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terça-feira, 29 de abril de 2025

Anvisa aprova novo medicamento e especialista destaca avanço no tratamento do Alzheimer em fase inicial

O primeiro medicamento indicado para tratamento para a doença de Alzheimer sintomática inicial, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última terça-feira (22). A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva e fatal, reconhecida pela deterioração da memória, função cognitiva e atividades motoras. Estes são os sintomas que o Kisunla [donanemabe], medicamento fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, é indicado para tratar, ainda que em fase inicial.

 

Conforme dados do Ministério da Saúde, em 2023, cerca de 1,2 milhão de pessoas eram portadoras da Doença de Alzheimer no Brasil e a cada ano, uma médica de 100 mil novos casos eram diagnosticados, até então. O Bahia Notícias conversou com a especialista em Neurologia Roberta Kauark para compreender a dinâmica da doença e como o novo medicamento do alterar os tratamentos já existentes.

 

Segundo estudos oficiais, “a doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado". "Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato”, diz a nota disponível na cartilha do Ministério.

 

É neste cenário que o Kisunla [donanemabe] atua: o medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga à proteína em questão, a beta-amiloide. O medicamento atua se ligando a esses aglomerados da proteína e reduzindo-os, prometendo retardar a progressão da doença.

 

Com relação ao panorama da doença no país, a neurologista cita que estudos atuais chegam a contabilizar um crescimento de 22% nos diagnósticos. Ela afirma, no entanto, que isso se justifica por uma conjunção de fatores, incluindo o aumento da cobertura de saúde pública, por meio do SUS. Os dados que assustam, no entanto, são os de óbitos em decorrência da doença.

 

Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Centro Médico da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, aponta que o Brasil registrou mais de 211 mil mortes por complicações associadas à doença entre os anos 2000 e 2019. Foram analisados os dados registrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus).

 

“Se a gente diagnostica mais, a doença é uma doença incurável que progride e pode levar ao óbito com suas complicações, é compreensível que mais pacientes estejam, então, falecendo por complicações da doença. E acho que, além disso, como eu falei, tem também o fato de hoje em dia termos maior preenchimento de dados, dados mais seguros e maior acesso da população que está envelhecendo a rede de saúde”, explica a médica.

 

Nos centros de referência do Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento para a DA é multidisciplinar e integral. Os medicamentos utilizados ajudam a retardar a evolução dos sintomas.

 

Para a aprovação do Kisunla, o relatório analisado pela Anvisa conta com um estudo realizado pela farmacêutica em oito países, com 1.736 pacientes em estágio inicial. O estudo mostra que com a posologia de 700 miligramas do medicamento a cada quatro semanas nas três primeiras doses e, depois, com 1.400 miligramas a cada quatro semanas, os pacientes tratados com donanemabe apresentaram menor progressão e maior estabilidade na doença de Alzheimer (DA), em comparação aos pacientes tratados com placebo.

 

“Baseado nos estudos que foram realizados, a medicação mostrou melhora tanto em exames, que mostraram menor carga de beta-milóide cerebral, como também melhora clínica desses pacientes. Isso vai trazer um, vai espelhar uma melhora na qualidade de vida e de autonomia desses pacientes”, afirma.

 

No entanto, o medicamento possui contra indicações: O tratamento é contraindicado em pacientes que estejam tomando anticoagulantes, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) em ressonância magnética. Nestes casos, os riscos são considerados maiores que os benefícios, aponta a Anvisa.

 

A especialista, Kauark, chama a atenção para a questão. “[O medicamento] É um avanço, mas a gente precisa chamar atenção para algumas coisas. Primeiro, é que a medicação mostrou benefícios numa população com declínio cognitivo leve, ou seja, anterior à demência e em demência leve nos pacientes. A segunda coisa é que mesmo nessa população bem específica, houve uma complicação maior de sangramento intracerebral em uma parte desses pacientes. Então, mesmo nos pacientes com demência inicial ou declínio cognitivo leve, existe outra população com um maior risco do uso. A mensagem que fica é que esses pacientes precisam ser muito bem selecionados”, destaca.

 

Ao falar sobre o perfil dos pacientes para a medicação, a médica detalha que já existe uma mudança nos pacientes diagnosticados. Considerando que a DA está diretamente ligada a questões do envelhecimento, a doença ainda é mais comum entre pessoas com mais de 60 anos, no entanto, o aparecimento precoce da doença se torna mais comum. “É possível o aparecimento antes dos 65 anos de idade, de forma muito precoce. O Alzheimer precoce, entre os 30 a 50 anos, a nossa suposição é que pela genética associada, esse tipo de diagnóstico aumenta. Então, nesses pacientes abaixo dos 50 anos de idade, é importante a gente fazer uma investigação de causa genética para essa doença de Alzheimer”, ressalta.

 

Conforme a aprovação da Anvisa, o Kisunla [donanemabe] já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência. Agora, a medicação aguarda precificação na Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

 

Para Roberta, essa etapa é fundamental para compreender como esse tratamento pode impactar no mercado. “Essa medicação passa por uma 2° etapa, que é a precificação. A gente aguarda isso com ansiedade, porque os preços praticados fora do Brasil são muito altos para o uso da medicação. Então, a gente tem que saber qual a viabilidade do uso da medicação de forma geral no Brasil. Além disso, é necessária a definição brasileira de protocolos muito bem estruturados, principalmente se a gente vislumbra o uso dessa medicação no futuro ao nível de SUS”, reflete.

 

A neurologista conta que “fora do Brasil, nos estudos que foram realizados, foram coletados biomarcadores e feitos exames como, por exemplo, o PET Amiloide, que a gente não tem disponibilidade facilmente no Brasil de realizar. Então, são alguns desafios que precisam ser resolvidos para que a medicação, então, possa ser usada aqui no Brasil”, conclui.

 

Em nota pública, a Anvisa garantiu que “como acontece com qualquer medicamento, irá monitorar a segurança e a efetividade do donanemabe sob rigorosa análise". "Serão implementadas atividades de minimização de risco para o donanemabe em conformidade com Plano de Minimização de Riscos aprovado”, escreveu a entidade.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/32394-anvisa-aprova-novo-medicamento-e-especialista-destaca-avanco-no-tratamento-do-alzheimer-em-fase-inicial

sexta-feira, 25 de abril de 2025

Mounjaro chega em maio às farmácias do Brasil e vai custar de R$ 1.406 a R$ 2.384

O Mounjaro (tirzepatida), medicamento para tratar diabetes tipo 2 aprovado em 2023 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estará disponível para venda em farmácias e drogarias do Brasil na primeira quinzena de maio, anunciou nesta sexta-feira (25) a farmacêutica Eli Lilly.
 

A empresa ainda aguarda autorização para o uso do fármaco contra a obesidade —o medicamento para esse fim é o Zepbound—, como adjuvante a uma dieta equilibrada e prática de atividade física.
 

Em março, a empresa havia anunciado o início da comercialização do Mounjaro para 7 de junho, mas o cronograma foi antecipado. O medicamento é concorrente direto do Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk.
 

A expectativa é que as farmácias estejam abastecidas com o Mounjaro até o dia 15 de maio. Estarão disponíveis no mercado nacional as canetas autoinjetoras de dose única de 2,5 mg e 5 mg, indicadas no início do tratamento. O dispositivo vem com uma agulha pré-fixada e oculta que os pacientes não precisam manusear.
 

No e-commerce, o preço máximo para o tratamento mensal (caixa com quatro canetas) do remédio para o paciente inscrito no programa Lilly Melhor Para Você foi estipulado em R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg). Nas lojas físicas, os valores serão de R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg).
 

Fora do programa, os custos serão de R$ 1.907,29 (2,5 mg) e R$ 2.384,34 (5 mg).
 

Em quatro etapas de administração –destampar, posicionar, destravar e pressionar/segurar– é possível fazer a autoaplicação por um botão e depois confirmar que a dose foi aplicada. Após o uso, a caneta deve ser descartada em recipiente específico para perfurocortantes.
 

O Mounjaro é um medicamento injetável que melhora o controle da taxa de açúcar no sangue e do peso de pacientes adultos com diabetes tipo 2, aliado a dieta e exercícios. Seu princípio ativo, a tirzepatida, é um agonista dos receptores GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon-1), que são hormônios incretínicos naturais (oriundos do intestino). É uma molécula única que ativa os receptores do corpo para GIP e GLP-1.
 

Tanto os receptores de GIP quanto de GLP-1 são encontrados em áreas do cérebro humano importantes para a regulação do apetite. A tirzepatida diminui a ingestão calórica, e os efeitos são provavelmente mediados pela alteração no apetite.
 

A farmacêutica afirma que a inscrição no programa Lilly Melhor para Você é gratuita e está disponível aos pacientes que têm prescrição médica para um medicamento participante do programa.
 

O cadastro é feito no site Lilly Melhor Para Você. Dúvidas podem ser esclarecidas por meio do telefone 0800 701 0444, pelo email sac_brasil@lilly.com ou pelo WhatsApp (11) 5108-0101.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/333156-mounjaro-chega-em-maio-as-farmacias-do-brasil-e-vai-custar-de-rdollar-1406-a-rdollar-2384

sábado, 19 de abril de 2025

Estudos mostram efeitos positivos e negativos de canetas emagrecedoras

Na última quarta-feira (16), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou a exigência de retenção de receita para compra de medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro. Com a nova medida, somente pacientes com receita médica dentro da data de validade podem adquirir as chamadas canetas emagrecedoras. O objetivo da decisão é combater o uso indiscriminado desse tipo de medicamento, além da utilização sem prescrição médica, segundo a agência.
 

Nos últimos anos, os medicamentos análogos de GLP-1, que imitam um hormônio intestinal que sinaliza ao cérebro a saciedade e ajuda a controlar a glicemia, se popularizaram como uma forma rápida e fácil de emagrecimento. Enquanto uns, como o Ozempic e Mounjaro, são aprovados pela Anvisa para o tratamento de diabetes, outros, como o Wegovy, tem autorização para obesidade.
 

A perda de peso e o controle da glicemia, porém, não foram as únicas consequências identificadas. A Anvisa afirma que 32% das notificações de efeitos adversos relacionados aos medicamentos como o Ozempic estão associadas a utilização não prevista em bula, ou seja, off label.
 

A agência alerta que o uso destes remédios fora das indicações comprovadas cientificamente pode colocar a saúde dos usuários em risco.
 

Estudos recentes mostram efeitos positivos e negativos relacionados ao uso dos fármacos, especialmente a semaglutida, desde benefícios cardiovasculares até risco de problemas de visão. Veja abaixo.
 

EFEITOS POSITIVOS
 

- Redução do consumo de álcool. Um estudo publicado em fevereiro na Jama Psychiatry aponta que pessoas que tomam remédios como Ozempic podem ter menos apetite para o álcool. Entre 48 adultos com problemas com álcool, os que estavam sob efeito da semagalutida consumiram 30% menos bebida alcoólica.
 

Apesar dos bons resultados, os pesquisadores afirmam que são necessários mais estudos para entender se a semaglutida poderia ser usada para tratar problemas com álcool.
 

- Prevenção de Alzheimer. Vários estudos já revelaram bons efeitos da semaglutida na prevenção e tratamento de Alzheimer em camundongos, assim como aumento da memória e capacidade de aprendizado.
 

Porém, estudos em humanos ainda estão sendo realizados. Outras drogas já foram eficazes para tratamento deste tipo de demência em roedores mas não obtiveram o mesmo resultado em humanos.
 

- Prevenção de cirrose. Um estudo da farmacêutica Novo Nordisk, responsável pelo Wegovy, afirma que o medicamento possui eficácia na diminuição de inflamação e fibrose no fígado, condições que podem levar à cirrose.
 

Nessa pesquisa, a caneta também promoveu maior controle de pressão arterial e do diabetes tipo 2, além de diminuir a obesidade.
 

- Alívio de dores de artrose no joelho. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine diz que a semaglutida tem efeito para alívio para dores de artrose no joelho, um sintoma comum em pessoas com obesidade. Até agora, porém, o único tratamento eficaz era a cirurgia.
 

No estudo com 407 pessoas, as dores no joelho naquelas que tomaram a semaglutida diminuíram cerca de 41,7 pontos (em uma escala para dor), o dobro das que receberam um placebo.
 

- Prevenção de AVC. A American Stroke Association (Associação americana de Acidente Vascular Cerebral, em português) incluiu remédios do tipo GLP-1 na lista de medicamentos indicados para prevenção de AVC. A associação afirmou que esses medicamentos demonstraram ser efetivos para diminuição de peso, que pode estar relacionado ao risco de doenças cardiovasculares e derrames.
 

EFEITOS NEGATIVOS
 

- Risco durante a anestesia. A Anvisa alertou no ano passado que medicamentos análogos de GLP-1 podem aumentar o risco de desenvolvimento de pneumonia e aspiração em pacientes submetidos a anestesia. Segundo a agência, esses remédios atrasam o esvaziamento gástrico, aumentando os riscos de inalação de alimentos e líquidos.
 

- Problemas de visão. Alguns estudos já relacionaram as canetas de semaglutida a problemas de visão, como inflamação na retina e falha na circulação sanguínea no nervo óptico, podendo levar à cegueira.
 

Mais estudos, contudo, são necessários para estabelecer relação causal entre o uso desses medicamentos e os problemas observados.
 

- Perda de cabelo. Um estudo que comparou usuários de semaglutida com pacientes que usavam a combinação de naltrexona e bupropriona, também indicada para a perda de peso, mostrou que há risco maior de perda de cabelo em mulheres que tomam a semaglutida.
 

O trabalho, publicado em março de 2025, afirma que ainda são necessários mais estudos para certificar a associação entre o sintoma e o medicamento.
 

- Lesão renal e problemas no pâncreas. Um estudo publicado na revista Nature indicou relação entre lesões renais, pancreatite e problemas grastrointestinais ao uso de medicamentos análagos de GLP-1. A pesquisa analisou dados médicos de veteranos de guerra com diabetes do tipo 2.
 

Diante disso, a farmacêutica Eli Lilly afirmou já ter informado sobre esses riscos, enquanto a Novo Nordisk diz ter segurança dos medicamentos comprovada.
 

- Perda de massa magra. Canetas emagrecedoras usualmente fazem o paciente sentir menos vontade de comer, resultando em emagrecimento. Um efeito colateral comum é a perda de massa magra e o déficit nutricional, que pode ser grave em alguns casos.
 

Por isso, especialistas afirmam que, durante o uso deste tipo de medicamento, é necessário ter uma dieta nutritiva, rica em proteínas e uma rotina de exercícios para manter a massa magra e a nutrição necessária.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/332119-estudos-mostram-efeitos-positivos-e-negativos-de-canetas-emagrecedoras

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Quadro de Preta Gil é estável após transferência em UTI aérea para SP

A cantora Preta Gil, internada no último domingo (06) em São Paulo, teve seu estado de saúde atualizado por meio de um boletim divulgado pela assessoria de imprensa.
 

Segundo a nota, a artista está bem. "Estável e sendo bem assistida pela equipe clínica do hospital", disse a assessoria da cantora.
 

Preta Gil foi transferida de Salvador (BA) para a capital paulista em uma UTI aérea. A cantora estava acompanhada da irmã, Bela Gil, e da amiga, Ju de Paulla. Antes de pousar em São Paulo, Preta compartilhou a viagem através de publicações nas redes sociais.
 

Recentemente, em participação no programa Domingão com Huck, Preta Gil revelou que pretende continuar o tratamento fora do país. "Sou grata por passar por tudo isso podendo me tratar com dignidade. Entro numa fase difícil. No Brasil, já fizemos tudo que podíamos, agora a minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou", disse na ocasião. A viagem internacional, no entanto, ainda não foi realizada.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/330153-quadro-de-preta-gil-e-estavel-apos-transferencia-em-uti-aerea-para-sp

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Nova lei prevê reconstrução dentária no SUS para vítimas de violência doméstica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou lei que institui o Programa de Reconstrução Dentária para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica no SUS (Sistema Único de Saúde).
 

O objetivo da medida é assegurar tratamento odontológico a mulheres que perderam os dentes ou sofreram fraturas faciais em decorrência de agressões.
 

Publicado nesta quinta-feira (3) no Diário Oficial da União, o texto prevê serviços como procedimentos de reconstrução, próteses e tratamentos estéticos e ortodônticos.
 

Pela nova norma, o atendimento ocorrerá prioritariamente em clínicas e hospitais públicos ou conveniados ao SUS. Para acessar o programa, mulheres terão que apresentar documentos que comprovem a situação de violência, conforme critérios a serem definidos.
 

Além de detalhar esses requisitos, o Executivo deve prever procedimentos de atendimento e parcerias com instituições de ensino e pesquisa em regulamentação posterior.
 

Para o dentista Fábio Bibancos, a lei é um avanço após anos de mobilização de organizações como a ONG Turma do Bem -fundada por ele, que oferece serviços odontológicos gratuitos- em defesa de atenção odontológica específica para mulheres vítimas de violência.
 

"Elas não tinham qualquer tipo de prioridade e ficavam com aquela marca da agressão no rosto. Então estamos muito felizes que a lei saiu. É um gol, mas agora precisamos assegurar que ela vai funcionar."
 

O principal ponto frágil do texto, segundo ele, é a ausência de informações sobre o volume e a origem da verba que financiará a medida.
 

Ao todo, o Ministério da Saúde deve destinar R$ 4,9 bilhões para serviços de saúde bucal neste ano, incluindo o programa, segundo a pasta.
 

Quanto aos critérios de acesso, o dentista e empreendedor social chama a atenção para pontos que devem ser levados em consideração.
 

"Precisa de boletim de ocorrência? No nosso caso [da ONG], sim. A mulher apresenta o boletim, que deve constar a lesão no rosto, porque existem milhões de outras pessoas sem dente no país. Ela ainda vive com o agressor? Se sim, ele vai atacar novamente. São detalhes a se pensar."
 

A complexidade dos procedimentos de reconstrução dentária também não pode ser minimizada. "Não é uma cárie que se resolve no consultório. Você precisa de protéticos, correção de gengiva, até correções ósseas muitas vezes, com cirurgia", diz Bibancos.
 

"É importante esclarecer se o atendimento ocorrerá no pronto-socorro, nas unidades de atenção primária, secundária ou terciária, ou se será realizado em centros de especialidade, por exemplo."
 

A expectativa é que a medida do governo federal ajude mulheres como Terezinha dos Santos, 59, que sofreu agressões do ex-marido por 12 anos. Em junho de 2024, ela começou a fazer a reconstrução dentária com especialistas da ONG Amigos do Bem.
 

Embora ainda não tenha concluído o tratamento, a paulistana já se considera "uma nova pessoa" e diz que ganhou confiança para buscar um novo emprego. Hoje, trabalha como copeira e, nas horas livres, faz aulas de canto.
 

"Sempre gostei de cantar, mas, para cantar, você tem que abrir a boca. E minha boca estava feia, sem os dentes. Sentia vergonha", conta ela.
 

"Agora, quero continuar tendo saúde para fazer tudo o que gosto, em paz. E com um sorriso no rosto é melhor ainda."


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/329699-nova-lei-preve-reconstrucao-dentaria-no-sus-para-vitimas-de-violencia-domestica

quinta-feira, 13 de março de 2025

Especialista alerta para crescimento no número de casos de obesidade na Bahia; entenda

O crescimento no número de casos de obesidade tem preocupado especialistas de diferentes áreas de saúde. O alerta chega após a Atlas da Federação Mundial da Obesidade divulgar um levantamento indicando que o número de pessoas que enfrenta a doença é de 1 bilhão e pode passar a ser 1,5 bilhão nos próximos cinco anos. 

 

A temática também se tornou alvo de acompanhamento no contexto da Bahia. Em entrevista a reportagem do BN, o médico endocrinologista e coordenador médico do Hospital da Obesidade, Cristiano Gidi explicou que existe um crescimento expressivo na quantidade de casos de obesidade no estado. 

 

“Existe um aumento muito grande de número de casos de obesidade aqui na Bahia. O estado se enquadra no contexto mundial de forma semelhante ao que está acontecendo no restante do mundo. Está havendo um crescimento exponencial [de obesidade]. Para o nível de comparação, no mundo, em 2010, existia 1,6 bilhão de pessoas acima do peso. Esse número está crescendo para uma previsão de 3 bilhões, ou seja, dobrou praticamente em 20 anos. Então, a tendência de aumento é muito grande”, comentou. 

 

O médico reforçou ainda acerca da tendência no crescimento de pacientes com obesidade no estado. “Infelizmente existe uma tendência de aumento do número de casos de obesidade aqui na Bahia e também no resto do mundo. Isso reflete o ambiente obesogênico, que é aquele ambiente que favorece o ganho de peso em que nossa sociedade moderna vive. Reflete também na ausência de políticas públicas mais efetivas com relação ao combate da obesidade. Algumas regras que poderiam estar sendo adotadas no sentido de diminuir o acesso a alimentos ultraprocessados, na facilitação do acesso a alimentos mais saudáveis, facilitar a prática de atividade física. Essas ações precisam ser tomadas de forma geral para que a sociedade possa apresentar uma menor taxa de crescimento da obesidade e quem sabe uma redução”, considerou. 

 

O endocrinologista elencou também as principais causas que impactam no sobrepeso de pacientes. Entre os motivos estão o alto índice de sedentarismo, consumo de alimentos hipercalóricos, entre outros. Ele ainda chamou atenção para crianças consideradas obesas. 

 

“A gente pode listar vários fatores, mas o sedentarismo é um dos principais. Cada vez mais existe uma população com um alto índice de sedentarismo e o acesso a alimentos hipercalóricos, hiperpalatáveis contribuem para o excesso de peso. Eu chamo a atenção da obesidade infantil, porque o que acontece é que uma criança obesa tem uma probabilidade de se tornar um adulto obeso. Muitas vezes é na infância que nós podemos ter ações mais efetivas no sentido de ajudar a prevenir que essa pessoa se torne um adulto com obesidade”, disse. 

 

O especialista elencou também quais condições e doenças crônicas podem ocorrer em decorrências de excesso de peso. “A obesidade é causa de diversas situações como diabetes, problemas cardíacos, hipertensão, mas também de outras patologias que não são tão divulgadas como insuficiência cardíaca. Diversos tipos de câncer têm sua prevalência aumentada em pacientes com excesso de peso”, revelou Gidi. 

 

TRATAMENTOS
O médico ainda explicou quais os casos em que pacientes com um peso em extremo são submetidos a tratamentos. “Os pacientes que buscam internamento para tratamento da obesidade, geralmente são aqueles com obesidade severa e bastante avançada, pacientes que tentaram muitas vezes perder peso sem o resultado satisfatório. Alguns já passaram por cirurgia bariátrica e tiveram reganho de peso, outros pacientes têm contraindicação para outras modalidades de tratamento como cirurgia ou alguns tratamentos farmacológicos. Muitos pacientes têm história de limitação de locomoção, comorbidades, limitação psiquiátricas. São pacientes que também apresentam quadro depressivo, quadro de transtorno de ansiedade, o que dificulta a resposta ao tratamento com outras abordagens”, observou o profissional. 

 

Um desses pacientes que passaram por um tratamento para perder peso foi o Demetrio Barreto, de 36 anos. Cerca de dez anos atrás, o empresário pesava 190 quilos antes de começar seu tratamento no Hospital da Obesidade, em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). 

 

Ele contou que, mesmo após eliminar os quilos em excesso, ainda participa de manutenções mensais na unidade de saúde com profissionais de diferentes segmentos. 

 

“Fui internado no hospital da obesidade em 2016, fiquei internado lá sete meses. Hoje faço manutenção. Todo o mês, eu passo quatro dias em tratamento. Nesses quatro dias eu passo pelo endocrinologista, pela equipe multidisciplinar, nutricionista, psicólogo, ortopedista, fisioterapia. Eu tenho uma doença que é a obesidade. Então, não tem prazo para terminar essa manutenção. Meu máximo de peso em 2015 era de 190 quilos. Hoje tenho 98 quilos”, contou Barreto. 


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/32305-especialista-alerta-para-crescimento-no-numero-de-casos-de-obesidade-na-bahia-entenda

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Em mensagem, papa agradece orações e lembra 3 anos de guerra na Ucrânia


O papa Francisco publicou uma nota neste domingo (23) agradecendo as orações pela saúde dele, internado há nove dias em Roma com uma pneumonia bilateral.
 

Papa diz que continua tratamento com confiança. "Continuo minha internação na clínica Gemelli com confiança, seguindo com o tratamento necessário, e descanso também faz parte dessa terapia! Agradeço aos médicos e profissionais da saúde deste hospital pela atenção que têm me demonstrado, e pela dedicação que exercem seus serviços entre os enfermos."
 

Segundo o Vaticano, chefe da igreja católica passou bem a noite e conseguiu descansar, mas precisou de outra aplicação de oxigênio nesta manhã. "Mais testes clínicos estão em andamento, aguardamos o boletim desta noite para saber os resultados", disse a instituição em nota.
 

"Nos últimos dias, recebi muitas mensagens de carinho, e fiquei particularmente sensibilizado pelas cartas e desenhos das crianças. Obrigada pela solidariedade e pelas orações por melhora que recebi de todo o mundo! Confio todos à intercessão de Maria e peço que rezem por mim", disse Papa Francisco, em mensagem.
 

Texto foi escrito "nos últimos dias", segundo uma fonte do Vaticano ouvida pela agência de notícias AFP. A mensagem foi lida durante a oração do Angelus, que acontece todos os domingos ao meio-dia no Vaticano (8h no horário de Brasília).
 

Papa também lembrou que a guerra na Ucrânia completa três anos amanhã (24), e disse que a data é "dolorosa e vergonhosa para toda a humanidade". "Renovo minha solidariedade à população martirizada da Ucrânia, e convido vocês a lembrarem das vítimas de todos os conflitos armados, e a rezarem pelo presente da paz na Palestina, Israel, e em todo o Oriente Médio, em Myanmar, em Kivu e no Sudão."
 

Papa teve piora no sábado
 

Pontífice teve uma crise asmática, e o estado dele é considerado crítico, segundo o Vaticano. Francisco precisou receber oxigênio e uma transfusão de sangue, segundo comunicado divulgado no sábado (22).
 

Jesuíta de 88 anos está internado desde 14 de fevereiro, e não há previsão de alta. A expectativa é que ele fique internado por pelo menos mais uma semana, e o temor dos médicos é que haja uma infecção generalizada. "O papa sabe que está em perigo. Pode acontecer que essa infecção, que hoje está no trato respiratório e nos pulmões, infelizmente passe para a corrente sanguínea, ele teria sepse. E uma sepse, com a idade e a condição dele, seria difícil", alertou o médico Sergio lfieri ontem, em coletiva de imprensa.
 

Papa tem histórico de doença pulmonar. Aos 21 anos, ele precisou remover parte de um pulmão. Além disso, nos últimos meses, ele sofreu duas quedas, além de ter dor crônica nos joelhos, que fazem-no usar cadeira de rodas ou bengala em algumas ocasiões.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/323049-em-mensagem-papa-agradece-oracoes-e-lembra-3-anos-de-guerra-na-ucrania 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Gestão municipal realiza primeira reunião com os funcionários da Secretaria de Saúde de Inhambupe Bahia






















A gestão municipal do município de Inhambupe realizou na manhã dessa sexta-fira, dia 10 de janeiro de 2025, a primeira reunião com os funcionários da Secretaria de Saúde.

A reunião teve meta organizar os próximos passos para e melhorar o atendimento em prol de todos os moradores do município.

Esteveram presentes: O atual prefeito Hugo Simões, o vice-prefeito Jeovan Vieira e atual Secretário de Saúde, e várias autoridades.

E ainda teve a palestra de Eric Carvalho falando "Cuidando de quem cuida".

O Secretario ainda informou os principais cargos da Secretaria:

Ayze Vieira Prudêncio da Silva - Diretora de Departamento de Administração e Logística
Maria Valdenice Ramos Lima - Cargo de Coordenadora do PACS
Ediana Correia de Almeida - Coordenadora de Vigilância a Saúde do Trabalhador
Wilma Esmeralda Vergasta da Silva - Diretora de Vigilância Sanitária 
Aline Araújo da Silva Muniz - Coordenadora de Imunizações 
José Marcos Oliveira dos Santos - Coordenador da Divisão e Gestão de Pessoas
Domingos Conceição Bina - Coordenador da Divisão de transporte e ambulâncias
Patrícia da Cruz Ramos Silva - Coordenador de Supervisão de Unidade da Saúde
Jocimeire Franco dos Santos - Coordenadora da Central de Regulação 
Gleydilene Amália Souza Batista - Coordenadora do CAPS
Joseilsa Borges Bispo - Coordenador do SAMU
Manoel Fernado Carvalho  Junior - Diretor Médico
Naíse Barbosa Nascimento - Diretora de Enfermagem Hospitalar 
Maria Graziela de Almeida Rocha Freire Santos - Diretora de Atenção Básica
Renata Cardoso Reis - Diretora de Saúde Bucal 
Adeânio Almeida Lima - Diretor do Sistema de Informação da Saúde
Rita de Cássia Figueiredo Martins Correia - Diretora de Vigilância Epidemiológicica 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Brasil registra crescimento de 8% em coleta de células-tronco de medula óssea

O Brasil registrou um crescimento no número de coleta de células de medula óssea nos últimos anos no Sistema Único de Saúde (SUS). O total de células-tronco de medula óssea destinadas à doação chegou a 431 até novembro deste ano. A quantidade representa um aumento de 8% na comparação com as 398 coletas alcançadas no mesmo período do ano passado. Já no ano retrasado, foram disponibilizadas cerca de 382 células-tronco. 

 

De acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), via Agência Brasil, houve também uma evolução nos dados de novos doadores, que passaram de 119 mil em 2022 para 129 mil, entre janeiro e novembro de 2024.

 

“Paralelamente, o número de receptores cadastrados cresceu significativamente, saltando de 1.637 em 2022 para 2.201 em 2023 e chegando a 2.060 até novembro de 2024”, disse o Ministério da Saúde.

 

Conforme o órgão, o desenvolvimento é devido a esforçosos coletivos da pasta com hemocentros e hemonúcleos estaduais, através de campanhas de conscientização e cadastramento de doadores e receptores.

 

Segundo a reportagem, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) tem contribuído com a qualificação dos cadastros, fidelização de doadores e suporte por meio de diversos canais de atendimento. O Inca é responsável por coordenar as ações técnicas do Redome, que possui o terceiro maior registro de doadores voluntários de medula óssea do mundo (o maior entre aqueles com financiamento exclusivamente público), com mais de 5,9 milhões de doadores cadastrados.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/32130-brasil-registra-crescimento-de-8-em-coleta-de-celulas-tronco-de-medula-ossea