Brasília – No primeiro dia da greve dos bancários, 6.145 agências e
centros administrativos de bancos públicos e privados ficaram fechados
nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo balanço divulgado pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Os
trabalhadores paralisaram as atividades hoje (19) por tempo
indeterminado. De acordo com a Contraf, são 1.013 unidades a mais que no
primeiro dia da greve no ano passado (5.132), um crescimento de 19,73%.
Os bancários reivindicam 11,93% de reajuste, equivalente à inflação
dos últimos 12 meses mais 5% de ganho real, além de valorização do piso
salarial, maior participação no lucro dos bancos e mais empregos. Querem
também o fim da rotatividade e das terceirizações, melhores condições
de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de
oportunidades. Os bancos ofereceram reajuste de 6,1%.
“A forte paralisação mostra a indignação da categoria com a recusa
dos banqueiros em atender nossas reivindicações, propondo apenas 6,1% de
reajuste, enquanto seus altos executivos chegam a receber até R$ 10
milhões por ano", disse, em nota, o presidente da Contraf e coordenador
do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro
Segundo ele, os bancos têm ampla condição financeira para atender as
reivindicações dos bancários. “Não aceitamos a postura dos bancos de
negar aumento real para reduzir custos”, acrescentou.
Cordeiro disse que, apesar dos lucros, os bancos estão fechando
postos de trabalho e piorando as condições trabalhistas, com aumento das
metas abusivas e do assédio moral. O presidente da Contraf também
destacou que, por falta de investimento em segurança, tem crescido o
número de assaltos, sequestros e mortes.
A Federação Nacional de Bancos (Fenaban) lamentou, por meio de nota,
a posição dos sindicatos em paralisar o serviço. “A Fenaban lamenta
essa posição dos sindicatos, que causa transtorno à população, e reitera
que a maioria das agências e todos os canais alternativos, físicos
[autoatendimento, correspondentes] e eletrônicos, vão continuar
funcionando normalmente. Os bancos respeitam o direito à greve,
entretanto, farão tudo que for necessário e legalmente cabível para
garantir o acesso da população e funcionários aos estabelecimentos
bancários.”
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), algumas
operações bancárias, como o pagamento de contas, poderão ser feitas
pelos clientes por meio de opções como os caixas eletrônicos, a internet
banking, o aplicativo do banco no celular, as operações
bancárias por telefone e também pelos correspondentes bancários, que são
casas lotéricas, agências dos Correios, redes de supermercados e outros
estabelecimentos comerciais credenciados.
Edição: Juliana Andrade
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-19/greve-dos-bancarios-fecha-6145-agencias-em-todo-pais