quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Agenda 21 – parte 3


A maior parte das soluções apresentadas pelos moradores era bastante acessível. Foi sugerido o fim das queimadas, a construção conjunta de uma igreja, a pavimentação coletiva das ruas por um mutirão de homens, a sistematização de reuniões da Associação. Uma mulher mais nova, de pouco mais de trinta anos, cujas duas irmãs estavam presentes e admiravam com atenção sua fala, propôs que as mulheres de Moita Redonda se organizassem tal como um grupo de mulheres de Inhambupe e começassem a fazer bordado, ponto cruz, corte e costura para arrecadar dinheiro. “Não é só o homem que tem que trabalhar; a mulher não pode ficar em casa sem fazer nada!”, sentenciou.

Terminada a exposição das soluções, os estudantes de agronomia encaminharam a atividade para o final. Diante de um quadro branco com o logotipo da Bandeira Científica, foram listadas as principais ações possíveis de serem realizadas pelos moradores, ao lado do nome de um responsável por organizar-las em um dado prazo de tempo. Prender cachorros doentes (são 56 cachorros na comunidade), encaminhar o lixo todo para um mesmo local específico – mais próximo à entrada da comunidade, único local por onde o caminhão de lixo da prefeitura passa – fazer uma composteira, marcar reuniões com autoridades para discutir a pavimentação das ruas e uma confraternização entre os moradores estavam entre as medidas finais.

Já cansados, tamanho era o calor daquele dia de sol na zona rural no interior da Bahia, os moradores estavam, no entanto, muito felizes com o resultado das atividades e com a estadia da Bandeira na comunidade. André Delgado, estudante de agronomia, parecia muito satisfeito quando conversamos pouco mais tarde, na frente da creche onde a equipe da Bandeira está hospedada. “A Esalq preza muito pela não pontualidade das ações, discutimos desde março como não ser pontual, como não ir lá e plantar uma horta, as pessoas plantarem e acabou; a minha expectativa foi completamente superada, foi fantástico, está sendo fantástico aqui”, afirmou.

Apesar de reconhecer a dificuldade política que algumas demandas implicam, Flávia também estava otimista com o resultado da atividade. “É claro que o lado político a gente fica triste porque a gente não pode resolver – calçamento, igreja, escolas, é complicado para nós. Mas várias coisas que são fáceis de resolver eles podem fazer; todos entraram no consenso das dificuldades que têm e que eles conseguem conversar, eles conseguem chegar a um foco”, avalia. Talvez seja como Maria Olga, que é uma das fundadoras da Associação junto a sua família de 21 filhos, me disse no começo da atividade: “é preciso muita luta, muito calor e muita chuva pela frente”.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Agenda 21 – parte 2

Zé do Pão

Dificuldades

Zé do Pão é um homem magro, alto, de cerca de quarenta e cinco anos. É ele quem preside a Associação de Moradores e Trabalhadores de Moita Redonda. De fala calma e simpática, ele me conta sobre os principais problemas da comunidade. “A maior dificuldade é saneamento básico e pavimentação; todas as estradas que levam mercadorias, onde os tratores passam, tudo está sem asfalto”, desabafa. De acordo com Zé, mesmo depois de várias reuniões com a prefeitura e com vereadores, até mesmo na própria comunidade, nenhuma ação concreta foi tomada.

Outro problema é a participação efetiva dos moradores nas reuniões da Associação. No decorrer da finalização da Agenda 21, as pessoas presentes foram convidadas a escrever em um papel as soluções que poderiam levantar para os problemas identificados no dia anterior de atividades. Durante as apresentações das soluções, repetidas vezes foi solicitada maior participação de moradores e de jovens nos encontros da Associação. Uma senhora baixinha, de saia estampada e um pequeno coque no topo da cabeça, foi bastante enfática: “precisamos retificar os nossos direitos!”.

Aquele dia de atividades talvez fosse uma exceção na rotina da Associação. “Hoje temos mais de 40 pessoas; na maioria das vezes, temos de 15 a 25. Ao todo temos entre 100 e 150 pessoas na comunidade; a participação nas reuniões é pequena”, avalia Zé. A comunidade sobrevive basicamente de crédito conseguido junto ao Estado. O Banco do Nordeste e o Desenbahia, órgão do governo estadual baiano, são os principais financiadores de empréstimos para a comunidade. Cooperativas do município de Inhambupe também costumam emprestar crédito para os trabalhadores.

De acordo com Zé, na maioria das vezes a produção local é levada por algum “atravessador” ou por pessoas da própria comunidade que vendem a produção para cidades próximas – Alagoinhas, Feira de Santana e Salvador. “O forte da produção é laranja, depois vem o maracujá e o milho; temos ainda o quiabo e o amendoim”, diz Zé. Plantam também pimenta, manga, acerola, batata doce, banana, cebola, coentro, coco, limão. São 9 hectares para cada família. Esperam começar a fazer irrigação na agricultura.

Depois da colheita do inverno, é no verão que surgem os problemas. A vinda do período de seca e a ausência de técnicas de irrigação eficazes para resolver o problema inviabilizam a produção agrícola. “No verão a gente passa uma temporada boa sem colheita; a gente procura um trabalho fora, mas sempre tomando o cuidado de deixar parte da nossa colheita para esse momento; uma das soluções é a irrigação. Já existem projetos sendo encaminhados”, revela Zé.

Maria José

É do verão que Maria José tem medo. “Para viver aqui, meu filho, é muito difícil. Não têm recursos; agora chegou o verão, não têm”, revela. Pouco a pouco, essa senhora timidamente ansiosa para conversar conta que o marido é bastante nervoso, que tem depressão e que seus dois filhos mais velhos nem estudam, nem trabalham. “Não vou ficar dizendo que eles estudam, porque não estão estudando, né?! Tenho que falar a realidade”, confessa. Em vez de estudar, os primogênitos de uma família de 15 filhos gostam de sair por aí andando a cavalo ou de bicicleta. O marido, que há alguns anos conseguiu atendimento médico, se recusa a se tratar – “ele tem medo, sabe, de que alguém faça alguma maldade com ele; ele tem medo de agulha”. Maria José participa da Associação e foi lá que aprendeu a plantar, colher e adubar as plantações. Atualmente, trabalha em casa, cuidando dos filhos.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Agenda 21 – parte 1


Cabelos repartidos ao meio e presos à altura do pescoço, Maria Olga Reis parecia entusiasmada em mostrar a um grupo de estudantes de fisioterapia e comunicação como se plantava de verdade uma batateira. Com sua enxada, movia-se para frente e para trás enquanto posava para as fotos que estavam sendo tiradas. Ao seu redor, todo o verde de palmeiras e do campo da comunidade de Moita Redonda, pertencente à cidade de Inhambupe e local de morada e trabalho de Maria Olga.

Na sede da Associação de Moradores e Trabalhadores rurais da comunidade, cerca de 40 pessoas, a maioria mulheres e crianças, aguardavam ansiosamente o início do segundo dia de atividades preparadas pelos alunos de agronomia da Esalq (Escola de Agronomia Luís de Queiróz). No dia anterior, tivera início a Agenda 21 na comunidade, uma atividade cuja proposta principal é traçar um planejamento estratégico com os moradores, identificando problemas comuns, sonhos para o futuro e, finalmente, possíveis soluções para o que foi levantado.

“Oh, Maria, você não tem

Aqui nessa roda quem te queira bem;

Eu tenho, eu tenho sim

Eu tenho José que gosta de mim”

Foi assim que começou a reunião com a Esalq. Os moradores ensinaram a música no dia anterior aos alunos, que no dia seguinte já a tinham decorado. Dentro da Associação, era possível identificar três enormes cartazes feitos de papel pardo, aonde bilhetinhos escritos à mão com canetas coloridas estavam colados e separados adequadamente de acordo com o assunto a que se referiam e ao grande tema que pertenciam. O primeiro cartaz, mais abaixo que os outros, levava um título sugestivo: Muro das Lamentações. Qualquer um que se aproximasse encontraria ali somente demandas não resolvidas ou insatisfações da comunidade: reclamações contra a administração pública, como a falta de pavimentação nas ruas e de um posto de saúde local, a necessidade de mais emprego para os jovens. Logo acima, no cartaz Árvore dos Sonhos, casinhas coloridas representavam o desejo da construção de uma igreja e de mais moradias. Com mãos de todos os tamanhos saindo de um pequeno globo terrestre pintado de verde, um morador ressaltava a necessidade de mais união na comunidade. Outro escrevia em letras garrafais: “o meu sonho é ver aqui um calçamento para todos”.

Flávia Dias, uma das estudantes que organizou a atividade, emocionou-se com o resultado do primeiro dia de atividades: “no começo, eles foram bem singelos, depois se libertaram mais; eles lamentaram várias coisas que são diferentes da nossa realidade, por isso eu chorei várias vezes durante a nossa estadia por lá”, revela. A organização da comunidade também impressionou Flávia. Todos os moradores possuem seus terrenos e são obrigados a trabalhar pelo menos uma vez por semana no terreno da Associação; para fiscalizar o trabalho, existe uma agenda e assim é possível identificar aqueles que não cumpriram com o combinado.

Apesar dos dez anos da Associação, as prestações do terreno ainda não foram quitadas com o banco e, por isso, o lucro obtido com as plantações de maracujá, laranja e acerola é todo voltado para os gastos da entidade. “Essa é uma comunidade rural extremamente organizada, eles não sabem a organização que eles têm; um ponto importante é o fato de eles serem desunidos por parte da comunidade ser sergipana e o baiano não aceitar o sergipano”, avalia Flávia.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica
Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Materiais adaptados viabilizam atendimento odontológico


Uma sala de aula é modificada para receber um consultório odontológico. As carteiras dos alunos fazem as vezes de cadeiras reclináveis; as crianças menores deitam no colo dos alunos para serem atendidas, em almofadas feitas pela fisioterapia. O atendimento não é o ideal, mas é o que a Bandeira Científica consegue fazer.

Para a prevenção de maiores problemas nas crianças de idade escolar, antes do atendimento as crianças assistem a uma aula sobre os dentes, a mandíbula, placa, cáries e escovação. Porém, para ensinarem a escovar os dentes na prática, esbarravam em um empecilho: não há pias na maioria das escolas. Com isso, não há acesso ou estímulo para a criança escovar os dentes.

Bruno, dentista e discutidor da Bandeira, fez um escovódromo, para ser levado nas escolas onde o atendimento odontológico vai. Tubos de PVC, torneiras de plástico e um vaso plástico para jardins, adaptados a uma mangueira são o suficientes para que uma fila de crianças escove os dentes. Os bandeirantes irão passar esse projeto a coordenadora de saúde bucal, esperando que pias mais adequadas sejam instaladas nas escolas.

Ao invés da maquininha de dentista, da qual todos têm medo e desgosto, é usado um compressor portátil, podendo ser levado em diferentes postos de atendimento. O motor de água é acoplado em duas garrafas PET e a lanterna usada na testa pelos dentistas é, na verdade, de bicicleta.


A técnica usada para restaurar os dentes de leite também é uma adaptação aos poucos recursos, pouca estrutura e pouco tempo, para fazer uma restauração permanente. Chamada de técnica restauradora atraumática, é realizada em dentes de leite. Depois de limpar a cavidade deixada pela cárie com cureta, água, algodão e clorexidina – um anti-bactericida – ela é preenchida com cimento de ionômero de vidro, que tem grande adesividade e ainda libera flúor. É uma técnica que dura menos, mas é mais prática, menos traumática e mais simples.


Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Karin Salomão

Fotos por Genivaldo Carvalho

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Apagão na Câmara no dia da eleição para presidente da casa


A sessão da Câmara de Vereadores já estava marcada para às 16 horas, mas começou realmente por volta das 17:30, dessa quarta-feira, dia 15 de dezembro, e era o dia para decidir quem seria o próximo presidente daquela casa pelo o período de 2011 a 2012.
A vereadora Izabel deu início a sessão, depois Maria Helena falou, após teve a leitura da ata da sessão anterior, teve ainda a fala dos vereadores Simone Rocha, Leandro, Maria Helena e quando Fabrício Mateus, o vereador da oposição estava falando, aconteceu uma explosão, foi uma grande tumulto e muitas pessoas sairam correndo e ninguém sabia realmente o que estava acontecendo, foi quando todos perceberam que pegou fogo no padrão de energia da Câmara, a polícia chegou na hora e apagou o incendio com extintor.
A oposição já estava fortalecida para eleger a vereadora Simone Rocha como presidente, que tinha apoio de Maria Helena, Izabel Silva, Leandro, Fabrício Mateus e o candidato da situação seria Eres do Formoso.
Tudo indica que a eleição aconteça hoje, e os peritos irá fazer a perícia, os vereadores já entraram na justiça.

Dia do Reservista




No mês de dezembro, entre os dias 9 e 16 é comemorada a Semana do Reservista. Ela visa possibilitar que aqueles que prestaram o Serviço Militar, em qualquer uma das instituições componentes das nossas Forças Armadas, seja na Marinha, no Exército ou na Aeronáutica, possam relembrar, reviver seus companheiros e atualizar seus dados cadastrais.
Essa é uma boa oportunidade de reencontro entre velhos e novos soldados, saber sobre a modernização dos nossos equipamentos, e cumprir o que é previsto por lei. Esse comparecimento é anual e obrigatório durante os cinco primeiros anos do seu licenciamento.
Na hipótese de um conflito internacional, no qual, a segurança da nação fique comprometida, sendo abalada a nossa soberania, poderá haver a necessidade de mobilização de tropas. È quando entra em ação a força dos reservistas, justamente esses que passaram para a reserva a menos tempo, em conseqüência estão com os conhecimentos adquiridos mais atualizados e cronologicamente são os mais jovens, serão os primeiros chamados a lutar em defesa da Pátria.


De acordo com a nossa Constituição: Art. 142 - As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.


Em 26 de dezembro de 1939, por intermédio do Decreto-Lei nº 1.908, o então presidente da República Getúlio Vargas resolveu instituir o Dia do Reservista, por considerar: A conveniência de reavivar nos reservistas a lembrança da época em que serviram à Pátria; e que a perfeita estrutura das Forças Armadas se fundamenta no Serviço Militar obrigatório.


Que, exaltando a patriótica colaboração prestada por Olavo Bilac à instituição desse Serviço, eleva-se a cooperação civil necessária ao engrandecimento das Forças Armadas.


O Decreto estabeleceu também que o Dia do Reservista seria comemorado a cada 16 de dezembro, data do nascimento do poeta e grande patriota Olavo Bilac, pioneiro da execução da Lei do Serviço Militar, o qual é considerado o Patrono do Serviço Militar no Brasil.


Reservista, dia 16 de dezembro é o seu dia, entre em contato com os seus velhos amigos dos tempos de caserna, vamos reviver o passado, planejar o futuro e matar as saudades.


Serviço Militar, um direito, mais que um dever.

Fonte:http://www.idbrasil.org.br/drupal/?q=node/14987

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