Fase final de debates entre diplomatas segue até a sexta-feira.
Presidente Dilma inaugura espaço do governo no Parque dos Atletas.
A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, começa oficialmente nesta quarta-feira (13), no Riocentro, no
Rio de Janeiro. O encontro, que ocorre 20 anos depois da
Rio 92,
deve reunir mais de 130 chefes de Estado em sua fase final, para
debater propostas sobre como aliar o desenvolvimento econômico à
proteção ao meio ambiente e à inclusão social.
Desta quarta (13) até a sexta (15) ocorrem as últimas negociações sobre
o documento que será levado aos chefes de governo -- é a “Reunião do
Comitê Preparatório da Rio+20”.
Entre os dias 16 e 19, o governo brasileiro organiza mesas de debate
sobre temas ligados à sustentabilidade com especialistas na área, nos “
Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”. A fase final, chamada de “Segmento de Alto Nível”, com presidentes e líderes de governos, vai de 20 a 22 de junho.
Soldados cuidam da segurança no Riocentro, sede da Rio+20, na terça (12). (Foto: Reuters)
Nesta quarta, as negociações começam às 10h e devem continuar até o
início da noite. Na sessão de abertura, os “co-chairs” (pessoas que
ajudam o secretário-geral da Rio+20, Sha Zukang, a comandar o encontro)
vão divulgar a agenda das negociações e eleger aqueles que vão coordenar
a redação dos capítulos do documento final.
Às 11h, a presidente Dilma Rousseff inaugura o “Pavilhão Brasil” no
Parque dos Atletas, em frente ao Riocentro. No local, o governo
brasileiro vai apresentar iniciativas e projetos ligados à temática
ambiental.
Segundo o Comitê Nacional de Organização da Rio+20, ainda na quarta, às
18h30, haverá uma cerimônia oficial que deve contar com a presença dos
ministros Antônio Patriota, das Relações Exteriores, e Izabella
Teixeira, do Meio Ambiente.
Documento final
O texto final deve apresentar
propostas para que os países sejam capazes de desenvolver sua economia
sem impactar o meio ambiente e erradicando a pobreza extrema – os
pilares da chamada “economia verde”.
Em
entrevista concedida ao Jornal Nacional
na última segunda-feira (11), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
disse que apenas um quinto do documento teve consenso de todos os
países. O restante terá que ser debatido agora no Rio de Janeiro.
Organizações não-governamentais e demais representantes da sociedade
civil criticam a falta de acordo entre as nações e o próprio documento,
designando-o como “fraco” e “sem metas obrigatórias”.
A falta de obrigações do documento para os países foi criticada por
especialistas ouvidos pelo G1,
já que a ausência de metas pode ter afastado importantes líderes como
David Cameron, do Reino Unido; Angela Merkel, da Alemanha; e o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Para o secretário da Rio+20, tais ausências não enfraquecerão o encontro.
Humanidade 2012 tem instalações, seminários e oficinas (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado/ AE)
Eventos paralelos
Fora do Riocentro, outros eventos e mesas de debates acontecem em diversos locais do
Rio de Janeiro. O maior deles é a Cúpula dos Povos, organizada por entidades da sociedade civil críticas à agenda oficial da Rio+20.
No Forte de Copacabana, a Exposição Humanidade 2012 traz uma mostra
gratuita e aberta ao público da diretora e cenógrafa Bia Lessa sobre os
temas da Rio+20. O mesmo local recebe mesas de debate e, nos próximos
dias, encontros de prefeitos e de empresários.
No hotel Windsor Barra, entre os dias 15 e 19, homens de negócios de
todo o mundo se reúnem no "Forum sobre Sustentabilidade Global" para
debater maneiras de impulsionar empresas levando em conta os quesitos de
proteção ambiental.
Organizações não-governamentais e demais representantes da sociedade
civil criticam a falta de acordo entre as nações e o próprio documento,
designando-o como “fraco” e “sem metas obrigatórias”.