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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
Adolescente que criou teste para detectar câncer rejeita rótulo de nerd
Jack Andraka, 16, nasceu em Crownville, Maryland, nos EUA. No ano
passado, ele recebeu o grande prêmio da Feira Internacional de Ciência e
Engenharia, nos EUA, por sua pesquisa sobre um novo método para
diagnosticar câncer de pâncreas.
Em novembro, deu uma palestra sobre inovação no BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento) e, na semana passada, escreveu um
artigo para o "New York Times" sobre o ensino de ciência. Jack, que é
gay, quer se tornar referência para jovens cientistas que pertençam a
minorias.
Leia o depoimento dele à Folha.
*
Já estive quatro vezes na Casa Branca com o presidente Obama e fui
convidado a dar palestras em conferências médicas na França, na Itália,
na Austrália e no Reino Unido, quase sempre falando sobre inovação e a
importância de se estimular o interesse científico nas escolas.
Jack Andraka dá palestra em conferência TED nos EUA no início deste ano |
Aos 15 anos, desenvolvi um teste que consegue diagnosticar precocemente o
câncer de pâncreas. Meu tio morreu por causa disso e fiquei pensando no
que eu podia fazer. Diferentemente das mulheres com tumor de mama, as
vítimas desse câncer só têm o diagnóstico muito tarde, com uma alta taxa
de mortalidade. Só 5% sobrevivem.
Desenvolvi um sensor usando papel-filtro e nanotubos para detectar
proteínas ligadas ao câncer rapidamente, cem vezes mais que outros
testes [ver ao lado].
Ganhei o primeiro prêmio da Feira Internacional de Ciência e Engenharia
(ISEF) no ano passado, no maior evento para cientistas
pré-universitários, e não parei.
ESTÍMULO
Depois de procurar mais de 200 cientistas e centros de estudos e ser
rejeitado por todos, fui abrigado pelo Anirban Maitra, pesquisador de
câncer de pâncreas da Universidade Johns Hopkins, um dos maiores centros
de pesquisa no mundo.
Minha escola é normal, ninguém estava preparado para me estimular ou
ajudar nas pesquisas. O ensino científico ainda é fraco e raro. Ler
artigos em publicações especializadas é caríssimo.
Meu laboratório mesmo é a garagem de casa, onde meu pai tinha uma
marcenaria e, desde crianças, meu irmão e eu podemos fazer mil testes e
usar ferramentas que nosso pai sempre nos deu ou emprestou. Lembro de
uma maquete com um rio de brinquedo onde a gente aprendeu física e como
os objetos flutuam. Meu irmão mais velho ganhou prêmios científicos
antes de mim.
Pouca gente da minha idade se interessa por ciência. Sou gay, contei aos
meus pais e amigos quando tinha 13 anos, e quero servir de exemplo para
jovens gays. Há pouca mulher, pouco gay, poucas minorias em geral
fazendo ciência. É um clube de garotos heterossexuais (ri).
Nunca sofri preconceito, mas as minorias trarão outras questões, outros problemas, enriquecerão a ciência.
"NERDICE"
A mídia tem um papel enorme. Aquele seriado "The Big Bang Theory" mostra
nerds e cientistas como gente antissocial, os estranhos que não sabem
se relacionar. A série "Bones" é melhor, mostra que ciência é legal.
Não sou um nerd clichê. Pratico esportes, tenho amigos, não me sento escondido no canto.
Ainda não sei nem que faculdade vou cursar. Só sei que quero continuar
com pesquisas. Fui procurado por quatro grandes laboratórios que querem
comercializar a minha invenção. Estou vendo qual é o melhor. Depois vem
uma longa fase de testes e a aprovação pela FDA [agência reguladora de
remédios dos EUA]. Leva de 5 a 10 anos até poder ser comercializado.
As escolas estão atrasadas em estimular a ciência. Encontrei vários
estudantes brasileiros nas feiras de que participei. O "Team Brazil" era
bem animado. Eles têm bastante apoio por lá?
Editoria de Arte/Folhapress | Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2013/12/1388790-adolescente-que-criou-teste-para-detectar-cancer-rejeita-rotulo-de-nerd.shtml | ||||||
Uganda aprova prisão perpétua de homossexuais
Kampala - O Parlamento de Uganda aprovou uma lei para punir os homossexuais com a prisão perpétua.
O projeto de lei foi duramente criticado quando começou a tramitar pela primeira vez, em 2009. Na ocasião, os legisladores ugandenses pretendiam punir os homossexuais com a morte.
Na versão aprovada, a lei prevê a prisão perpétua como pena máxima para o ‘crime’ tipificado como ‘homossexualidade agravada’. A lei segue agora para a sanção do presidente de Uganda, Yoweri Museveni.
Maria Burnett, pesquisadora da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch na África, declarou ‘ainda espantada’ com a lei, apesar de algumas emendas. “Hoje é um dia trágico para os direitos humanos em Uganda”, disse Frank Mugisha, ativista gay ugandense. Ele pediu ao presidente Museveni que vete a lei.
A homossexualidade é ilegal em Uganda desde o período colonial, quando foi aprovada uma lei que criminalizava atos sexuais “contra as ordens da natureza”. Segundo o autor do projeto, porém, uma lei mais rigorosa se fez necessária para conter os “homossexuais do Ocidente”, que segundo ele vão a Uganda “recrutar as crianças”.
O projeto de lei foi duramente criticado quando começou a tramitar pela primeira vez, em 2009. Na ocasião, os legisladores ugandenses pretendiam punir os homossexuais com a morte.
Na versão aprovada, a lei prevê a prisão perpétua como pena máxima para o ‘crime’ tipificado como ‘homossexualidade agravada’. A lei segue agora para a sanção do presidente de Uganda, Yoweri Museveni.
Maria Burnett, pesquisadora da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch na África, declarou ‘ainda espantada’ com a lei, apesar de algumas emendas. “Hoje é um dia trágico para os direitos humanos em Uganda”, disse Frank Mugisha, ativista gay ugandense. Ele pediu ao presidente Museveni que vete a lei.
A homossexualidade é ilegal em Uganda desde o período colonial, quando foi aprovada uma lei que criminalizava atos sexuais “contra as ordens da natureza”. Segundo o autor do projeto, porém, uma lei mais rigorosa se fez necessária para conter os “homossexuais do Ocidente”, que segundo ele vão a Uganda “recrutar as crianças”.
Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=240770
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