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domingo, 18 de setembro de 2022

ONU reúne líderes pela primeira vez desde início da guerra

A emergência climática já vinha dominando as últimas cúpulas da Organização das Nações Unidas. Nos últimos dois anos, os líderes mundiais precisaram se debruçar sobre uma pandemia que já matou mais de 6 milhões de pessoas. Agora, sem que as outras duas crises tenham ido embora, há uma guerra na Europa que acirrou ainda mais as divisões políticas globais e que lança sombras sobre o encontro de lideranças nos Estados Unidos.
 

É nesse contexto que começam os debates da 77ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, que reunirão a maior parte dos líderes mundiais pela primeira vez desde a eclosão da Guerra da Ucrânia, em fevereiro. O tema deve dominar não só os discursos das autoridades, que começam na terça-feira (20) com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), mas também as rodas de negociações e reuniões bilaterais entre os líderes.
 

De um acordo de paz, é claro, não haverá qualquer vislumbre durante o encontro promovido em Nova York, segundo disse o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres. "Sinto que ainda estamos muito longe da paz. Acredito que a paz é essencial, paz de acordo com a Carta das Nações Unidas e com o direito internacional, mas estaria mentindo se dissesse que isso pode acontecer em breve", afirmou o português.
 

O grande objetivo da ONU nas discussões que envolvem a guerra é expandir o acordo que permite o comércio de grãos da Ucrânia, aumentando também as exportações de fertilizantes da Rússia em meio à crise de escassez de alimentos que se agrava sem fazer distinção de fronteiras.
 

Nesta semana, o russo Vladimir Putin ameaçou voltar a barrar as exportações ucranianas pelo mar Negro, principal ponto de escoamento da produção do país, e Guterres tem se envolvido diretamente na mediação do conflito, falando recorrentemente com os presidentes dos dois países.
 

Putin, aliás, não irá a Nova York. Em seu lugar, mandou o estridente chanceler Serguei Lavrov, que, como alvo de sanções da Casa Branca, até o último minuto não sabia se conseguiria viajar aos Estados Unidos. A ironia é que foi esta mesma ONU que deu prestígio a Lavrov, já que, antes de se tornar o líder da diplomacia de Moscou, ele foi embaixador na entidade por dez anos. de 1994 a 2004, e era conhecido pelo bom relacionamento com outras autoridades e lideranças.
 

Pelo acordo que estabeleceu em 1947 a sede da ONU em Nova York, os EUA devem garantir vistos a diplomatas estrangeiros para que possam acessar o edifício da organização. A Casa Branca, porém, diz que tem a prerrogativa de negar vistos por razões de segurança nacional.
 

Ao longo das últimas semanas, o Kremlin reclamou publicamente e afirmou que Washington estava violando suas obrigações, até que o governo americano decidiu na última terça-feira liberar a entrada de uma comitiva russa no país, mas não há expectativa de reuniões entre autoridades dos dois países adversários.
 

Esta será a primeira edição totalmente presencial desde a eclosão da pandemia de Covid-19, em 2020. Naquele ano, líderes mundiais discursaram de forma totalmente remota, sem que nenhum viajasse a Nova York em decorrência das restrições. Em 2021, parte deles falou de forma presencial, como Bolsonaro, e parte enviou um vídeo, como o dirigente da China, Xi Jinping.
 

A participação remota não estava prevista para a edição deste ano. Houve, no entanto, uma exceção para que o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, possa enviar um vídeo gravado previamente e exibi-lo no plenário. A exceção foi aprovada pela Assembleia-Geral com 101 votos a favor e 7 contra, incluindo o da Rússia, que tentou barrar a medida. O Brasil se absteve, votando a favor de uma emenda rejeitada da Belarus para que não só Zelenski mas qualquer autoridade de país em guerra possa participar de forma remota --o que não foi aceito.
 

A 77ª Assembleia-Geral ocorre ainda em meio a uma série de questionamentos em relação à eficiência da própria ONU em evitar conflitos como a Guerra da Ucrânia, com mais de seis mees. Zelenski chegou a dizer em março, em discurso ao Congresso dos EUA, que "as guerras do passado levaram nossos predecessores a criarem instituições que deveriam evitá-las, mas que, infelizmente, não funcionam."
 

A jornalistas, o secretário-geral António Guterres saiu na defensiva e insistiu que a ONU é a maior provedora de ajuda humanitária do mundo. "Se há um momento em que a ONU é mais importante do que nunca, esse momento é agora", afirmou. "A ONU não pode ser limitada pelo fato de que os membros do Conselho de Segurança não conseguem chegar a um acordo para resolver a pior crise que enfrentamos", completou Guterres.
 

Entre as consequências da guerra, deve entrar na pauta ainda, além da alta do preço dos alimentos, a segurança energética, em meio a escassez de gás natural e o aumento da queima de carvão na Europa. Também na seara climática, as enchentes no Paquistão devem ocupar parte importante das discussões.
 

O encontro em Nova York também será afetado pelo funeral da rainha Elizabeth 2ª, que acontece um dia antes da abertura dos discursos e que levou autoridades para a Europa, como Bolsonaro. O americano Joe Biden, que tradicionalmente discursaria após o Brasil, também na terça-feira, adiou seu pronunciamento para o dia seguinte, quarta.
 

A Assembleia-Geral será, por fim, a estreia de uma série de novos líderes que chamaram atenção no cenário internacional. Pela esquerda, é o caso do novo presidente do Chile, Gabriel Boric, já tratado como estrela na Cúpula das Américas, nos EUA, em junho. À direita, é a primeira viagem para fora da Ásia do novo presidente das Filipinas, Ferdinand Bongbong Marcos Jr., filho do controverso ditador Ferdinand Marcos.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/184402-onu-reune-lideres-pela-primeira-vez-desde-inicio-da-guerra.html

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Ministro da Saúde mostra dedo do meio para manifestantes em Nova York; veja vídeo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a comitiva que o acompanha em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), estão sendo alvo de uma série de protestos.

 

Na noite desta segunda-feira (20), o ministro da Saúde Marcelo Queiroga protagonizou um momento polêmico. Queiroga fez um gesto obsceno, mostrando o dedo do meio, para manifestantes que gritavam palavras de ordem contra os membros do governo brasileiro. O momento foi registrado em vídeo e viralizou nas redes sociais nas últimas horas.

 

Além disso, um caminhão com telões circula pelas ruas da cidade exibindo imagens e mensagens contra Bolsonaro. O chefe do Executivo do Brasil deve discursar nesta terça (21) no plenário da ONU.

 


 

sábado, 13 de março de 2021

Covid-19: Anvisa explica liberação do antiviral rendesivir mesmo sem recomendação da OMS


 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explicou, nesta sexta-feira (11), porque decidiu liberar o antiviral rendesivir para tratamento da covid-19, apesar de o medicamento não ser recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a Agência Brasil, em novembro do ano passado a mesma medicação, da biofarmacêutica americana Gilead Sciences, foi liberada para uso no tratamento do novo coronavírus pela Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano equivalente à Anvisa.


"O estudo da OMS avaliou mais a ocorrência de mortalidade e pacientes com perfil um pouco diferente dos avaliados nos outros estudos que consideramos para liberar o remédio. O estudo que consideramos válido focou na redução do tempo de hospitalização dos pacientes e vimos que houve uma redução na hospitalização”, ressaltou a gerente de avaliação de segurança e eficácia da Anvisa, Renata Soares. Ela acrescentou que a situação de ocupação de leitos de UTI no país pesou na decisão.
 

A Anvisa também alerta que o antiviral está liberado, exclusivamente, para uso hospitalar e é recomendado para internados com pneumonia, com suplementação de oxigênio, e não se restringe à forma leve, moderada ou grave, desde que o paciente não esteja em ventilação mecânica ou por membrana extracorpórea. O medicamento deve ser administrado de maneira venosa em pacientes a partir dos 12 anos, que tenham, no mínimo, 40 quilos. O tratamento é feito em no mínimo cinco dias, com tempo máximo de dez dias.


“É importante ressaltar que esse é o primeiro medicamento com indicação, em bula, para covid-19, fruto de análise de eficácia e qualidade”, destacou o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/26106-covid-19-anvisa-explica-liberacao-do-antiviral-rendesivir-mesmo-sem-recomendacao-da-oms.html

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

OMS: Doenças cardíacas mataram mais em 2019


 Doenças não transmissíveis como cancro, diabetes e doenças cardíacas foram as principais causas de morte em todo o mundo no ano passado, numa mudança dramática em relação a duas décadas atrás, de acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS).

Fazem parte das dez principais causas de morte, sendo as doenças cardíacas as maiores responsáveis pela mortalidade, representando cerca de 16% de todas as mortes (quase 9 milhões de pessoas em 2019).

Os óbitos por diabetes registaram um grande aumento (70%) globalmente entre 2000 e 2019.

De acordo com estimativas publicadas esta quinta-feira pela OMS, o Alzheimer e outras formas de demência estão agora entre as dez principais causas de morte.

Os novos números mostram a necessidade de uma maior concentração na prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares e respiratórias crónicas, alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“Estas novas estimativas são outro lembrete de que precisamos de intensificar rapidamente a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças não transmissíveis”, afirmou, citado no relatório da OMS.

“Elas sublinham a urgência de melhorar drasticamente os cuidados de saúde primários, de forma equitativa e holística. A solidez dos cuidados de saúde primários é claramente a base sobre a qual tudo assenta, desde o combate às doenças não transmissíveis até à gestão de uma pandemia”, sublinhou.

Os AVC e as doenças pulmonares obstrutivas crónicas também causaram um número elevado de mortes por doenças não transmissíveis. Traqueia, brônquios e cancros pulmonares, e doença renal estão também a aumentar, segundo o relatório da OMS.

A demência foi classificada como a sétima causa principal de morte, sendo que as mulheres são afetadas de forma desproporcional (65% dos óbitos foram em pessoas do sexo feminino).

Fonte: https://multinews.sapo.pt/actualidade/oms-doencas-cardiacas-mataram-mais-em-2019/

sábado, 28 de novembro de 2020

Pesquisa da ONU afirma que pandemia afetou mais mulheres do que homens


 A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou em publicação ontem (26) que a pandemia do Covid-19 fez com que mulheres de todo o mundo assumissem a maior parte das tarefas domésticas extras surgidas durante o momento, o que, de acordo com eles, fez com que a igualdade de gênero retroceda em anos.

Um relatório da ONU Mulheres, o "Whose time to care?" (De quem é a vez de cuidar?), revelou que além do aumento não remunerado do trabalho profissional, para ambos homens e mulheres, as figuras femininas ainda enfrentam um fardo no cuidado. O texto informa que as mulheres estão assumindo mais tarefas domésticas que os homens durante a pandemia e são mais suscetíveis a deixar o mercado de trabalho, possivelmente como resultado desse aumento da carga de trabalho doméstico.

Foram analisados pela entidade dados de 38 países para formar um panorama sobre o trabalho não pago e feitas pesquisas telefônicas e online em quase 50 países. As mulheres questionadas contaram que estão gastando, em média, 5,2 horas a mais por dia cuidando dos filhos, enquanto os homens, 3,5 horas. O aumento do tempo na cozinha para as mulheres foi de 32%, enquanto par homens foi de 18% e o de tempo com a limpeza geral da casa foi de 45% para elas e 35% para eles.

Além disso, a ONU relatou, na quarta-feira (25) que a violência doméstica contra as mulheres e cometidas contra meninas refugiadas, deslocadas internamente e apátridas, foram agravadas durante a quarentena.

Fonte: https://www.metro1.com.br/noticias/mundo/100260,pesquisa-da-onu-afirma-que-pandemia-afetou-mais-mulheres-do-que-homens

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Brasil corre risco de entrar na 'lista suja' da ONU por pressões contra ativistas



O Brasil está sob risco de entrar, pela primeira vez, na 'lista suja' da Organização das Nações Unidas (ONU), entre os estados que promovem represálias contra ativistas de direitos humanos.

Segundo o jornalista Jamil Chade, as informações sobre casos de ataques por parte de representantes do estado estão sendo avaliadas em Nova Iorque e a ONU tomará uma decisão sobre como lidar com o caso.

A ONU todos os anos elabora uma lista de estados que tomaram ações de intimidação contra ativistas ou dissidentes que tenham cooperado com a entidade. Na lista de 2017, por exemplo, constavam 29 países, entre eles Argélia, Arábia Saudita, Sudão, Egito, Israel, Colômbia, Cuba, Venezuela, Honduras, Hungria e Índia.

Eram casos de ativistas que colaboraram com a ONU ou dado depoimentos em eventos internacionais e, depois, foram alvo de algum tipo de intimidação por seus governos. A represália é considerado como uma violação aos direitos humanos, já que tem como objetivo calar a dissidência e ainda impedir que outros ativistas sigam no mesmo caminho de denúncias.

Entre os casos brasileiros que ameaçam a entrada do Brasil nesta lista um é o  protagonizado pela embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, contra o ex-deputado federal Jean Wyllys no dia 15 de março.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/234657-brasil-corre-risco-de-entrar-na-lista-suja-da-onu-por-pressoes-contra-ativistas.html

sábado, 18 de agosto de 2018

Dirigente da ONU diz que liminar em favor de Lula tem caráter obrigatório e efeito imediato

"Decisão obrigatória e de efeito imediato." Foi o que disse ao UOL nesta sexta-feira (17) um dos integrantes do corpo de especialistas e dirigentes da ONU (Organização das Nações Unidas), o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, sobre a decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que autoriza Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a ser candidato à Presidência e a fazer campanha mesmo dentro da prisão.

A decisão liminar do comitê foi divulgada nesta sexta-feira e diz que os direitos políticos de Lula não podem ser violados, com base no artigo 25 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, do qual o Brasil é signatário desde os anos 1980, no governo José Sarney (MDB).


O comitê "requer que o Estado brasileiro tome todas as medidas necessárias para garantir que o autor [da ação, Lula] desfrute e exerça seus direitos políticos enquanto na prisão, como candidato nas eleições presidenciais de 2018, incluindo acesso apropriado à mídia e a integrantes de seu partido político", até que todos os recursos para rever sua condenação sejam apreciados.

O Comitê de Direitos Humanos é o órgão da ONU responsável especificamente pela observação e fiscalização do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e é formado por 18 especialistas independentes que trabalham para a entidade em regime "pro bono" (isto é, sem salários fixos).

Paulo Sérgio Pinheiro, que é presidente da comissão de inquérito da ONU que investiga a guerra da Síria e foi secretário de Estado dos Direitos Humanos no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (secretaria com status de ministério), pontua que o Brasil também assinou e ratificou um protocolo adicional ao Pacto, em 2009, que diz que o país aceita se submeter às decisões do Comitê de Direitos Humanos.

"Então, o que se pode dizer é que [esse comunicado] é obrigatório", resume. "É importante caracterizar a qualidade do documento."

"Não tem isto: ’Ah, isto é bobagem, aqueles caras da ONU não entendem o Brasil’. A decisão é o resultado de um longo processo de informações às partes e ao governo brasileiro. Esse desfecho era esperado, eles podiam ter negado, mas aprovaram, o que é um grande feito para a defesa do ex-presidente Lula. E isso é puro acidente [o momento da decisão, um dia após o início da campanha oficial e à espera de uma decisão sobre o registro], porque não tem ninguém daqui comandando lá."

No caso de descumprimento da decisão pelo governo brasileiro, caberá ao país uma "sanção moral", uma "má fama internacional", explica Pinheiro. Isso porque a ONU não aplica sanções formais, como econômicas ou judiciais, aos seus países-membros, com exceção do seu Conselho de Segurança.

O Comitê de Direitos Humanos ainda vai se posicionar, em prazo não conhecido, sobre o caso do processo judicial de Lula como um todo.

O percurso da decisão liminar no Brasil começa pelo Ministério das Relações Exteriores, que deverá dar parte da decisão ao presidente da República e daí ser remetida provavelmente para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou STF (Supremo Tribunal Federal), explica Pinheiro. 

A candidatura de Lula foi homologada pelo PT e pode ser rejeitada pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatos condenados em segunda instância de se candidatarem, como é o caso de Lula, preso após condenação a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.


Fonte: https://www.plantaobrasil.net/news.asp?nID=101379

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Lula secretário-geral da ONU?

Por Nicolas Chernavsky, em culturapolitica.info

Para analisar as chances de Lula ser eleito secretário-geral da ONU, primeiro é preciso saber como se elege a pessoa para este cargo. O mecanismo é basicamente que o Conselho de Segurança da ONU deve indicar um nome e a Assembleia Geral da ONU deve aprová-lo. O Conselho de Segurança da ONU tem 15 membros, dos quais os cinco membros permanentes (Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França) têm direito a veto. Quanto a uma candidatura de Lula, na prática isso significa que a chave para sua eleição seria que nenhum membro do Conselho de Segurança vetasse seu nome, uma vez que numericamente, tanto entre os 15 países do Conselho de Segurança quanto na Assembleia Geral da ONU, Lula dificilmente não conseguiria aprovação.

O mandato do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai até o final de 2016. Assim, a escolha formal de quem vai sucedê-lo ocorrerá em meados de 2016, daqui a aproximadamente 1 ano e meio. O mandato é de 5 anos renovável por mais 5, pois apesar de formalmente não haver um limite de mandatos consecutivos, o limite de dois mandatos tem sido uma tradição muito forte quanto ao cargo. Assim, os próximos 10 anos do cargo mais importante da ONU podem estar em jogo, e nesse caso, mesmo 1 ano e meio antes da decisão final, as negociações quanto às candidaturas já estão ocorrendo com relativa intensidade.

Uma vez que o desafio principal da eventual candidatura de Lula seria não ter o veto de nenhum dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, é preciso analisar as condições políticas de cada um desses cinco membros. É aí que reside a grande particularidade deste momento histórico que favorece a eleição de Lula. Nos Estados Unidos, é Barack Obama, do Partido Democrata, e não um presidente do Partido Republicano, que será o chefe de Estado do país durante todo o processo de negociação e eleição. Na França, é François Hollande, do Partido Socialista, que em 2012 venceu Nicolas Sarkozy e encerrou 17 anos seguidos em que os conservadores estiveram na presidência do país, que será o chefe de Estado no processo. No Reino Unido, haverá eleições gerais em maio de 2015, e o favorito para ser eleito primeiro-ministro é o atual líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, que disputará o cargo com o atual primeiro-ministro do Partido Conservador, David Cameron. Se Miliband vencer, estará no cargo desde um ano antes da escolha de próximo secretário-geral da ONU, ou seja, será a liderança decisiva do Reino Unido quanto à posição do Reino Unido. Na Rússia, o presidente durante todo o processo será Vladimir Putin, que muito dificilmente vetaria o nome de Lula, não só pela questão dos BRICS, mas por questões geopolíticas até mais amplas. Quanto à China, o nome de Lula atenderia a requisitos importantes do país, como o aumento da inserção da China na economia mundial através das parcerias globais que o país está estabelecendo com países de todos os continentes, incluindo fortemente América Latina e África.

E qual é a importância de ser secretário-geral da ONU? Hoje em dia, há diversos temas de enorme importância que por sua natureza precisam de uma instância global de administração, porque afetam necessariamente a todos de uma forma intensamente difusa e inter-relacionada. Como exemplo posso citar três assuntos, importantíssimos. A preservação do meio ambiente (dentro da qual se inclui o aquecimento global) a gestão do armamento nuclear (que tem o potencial de destruir a civilização humana) e a administração da Internet (pela exponencial interconexão que gera entre as populações dos países). O mundo precisa de uma ONU que cumpra seu necessário papel, e por isso um secretário-geral que a faça funcionar com legitimidade popular e poder institucional relativamente efetivo é fundamental neste momento da história.

E qual seria o caminho concreto mais efetivo para que Lula fosse eleito secretário-geral da ONU em 2016? Obviamente, o próprio Lula teria que aceitar se candidatar. A única possibilidade disso acontecer me parece que é a formação de um movimento mundial em torno de seu nome composto de duas vertentes essenciais: 1) a formação e divulgação de uma lista de mais de 100 chefes de Estado e de governo do mundo apoiando a escolha de Lula como o próximo secretário-geral da ONU. 2) a expressão, organização e articulação popular em todo o mundo, especialmente na Internet e particularmente nas redes sociais, espaços em que os povos da Terra poderão se comunicar e se organizar mais eficazmente para ajudar a colocar no principal cargo da instituição que é o embrião do país planeta Terra uma pessoa que já provou que é capaz de se tornar o primeiro líder genuinamente mundial da história deste pálido ponto azul da nossa galáxia.

Foto de Capa: ONU

Fonte: http://www.plantaobrasil.com.br/news.asp?nID=83918