Brasília - O presidente egípcio, Mouhamed Mursi, virá a Brasília e
São Paulo, nos dias 7, 8 e 9 de maio. As reuniões com a presidenta Dilma
Rousseff e os ministros das áreas econômica e social estão confirmadas.
Mursi quer que o Egito tenha condições de integrar o grupo dos países
emergentes. O governo egípcio se interessa em incrementar o comércio e
adotar propostas referentes aos programas de transferência de renda.
O emissário do Brasil para o Oriente Médio mais a Turquia e o Irã, embaixador Cesário Melantonio Neto, destacou à Agência Brasil
que a visita de Mursi é o reconhecimento pelo papel do país no cenário
internacional. “O presidente só virá ao Brasil nesta viagem. Os egípcios
veem o Brasil como um parceiro importante e isso é bastante relevante”,
disse.
A visita de Mursi ao Brasil é a última etapa das viagens do
presidente egípcio aos integrantes do Brics - Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul. Na semana passada, o porta-voz da Presidência do
Egito, Ihab Fahmy, disse que Mursi quer ampliar a cooperação comercial,
econômica e industrial, além de atrair mais investimentos brasileiros
para o Egito.
Em Brasília, Mursi tem encontro com Dilma e os ministros das áreas
econômica e social. Os programas de transferência de renda atraem a
atenção dos egípcios que se interessam, principalmente, pelas ações de
combate à fome e à pobreza, além da distribuição da merenda escolar. Em
São Paulo, Mursi e sua comitiva se reúnem com empresários de vários
setores, além de conversas com a comunidade de língua árabe.
Desde o fim do governo de Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011,
o Egito enfrenta momentos de instabilidade política, econômica e
social. O governo tenta administrar a queda nas receitas provocada, entre
outras razões, pela redução no turismo e dos investimentos
estrangeiros. Ao mesmo tempo, o atual governo passou por uma série de
manifestações violentas.
Com quase 90 milhões de habitantes, o Egito é o país mais populoso
do mundo árabe. Cerca de 60% da população é formada por jovens, que
sofrem com o desemprego
e a falta de perspectivas positivas para o futuro. Mursi se elegeu, em
2012, prometendo melhorar a situação econômica e social do país.
Na visita ao Brasil, Mursi deve defender o interesse de o Egito
fazer parte do grupo de países emergentes. A próxima Cúpula do Brics
será no Brasil, em 2014. Na semana passada, o egípcio foi à Rússia e
aproveitou para reforçar acordos nas áreas energética, do petróleo, do
gás e da indústria nuclear.
Melantonio Neto ressaltou que – mesmo com as dificuldades causadas
pelos impactos da Primavera Árabe, em 2011, no Egito – o país não
reduziu o volume de comércio com o Brasil. Ao lado da Arábia Saudita, a
Turquia e o Irã, o Egito está entre os principais parceiros do Brasil
envolvendo os países muçulmanos. Em 2012, o volume do comércio bilateral
atingiu US$ 2,7 bilhões.
Edição: Talita Cavalcante
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-04-28/pela-primeira-vez-um-presidente-do-egito-visita-brasil