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Rio e Recife (AE) - Mesmo com o
emprego no País mostrando força, ainda há desigualdades regionais e de
gênero marcantes no mercado de trabalho brasileiro, segundo os dados da
Pnad Contínua. A taxa de desocupação das mulheres alcançou 8,7% no
primeiro trimestre de 2014, resultado significativamente maior do que o
dos homens, de 5,9%. Elas são maioria na força de trabalho, mas também
na fila do desemprego.
“Embora as mulheres sejam maioria na
população (52,4% da população em idade de trabalhar), no mercado de
trabalho, elas são minoria na ocupação (42,7%). E na fila da
desocupação, elas são mais da metade (53,2%)”, observou Cimar Azeredo,
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Desempregada há um
ano e meio, Maria Angélica Galeão Barbosa, 42 anos, já bateu na porta de
todos os hotéis de quatro e cinco estrelas do Recife e região
metropolitana, entregando currículo e tentando uma vaga no setor de
reserva ou recepção. Só tem levado “não”. Com graduação em Psicologia,
ela se identifica com a área de hotéis e turismo. Fala inglês, espanhol e
italiano.
Angélica morou sete anos na Flórida, nos Estados
Unidos, onde trabalhou como gerente de academia de ginástica. Tem se
colocado à disposição do mercado hoteleiro também via internet. Mesmo em
época de Copa do Mundo, nenhuma vaga surgiu. “Vou esperar mais um
pouco, se tudo continuar fechado para mim, vou embora”, diz ela.
Regionais
A
taxa de desemprego no Nordeste ficou em 9,3% no primeiro trimestre
deste ano, mais que o dobro do resultado verificado no Sul, onde foi de
apenas 4,3%. “O desemprego é muito diferente entre as regiões, mas isso
de alguma forma já era mostrado pela Pesquisa Mensal de Emprego. As
regiões metropolitanas do Nordeste tinham taxas de desocupação maiores
do que as do Sul e Sudeste”, lembrou José Márcio Camargo,
economista-chefe da Opus Investimentos.
Apesar das diferenças, a
pesquisa mostra que é justamente na região Nordeste onde a geração de
vagas está mais aquecida. O nível de ocupação, que retrata a proporção
de ocupados em relação à população em idade de trabalhar, aumentou de
49,9% no primeiro trimestre de 2013 para 51,6% no primeiro trimestre de
2014. No Centro-Oeste também houve evolução, o nível de ocupação
aumentou de 60,7% para 61,1% no período.
“Quem está contratando é
o Nordeste e Centro-Oeste. O mercado de trabalho lá ainda não chegou ao
pleno emprego, é possível que por isso tenha mão de obra disponível”,
explicou o economista Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/mulheres-sao-maioria-no-desemprego/283713