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sábado, 24 de agosto de 2024

Butantan encerra estudo para vacina contra Covid-19 após baixo resultado na fase de testes

O Instituto Butantan confirmou na sexta-feira (23), por meio de nota oficial, que irá encerrar o desenvolvimento de imunizante contra a Covid-19. De acordo com o Butantan, os estudos para a vacina estavam Fase II e contava com testes em 400 voluntários, porém, os resultados obtidos foram abaixo do desempenho esperado, ficando aquém de outras vacinas utilizadas no país.

 

“De acordo com a pesquisa, a Butanvac dobrou a quantidade de anticorpos contra a doença após 28 dias de sua aplicação, quando a meta esperada era que induzisse uma produção de anticorpos quatro vezes maior, número atingido por vacina já disponível à população”, diz a nota.

 

O diretor do Instituto, o epidemiologista Esper Kallás, frisou que não significa que o Butantan deixará a questão de lado, porém, sem a vacina, que era chamada internacionalmente de NDV-HXP-S, serão buscadas novas rotas para o tratamento da doença.

 

“O ensaio clínico cumpriu o seu papel. No Butantan, temos respeito absoluto pelo processo e resultado científicos. Por isso, a população pode acreditar na gente. Quando dizemos que uma vacina é boa, é porque os estudos demonstraram isso. Nesse caso, o desfecho não demonstrou a imunogenicidade esperada. Por isso, interrompemos o seu desenvolvimento e seguimos no desenvolvimento de rotas mais promissoras”, explica o diretor do instituto, o epidemiologista Esper Kallás, no comunicado.

 

O imunizando desenvolvido pelo instituto brasileiro era uma parceria com o Instituto de Vacinas e Biologia Médica do Vietnã e a Organização Farmacêutica Governamental da Tailândia, a partir de tecnologias que o instituto já dominava para a produção de vacina contra a gripe causada pelos vírus influenza e que utilizam ovos de galinha para produzir os antígenos.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/31839-butantan-encerra-estudo-para-vacina-contra-covid-19-apos-baixo-resultado-na-fase-de-testes

sexta-feira, 15 de março de 2024

10 municípios baianos vão participar do estudo para avaliar sequelas do coronavírus

Durante o mês de março, o Ministério da Saúde dará seguimento na segunda fase da coleta de dados do 'Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil'. Cerca de 33.250 pessoas que tiveram Covid-19 de 133 municípios receberão visitas domiciliares.

 

Na Bahia, serão entrevistadas 2.500 pessoas, sendo 250 na capital, Salvador, e mais 250 em cada um dos seguintes municípios: Santo Antônio de Jesus, Ilhéus-Itabuna, Vitória da Conquista, Guanambi, Barreiras, Irecê, Juazeiro, Paulo Afonso e Feira de Santana. A pesquisa vai levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-covid (covid longa), que são as sequelas da doença.

 

“A Epicovid 2.0 faz parte do trabalho de fortalecimento do monitoramento da Covid-19, que o Ministério da Saúde vem realizando desde maio de 2023”, explica a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel. De acordo com a secretária, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 20% das pessoas, independentemente da gravidade da doença, desenvolvem condições pós-covid. Neste sentido, segundo ela, é preciso apurar os dados relativos ao Brasil para ampliar serviços, como atendimento neurológico, fisioterapia e assistência em saúde mental.

 

De acordo com o epidemiologista Pedro Hallal, que irá coordenar o estudo, a expectativa é que o período de coleta dos dados dure entre 15 e 20 dias. “O Epicovid 2.0 é uma nova fase do estudo iniciado em 2020. Embora agora não estejamos mais sob uma pandemia grave como tivemos, o vírus continua na sociedade e seus efeitos na vida das pessoas também. Esse agora é o nosso alvo, entender o impacto da doença na vida das pessoas e das famílias brasileiras”, explica.

 

Dinâmica da Epicovid 2.0

A pesquisa usará informações de 250 cidadãos de cada um dos municípios que já fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021. Para isso, equipes de entrevistadores visitarão as residências para ouvir os moradores sobre questões centradas em pontos como: vacinação, histórico de infecção pelo coronavírus, sintomas de longa duração e os efeitos da doença sobre o cotidiano.

 

Todos os participantes serão selecionados de forma aleatória, por sorteio. Somente uma pessoa por residência responderá ao questionário. Hallal esclarece que, diferente das primeiras etapas da pesquisa, na atual não haverá qualquer tipo de coleta de sangue ou outro teste de Covid.

 

Além do Ministério da Saúde e da UFPel, estão diretamente envolvidas no estudo a Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

Entrevistadores identificados

Todas as entrevistas serão realizadas pela empresa LGA Assessoria Empresarial, contratada pelo Ministério da Saúde para a tarefa após apresentar a melhor proposta em pregão eletrônico. Os profissionais que farão o contato direto com os moradores para a coleta dos dados receberam treinamento e estarão devidamente identificados com crachás da empresa e coletes brancos com as marcas da UFPel, da Fundação Delfim Mendes Silveira (FDMS) e da LGA.

 

Para auxiliar com o processo de divulgação e esclarecimento da população, as prefeituras das 133 cidades envolvidas no estudo foram comunicadas do trabalho – por meio de suas secretarias municipais de Saúde – e participaram de reunião online com Pedro Hallal e integrantes do Ministério da Saúde. A orientação é que, em caso de dúvidas, os moradores entrem em contato com as prefeituras.

 

A empresa LGA também pode ser acionada através dos telefones (31) 3335-1777 e (31) 99351-2430. Informações sobre o Epicovid 2.0 também estão disponíveis nos sites do Ministério da Saúde e da Universidade Federal de Pelotas.

 

Primeiras fases do estudo

Entre 2020 e 2021, o Epicovid-19 serviu para traçar um retrato da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor os efeitos e a disseminação do coronavírus no país. Entre as principais conclusões, o estudo apontou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior que os dados oficiais, com os 20% mais pobres tendo o dobro de risco de infecção em relação aos 20% dos brasileiros mais ricos. 


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/290227-10-municipios-baianos-vao-participar-do-estudo-para-avaliar-sequelas-do-coronavirus

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Governo desmente retorno da obrigatoriedade do uso de máscara na Bahia

O Governo da Bahia negou nesta segunda-feira (6) o boato sobre o retorno do uso obrigatório de máscaras na Bahia. O pronunciamento da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) chega após ser veiculada nas redes sociais, a falsa informação de que a gestão estadual teria restabelecido a medida por conta do aumento no número de casos de Covid-19. 

 

Por meio de nota, a entidade destacou que a informação não é verdadeira e que o  último decreto estadual publicado em 29 de março tratou sobre uso de máscaras na Bahia. O documento descreve ainda as atuais diretrizes das medidas de combate à doença. 

 

A portaria indica uso de máscaras em hospitais e demais unidades de saúde, como clínicas e Unidades de Pronto Atendimentos – UPAs; obrigatoriedade para indivíduos que estejam apresentando sintomas gripais como tosse, espirro, dor de garganta ou outros sintomas respiratórios; obrigatoriedade para indivíduos que tenham tido contato com pessoas sintomáticas e para indivíduos com confirmação de Covid-19, mesmo que assintomáticos.

 

A Sesab reforça que a cobertura vacinal deve aumentar na Bahia para enfrentar o aumento da doença.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/31056-governo-desmente-retorno-da-obrigatoriedade-do-uso-de-mascara-na-bahia 

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Vacina atualizada para novas cepas da Covid pode ser mais eficaz que a bivalente, diz estudo

Atualizar as vacinas contra Covid para serem mais adaptadas às novas variantes pode ser mais eficaz na proteção contra o vírus do que utilizar doses bivalentes, que combinam a cepa ancestral e novas variantes.
 

Além disso, os níveis de anticorpos produzidos a cada nova imunização e presentes na corrente sanguínea decaem após alguns meses, enquanto a resposta imune fornecida por células de defesa pode ser mais duradoura. É o que mostra artigo publicado nesta quinta-feira (12) na revista científica Science.
 

No caso das vacinas bivalentes contra a Covid, o fenômeno de reação cruzada indica uma proteção alta contra partes do vírus compartilhadas pela variante de Wuhan e as linhagens em circulação, descendentes da ômicron, mas não conseguem oferecer muita proteção humoral (de anticorpos) contra as novas cepas.
 

Por isso, acabam sendo menos eficazes do que as vacinas monovalentes adaptadas, argumentam no artigo Florian Krammer, virologista da Escola de Medicina Icahn do Hospital Mount Sinai, em Nova York, e Ali Ellebedy, professor de patologia e imunologia da Universidade de Washington.
 

Apesar disso, os autores afirmam que ainda é cedo para saber quais as formas do vírus que devem ser escolhidas para as atualizações e com qual frequência as novas doses devem ser produzidas -se a cada seis meses ou um ano.
 

No artigo, Krammer e Ellebedy afirmam que as vacinas contra Covid fabricadas no início da pandemia foram importantes para garantir a imunização de um grande número de pessoas, impedindo assim o espalhamento do vírus e, principalmente, os quadros graves e óbitos de Covid.
 

Porém, conforme o vírus foi se modificando, as novas formas conseguiam escapar da proteção conferida pelos anticorpos se apresentassem alterações significativas na sua estrutura.
 

Ao entrar em contato com o vírus na vida real, o organismo já possui uma memória imunológica para reconhecer aquele alvo e produzir os anticorpos, reduzindo a infecção.
 

Só que as vacinas feitas lá atrás usavam o antígeno da variante de Wuhan, e o Sars-CoV-2 ainda está em evolução, ganhando novas mutações a cada replicação na população. Algumas das formas que apresentaram esse chamado escape imune foram a beta (detectada em 2020 na África do Sul), delta (em abril, na Índia) e a ômicron (novembro de 2021).
 

Diferentemente da gripe, cuja cepa dominante já é conhecida e definida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) no ano anterior da nova estação, dando assim possibilidade de modificar as vacinas, é difícil prever qual será a variante dominante da Covid.
 

A resposta imune gerada por vacinas formuladas com as cepas antigas é, assim, menos eficaz em reconhecer esses novos epítopos (parte do vírus que sofre modificação), tornando a estratégia de reforço com doses desatualizadas menos interessante a longo prazo.
 

"As vacinas bivalentes foram importantes para aumentar a resposta imune e fornecer proteção extra. Infelizmente, o vírus já evoluiu o suficiente desde o lançamento do reforço bivalente. Agora, estamos em um momento melhor [...], e as vacinas monovalentes atualizadas são próximas do vírus atualmente dominante (XBB.1.5)", disse Krammer, do Hospital Mount Sinai, em NY, em entrevista por email à Folha de S.Paulo.
 

Olhando para o futuro, usar vacinas que sejam mais eficientes contra as cepas em circulação parece ser uma opção mais viável do que a atualização anual, afirma o virologista. "Na minha opinião, uma solução melhor ao problema seria que as vacinas incluam linhagens distintas que focam na resposta imune em áreas do vírus conservadas entre as diferentes variantes."
 

Em setembro, a agência reguladora americana FDA, responsável por licenciar produtos alimentícios e medicamentos, deu aval para a utilização das vacinas monovalentes das farmacêuticas Moderna e Pfizer atualizadas contra a subvariante XBB.1.5, descoberta no final do ano passado e considerada altamente transmissível.
 

A autorização veio após a análise de um estudo apresentado pelas próprias empresas mostrando que as novas versões geram uma resposta imune elevada contra as formas em circulação.
 

A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) também recomendou a utilização de vacinas adaptadas contra as cepas mais transmissíveis e que vêm provocando aumento de casos de Covid no mundo. Já a OMS indicou que a vacinação contra Covid deve ser anual, com as doses de reforço já reformuladas para novas variantes que surgirem.
 

Tecnologias de vacinas como o RNA mensageiro (mRNA), cuja descoberta levou a bioquímica húngara Katalin Karikó e o médico Drew Weissman a serem laureados com o prêmio Nobel de fisiologia ou medicina deste ano, permitem essa adaptação com facilidade, uma vez que é preciso apenas "trocar" o código do material genético nas fórmulas responsável por ler e produzir a proteína S ou Spike (espícula, gancho utilizado pelo vírus para entrar nas células) do Sars-CoV-2.
 

Outras plataformas, como as vacinas de proteínas recombinantes (como a Novavax, que também já tem uma versão atualizada contra a XBB.1.5), também podem ser facilmente adaptadas.
 

Os autores advertem que doses anuais de reforços podem ser difíceis de se estabelecer a nível global, e a desigualdade vacinal vai sempre levar ao aparecimento de novas variantes, com a possibilidade de surtos serem registrados aqui e ali.
 

Pessoas com comorbidades ou com um risco elevado de adoecimento por Covid podem ser priorizadas para receber essas fórmulas atualizadas, já que seriam mais suscetíveis às novas variantes mais evasivas.
 

Além disso, o desenvolvimento de vacinas em spray nasal, capazes de barrar o vírus já na porta de entrada no organismo, podem ser interessantes para gerar uma maior proteção na população.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/247473-vacina-atualizada-para-novas-cepas-da-covid-pode-ser-mais-eficaz-que-a-bivalente-diz-estudo

sábado, 11 de março de 2023

Reforço contra ômicron tem proteção acima de 90% mesmo em quem já teve Covid

A proteção de quatro doses da vacina contra uma infecção grave causada pela variante ômicron do coronavírus chegou a mais de 90%, mesmo em pessoas que tiveram uma infecção prévia.
 

A defesa também foi mais alta em pessoas que tiveram uma infecção anterior do coronavírus pelas variantes BA.1 e BA.2 (89,5% e 94,3%), respectivamente.
 

Quando consideradas aquelas pessoas que nunca tiveram Covid, a efetividade de duas doses dos imunizantes (ou seja, o esquema primário recomendado, sem reforço) foi de 41,5% contra infecção pela BA.5. Já em pessoas que tiveram caso confirmado no passado, a proteção foi de 50% e 53,1%, respectivamente, em quem teve infecção anterior por BA.2 e BA.1 contra quadro grave causado pela variante BA.5.
 

Os dados são de um estudo publicado nesta sexta (10) na revista médica especializada Jama Network Open. A pesquisa reforça a importância das doses de reforço para proteger contra novas infecções do vírus e contra casos graves, mesmo em pessoas que tiveram Covid no passado.
 

Para avaliar a chamada eficácia na vida real (ou efetividade) das vacinas contra a ômicron, os cientistas analisaram 3.415.980 registros de casos positivos do dia 1º até o dia 31 de agosto de 2022, com o pico de novas infecções pela variante BA.5, com o mesmo número de casos negativos. Os registros foram ajustados para sexo (53,9% dos casos eram mulheres), idade (idade média dos participantes era de 40,2 anos), lugar de residência e condições prévias de saúde.
 

O chamado status vacinal (quantas doses cada pessoa havia recebido) dos participantes foi considerado como uma variável para análise da efetividade.
 

Os pesquisadores então calcularam qual seria a razão de probabilidade (OR ou odds ratio, em inglês) de ter uma infecção pela variante BA.5 em pessoas que já tiveram infecção prévia ou não e, em um segundo momento, se essa nova infecção seria grave ou não.
 

Com esse valor para cada variável (infecção prévia e status vacinal) eles calcularam a efetividade da vacina. Além dos valores apontados acima, a análise encontrou a efetividade de 90,9% de proteção contra infecção grave em indivíduos com quatro doses da vacina sem quadro prévio de Covid, e de 93,9% e 92,9%, respectivamente, em quem se infectou anteriormente pela variante BA.1 e BA.2.
 

A conclusão da pesquisa, segundo os autores, é que tomar quatro doses da vacina, independentemente do histórico prévio de infecção pelo coronavírus, esteve associado a uma maior proteção contra o quadro grave causado pela BA.5.
 

Diversos estudos já apontaram que o reforço da vacina contra Covid oferece maior proteção para casos graves e hospitalizações causadas pelas novas variantes, inclusive em quem já teve a doença.
 

A pesquisa reforça, por assim dizer, que a chamada imunidade combinada, representada por uma imunidade adquirida por infecção mais a imunidade induzida por vacinação, pode ajudar no desenvolvimento de quadros leves e sintomas mais brandos mesmo após uma reinfecção.
 

Ainda, a proteção das vacinas contra efeitos mais agravados da doença ajuda na prevenção da chamada Covid longa, que pode surgir até um ano após a infecção, conforme apontam as pesquisas mais recentes.
 

A expectativa é que o conhecimento adquirido nos últimos três anos ajude a desenvolver vacinas cada vez mais adaptadas às variantes em circulação e que elas possam se somar à proteção de infecções.
 

Os especialistas ainda alertam para os riscos de não vacinados ou pessoas com esquema vacinal incompleto, além daqueles com maior risco de adoecimento, de pegar Covid e desenvolver um quadro grave.
 

Por isso, dizem, é fundamental que as pessoas atualizem seu esquema vacinal até a última dose de reforço oferecida: quarta dose para pessoas com mais de 40 anos, terceira para todas as pessoas acima de 12 anos e a quinta dose ou bivalente para os grupos prioritários e pessoas acima de 60 anos, além de imunossuprimidos e transplantados.
 

O estudo de efetividade foi conduzido por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Cheongju, na Coreia do Sul, e do Hospital Anam da Universidade da Coreia, em Seul.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/214752-reforco-contra-omicron-tem-protecao-acima-de-90-mesmo-em-quem-ja-teve-covid

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

Relatório dos EUA diz que Covid provavelmente surgiu de vazamento de laboratório chinês

Um novo relatório confidencial da inteligência do Departamento de Energia dos Estados Unidos concluiu que a pandemia de Covid-19 provavelmente surgiu de um vazamento de laboratório chinês, revelou o Wall Street Journal neste domingo (26).
 

O documento, entregue à Casa Branca e aos principais membros do Congresso, representa uma mudança de posicionamento do departamento, que antes estava indeciso sobre como o vírus surgiu, de acordo com o jornal. A pandemia começou na China no final de 2019 e contabiliza quase 7 milhões de mortes no mundo.
 

Embora classificado de "baixa confiança", segundo pessoas que leram o relatório confidencial, o conteúdo vai de encontro ao que já defendeu o FBI (Federal Bureau of Investigation) em um documento de 2021.
 

Naquele ano, a agência chegou à conclusão, com "confiança moderada, de que a pandemia surgiu a partir de um vazamento de laboratório chinês, e ainda mantém essa visão. O FDA emprega um quadro de microbiologistas, imunologistas e outros cientistas.
 

O Departamento de Energia possui considerável conhecimento científico e supervisiona uma rede de laboratórios nacionais dos EUA, alguns dos quais conduzem pesquisas biológicas avançadas.
 

Mas isso não significa que a questão esteja fechada. O novo relatório destaca há julgamentos díspares sobre a origem da pandemia dentro da própria comunidade de inteligência do governo americano.
 

Quatro agências, juntamente com um painel nacional de inteligência, julgam, com "baixa confiança", que o vírus provavelmente surgiu naturalmente e saltou de um animal para um humano. Outras duas agências estão indecisas.
 

Apesar das análises divergentes das agências, o relatório reafirmou que existe um consenso entre elas de que a Covid-19 não foi resultado de um programa chinês de armas biológicas.
 

Um alto funcionário da inteligência dos EUA disse ao WSJ que o novo relatório foi elaborado à luz de novas informações, estudo mais aprofundado da literatura acadêmica e consulta a especialistas fora do governo.
 

Autoridades dos EUA, no entanto, se recusaram a dar detalhes sobre as novas análises que levaram o Departamento de Energia a mudar de posição.
 

Questionado sobre a reportagem do WSJ, o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que o presidente democrata Joe Biden repetidamente tem instruído toda a comunidade de inteligência a discernir o máximo possível sobre as origens da pandemia.
 

"O presidente Biden solicitou especificamente que os laboratórios nacionais, que fazem parte do Departamento de Energia, fossem incluídos nesta avaliação porque ele deseja usar todas as ferramentas para poder descobrir o que aconteceu aqui", disse Sullivan durante uma aparição na CNN neste domingo.
 

Há uma "variedade de pontos de vista na comunidade de inteligência", acrescentou Sullivan. "Vários deles disseram que simplesmente não têm informações suficientes."
 

Um porta-voz do Departamento de Energia se recusou a discutir sobre o caso, mas escreveu em um comunicado que a agência "continua a apoiar o trabalho minucioso, cuidadoso e objetivo de nossos profissionais de inteligência na investigação das origens do Covid-19, conforme orientação do presidente". O FBI se recusou a comentar sobre o assunto.
 

A China, que impôs limites às investigações da OMS (Organização Mundial da Saúde), já havia contestado anteriormente que o vírus pudesse ter vazado de um de seus laboratórios, sugerindo que ele tenha surgido fora do território chinês.
 

O governo chinês não respondeu aos pedidos do WSJ para que comentasse se houve alguma mudança em suas opiniões sobre as origens da Covid-19.
 

No último dia 15, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, comprometeu-se a fazer "todo o possível" para ter uma "resposta" sobre a origem da Covid-19. "Há uma dimensão científica e moral neste problema, e temos que continuar pressionando até obter uma resposta."
 

A falta de uma fonte animal que pudesse confirmar a origem da transmissão do vírus e o fato de a província de Wuhan ser o centro da extensa pesquisa de coronavírus da China têm levado alguns cientistas e autoridades dos EUA a argumentar que um vazamento de laboratório é a melhor explicação para o início da pandemia até o momento, segundo o jornal.
 

Telegramas do Departamento de Estado dos EUA escritos em 2018 e documentos internos chineses mostram que havia preocupações persistentes sobre os procedimentos de biossegurança da China, que foram citados pelos proponentes da hipótese de vazamento de laboratório.
 

Wuhan abriga uma série de laboratórios, muitos dos quais foram construídos ou ampliados como resultado da experiência traumática da China com a epidemia inicial da síndrome respiratória aguda grave, ou Sars, iniciada em 2002. Eles incluem o campi do Instituto de Virologia de Wuhan, o Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças e o Instituto Wuhan de Produtos Biológicos, que produz vacinas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/212616-relatorio-dos-eua-diz-que-covid-provavelmente-surgiu-de-vazamento-de-laboratorio-chines

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Estudo indica que imunidade gerada pela infecção natural por Covid-19 permanece alta por 10 meses

Pessoas que tiveram Covid-19 uma vez têm 88% menos risco de hospitalização ou morte pela doença por pelo menos 10 meses em comparação com quem não teve a infecção. As informações são de um amplo estudo publicado no periódico científico The Lancet.


O estudo sugere que o nível e a duração da proteção contra reinfecção, doença sintomática e doença grave são pelo menos iguais aos fornecidos por duas doses das vacinas de RNA mensageiro, como os imunizantes da Pfizer e da Moderna, considerando a cepa original do coronavírus e as variantes Alfa, Delta e a subvariante BA.1 da Ômicron. O trabalho não incluiu dados sobre infecção pela subvariante XBB da Ômicron e suas sublinhagens.


Desde janeiro de 2021, vários estudos e revisões relataram a eficácia da infecção anterior por Covid-19 na redução do risco de reinfecção e como a imunidade diminui com o tempo. Mas ainda são poucas pesquisas que avaliam de forma abrangente quanto tempo dura a proteção após a infecção natural e quão durável será essa proteção contra diferentes variantes.


Os pesquisadores realizaram uma revisão e meta-análise de estudos anteriores que compararam a redução do risco de Covid-19 entre indivíduos não vacinados contra uma reinfecção pelo SARS-CoV-2 e indivíduos não vacinados sem infecção anterior até setembro de 2022. A pesquisa reuniu 65 estudos de 19 países e avaliou a eficácia da infecção prévia por desfecho – como infecção, doença sintomática e doença grave, variante envolvida e tempo desde a infecção. Os estudos que examinaram a imunidade natural em combinação com a vacinação, chamada de imunidade híbrida, foram excluídos das análises.

 

A análise dos dados de 21 estudos relatando o tempo desde a infecção de uma variante pré-Ômicron estimou que a proteção contra a reinfecção de uma variante pré-Ômicron foi de cerca de 85% em um mês – e caiu para cerca de 79% em 10 meses. A proteção de uma infecção de variante pré-Ômicron contra a reinfecção pela variante Ômicron BA.1 foi menor (74% em um mês) e diminuiu mais rapidamente para 36% em cerca de 10 meses.


No entanto, a análise de cinco estudos relatando doença grave (incluindo hospitalização e morte) apontou que a proteção permaneceu universalmente alta por 10 meses: 90% para a linhagem original do coronavírus, Alfa e Delta e 88% para a Ômicron BA.1. Seis estudos avaliando a proteção especificamente contra sublinhagens Ômicron (BA.2 e BA.4/BA.5) sugeriram proteção significativamente reduzida quando a infecção anterior era ocasionada por variante pré-Ômicron. Mas quando a infecção anterior foi Ômicron, a proteção foi mantida em um nível mais alto. 


Apesar dos avanços no conhecimento sobre a imunidade natural ao coronavírus, a coautora do estudo e pesquisadora do IHME Caroline Stein destaca a importância da vacinação contra a doença. “As vacinas continuam a ser importantes para todos, a fim de proteger as populações de alto risco, como aqueles com mais de 60 anos de idade e aqueles com comorbidades. Isso também inclui populações que não foram infectadas anteriormente e grupos não vacinados, bem como aqueles que foram infectados ou receberam sua última dose de vacina há mais de seis meses. Os tomadores de decisão devem levar em consideração a imunidade natural e o status de vacinação para obter uma imagem completa do perfil de imunidade de um indivíduo”, disse.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/30237-estudo-indica-que-imunidade-gerada-pela-infeccao-natural-por-covid-19-permanece-alta-por-10-meses

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

OMS diminui período de isolamento para pacientes com Covid

A OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgou nesta sexta (13) recomendações atualizadas para a Covid-19. Entre as indicações, o isolamento social daqueles com a doença foi o que teve maior alteração.
 

Importante meio para evitar o avanço do vírus, o isolamento social vem sendo uma medida preconizada desde o início da pandemia. A depender de sintomas e de testes, varia o período em que o paciente deve ficar sem contato com outras pessoas.
 

Antes das novas medidas, a OMS recomendava que, sem realizar novos testes após a confirmação da doença, uma pessoa com Covid-19 deveria ficar dez dias isolada a partir do início dos sintomas, com a adição de no mínimo outros três dias a partir da resolução de todos os sintomas. Agora, a organização não recomenda mais esses três dias adicionais.
 

Além disso, o órgão antes recomendava dez dias de isolamento para aqueles com testes com resultado positivo, mas sem nenhum sintoma da infecção. Com as novas alterações, o número foi reduzido para cinco dias.
 

As alterações foram baseadas em evidências.
 

No primeiro caso, a organização observou que pessoas liberadas no décimo dia a partir dos sintomas já contam com um risco de infectar outras pessoas três vezes menor do que aquelas com o fim do isolamento a partir do quinto dia.
 

Na segunda alteração, os especialistas observaram que o risco de alguém assintomático transmitir o vírus é menor comparado a quem tem sintomas.
 

No Brasil, as indicações têm algumas peculiaridades. Em janeiro de 2022, o Ministério da Saúde modificou o esquema de isolamento: desde então, para casos leves e moderados, a pessoa pode voltar à vida cotidiana a partir do sétimo dia sem apresentar febre ou sintomas respiratórios nas últimas 24 horas.
 

Se fizer um teste no quinto dia a partir dos sintomas e o resultado for negativo, além de não sentir mais sintomas nas últimas 24 horas, o paciente também já pode sair do isolamento. Se os sintomas persistirem, é necessário completar dez dias desde o início deles.
 

Máscaras e remédios As máscaras também fizeram parte da atualização nas recomendações da OMS. A organização continua indicando que ela seja utilizada por pessoas expostas recentemente à Covid-19, com suspeita da doença, e por indivíduos com maior risco ou em situações de aglomeração ou em ambientes fechados, sem muita ventilação.
 

A diferença é que, no novo guia, a OMS se baseia no cenário global da Covid-19 para determinar as indicações do uso de máscaras. Anteriormente, as recomendações partiam da situação epidemiológica local da doença, mas agora elas independem dessa questão "dada a atual disseminação da Covid-19 globalmente".
 

Por último, a OMS alargou sua recomendação para o Paxlovid, antiviral fabricado pela Pfizer. A organização explicou que mulheres grávidas e lactantes com Covid leve ou moderada devem consultar seus médicos para uma possível indicação do remédio, considerando os benefícios que o antiviral pode proporcionar sem causar sérios efeitos colaterais.
 

No Brasil, o Paxlovid já está disponível na rede pública e privada. Em setembro de 2022, chegou o primeiro lote com 50 mil unidades do medicamento para ser utilizado na saúde pública. A Pfizer afirma que, até o final de janeiro, outra leva com a mesma quantidade deve chegar ao país.
 

Já nas farmácias, o remédio teve autorização para ser comercializado em novembro de 2022. Ele já está disponível em grandes redes, custando quase R$ 5.000 por cada caixa com 30 comprimidos.
 

Embora pesquisas concluíram pela eficácia do remédio, uma recente observou que, talvez, o antiviral tenha um efeito reduzido nas infecções causadas pela ômicron e suas subvariantes -são elas as responsáveis pela maior parte dos casos atuais de Covid-19.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/205140-oms-diminui-periodo-de-isolamento-para-pacientes-com-covid

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Na contração da pandemia, Luís Eduardo e Barreiras sobem de casa entre 10 maiores PIBs baianos

Os municípios de Luís Eduardo Magalhães [LEM] e Barreiras, na Bacia do Rio Grande, avançaram uma casa entre os dez mais ricos da Bahia. O dado vem da atualização do Produto Interno Bruto (PIB) municipal da Bahia, divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

LEM, que estava na sétima posição no PIB anterior [2019], foi para a sexta posição. Atualmente o município que fica na divisa com Tocantins produziu entre bens e serviços cerca de R$ 7 bilhões, em 2020, o que equivale a 2,30% da produção estadual. Já a vizinha Barreiras gerou no mesmo período R$ 6,1 bilhões, 2,01% do total produzido no estado. As duas cidades seguem tendo o agronegócio como vetor principal.

 

Luís Eduardo Magalhães sobretudo com a produção de grãos, e Barreiras com a atividade comercial e de transportes de carga. As outras posições entre os dez municípios com maior PIB não se alteraram em relação ao ranking anterior. A ordem ficou assim: Salvador, Camaçari, Feira de Santana, São Francisco do Conde, Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, Lauro de Freitas, Barreiras, Simões Filho e Candeias.  

 

Conforme a SEI, Salvador - que ficou em segundo lugar no Nordeste pela segunda vez consecutiva - é responsável por 19,30% do Produto Interno baiano. A capital, que tem no setor de serviços a principal força, gerou R$ 58,9 bilhões ante R$ 63,9 bilhões no período anterior. O gráfico abaixo mostra a relação das cidades. Depois de Salvador, Camaçari, com 8,42% da economia baiana, segue em 2°. O município tem com base a indústria de transformação, em especial nos segmentos químico e petroquímico.

 

Em terceiro, Feira de Santana representa 4,96% do PIB baiano, com força nas atividades de comércio e indústria de transformação. Em quarto, São Francisco do Conde produz 3,91% da economia baiana, com a Refinaria Landulpho Alves puxando o faturamento. Em quinto Vitória da Conquista, com 2,34%, tem destaque nas atividades de educação, saúde e, sobretudo, comércio.

Clique acima para ampliar a imagem / Foto: Montagem / Igor Barreto / Bahia Notícias

 

Em sétimo, Lauro de Freitas, com 2,11%, tem vigor em serviços; em nono Simões Filho, com 1,62%, fatura principalmente com o Centro Industrial de Aratu (CIA), e em décimo, Candeias, apresentou 1,61% de participação na economia baiana, com destaque na indústria de transformação.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/32295-na-contracao-da-pandemia-luis-eduardo-e-barreiras-sobem-de-casa-entre-10-maiores-pibs-baianos