Chegada do instituto alemão Gfk ao Brasil, que foi contratado para aferir a audiência da televisão brasileira e está sendo bancado por Record, Band, SBT e RedeTV, não deve trazer grandes diferenças em relação à medição do Ibope; em reunião com 15 agências de publicidade, Ricardo Monteiro, diretor do Gfk, abriu os resultados preliminares e admitiu que são muito semelhantes aos do Ibope, com pequenas diferenças para cima para Record e Band, e sem ganhos no caso de SBT e RedeTV; Globo será a última a saber dos números
A chegada do instituto alemão Gfk ao Brasil, contratado por US$ 130 milhões por Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV, para fazer frente ao Ibope e medir a audiência da televisão brasileira, pode frustrar seus contratantes.
Num encontro com 15 agências de publicidade realizado na última quinta-feira 9, no Grupo de Mídia, em São Paulo, o executivo Ricardo Monteiro, diretor-geral de medição de audiência da Gfk abriu dados prévios que já estão nas mãos de seus quatro clientes – Record, Band, SBT e RedeTV.
Mesmo sem ter nem metade da amostra de medidores instalada, Monteiro contou que os dados estão bem parecidos com os do Ibope, com diferenças para cima, para Record e Bandeirantes – e sem ganhos para o SBT e RedeTV.
A revelação antecipada dos dados pode criar uma saia justa na relação da Gfk com os clientes e com as agências de publicidade. Monteiro já havia declarado publicamente, em fevereiro, que apenas os seus clientes (as quatro emissoras, exceto a Globo) receberiam os resultados – e a partir daí, o instituto faria análises e correções. Nos bastidores do mercado, corre a informação de que a Globo será a última a saber das informações de audiência da Gfk.
Neste domingo, na Folha de S. Paulo, o jornalista Mauricio Stycer, publicou o artigo A dança dos números, que trata da chegada do instituto alemão ao Brasil.
"A GfK vai medir as mesmas 15 grandes cidades pesquisadas pelo Ibope, mas anuncia uma cobertura maior, abrangendo as áreas metropolitanas das capitais e favelas", diz ele. Stycer afirma, ainda, que "os primeiros relatórios de audiência do novo serviço estão sendo aguardados com enorme ansiedade".
Stycer diz, em seu texto, que "a medição de audiência de televisão nos principais países é feita normalmente por uma única empresa". Segundo ele, "a maioria dos especialistas concorda que não há espaço para duas concorrentes nesse mercado".
Os dados antecipados por Ricardo Monteiro ao Grupo de Mídia sinalizam que o impacto será menor do que se imagina. O que pode comprometer a continuidade do investimento de US$ 130 milhões das emissoras, em tempos de dólar nas alturas, uma vez que o gasto está condicionado à expectativa de que a medição mude o jogo da publicidade no Brasil, beneficiando as quatro contratantes do Gfk.
Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/176899/Anti-Ibope-ir%C3%A1-frustrar-rivais-da-Globo.htm