domingo, 10 de fevereiro de 2013

História do Trio Elétrico


Existia em Salvador um conjunto musical, criado por Dorival Caymmi, que animava algumas festas e reuniões de fim de semana, e que se apresentava nas estações de rádio. Começava, então, a fazer sucesso na Bahia o grupo Três e Meio, cujos integrantes eram o próprio Caymmi, Alberto Costa, Zezinho Rodrigues e Adolfo Nascimento, o Dodô. Em 1938, com a saída de Caymmi, o grupo reestruturou-se e passou a contar com sete componentes, incluindo Osmar Macêdo.
Em 1942 em apresentação na cidade de Salvador, o violonista clássico Benedito Chaves (RJ) mostrou pela primeira vez ao público local um "violão eletrizado". Dodô e Osmar, ávidos em conhecer tal instrumento, foram assistir ao show no cine Guarani e ficaram extremamente entusiasmados. Embora fosse um violão comum, importado e com um captador inserido à sua boca, o instrumento era muito primitivo e possuía microfonia. Dodô, porém, incansável na busca da superação deste problema, construiu em poucos dias um violão igualzinho ao de Benedito Chaves para ele, e um cavaquinho para Osmar. Apesar da microfonia persistir, os dois uniram-se mais uma vez para formar a "Dupla Elétrica" e começaram a se apresentar em diversos lugares. Num determinado dia, Dodô resolveu esticar uma corda de violão sobre a sua bancada de trabalho e prendê-la nas extremidades; sob a corda, colocou um microfone preso à bancada. Quando a dupla ligou o microfone, algo inacreditável aconteceu um som limpo, que parecia até o de um sino. Estava, então, descoberto o princípio e logo foi possível perceber que o "cêpo maciço" evitava o fenômeno da microfonia e assim, com o nome de pau elétrico, nasceu a guitarra baiana. Outras pessoas, em outros países, pesquisavam a amplificação sonora de instrumentos pela energia, e até hoje não se tem certeza de quem foi mesmo que chegou primeiro à guitarra elétrica, se os dois baianos ou os dois americanos, Léo Fender e Doc Kauffman. Mas estes, no ano seguinte, patentearam o invento.
Em 1951, na quarta-feira anterior ao Carnaval, o famoso "Clube Carnavalesco Vassourinhas do Recife", com 150 componentes, apresentou-se em Salvador com metais, alguma madeira e pouca percussão. Na manhã do dia seguinte à apresentação dos pernambucanos, Dodô e Osmar começaram a trabalhar no projeto de construção do que viria a ser o "trio tlétrico". Osmar, proprietário de uma oficina mecânica, retirou do galpão um Ford 1929, conhecido como "Fobica", e iniciou o processo de decoração pintando em todo o veículo vários círculos coloridos como se fossem confetes e confeccionou em compensado, no formato de violão, duas placas com os dizeres "Dupla Elétrica". Dodô, com formação em radiotecnia, decidiu montar uma "fonte" que, ligada à corrente de uma bateria de automóvel, iria alimentar a carga para o funcionamento dos alto-falantes instalados na fobica (onde eles se apresentariam com os seus "Paus Elétricos"). Em pleno domingo de Carnaval, a dupla subiu a ladeira da montanha em direção à Praça Castro Alves e Rua Chile, por volta das 16 horas, e arrastou milhares de pessoas.

Dodô e Osmar, em cima da fobica decorada e eletronicamente equipada, fizeram, assim, sua primeira aparição como os inventores do trio elétrico. A dupla resolveu convidar o amigo e músico Temístocles Aragão para formar o que se chamaria de trio elétrico. O nome foi ganhando fama, fazendo com que, nos anos seguintes, as pessoas ouvissem o som eletrizante e dissessem: "Lá vem o trio elétrico". Em 1952 A fábrica de refrigerantes "Fratelli Vita" decidiu patrocinar o trio elétrico de Dodô e Osmar e a dupla abandonou a velha fobica e passou para um veículo grande, colocando nele oito alto-falantes, corrente elétrica de geradores e iluminação com lâmpadas fluorescentes. O patrocínio permaneceu até 1957, época em que o trio elétrico de Dodô e Osmar apresentava-se nas ruas centrais de Salvador e animava carnavais fora de época no interior do Estado.
O primeiro desfile do trio elétrico de Dodô e Osmar foi recebido com vaias de um lado e aplausos do outro. É que a estréia da fobica de Dodô e Osmar aconteceu às 17h do domingo de Carnaval do ano de 1950, durante o desfile do bloco dos Fantoches da Euterpe, cuja diretoria, de fraque e cartola, pediu para que a "dupla elétrica" desligasse o carro de som. Quando eles obedeciam, a multidão pedia que voltassem a tocar as marchinhas de frevo. Resultado: venceu a turma do "quero mais" e a fobica elétrica, com os músicos tocando os chamados "paus elétricos", um violão e um cavaquinho, que depois seria chamado guitarra baiana, levantou a poeira das ruas até a terça-feira.
A praça Castro Alves ainda não era a praça do povo, como cantou há mais de 100 anos o poeta. Era o cenário onde as elites baianas faziam o seu carnaval. Primeiro com os carros alegóricos dos clubes, depois com carros conversíveis americanos. A banda do Clube Fantoches da Euterpe tocava uma ária da ópera de Verdi, enquanto os cavalheiros fantasiados, arautos de uma realeza ilegítima, cavalgavam animais imponentes na frente do carro alegórico, com a rainha e as princesas do carnaval daquele ano jogando beijos, confetes e serpentinas para a assistência. Nesse momento aparece, subindo a praça, aquela geringonça decorada por ele, um ford bigode 1929. Foi patético e grandioso. Quando a banda interrompeu a partitura da ópera, a pequena fobica, com seus dois ocupantes na traseira, Dodô e ele, responderam com o pau elétrico e a guitarra. O som da geringonça esmagou, com o frevo, a banda dos clubes. Foi o desastre simbólico de uma revolução social. O povo ganhou o espaço da praça e passou a mover a fobica e empurrar a felicidade.
Dirigida por Olegário Muriçoca, o primeiro motorista de trio do mundo, e acompanhada por uma pequena multidão, a fobica foi abrindo espaço na avenida em direção à Praça Castro Alves, onde haveria mais espaço para tocar. Estava criado também o frevo baiano, uma mistura entre o verdadeiro frevo pernambucano e a marchinha carioca, como definiu Caetano Veloso. O som saía de duas cornetas, uma instalada na frente e outra atrás. Numa faixa na parte externa, estava escrito: "A dupla elétrica". No chão, um grupo de músicos tocava caixa, surdo, bumbo, pandeiro e prato, acompanhando a marcha lenta da fobica.
Naquela época, o Carnaval de Salvador em nada lembrava a festa popular de hoje. A brincadeira no centro era apenas um desfile de fantasias ao som de marchinhas lentas, assistido por pessoas nas calçadas. Algumas chegavam a levar as cadeiras para descansar entre a passagem de um bloco e outro. O surgimento do velho calhambeque pilotado por dois jovens tocando instrumentos esquisitos foi mais que uma revolução: cadeiras guardadas, a folia nunca mais foi a mesma. No ano seguinte, a fobica voltou às ruas, mas com alguns avanços: o velho Ford foi substituído por uma camionete com oito alto-falantes e iluminação fluorescente e a dupla elétrica ganhou mais um integrante, o violonista Temistócles Aragão, além de muitos fãs. O trio montado sobre uma picape Chrysler, que tinha nas laterais a inscrição "O Trio Elétrico", revolucionou definitivamente o Carnaval baiano. Na cronologia da história do Carnaval, uma coisa é certa: o trio elétrico e a guitarra baiana foram o pontapé inicial para que a festa popular na Bahia chegasse hoje ao grande evento mundial que é. Mesmo com a saída de Aragão, o nome que pegou para o carro foi o de trio mesmo.
Um detalhe faz a história do trio elétrico ainda mais bonita: o único objetivo do invento foi dar mais alegria à festa de rua de Salvador, e prova disso é que os pais nunca patentearam o carro de som eletrizado. Folião autêntico, não tinha trio próprio e para desfilar neles, pagava aluguel, bancado todos os anos por um patrocínio suado, que custava a sair: "Cansei de ver seu Osmar com as mãos na cabeça, sem saber se ia conseguir ou não desfilar", conta Moraes Moreira, o primeiro cantor a subir em trios elétricos, que até 1975 apresentavam apenas música instrumental, "Tudo o que meu pai ganhou em vida foram homenagens", conta o guitarrista Armandinho, um dos sete filhos de Osmar, seis deles músicos. Para subir nos trios, Osmar necessitava de um elevador, uma vez que usava muletas, devido a um acidente durante as obras do teatro Castro Alves, na época em que trabalhava para a montagem do palco e cortinas do teatro.
O êxito do trio elétrico foi estrondoso e tempos mais tarde seria definitivamente glorificado pelo então tropicalista Caetano Veloso: "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu." Em 1974 depois de uma longa ausência, a dupla Dodô e Osmar retornou ao Carnaval com uma nova formação "Trio Elétrico Armandinho, Dodô e Osmar". Na ocasião, eles gravaram um disco sob o título "Jubileu de Prata", em comemoração aos 25 anos de criação do trio. Em 1978 morreu um dos pais do trio elétrico, Adolfo Nascimento, o Dodô. Em 1997 o outro pai do trio elétrico, Osmar Macêdo, faleceu e teve seu sepultamento realizado com um cortejo de trios elétricos passando na Praça Castro Alves.
Boa parte de todas essas histórias estão preservadas em um livro lançado 50 anos depois da invenção do trio elétrico. O trabalho é do professor universitário e doutor em Literatura, Fred Góes, e foi lançado em fevereiro de 2000, nas comemorações do cinquentenário da invenção de Dodô e Osmar. Trata-se de um resgate histórico de cinco décadas de Carnaval, através de pesquisa, depoimentos e fotografias, feito com patrocínio da Copene, e editado pela Corrupio. O livro "50 anos de trio elétrico" é a segunda obra do autor sobre o tema. Em 1982, ele lançou O país do Carnaval elétrico, cobrindo o período de 1950 até começo dos anos 80. O livro narra desde a invenção baiana até as transformações técnicas e estéticas determinadas pelo trio elétrico. Estão lá registrados o aparecimento do trio Armandinho, Dodô & Osmar, em meados dos anos 70; como Moraes Moreira foi o primeiro a cantar em cima de um trio, dentre outras curiosidades.
Fonte:
http://cliquemusic.uol.com.br/zbr/trio_eletrico_dodo_e_osmar.asp
revsta Veja , 9 de julho de 1997, página 112
http://www.carnaval.salvador.ba.gov.br/historia_cro.asp
http://ibahia.globo.com/patrimonio/trio_eletrico.asp
http://vocevai.uol.com.br/materia4.asp?m=77&p=2
http://www.atarde.com.br/materia.php3?mes=03&ano=2000&id_materia=212170

Carnaval do Mundo

O carnaval não é comemorado somente no Brasil, mas em boa parte do planeta.
Veja a seguir as principais comemorações.

Reino Unido

No período do carnaval brasileiro, acontece, no Reino Unido, o Shroveitide (Shrive que significa confessar ‘pecados’), que é a comemoração do carnaval britânico.
 
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o carnaval resume-se basicamente na celebração do Mardi Grass (Terça-Feira Gorda), vários estados celebram o carnaval.

O Estado mais tradicional na comemoração é New Orleans, onde, durante o Mardi Grass, desfilam pelas ruas mais de 50 agremiações. A agremiação mais conhecida é a do Bacchus (que possui gigantescos e originais carros alegóricos).
Alemanha
Na Alemanha a celebração do carnaval acontece tanto nos grandes centros urbanos quanto na Floresta Negra e nos Alpes.

A festa mais tradicional é a da cidade de Bonn, que organiza desfiles com pessoas fantasiadas; o diabo fica solto, por esse motivo as pessoas usam máscaras a fim de esconder seus rostos.
Veneza
Por muito tempo o carnaval veneziano foi um dos mais fortes e alegres do mundo. Durante o período do carnaval eram desenvolvidos bailes e festas nas praças e ruas da cidade. Com o passar do tempo o carnaval de Veneza foi enfraquecendo, chegando a quase extinguir-se.

Fonte: http://www.brasilescola.com/carnaval/carnaval-do-mundo.htm

Império de Casa Verde encerra desfiles em São Paulo com enredo sobre saúde e cura

A Império de Casa Verde fechou a programação de desfiles do Carnaval 2013 de São Paulo com o enredo "Pra Todo Mal, A Cura - Quem Canta Seus Males Espanta". O desfile começou às 6h02 da manhã deste domingo (10) e encerrou dentro dos limites. Com o sambódromo mais lotado do que na primeira noite, o carnaval paulistano encerrou em clima de alegria e sem incidentes graves.
A comissão de frente Xamãs apresentou a cura nas religiões africanas. Para compor o figurino dos nove bailarinos foram usadas 20 mil penas de faisão. A bateria da escola tocou mumificada dos pés a cabeça, com sangue cenográfico saindo da barriga.
O carro abre-alas Jardins Suspensos da Babilônia foi criado com muitos metros de látex e quase chegou ao limite de largura permitida para os carros alegóricos do Sambódromo. Odaliscas coreografando a dança da fertilidade, com roupas que formaram um arco-íris de cores, desfilaram pela avenida.
A segunda alegoria mostrou o Egito como precursor da medicina, por causa de sua história com a mumificação. O carro soltou muita fumaça para mostrar os males indo embora. As baianas estavam vestidas como gueixas e representavam a medicina da China milenar.
Os passistas exaltaram diferentes formas de tratamento médico, como Florais de Bach, Cromoterapia, pais e mães de santo e a cura com a fé.
Com Valeska Reis à frente da bateria e Andrea Andrade como madrinha, a escola da Zona Norte da capital paulista saiu em busca de seu terceiro título no Grupo Especial. Este ano a agremiação desfilou com 27 alas, cinco carros alegóricos e cerca de 3.000 componentes.
Diretor da Império diz que a escola desfila para jurados
O diretor de Carnaval da Império de Casa Verde, Marcelo Casanossa, afirmou que o foco da escola foi ser o mais técnico possível. "A gente desfila para jurados, mas o público é tão importante quanto", disse.
Ele lembrou que na noite de sexta-feira, naquele mesmo horário pela manhã, o público nas arquibancadas era menor. No entanto, chovia na ocasião, o que não aconteceu neste domingo.
Casanossa ainda disse que a escola deu uma resposta ao povo pelo que aconteceu ano passado, quando um dos integrantes da escola esteve envolvido na confusão durante a apuração dos votos em São Paulo. "A gente se sentiu envergonhado, mas demos uma resposta para o povo com o que conhecemos, que é fazer samba", afirmou o diretor. Para ele, o que aconteceu no ano passado não condiz com o Carnaval.
No desfile deste ano, a intenção, segundo Casa Nossa, era fazer uma apresentação leve. "Foi um desfile com desenvoltura, a intenção era fazer algo leve. A gente levou alegria para o povo".
Para ele, a decisão de fazer fechada a apuração dos votos depois do incidente de 2012 não foi bem dosada, pois deixa de fora "o povo de bem". "O problema que aconteceu no ano passado foi de educação. Agora é como fazer um Corinthians contra Palmeiras sem público".
Segundo dia de desfiles em SP
A agremiação Nenê de Vila Matilde, campeã do Acesso no ano passado, abriu neste sábado (9) a segunda noite de desfiles do Grupo Especial em São Paulo em 2013. Sem ser afetada pela ameaça de chuva, a escola prestou homenagem a movimentos históricos ligados à busca por igualdade. Um momento de tensão ocorreu durante o desfile, quando a segunda alegoria chegou a preocupar os organizadores, que temeram que o veículo atingisse os componentes à frente. Já o terceiro carro atrasou para ser movido, deixando um pequeno buraco momentâneo no Sambódromo.
A Gaviões da Fiel entrou pouco depois da 0h no Sambódromo do Anhembi contando a história da propaganda. Muito assediada, a apresentadora Sabrina Sato desfilou pela 9ª vez como rainha da bateria comandada por mestre Patinho. A musa Ana Paula Minerato, que desfilou à frente da bateria, precisou abrir mão de uma parte da fantasia que demorou a chegar. Ela ainda chegou a passar mal no final do desfile com pressão baixa, mas foi medicada no local e liberada.
Atual campeã do Carnaval de São Paulo, a escola de samba Mocidade Alegre foi a terceira a se apresentar na avenida. Tanto a letra do samba quanto as próprias alegorias e fantasias misturavam inúmeras referências culturais, que variavam desde contos infantis até os conceitos de sedução e tentação.
A Tom Maior foi a quarta escola a entrar no Sambódromo do Anhembi com um enredo "picante", intitulado "Parque dos Desejos - O Seu Passaporte Para o Prazer", contando a história do preservativo e dos prazeres sexuais da humanidade. A polêmica ficou com a vice Miss Bumbum 2012, Andressa Urach, que discutiu com integrantes da escola por causa da posição que ganhou no carro alegórico e abandonou o desfile.
A Unidos de Vila Maria, quinta escola a passar pelo Anhembi, fez um tributo aos 50 anos da imigração coreana no Brasil. Um dos destaques dos carros alegóricos foi o japonês Jorge, um sósia do cantor sul-coreano Psy, autor do hit "Gangnam Style" e que está no Brasil para o Carnaval. Na dispersão, o carro Os Tigres Asiáticos teve problemas para entrar e precisou ser carregado pelos componentes, mas seguiu sem maiores problemas na avenida. Para terminar o desfile no tempo regulamentar, a escola teve de acelerar o passo no final de sua apresentação, atitude que pode tirar pontos.
Com uma homenagem a vida e obra do ator e humorista caipira Mazzaropi, a Acadêmicos do Tucuruvi levou para a avenida sua homenagem. Um dos destaques foi o ator que interpretou Mazzaropi no carro abre-alas do agremiação: ele vive há mais de dez anos como Philaderpho, personagem primo de Mazzaropi na vida real.
A apuração dos votos e o resultado do carnaval paulista acontecem na terça-feira, mas neste ano está vedada a participação do público, para evitar incidentes como o do ano passado que comprometeu a contagem de votos.
* com informações da Agência Estado

Fonte: http://carnaval.uol.com.br/2013/noticias/redacao/2013/02/10/imperio-de-casa-verde-encerra-desfiles-em-sao-paulo-com-enredo-sobre-saude-e-cura.htm

Bafômetro é capaz de constatar se motorista dirige sob efeito de drogas

Fiscalizações da Lei Seca estão mais rigorosas em São Paulo. Kit usado consegue identificar seis tipos de substâncias, entre elas maconha e crack.

As fiscalizações da Lei Seca estão mais rigorosas em São Paulo. Além do bafômetro, pela primeira vez, policiais usaram um aparelho capaz de constatar se o motorista está dirigindo sob o efeito de drogas.
No caminho do Carnaval, uma parada obrigatória. “ Eu acho ótimo, porque é mais segurança para a gente que não bebe”, diz uma motorista parada na blitz.
O tamanho das operações aumentou. Além da Polícia Militar, peritos criminais e até delegados acompanham as fiscalizações. Quatorze motoristas foram reprovados pelo bafômetro.
Um jovem passou no teste do álcool, mas o comportamento dele chamou a atenção dos policiais. Outro exame feito no local constatou que ele estava sob efeito de maconha.
“Ele vai perder sua carteira, ele vai ter que pagar uma multa grande de R$ 1900, além de ter que responder aí por estar utilizando uma droga pra dirigir, uma droga que ele assume que utiliza normalmente”, afirma o diretor presidente do Detran de São Paulo, Alexandre Annenberg.
O kit usado para o teste foi importado da Inglaterra só para esta operação. É um aparelho leve e bem fácil de usar. Ele vem com uma haste descartável com uma espuma na ponta, que vai ser usada para coletar a saliva do motorista.
É preciso colocar a espuma debaixo da língua. Em dez minutos, o aparelho dá o resultado. “Se a droga está na saliva, significa que ela está na circulação. Então significa que a pessoa está sob efeito da substância naquele momento”, diz o perito criminal José Luiz Costa.
O equipamento consegue identificar seis tipos de substâncias, entre elas maconha, cocaína e crack.
“É um instrumento a mais que será usado excepcionalmente no caso do bafômetro dar um teste negativo para álcool, mas a pessoa mostrar-se visivelmente alterada”, ressalta Celso Perioli, superintendente da Polícia Técnico-Científica do estado de São Paulo
Para a Ordem dos Advogados do Brasil, o uso desse equipamento esbarra mais uma vez no fato de que o motorista não é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
“Seria ótimo se todos fizessem. Como eu não sou obrigado a fazer, eu acho que novamente nós vamos estar incorrendo no mesmo erro do bafômetro”, diz Maurício Januzzi, da Comissão de Trânsito da OAB.
Apesar do motorista não ser obrigado a fazer o teste, a nova Lei Seca prevê outras formas de constatar a alteração do motorista, como imagens, exames clínicos e até o depoimento de policiais.
“Você sabe que a lei está em cima de você e fica mais responsável”, diz um motorista.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/02/bafometro-e-capaz-de-constatar-se-motorista-dirige-sob-efeito-de-drogas.html