Sem liderar as pesquisas em seu Estado natal, o candidato do PSDB à
Presidência, Aécio Neves, refaz as contas para chegar no segundo turno.
Aliados mineiros do senador ouvidos pelo Broadcast Político, servilo em
tempo real da Agência Estado, como o presidente do PSDB mineiro, Marcus
Pestana, admitem que não será possível atingir a votação prevista
anteriormente para o Estado.
A intenção sempre foi abrir grande vantagem
sobre Dilma Rousseff em Minas - segundo maior colégio eleitoral do País
e governado pelo PSDB há 12 anos - para garantir as chances na votação
nacional. "Não é possível, mudou o cenário, é outra eleição. A previsão
era com o Eduardo (Campos) na disputa, ele teria em Minas o que o Aécio
tem em Pernambuco (3%)", justifica Pestana, que lembra que Marina venceu
em Belo Horizonte nas eleições de 2010.
Mesmo com a recuperação nas
últimas pesquisas, os números ainda são modestos se comparados com os
planos feitos pelos tucanos. A última pesquisa Datafolha no Estado
mostra Aécio com 26%, enquanto Marina Silva tem 25% e Dilma 33%. O Ibope
desta semana mostra um quadro um pouco melhor para o ex-governador de
Minas, que aparece com 29%, atrás apenas de Dilma (33%); Marina tem
22%. No primeiro semestre de 2014, era comum ouvir de tucanos mineiros
que o Estado - principal vitrine de Aécio e que foi governado pelo PSDB
por 16 anos nas últimas duas décadas anos - era o trunfo para a vitória
do neto de Tancredo.
Projetava-se uma diferença de 3 milhões de votos
para Dilma Rousseff, que significa cerca de 20% dos mais de 15 milhões
de eleitores. "Além do discurso, Minas é o segundo maior colégio
eleitoral no País. Qualquer ponto em Minas faz uma diferença grande. Tem
um efeito simbólico muito grande para ele, ficar nesta posição que está
em Minas inviabiliza a eleição dele no País", analisa o cientista
político e professor da Fundação Getúlio Vargas Marco Antônio Carvalho
Teixeira.
Mais que governar, Aécio venceu em Minas três eleições de
forma arrebatadora. Duas vitórias no primeiro turno para o governo do
Estado - com 57% e 77% dos votos - e uma eleição para o Senado, quando
Aécio teve 7,5 milhões de votos e ele elegeu também seu aliado Itamar
Franco, deixando o petista Fernando Pimentel fora da disputa. "Ele
superestimou a capacidade dele em Minas, subestimou a capacidade do
próprio governo e não olhou adequadamente para 2012. A eleição de 2012
já mostrava sinais de desgaste, o PSDB perdeu prefeituras importantes no
Estado", explica o cientista político.
A esperança do PSDB no Estado é
que a reação esboçada por Aécio nas últimas pesquisas em território
nacional traga de volta para o tucano, oposição mais tradicional ao PT,
os eleitores que migraram para Marina Silva no chamado voto útil. "Há um
sentimento majoritário em Minas contra o PT. Quando a Marina despontou
em segundo lugar, as pessoas migraram", afirma Pestana, que tem a
esperança de que uma reação de Aécio traga de volta para o tucano,
oposição mais tradicional ao PT, os que migraram para Marina no chamado
voto útil.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/estadao/noticia/53161-aliados-admitem-que-aecio-nao-atingira-votacao-prevista.html