O número de pessoas mortas de forma violenta e intencional chegou a
58.559 no Brasil em 2014, de acordo com dados do 9º Anuário Brasileiro
de Segurança Pública. É a marca mais alta em sete anos e representa 160
assassinatos por dia, quase sete por hora. Houve um aumento de 4,8% em
relação ao recorde anterior, registrado em 2013, quando 55.878 pessoas
foram assassinadas no país.
A taxa nacional de mortos por cem
mil habitantes ficou em 28,9 em 2014, também a marca mais alta em sete
anos. O crescimento em relação ao índice de 27,8 verificado em 2013 foi
de 3,9%.
"O Brasil ostenta taxas tão altas há tantos anos que se
pode falar em uma violência endêmica, e não epidêmica. É um problema
grave e crônico. Nós concentramos 2,8% da população do mundo e 11% dos
homicídios. Somos um país extremamente violento", afirma a socióloga
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, organização responsável pela elaboração do anuário.
O
primeiro anuário compilou dados de 2005, mas, por questões
metodológicas, o Fórum informa os dados mais antigos comparáveis aos
mais recentes são os de 2008.
O estudo de 2015, que traz os
recordes da série, leva em consideração os homicídios dolosos (quando há
intenção de matar), os latrocínios, as lesões corporais seguidas de
morte, os policiais mortos e as vítimas de violência policial de 2014.
O Fórum requisitou os dados aos governos estaduais e do Distrito
Federal com base na Lei de Acesso à Informação e cruzou as estatísticas
com dados disponibilizados pelos governos em suas páginas na internet.
Os homicídios dolosos representam 89% das mortes violentas intencionais
do ano passado. As mortes decorrentes de intervenção policial equivalem
a 5% do total e superam os latrocínios (4%), as lesões corporais
seguidas de morte (1%) e a quantidade de policiais mortos (1%).
As capitais permanecem com uma grande proporção nos índices de
violência, mas o peso delas em relação ao total de crimes letais
intencionais cometidos no país caiu de 29,2% em 2013 para 28,4% em
2014.
Estados nordestinos são os mais violentos
A violência cresceu na maioria das unidades federativas. Alagoas
permanece como o Estado mais violento mesmo apresentando uma redução de
3,5% em relação a 2013. A taxa alagoana ficou em 66,5 mortes violentas
intencionais por cem mil habitantes.
Como no ano retrasado, quatro dos cinco Estados mais violentos são do Nordeste. O Ceará, cuja capital, Fortaleza, é a mais violenta do país, se mantém na segunda posição, com um índice de 50,8, um aumento de 0,6% na comparação com 2013.
No Rio Grande do Norte, que permanece como o terceiro mais violento, a taxa subiu 3,9% e saltou para 50 mortes por cem mil. O Sergipe passou de quinto para quarto por causa da alta de 12,8% que elevou o índice para 48,9.
Também são nordestinos os Estados que apresentaram as maiores altas de violência em 2014. No Piauí, o crescimento foi de 32,4%. No Maranhão, a taxa subiu 20,6%.
Segundo Samira Bueno, o aumento nas taxas em Estados como Maranhão e
Piauí se deve à melhora dos registros criminais por parte dos governos.
Antes, diz ela, a subnotificação dos casos era maior. "Os dados hoje
correspondem mais à realidade do que há alguns anos".
A diretora
do Fórum afirma que a expansão econômica do Nordeste não foi capaz de
diminuir a violência. "Num país desigual como o Brasil, o crescimento
econômico não resolve a forma como a população administra conflitos".
Além disso, governos nordestinos, acrescenta a socióloga, contam com uma
estrutura mais frágil do que os do Sudeste na área da segurança
pública.
Norte e Centro-Oeste
O Pará
é o primeiro Estado de fora do Nordeste na classificação nacional:
aparece em quinto lugar. A taxa paraense subiu 1% e chegou a 44,8 mortes
por cem mil habitantes. No Norte, o índice de Roraima
é o mais baixo (14,7), mas o Fórum atribui a redução de 33% do índice
ao fato de o governo roraimense não ter divulgado parte dos dados.
O Goiás permanece como o Estado mais violento do Centro-Oeste, com um índice de 42,9, o sexto maior do país. A alta de 20,1% fez o Mato Grosso pular de décimo para sétimo mais violento do país, com taxa de 42,6.
O número de pessoas mortas de forma violenta e intencional chegou a
58.559 no Brasil em 2014, de acordo com dados do 9º Anuário Brasileiro
de Segurança Pública. É a marca mais alta em sete anos e representa 160
assassinatos por dia, quase sete por hora. Houve um aumento de 4,8% em
relação ao recorde anterior, registrado em 2013, quando 55.878 pessoas
foram assassinadas no país.
A taxa nacional de mortos por cem
mil habitantes ficou em 28,9 em 2014, também a marca mais alta em sete
anos. O crescimento em relação ao índice de 27,8 verificado em 2013 foi
de 3,9%.
"O Brasil ostenta taxas tão altas há tantos anos que se
pode falar em uma violência endêmica, e não epidêmica. É um problema
grave e crônico. Nós concentramos 2,8% da população do mundo e 11% dos
homicídios. Somos um país extremamente violento", afirma a socióloga
Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, organização responsável pela elaboração do anuário.
O
primeiro anuário compilou dados de 2005, mas, por questões
metodológicas, o Fórum informa os dados mais antigos comparáveis aos
mais recentes são os de 2008.
O estudo de 2015, que traz os
recordes da série, leva em consideração os homicídios dolosos (quando há
intenção de matar), os latrocínios, as lesões corporais seguidas de
morte, os policiais mortos e as vítimas de violência policial de 2014.
O Fórum requisitou os dados aos governos estaduais e do Distrito
Federal com base na Lei de Acesso à Informação e cruzou as estatísticas
com dados disponibilizados pelos governos em suas páginas na internet.
Os homicídios dolosos representam 89% das mortes violentas intencionais
do ano passado. As mortes decorrentes de intervenção policial equivalem
a 5% do total e superam os latrocínios (4%), as lesões corporais
seguidas de morte (1%) e a quantidade de policiais mortos (1%).
As capitais permanecem com uma grande proporção nos índices de
violência, mas o peso delas em relação ao total de crimes letais
intencionais cometidos no país caiu de 29,2% em 2013 para 28,4% em
2014.
Estados nordestinos são os mais violentos
A violência cresceu na maioria das unidades federativas. Alagoas
permanece como o Estado mais violento mesmo apresentando uma redução de
3,5% em relação a 2013. A taxa alagoana ficou em 66,5 mortes violentas
intencionais por cem mil habitantes.
Como no ano retrasado, quatro dos cinco Estados mais violentos são do Nordeste. O Ceará, cuja capital, Fortaleza, é a mais violenta do país, se mantém na segunda posição, com um índice de 50,8, um aumento de 0,6% na comparação com 2013.
No Rio Grande do Norte, que permanece como o terceiro mais violento, a taxa subiu 3,9% e saltou para 50 mortes por cem mil. O Sergipe passou de quinto para quarto por causa da alta de 12,8% que elevou o índice para 48,9.
Também são nordestinos os Estados que apresentaram as maiores altas de violência em 2014. No Piauí, o crescimento foi de 32,4%. No Maranhão, a taxa subiu 20,6%.
Segundo Samira Bueno, o aumento nas taxas em Estados como Maranhão e
Piauí se deve à melhora dos registros criminais por parte dos governos.
Antes, diz ela, a subnotificação dos casos era maior. "Os dados hoje
correspondem mais à realidade do que há alguns anos".
A diretora
do Fórum afirma que a expansão econômica do Nordeste não foi capaz de
diminuir a violência. "Num país desigual como o Brasil, o crescimento
econômico não resolve a forma como a população administra conflitos".
Além disso, governos nordestinos, acrescenta a socióloga, contam com uma
estrutura mais frágil do que os do Sudeste na área da segurança
pública.
Norte e Centro-Oeste
O Pará
é o primeiro Estado de fora do Nordeste na classificação nacional:
aparece em quinto lugar. A taxa paraense subiu 1% e chegou a 44,8 mortes
por cem mil habitantes. No Norte, o índice de Roraima
é o mais baixo (14,7), mas o Fórum atribui a redução de 33% do índice
ao fato de o governo roraimense não ter divulgado parte dos dados.
O Goiás permanece como o Estado mais violento do Centro-Oeste, com um índice de 42,9, o sexto maior do país. A alta de 20,1% fez o Mato Grosso pular de décimo para sétimo mais violento do país, com taxa de 42,6.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/10/08/brasil-registra-585-mil-assassinatos-em-2014-maior-numero-em-7-anos.htm