A malha ferroviária da Bahia passa por um processo de reestruturação e expansão, com obras em curso, estudos técnicos e discussões sobre concessões que envolvem diferentes bitolas, modelos de integração e conexão com polos logísticos e portuários. O objetivo das iniciativas em andamento é ampliar a capacidade de transporte de cargas, reduzir custos logísticos e integrar a Bahia a corredores ferroviários nacionais.
Atualmente, o estado conta com duas principais estruturas ferroviárias em operação ou em desenvolvimento: a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Há ainda planos em fase de estudo para a construção de um novo trecho entre Salvador e Feira de Santana, considerado estratégico para a mobilidade e a economia regional.
O projeto foi dividido em três trechos:
• FIOL I: de Ilhéus a Caetité (537 km), com obras em andamento;
• FIOL II: de Caetité a Barreiras (485 km);
• FIOL III: de Barreiras a Figueirópolis (505 km).
A operação da ferrovia será dedicada inicialmente ao transporte de minério de ferro da Mina Pedra de Ferro, em Caetité. A expectativa é que o primeiro trecho esteja concluído até 2027, viabilizando a movimentação de cargas até o litoral sul da Bahia.
A concessão da FCA vence em 2026, e há discussões sobre a renovação antecipada do contrato. Segundo estudos técnicos apresentados pelo governo estadual, grande parte da malha encontra-se degradada, com trechos que operam abaixo dos padrões mínimos de velocidade e eficiência.
Entre as propostas em análise, está a adoção da bitola mista, que permite a operação simultânea de trens em bitola métrica e larga. A medida visa possibilitar a integração da FCA a futuras conexões com a FIOL e outras malhas interestaduais.
• Bitola métrica (1,00 m): predominante nas ferrovias legadas, como a FCA e o sistema ferroviário do Subúrbio Ferroviário de Salvador;
• Bitola larga (1,60 m): adotada na FIOL e recomendada para novos projetos;
• Bitola mista: considerada solução intermediária para integrar sistemas antigos e novos.
Para além das bitolas, a interligação com portos estratégicos, como o Porto Sul (em Ilhéus) e o Porto de Aratu, também está no foco da integração ferroviária. A expectativa é que a conexão com essas estruturas portuárias evidencie o potencial exportador da Bahia, facilitando o escoamento de commodities agrícolas e minerais.
O novo ramal visa atender tanto o transporte de cargas quanto o de passageiros, facilitando o deslocamento entre as duas maiores cidades do estado. O modelo de bitola e o tipo de operação continuam em definição, mas estudos preliminares indicam que a bitola larga é a mais recomendada para garantir integração com os novos projetos logísticos nacionais.
A proposta também contempla a interligação desse novo trecho com o Porto de Aratu e o Polo Industrial de Camaçari, por meio de um ramal adicional. A ideia é criar um eixo de mobilidade que permita conexão entre a região metropolitana de Salvador, o interior do estado e os portos, com maior eficiência e menor custo logístico.
As ações em curso dependem da articulação entre governos estadual e federal, além de participação do setor privado por meio de concessões e parcerias público-privadas. A definição dos modelos operacionais e das bitolas adotadas é apontada por especialistas como determinante para o futuro do transporte ferroviário na Bahia.
Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/305494-ferrovias-na-bahia-passam-por-reestruturacao-e-expansao-apesar-de-historico-de-esquecimento
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