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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Gestão municipal realiza primeira reunião com os funcionários da Secretaria de Saúde de Inhambupe Bahia






















A gestão municipal do município de Inhambupe realizou na manhã dessa sexta-fira, dia 10 de janeiro de 2025, a primeira reunião com os funcionários da Secretaria de Saúde.

A reunião teve meta organizar os próximos passos para e melhorar o atendimento em prol de todos os moradores do município.

Esteveram presentes: O atual prefeito Hugo Simões, o vice-prefeito Jeovan Vieira e atual Secretário de Saúde, e várias autoridades.

E ainda teve a palestra de Eric Carvalho falando "Cuidando de quem cuida".

O Secretario ainda informou os principais cargos da Secretaria:

Ayze Vieira Prudêncio da Silva - Diretora de Departamento de Administração e Logística
Maria Valdenice Ramos Lima - Cargo de Coordenadora do PACS
Ediana Correia de Almeida - Coordenadora de Vigilância a Saúde do Trabalhador
Wilma Esmeralda Vergasta da Silva - Diretora de Vigilância Sanitária 
Aline Araújo da Silva Muniz - Coordenadora de Imunizações 
José Marcos Oliveira dos Santos - Coordenador da Divisão e Gestão de Pessoas
Domingos Conceição Bina - Coordenador da Divisão de transporte e ambulâncias
Patrícia da Cruz Ramos Silva - Coordenador de Supervisão de Unidade da Saúde
Jocimeire Franco dos Santos - Coordenadora da Central de Regulação 
Gleydilene Amália Souza Batista - Coordenadora do CAPS
Joseilsa Borges Bispo - Coordenador do SAMU
Manoel Fernado Carvalho  Junior - Diretor Médico
Naíse Barbosa Nascimento - Diretora de Enfermagem Hospitalar 
Maria Graziela de Almeida Rocha Freire Santos - Diretora de Atenção Básica
Renata Cardoso Reis - Diretora de Saúde Bucal 
Adeânio Almeida Lima - Diretor do Sistema de Informação da Saúde
Rita de Cássia Figueiredo Martins Correia - Diretora de Vigilância Epidemiológicica 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Brasil registra crescimento de 8% em coleta de células-tronco de medula óssea

O Brasil registrou um crescimento no número de coleta de células de medula óssea nos últimos anos no Sistema Único de Saúde (SUS). O total de células-tronco de medula óssea destinadas à doação chegou a 431 até novembro deste ano. A quantidade representa um aumento de 8% na comparação com as 398 coletas alcançadas no mesmo período do ano passado. Já no ano retrasado, foram disponibilizadas cerca de 382 células-tronco. 

 

De acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), via Agência Brasil, houve também uma evolução nos dados de novos doadores, que passaram de 119 mil em 2022 para 129 mil, entre janeiro e novembro de 2024.

 

“Paralelamente, o número de receptores cadastrados cresceu significativamente, saltando de 1.637 em 2022 para 2.201 em 2023 e chegando a 2.060 até novembro de 2024”, disse o Ministério da Saúde.

 

Conforme o órgão, o desenvolvimento é devido a esforçosos coletivos da pasta com hemocentros e hemonúcleos estaduais, através de campanhas de conscientização e cadastramento de doadores e receptores.

 

Segundo a reportagem, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) tem contribuído com a qualificação dos cadastros, fidelização de doadores e suporte por meio de diversos canais de atendimento. O Inca é responsável por coordenar as ações técnicas do Redome, que possui o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo (o maior entre aqueles com financiamento exclusivamente público), com mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/32130-brasil-registra-crescimento-de-8-em-coleta-de-celulas-tronco-de-medula-ossea

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Tutores relatam melhora na saúde de pets após tratamento com Cannabis medicinal

Gamora é uma gata carinhosa, que gosta de deitar no colo da tutora e receber carinho até pegar no sono. Crises epilépticas, porém, a faziam acordar assim que dormia. Ela se contorcia, miava, salivava. Foi assim desde que foi resgatada há sete anos por Clíssia da Rocha, 45, em Bertioga (SP). Até que um veterinário recomendou tratamento com Cannabis medicinal. "Agora, ela tem uma crise por ano", diz.
 

No final de outubro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou veterinários habilitados pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) a receitarem medicamentos e produtos à base de Cannabis para tratamento de dores crônicas, doenças neurológicas e condições associadas ao envelhecimento dos animais, por exemplo.
 

Dois anos atrás, antes de usar o produto à base de maconha, Gamora era tratada com fenobarbital, anticonvulsivo conhecido pela marca Gardenal. Não adiantava. "Ela tinha cerca de oito ataques por dia", lembra Clíssia. Além disso, ficava pelos cantos, sem brincar, acrescenta a tutora.
 

Apesar da prescrição veterinária, conseguir um frasquinho para o tratamento dos pets não era fácil.
 

Em 2015, a Anvisa autorizou médicos a receitarem Cannabis medicinal, mas apenas para seres humanos. Os veterinários ficaram de fora. Aqueles que se arriscavam a prescrevê-la usavam como base uma norma de 1998 da agência que permite ao veterinário receitar medicamentos controlados.
 

Segundo o CFMV, porém, tratava-se de uma brecha que não livrava o profissional de eventualmente ter de responder por contravenção e até tráfico de drogas.
 

A medida da Anvisa agora resolve o impasse. De acordo com a agência, os veterinários devem prescrever esses produtos em receitas especiais que ficarão retidas nas farmácias ou pet shops, "assim como já acontece com outros medicamentos e produtos controlados, conforme a legislação vigente, garantindo o seu uso estritamente terapêutico".
 

A norma publicada pela agência também autoriza o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a regularizar produtos veterinários à base de Cannabis para comercialização no Brasil no futuro, algo que ainda está em estudo. Até lá, os veterinários podem receitar os mesmos medicamentos usados por humanos.
 

A advogada Marcela Sanches lembra que, até então, os veterinários indicavam aos tutores associações de pacientes com as quais poderiam conseguir os medicamentos. A novidade, ela diz, dá mais autonomia ao profissional. "[A medida da Anvisa] dá mais segurança jurídica ao veterinário", afirma.
 

O CFMV -que junto com o Mapa pediu a alteração à Anvisa- mantinha desde 2022 um grupo de trabalho para analisar o uso da Cannabis na rotina clínica. Segundo a veterinária Caroline Campagnone, que integrou o grupo de trabalho do CFMV, a prescrição deve ter dosagens específicas para cada animal e enfermidade, e os bichos devem receber acompanhamento médico regular durante o tratamento.
 

"Eu gosto sempre de frisar que o veterinário pode agregar [Cannabis medicional] ao tratamento que ela já instituiu ao paciente", diz.
 

Campagnone diz que estudos demonstram que, além de reduzir dores, o extrato de Cannabis pode reduzir a frequência de convulsões e melhorar o quadro de doenças neurológicas como a SDC (Síndrome da Disfunção Cognitiva Senil), uma espécie de Alzheimer canino.
 

Pesquisas também têm demonstrado, de acordo com a veterinária, eficácia de produtos à base de maconha para reduzir a ansiedade e o estresse dos animais, sejam eles gatos, cachorros, roedores ou equinos.
 

Bóris é um cachorro viajado. Acompanhou seu tutor, o empresário Rodrigo Addor, 41, até a Alemanha, onde conheceu a neve. De volta ao Rio de Janeiro, o samoieda de 27 quilos parecia mais cansado e indisposto. O problema não era apenas o calor, mas também a idade avançada de 13 anos.
 

"Ele sente dor para se levantar. Tem problema no ligamento, na junta", diz Rodrigo.
 

O tutor entrou em contato com uma associação e passou a dar a Bóris, pela manhã e à noite, as gotinhas do extrato de Cannabis pelo qual pagou R$ 373 (frasco de 10 ml), incluindo uma taxa para associados. O tratamento para aliviar as dores conta ainda com medicamentos convencionais já receitados por um veterinário.
 

Rodrigo conta que, desde enão, Bóris voltou a descansar com mais tranquilidade à noite. "Ele dorme comigo no ar-condicionado e parece uma nuvem."


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/308330-tutores-relatam-melhora-na-saude-de-pets-apos-tratamento-com-cannabis-medicinal 

domingo, 29 de setembro de 2024

Estudo encontra chumbo no leite materno de mulheres de São Paulo

Um estudo publicado na revista Frontiers in Public Health encontrou metais como arsênio, mercúrio e chumbo no leite materno humano. O chumbo pode afetar o desenvolvimento da linguagem em crianças pequenas. Mesmo com a presença do metal, pesquisadores reforçam que o leite materno é o melhor alimento para bebês.
 

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de idade. E que, mesmo após a introdução de outros alimentos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os dois anos de idade.
 

O leite materno é o melhor alimento para o bebê por ser totalmente adaptado às suas necessidades nos primeiros anos de vida. Além de conter todos os nutrientes de que a criança precisa, é o único alimento que contém anticorpos e outras substâncias que protegem de infecções comuns, como diarreias e infecções respiratórias.
 

O estudo mostrou que um terço das 185 das lactantes observadas na cidade de São Paulo tinham o leite contaminado pelos metais. Segundo o estudo, a maior taxa de detecção no leite humano foi de arsênio (38,6%), mercúrio (23,9%) e chumbo (22,8%). A concentração média (DP) foi de 2,76 (4,09) ?g/L; 1,96 (6,68); 2,09 (5,36); respectivamente.
 

Nathalia Naspolini, pós-doutoranda associada ao Laboratório de Microbioma Humano (ICB-II/USP) e uma das responsáveis pelo estudo, explica que 500 crianças estão sendo acompanhadas dos três meses de idade até o quarto ano de vida. A pesquisadora afirma que foi encontrada uma correlação entre a presença de chumbo no leite materno e uma queda no desenvolvimento da linguagem.
 

Foi utilizada a escala Bayley III para avaliar o desenvolvimento de crianças de três meses, entre cinco e nove meses e entre 10 e 16 meses. "Vimos que esses bebês expostos têm um declínio do desenvolvimento da linguagem comparado aos bebês não expostos", explica.
 

A pesquisadora ressalta que o Bayley III não é um teste de diagnóstico e que o bebê, mesmo que não tenha atingido a marca de desenvolvimento esperada para sua idade, pode alcançá-la posteriormente e não apresentar nenhum problema de crescimento. "Mas pode ser que não, pode ser que na vida adulta ele fique com algum comprometimento. Aí você precisaria de estudos mais longos para saber", conta.
 

Segundo o estudo, a presença de chumbo no leite, no sangue materno ou no sangue do cordão umbilical é inversamente relacionado ao neurodesenvolvimento de crianças. E, apesar de a pesquisa encontrar concentrações menores do que outros estudos realizados anteriormente, ainda assim as crianças apresentaram competências linguísticas mais baixas.
 

Naspolini explica que o chumbo é especialmente prejudicial para as crianças porque elas não têm todos os órgãos e sistemas desenvolvidos, como, por exemplo, a barreira gastrointestinal. Por uma questão fisiológica, os bebês podem absorver mais os metais pesados do que um adulto.
 

A pesquisadora ressalta que nenhum dos metais encontrados pelo estudo no leite materno são vitais para o corpo humano, como o cobre e o zinco. Apesar de o limite tolerado de contaminação do leite por chumbo esteja entre 2 e 5 ?g/L, "não tem uma quantidade que deveria ser considerada segura. Com quantidades menores do que isso, vimos um efeito deletério", afirma Naspolini.
 

As mães podem ser expostas a metais pesados pelo ar, pela água e pelo solo, segundo a pesquisadora. No ar, o material particulado pode vir, por exemplo, da fumaça dos carros. "Além disso, o chumbo e muitos outros metais são emitidos por indústrias, principalmente siderúrgicas. O descarte inadequado ou o lançamento dos restos industriais no meio ambiente pode contaminar os alimentos e a água. Poderiam ser várias formas de exposição da mãe", explica.
 

O mercúrio também é associado a problemas graves de desenvolvimento. No Pará, crianças da etnia munduruku apresentam problemas de coluna e dificuldades para andar e falar. A principal causa, dizem os médicos, é a contaminação do solo, água e peixes por mercúrio utilizado no garimpo ilegal.
 

O índice de contaminação nos mundurukus é um dos mais altos do país. Segundo uma pesquisa feita em 2019 pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), cerca de 57,9% apresentaram níveis de mercúrio acima do limite máximo de segurança estabelecido por órgãos de saúde internacionais, como a agência ambiental americana (EPA-US, na sigla em inglês) e a OMS (Organização Mundial da Saúde).


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/299544-estudo-encontra-chumbo-no-leite-materno-de-mulheres-de-sao-paulo

sábado, 28 de setembro de 2024

Estudo indica que miopia vai ultrapassar 740 milhões de novos casos entre crianças e adolescentes no mundo

Uma nova pesquisa da revista científica British Journal of Ophthalmology divulgado na última terça-feira (24), apontou que até 2050 a miopia vai ultrapassar 740 milhões de novos casos na faixa etária entre 5 a 19 anos. A condição, que é a dificuldade de enxergar objetos posicionados em um ponto distante do observador, atualmente afeta uma em cada três crianças e adolescentes no mundo inteiro. 

 

De acordo com os pesquisadores, via O GLOBO, mesmo que o número de adolescentes tenha superado o de crianças, atingindo a marca de 54% entre 2020 e 2023, a evolução absoluta entre crianças de 1990 a 2023 atingiu quase o dobro do de adolescentes.

 

Segundo o levantamento, os fatores-chave para a maior prevalência estão relacionados a viver no Leste Asiático (35%) ou em áreas urbanas (29%), o sexo feminino (34%), a adolescência (47%) e o ensino secundário (46%). 

 

As estimativas mostraram que o cenário continuará o mesmo para os futuros casos. A pesquisa observou também que pessoas no Leste e Sul da Ásia experimentaram um rápido desenvolvimento econômico, juntamente com o aumento mais acentuado na prevalência da miopia.

 

"Foi observada uma correlação entre a duração da educação e a ocorrência de miopia, sugerindo que a implementação precoce da educação formal em certas nações do Leste Asiático poderia potencialmente servir como um elemento contribuinte", escreveram os autores.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/31939-estudo-indica-que-miopia-vai-ultrapassar-740-milhoes-de-novos-casos-entre-criancas-e-adolescentes-no-mundo

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Pesquisadores criam duas primeiras drogas antimaláricas 100% desenvolvidas na África

Cientistas do Centro de Descoberta e Desenvolvimento de Drogas (H3D, na sigla em inglês) da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, estão otimistas.
 

Isto porque, desde 2022, eles descobriram dois compostos diferentes capazes de inibir a ação do protozoário Plasmodium falciparum, causador da malária, em estudos em laboratório. A expectativa, após a chamada prova de conceito (em outras palavras, o teste de que a molécula de fato inibiu a ação em modelos em laboratório), é de iniciar os testes pré-clínicos (em animais) para, depois, avançar nos primeiros testes em humanos.
 

A novidade carrega uma forte esperança dos pesquisadores por dois motivos: as moléculas em teste são as duas primeiras que foram descobertas e criadas 100% no continente africano (enquanto muitas das drogas antimaláricas existentes tenham sido descobertas por laboratórios dos Estados Unidos ou continente europeu) e elas podem ser também testadas em um contexto de avanço da doença em países da África.
 

"Estamos bem otimistas, a nossa equipe inteira tem muito orgulho desta descoberta", disse à Folha John Woodland, bioquímico e pesquisador do H3D. "Principalmente porque 95% dos casos de malária graves causados por P. falciparum ocorrem em países subsaarianos."
 

De acordo com o último relatório global de malária da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicado em novembro de 2023, foram registrados 249 milhões de casos de malária no mundo em 2022, sendo a metade deles em países africanos como Nigéria (27%), República Democrática do Congo (12%), Uganda (5%) e Moçambique (4%). Mais de 600 mil mortes ocorrem anualmente.
 

No entanto, a África ainda importa cerca de 80% dos compostos e medicamentos utilizados para o combate da malária. Outro problema crescente tem sido a resistência dos protozoários às drogas, o que tem afetado o combate à malária em todo o mundo.
 

"Por isso é importante ter pesquisas feitas aqui, porque são drogas com um potencial de salvar muitas vidas para doenças infecciosas com alta carga no sistema de saúde", diz.
 

O primeiro passo para chegar em compostos anti malária foi o uso de uma ferramenta de inteligência artificial para filtrar, a partir de uma base de dados de milhares de moléculas, quais as com potencial para combater o parasito. Os pesquisadores identificaram então compostos conhecidos como inibidores de quinase –que são atualmente usados também no combate ao câncer– como potenciais medicamentos.
 

O primeiro deles foi o MMV390048 (que começou como MMV39001, MMV39002…. até a tentativa 48), uma molécula que bloqueia a ligação de uma proteína, conhecida como PI4K, do protozoário. Esta proteína tem uma função ativa no ciclo de vida do parasito. Nos testes, a molécula conseguiu inibir o desenvolvimento do P. falciparum em camundongos geneticamente modificados para apresentar células sanguíneas humanas.
 

Já a segunda droga em teste é considerada de segunda geração e recebeu o nome de UCT943, com a mesma função da MMV390048.
 

A malária é uma doença causada por um parasito do sangue, um protozoário do gênero Plasmodium. Ela é passada para humanos por meio da picada de mosquitos Anopheles (diferentes do Aedes e do mosquito comum) infectados. Na fase aguda da doença, são usados medicamentos à base de artemisinina, como a cloroquina, que é comprovadamente ineficaz contra a Covid.
 

Porém, como o protozoário possui um ciclo latente no organismo, podendo permanecer em células do fígado por anos, uma dificuldade que especialistas e médicos enfrentam no combate à malária é como impedir a proliferação do plasmódio em células sanguíneas até atingir outros órgãos.
 

Embora na prova de conceito as duas moléculas tenham sido eficazes no bloqueio do falciparum, a selecionada para avançar para os testes e possível comercialização foi a UCT943, já que a primeira teve efeitos adversos nos estudos clínicos conduzidos em 2015.
 

Apesar dos percalços, a equipe da Universidade da Cidade do Cabo está confiante que deve conseguir iniciar novos testes com a potencial molécula nos próximos anos. Geralmente, o tempo médio considerado entre a descoberta de uma droga, os testes de segurança e eficácia em populações humanas e o registro por órgãos de fiscalização é de até duas décadas.
 

"Com os modelos de detecção dos novos compostos via IA, pudemos reduzir consideravelmente a etapa de descoberta de uma nova molécula, e também estamos considerando introduzir modelos animais fabricados artificialmente para testes pré-clínicos, reduzindo mais uma etapa, sem deixar de lado a avaliação da toxicidade, que é fundamental para o uso em humanos", diz Woodland.
 

O centro H3D é apoiado, dentre outros, pelo Medicines for Malaria Venture, uma associação sem fins lucrativos baseada na Suíça com o objetivo de produzir um portfólio de medicamentos acessíveis para tratar, prevenir e eliminar a malária globalmente. A empresa existe desde 1999 e já apoiou o desenvolvimento de 15 medicamentos diferentes, entre eles a tafenoquina, que passou a ser ofertada pelo Ministério da Saúde para indígenas no Brasil em abril deste ano.
 

A jornalista viajou para a África do Sul pelo ICFJ (International Center for Journalists) através do edital de Inovação em Saúde
 

*
 

Combate à malária
 

Ações incluem prevenção, medidas de redução do vetor e tratamento
 


 

Prevenção
 

Existem duas vacinas contra a malária aprovadas pela OMS, as duas para uso no combate ao P. falciparum
 

Atualmente, as vacinas estão em uso em programas-piloto, principalmente em crianças no continente africano, para avaliar sua efetividade (eficácia na vida real) em populações com alta circulação do protozoário
 


 

Combate ao mosquito
 

No Brasil, ações de combate ao mosquito, além de estratégias de modificar geneticamente o vetor, podem ajudar a reduzir os casos
 

Existem ações programadas também em comunidades indígenas e em áreas afetadas por garimpo, onde os casos de malária costumam ser bem elevados
 


 

Tratamento
 

Existem diversos medicamentos para tratamento da malária, sendo todos ofertados gratuitamente pelo SUS. Quanto antes for detectada a malária e mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura
 

A pasta da Saúde também recomenda o uso de medicamentos que atacam formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos), evitando recaídas, como a tafenoquina.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/292035-pesquisadores-criam-duas-primeiras-drogas-antimalaricas-100-desenvolvidas-na-africa

 

sábado, 3 de agosto de 2024

Ministério da Saúde confirma primeira morte de feto por oropuche no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou na última sexta-feira (2) a morte de um feto de 30 semanas causada pela transmissão de oropuche a partir da gestante, uma mulher de 28 anos. O caso aconteceu em Pernambuco e foi confirmado a partir de exames que descartaram outras hipóteses, informou o Ministério da Saúde neste sábado (3).
 

A pasta ainda disse que estão em investigação oito casos de transmissão vertical de oropouche, em que quatro resultaram em óbito fetal e os outros apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia.
 

De acordo com dados do governo, até o dia 28 de julho o país registrou 7.286 casos de febre oropuche, com dois óbitos confirmados, na semana passada, de mulheres do interior da Bahia.
 

O Ministério da Saúde afirmou que elas tinham menos de 30 anos, não possuíam comorbidades e tiveram sinais e sintomas semelhantes a um quadro de dengue grave.
 

A febre oropouche é uma doença viral transmitida principalmente por mosquitos do gênero Culicoides paraensis (diferente do Aedes, transmissor da dengue e chikungunya).
 

O vírus oropouche é endêmico em algumas regiões da América Latina, especialmente na Amazônia. A doença se manifesta com sintomas que podem incluir febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo e nas articulações e, em alguns casos, erupções cutâneas.
 

Em julho, o Ministério da Saúde já havia divulgado uma nota relatando preocupação com os possíveis riscos para grávidas pela infecção do oropouche, com possibilidade de danos ao feto.
 

A pasta recomenda como medidas de proteção evitar ou reduzir a exposição às picadas dos insetos, com uso de roupas compridas, de sapatos fechados e de repelentes, principalmente nas primeiras horas da manhã e ao final da tarde.
 

As pessoas também podem adotar medidas como limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, recolhimento de folhas e frutos que caem no solo, uso de telas de malha fina em portas e janelas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/290314-ministerio-da-saude-confirma-primeira-morte-de-feto-por-oropuche-no-brasil

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Brasil aumenta vacinação infantil em 2023, mas mundo ainda tem 2,7 milhões crianças não imunizadas

Em todo o mundo, 2,7 milhões de crianças continuam sem vacinação ou estão com a imunização abaixo do preconizado, de acordo com o relatório anual global do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), divulgado neste domingo (14).
 

As estimativas globais de vacinação, calculadas anualmente pelas entidades com dados de 185 países, mostram que a cobertura do imunizante DTP (difteria, tétano e coqueluche), que protege contra infecções bacterianas na infância, estagnou em 84% (equivalente a 108 milhões de crianças) em 2023.
 

Por outro lado, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da vacina aumentou de 13,9 milhões, em 2022, para 14,5 mi no ano passado, dados alarmantes para a proteção da saúde dos menores.
 

Outras 6,5 milhões de crianças no mundo receberam a primeira, mas não foram imunizadas com a terceira dose, o que é necessário para atingir a proteção completa.
 

A vacina DTP é considerada um modelo para a imunização infantil --isto é, quando suas taxas estão baixas, também estão para as demais vacinas infantis.
 

O estudo calculou o número de crianças que não receberam a primeira dose (também chamadas zero dose) da DTP, que no Brasil também é chamada de pentavalente, pois protege contra cinco tipos de infecções bacterianas. A imunização completa é feita com uma dose aos dois meses de idade seguida de dois reforços: um aos quatro e outro aos seis meses.
 

Se as estimativas globais indicam que houve um aumento no número de crianças sem nenhum dose ou com doses em atraso, o Brasil reverteu a tendência de queda e aumentou a cobertura vacinal: o número de crianças zero dose caiu de 687 mil, em 2021, para 103 mil no último ano, enquanto aquelas que não foram imunizadas com a terceira dose caíram de 846 mil para 257 mil no mesmo período.
 

Isso fez com que o país saísse da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas no mundo.
 

"Quando fiquei sabendo, eu dei pulo de alegria, porque isso representa um grande avanço no nosso país. Cada criança imunizada, a gente salva uma vida. Tivemos mais de 500 mil crianças salvas no período", diz Luciana Phebo, chefe de saúde do Unicef no Brasil.
 

Ela ressalta, porém, que no contexto global não houve um avanço, com uma estagnação em relação ao conceito de criança zero dose. E isso pode ser explicado, em parte, devido à dificuldade de recuperação da imunização infantil em países de baixa e média renda após a pandemia.
 

"A pandemia afetou todo mundo, mas enquanto países que já tinham o sistema de saúde fortalecido recuperaram a cobertura vacinal, aqueles que já não iam bem não conseguiram melhorar."
 

Em países ricos, as principais barreiras no acesso à vacinação foram a desinformação e a hesitação vacinal.
 

O estudo analisou ainda a taxa de vacinação para outros 13 imunizantes disponíveis na infância que previnem contra doenças contagiosas.
 

ZONAS DE CONFLITO
De forma semelhante, a vacina contra sarampo, administrada em duas doses aos 12 meses (tríplice viral) e depois uma dose (tetraviral) aos 15 meses de idade, estagnou mundialmente. No planeta, a cobertura infantil da primeira dose foi de 83%, enquanto a imunização com a segunda dose teve um pequeno aumento no último ano, chegando a 74%. Esses números estão bem abaixo do preconizado pela OMS, de 95%, para eliminação do sarampo.
 

Mais importante, diz o relatório, 3 em cada 4 crianças no mundo vivem em um dos 103 países onde foram registrados surtos de sarampo nos últimos cinco anos, colocando esses jovens em maior risco para adoecimento e até morte.
 

Isso é especialmente preocupante ao considerar que mais da metade das crianças não imunizadas vive em países em conflito, onde a garantia dos direitos básicos infantis --incluindo a vacinação-- é frágil.
 

No relatório anterior, divulgado em abril do ano passado, 48 milhões de crianças não haviam recebido nenhuma dose preconizada da vacina DTP de 2019 a 2021. No caso do Brasil, o período da pandemia deixou 1,6 milhão de crianças sem vacinação, e outras 2,4 milhões com atraso vacinal.
 

"O Brasil está avançando. Para continuar avançando, duas coisas vão ter que ser feitas. Uma é aumentar a velocidade desse avanço. A outra é pensar na imunização de forma intersetorial, unindo vários setores, para recuperar a cobertura vacinal -e nesse sentido os três entes responsáveis, federal, estadual e municipal, cada um tem o seu papel", diz Phebo.
 

Para Isabella Ballalai, pediatra e diretora da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), o governo federal passou a investir mais na recuperação das taxas vacinais com planejamento nos municípios e busca ativa de crianças em atraso. "A gente volta a um cenário melhor também, o brasileiro confia em vacina, o brasileiro acredita na importância da vacina. Quando a gente tem uma queda da confiança, é muito mais Covid [os pais que não querem vacinar os seus filhos] do que outra coisa", afirma.
 

HPV

Um dado animador do relatório foi o aumento da cobertura vacinal do HPV (papilomavírus humano) em meninas, impulsionado pela introdução do imunizante em países como Bangladesh, Indonésia e Nigéria por estratégias como a Gavi, Aliança da OMS para distribuição de vacinas.
 

Em 2022, a taxa de vacinação em meninas adolescentes (9 a 14 anos) era de 20%, passando para 27%, em 2023. O uso do esquema de dose única também ajudou a aumentar a cobertura vacinal.
 

Apesar de um avanço, ainda é bem abaixo da meta de 90% para eliminar o câncer de colo de útero, explica Sania Nishtar, diretora executiva da Gavi. "Com vacinas disponíveis [nesses países] para mais de 50% das meninas nos países africanos, temos muito trabalho a fazer, mas podemos hoje ver um caminho claro para eliminar essa terrível doença."
 

No Brasil, segundo os dados do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal nas meninas com a primeira dose contra o HPV não atingiu 76%; para a segunda ficou abaixo de 60%. Em relação aos meninos, 42% receberam a primeira dose e 27% a segunda.
 

Na última semana, a pasta da Saúde anunciou a inclusão no calendário para a imunização contra o HPV no SUS (Sistema Único de Saúde) usuários de PrEP (profilaxia pré-exposição) contra o HIV de 15 a 45 anos. Em abril, o ministério já havia incluído adolescentes de até 19 anos e pessoas com papilomatose respiratória recorrente (tumor benigno causado pelo vírus HPV que pode acometer crianças ou adultos), independentemente da idade.
 

Phebo aponta a comunicação, especialmente focada em certos grupos e territórios, como ferramenta de auxílio para imunização. "As famílias que levam as crianças [para vacinar] e não conseguem por falta de estoque, ou porque o posto está fechado, não se sentem com seus direitos garantidos. Isso pode ser um motivo de não levar na próxima vez, além da falta de informação sobre as doenças e como preveni-las."


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/287036-brasil-aumenta-vacinacao-infantil-em-2023-mas-mundo-ainda-tem-27-milhoes-criancas-nao-imunizadas

sábado, 25 de maio de 2024

Entenda o que é malária, doença ocasionou uma morte na Bahia após 6 anos sem óbitos

A Bahia registrou no último dia 16 uma morte por malária, após 6 anos sem notificações de óbitos no estado. Na ocasião, a Secretária de Saúde do Estado (Sesab) informou que o caso foi considerado importado, já que o paciente não residia na Bahia e a infecção teria ocorrido fora do estado. 

 

A enfermidade, que é transmitida infecciosa causada pela picada de mosquitos infectados, ainda é considerada como um dos grandes problemas de saúde pública no mundo, já que pode impactar no índice de pessoas que vão a óbito em decorrência da enfermidade, principalmente em alguns países tropicais e subtropicais, onde é endêmica. 

 

Conforme dados do Ministério da Saúde, no Brasil, os números de diagnósticos de malária diminuíram progressivamente de 2010 a 2016, registrando um aumento no ano de 2017 e voltando a reduzir nos anos seguintes. 

 

Foi em 2017 inclusive, que o cantor Tony Sales foi diagnosticado com a doença e passou mais de dez dias internado em tratamento (relembre aqui) . Na ocasião, o artista perdeu 10 kg com a doença. Felizmente, logo depois, o músico se recuperou e voltou aos palcos com a banda Parangolé. 

 

Mesmo com o perigo, a doença ainda é desconhecida por parte da população. Para entender melhor o que seria a malária e explicar as principais causas e formas de prevenção, o Bahia Notícias conversou com a médica infectologista Clarissa Cerqueira. 

 

Segundo a especialista, a enfermidade é ocasionada por um protozoário, onde duas principais ‘espécies’ podem causar um quadro ‘mais grave’ e outro ‘mais leve’. 

 

“A malária é uma doença ocasionada por um protozoário. Diferente desses outros agentes [bactéria ou vírus]. Temos duas grandes espécies principais que causam malária. Uma que causa um quadro mais grave que pode levar a óbito e outra que causa um quadro mais leve. Aqui na Bahia, a gente não pensa com muita frequência, pois não temos muita circulação de malária aqui, não é algo comum. Porém, se o paciente viajou e relatou que fez uma viagem e ele tem sintomas compatíveis, a gente tem que pensar em malária”, explicou Cerqueira. 

 

Entre os sintomas mais compatíveis citados pela médica estão a febre alta e dores no corpo.

 

“Neste quadro compatível, o que mais chama atenção é a febre alta em geral com dor no corpo. A gente pensa até que seria um diagnóstico diferencial, por exemplo com dengue. Só que não temos malária aqui com frequência, não testamos e não investigamos. Só apuramos quando o paciente diz que esteve na Amazônia, na África e está apresentando esse quadro aí a gente pensa [na malária], caso contrário não”,  disse Clarissa. 

 

A infectologista explicou também sobre como acontece a transmissão e as formas de proteção da doença. 

 

“A transmissão é por picada de mosquito. Tem que usar repelente, o que a gente tem para se proteger é o uso de repelente. Pode usar tela, repelente para corpo, isso tudo é a forma principal de prevenção. Tem também medicação para prevenir, caso a pessoa vá para algum lugar que a malária esteja circulando, a exemplo da Amazônia, Safari na África do Sul, aí temos medicações para o paciente evitar”, observou. 

 

DIAGNÓSTICO

A infectologista contou também como funciona o diagnóstico de pacientes com malária.

 

“O diagnóstico é feito com o que a gente chama de teste de gota espessa. Coletamos uma gota de sangue do paciente, colocamos na lâmina e observamos no microscópio. Só que assim, a pessoa que vai fazer o teste tem que ser muito bem treinada e capacitada. Então não é todo lugar que é feito. Até em hospital privado em geral, a gente tem que mandar para o Lacen ou para o Couto Maia, para uma pessoa específica que foi treinada para fazer esse teste, pois ela vai visualizar esse sangue no microscópio e tem que procurar o parasita lá. Tem que saber reconhecer. Então é um teste que não é todo lugar que faz por conta disso”, apontou. 

 

Apesar da doença ter chance de ser mais grave em alguns casos, a médica pregou cautela e informou que a doença não é motivo de grande preocupação no momento. 

 

“A malária tem que ficar sempre observando e vigiando, pois mosquito a gente sabe que tem. É só ficar acompanhando a questão dos casos e a gente sabe que este último caso foi importado. Então eu não me preocuparia ainda com esse caso agora”, pontuou. 

 

De acordo com a especialista, o imunizante contra a enfermidade está em estudo , mas a vacina ainda não está disponível em estudo oficialmente.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/31607-entenda-o-que-e-malaria-doenca-ocasionou-uma-morte-na-bahia-apos-6-anos-sem-obitos