A pressa em dar a "pior" melhor notícia, cria um alvoroço danado nas redações.
A Noruega ainda chora os seus mortos, um trágico momento para um país que pouco frequenta o noticiário internacional e Amy Winehouse parte desse mundo de uma forma triste e melancólica, consumida pelo álcool e pelas drogas.
Transformar isso em "mundo cão" é a repetição das nossas reações sempre que um fato nos moldes desses dois acontecem.
Mas tem a Somália, onde a fome e o extremismo formam a receita mais do que trágica do ponto em que o ser humano, muitos deles, ainda funcionam.
Amy Winehouse será autopsiada provavelmente neste domingo e a causa de sua morte começará a ser revelada; o governo norueguês em movimento frenético vai explicar se um único homem e compatriota, promoveu uma matança grosseira e cruel, para usar poucos adjetivos, para talvez se posicionar politicamente, ou se há uma ligação com grupos extremistas. Fontes noticiosas indicam que Anders Behring Breivik assumiu sozinho a autoria do massacre e a explosão de um carro bomba no centro de Oslo, a capital do país.
E na Somália os militantes do Al Shabaab, grupo ligado à Al Qaeda ainda proíbem a ação de entidades humanitárias no país que enfrenta além da fome, a seca. O resultado alegado pela ONU e negado pelos rebeldes é que 10 milhões de pessoas vivem em estado de fome, declarado pela entidade nesta semana.
Aqui no Brasil não é diferente com relação ao assunto drogas e violência; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, enfrentam enormes problemas relativos a isso; Uberlândia a exemplo de outras tantas cidades do país tem relatos diários de crimes e mortes pelo mesmo motivo.
Mas não podemos ficar contando os mortos todos os dias, está faltando atitude e colaboração entre todos os entes da República e nós sociedade porque me parece irreal, não conseguirmos administrar pacificamente as nossa cidades.
Onde queremos chegar?
Amy Winehouse era uma apologia ambulante ao consumo de álcool e drogas, seu patrimônio alcança os 20 milhões de dólares e sua legião de fãs é imensa. Sua musicalidade era realmente bastante bonita, mas pessoalmete ela era uma elegia ao consumo exageradíssimo de entorpecentes.
Quantos talentos estamos perdendo para as drogas, aqui mesmo no quarteirão de casa? Alguma coisa está faltando nessa equação. Com que interesses estamos lidando ao ver os noticiários lotados do assunto violência e drogas enquanto que isso é uma parcela e pequena do tecido social?
A quantidade de textos produzidos nas últimas horas sobre a morte de Amy Winehouse somente aqui no Brasil supera os 400 e não há muita diferença no conteúdo deles porque o estilo de vida de Amy só podia terminar onde terminou e as reações dos fãs, não difere em nada com a da morte de Michael Jackson e o andamento das investigações da mesma forma.
Sem a mesma pompa, centenas de brasileiros morrem todos os dias por motivos parecidos e sem o destaque da mídia. Muitos Somalis estão morrendo também, mas só os números aparecem.
Talvez seja o caso de repensarmos nossas atitudes com relação a tudo isso, antes que aconteça conosco, ou tão perto que nos abale profundamente.
E pegando carona na conversa quero dizer que movimentos de cunho separatista, são a semente de desagregação social, campo fértil para a ação de extremistas e justificativa para ações restritivas da liberdade dos cidadãos. Não se pode analisar os "terríveis" fatos presentes de forma isolada. Do jeito que a violência está sendo colocada, sob potentes holofotes, vai acabar servindo para a tomada de "medidas drásticas" para preservar os "cidadãos de bem".
Do jeito que a imprensa vai martelar o assunto da morte da Amy nos próximos dias, vai amortecer a nossa preocupação com os problemas reais e próximos que temos que resolver, apesar das Olimpíadas e da Copa. E é desse tipo de informação entorpecente que temos que nos livrar sem apelar para qualquer tipo de extremo.
O Caminho do Meio ainda e sempre será o melhor de todos para que vivamos a vida de paz que em suma todos queremos.
Fonte: http://www.farolcomunitario.com.br/