hollingworth morreu esta noite, em Hong Kong", escreveu um porta-voz da jornalista em um pronunciamento no Facebook. Hollingworth tinha 27 anos estava na primeira semana de trabalho no jornal britânico The Daily Telegraph quando noticiou o início da Segunda Guerrra Mundial. Ela passou boa parte da carreira como correspondente de conflitos em países como Vietnã, Argélia, Oriente Médio, Índia e Paquistão.
 
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/201395-morre-clare-hollingworth-primeira-jornalista-a-noticiar-inicio-da-segunda-guerra.html