sábado, 10 de abril de 2021

Diferença entre nascimentos e mortes cai 61% e atinge o menor patamar da história da BA

A alta no número de mortes na Bahia durante a pandemia do novo coronavírus provocou um fenômeno inesperado no estado: a aproximação recorde entre os números de nascimentos e óbitos, que atingiu o menor patamar da série histórica do Registro Civil, iniciada em 2003.

 

Com 15.571 nascimentos e 9.493 óbitos, a diferença entre ambos ficou em apenas 6.078 atos, o que equivale a 64%, e uma redução histórica de 61% desde o início da pandemia em março de 2020.

 

A diferença entre os dois atos já vinha caindo ao longo do tempo, mas acelerou vertiginosamente com a pandemia causada pelo novo coronavírus. Em 2003, no início da série histórica, a diferença era de mais de 250%, baixando para 160% na década de 2010 e abrindo 2020 com diferença na casa dos 130%. Com o início da pandemia, baixou para 125% em março, caiu para 82% em julho, 64% em dezembro e agora se mantém, também, na marca de 64%.

 

“Sendo um serviço essencial, não paramos nenhum momento durante esse período, o que nos fez viver a realidade desses números diariamente em nossos cartórios. É inevitável não falar o quão forte a pandemia impactou na vida das famílias baianas, que passaram a temer aumentar a família”, disse Daniel de Oliveira Sampaio, o presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais na Bahia (Arpen/BA).

 

Nacionalmente, o mesmo efeito: aproximação recorde entre os números de nascimentos e óbitos, que atingiu o menor patamar da série histórica do Registro Civil, iniciada em 2003. Com 227.877 nascimentos e 179.938 óbitos, a diferença entre ambos ficou em apenas 47.939 atos, o que equivale a 27%, e uma redução histórica de 72% desde o início da pandemia, em março de 2020.

 

Os dados constam do Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Arpen, cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/258086-diferenca-entre-nascimentos-e-mortes-cai-61-e-atinge-o-menor-patamar-da-historia-da-ba.html 

Pandemia fez número de exames para detectar câncer de pele cair 63% na Bahia


 A decisão da Justiça que concedeu, na última quinta-feira (1º), liminar para permitir o funcionamento dos consultórios de dermatologia em Salvador abriu um debate. A Prefeitura de Salvador, por meio do decreto n 33.688, havia proibido o funcionamento desses locais, alegando que a medida auxiliaria no combate à pandemia do novo coronavírus. 

 

No parecer, contudo, a juíza Marielza Maués Pinheiro Lima, responsável pelo caso, julgou que a gestão municipal desconsiderou o caráter de essencialidade da dermatologia, distinguindo-a de outras especialidades, cujos funcionamentos não sofreram restrições. 

 

“Não se pode privar a população do acesso a serviço que tem por escopo concretizar seu direito à saúde, já que doenças, a exemplo do câncer de pele, são descobertas através das consultas médicas dermatológicas eletivas, que são realizadas diariamente”, escreveu Marielza. A ação para derrubar o decreto foi protocolada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia - seção Bahia (SBD-Bahia). 

 

Na opinião do tesoureiro da atual gestão da SBD nacional, Eduardo Barcaui, existem casos que precisam de atendimento presencial. “Não tem uma regra bem definida sobre quando é ou não necessário o paciente fazer a visita médica. Do ponto de vista oncológico, tem tumores que não dão margem para espera. Principalmente o melanoma. Eu diria que lesões pigmentadas que vêm apresentando crescimento, ou lesões não pigmentadas que apresentam sangramento, seriam um sinal para procurar. As visitas de cunho oncológico, de maneira geral, não devem ser adiadas”, afirma. 

 

Os números de 2020 mostram queda brusca nos exames para diagnóstico de câncer de pele durante a pandemia. São feitos dois tipos de checagem: a punção de tumor superficial da pele e a biópsia de pele de partes moles. No total, foram 109.525 exames realizados no ano passado, contra 210.032 em 2019. Ou seja, aproximadamente 47,8% a menos. 

 

O levantamento aglutina dados entre janeiro e setembro de cada ano, pois há uma certa demora para que os números de todos os estados sejam protocolados na plataforma do Sistema Único de Saúde (SUS). De qualquer forma, contando apenas esses meses, 2020 foi o ano que teve a menor quantidade de exames desde 2011, quando a SBD iniciou a série histórica. 

 

Na Bahia, a média da redução de exames entre 2019 e 2020 foi ainda maior. Foram 9.677 em um ano, e 3.542 no outro - queda de 63,49%. O estado que mais realizou biópsias e punções foi São Paulo, com 34.319. O que menos realizou foi o Amapá, com apenas três. Roraima aparece na sequência, com sete. A região com mais checagens foi a Sudeste, com 44.710. O Norte foi onde houve menos (2.494).

 

OUTROS DADOS

A pesquisa divulgada pela SBD também analisa os números relacionados a faixa etária e gênero. Pessoas entre 60 e 64 anos foram as que mais realizaram exames preventivos do câncer de pele. Foram 9.798, no total. 

 

Enquanto isso, as mulheres superam os homens em 29%. Foram 49.356 exames contra 35.078. A média geral, desde 2011, pende para o lado delas. São cerca de 42.856 homens a cada ano investigando um possível câncer de pele, ante 69.977 mulheres. Em 2020, 25.091 pessoas não informaram o gênero.  

 

A falsa impressão de que o câncer de pele é o menos letal também deve ser combatida, pontua Barcaui. “Existem vários tipos de câncer de pele. Colocando de maneira de básica, o carcinoma basocelular, ou espinocelular e o melanoma. O primeiro não dá metástase e não mata. Felizmente é o mais comum. O espino é o segundo mais comum e já pode dar metástase e levar à morte. E o melanoma, que felizmente é o menos frequente, responsável por aproximadamente 4% dos tipos de câncer de pele, é um tumor altamente letal. Ele tem capacidade de dar metástase e matar o paciente. Não há o que se questionar em relação à possível gravidade. Naturalmente, tudo depende do estágio em que você dá o diagnóstico. Se for precoce, as chances de sobrevida são muito boas, se for tardio, o prognóstico piora muito. Com isso, a visita ao médico, o reconhecimento do problema o quanto antes, melhor”, conclui.



Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/26337-pandemia-fez-numero-de-exames-para-detectar-cancer-de-pele-cair-63-na-bahia.html