terça-feira, 1 de setembro de 2015

Entrevistamos a Professora Luciana Santana a Coordenadora do Plano Municipal de Educação de Inhambupe


1.            Quem é a coordenadora do Plano Municipal de Educação de Inhambupe?

Sou Luciana dos Santos Santana, professora, formada em Pedagogia e pós graduada em Gestão Escolar. Soteropolitana, mas resido em Inhambupe desde 2005. Já atuei como Professora Regularizadora do Fluxo Escolar, Coordenadora Pedagógica, Chefe de Gabinete, Técnica de Secretaria de Educação, e atualmente estou como Supervisora da EJA II. Fui representante dos professores e articuladora do PME no município.

2.            Como foi o processo de elaboração do PME?

Foi um processo democrático e participativo. O grupo colaborativo além do formato sugerido pelo PROAM (Programa de Apoio aos Municípios), por sugestão da Secretária de Educação, incluiu o Controle Social, o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais e Religião Matriz Africana. Não foi um plano feito em gabinete e não trouxe custos ao município.
O PME tem 20 metas que abrangem todos os níveis de formação, desde a educação infantil até o ensino superior, com atenção para detalhes como a educação inclusiva, a melhoria da taxa de escolaridade média dos brasileiros, a formação e plano de carreira para professores, bem como a gestão e o financiamento da Educação.


3.            Qual o principal objetivo nesse PME?

É fundamental esclarecer que o PME não é um Plano do Sistema ou da Rede de Ensino do Município, mas um Plano de Educação do Município. Integrado ao do Plano Estadual de Educação e ao Plano Nacional de Educação, sim, porém mais integrado, ainda, à realidade, à vocação e às políticas públicas do Município. A história, a geografia, a demografia do Município, e sua proposta de desenvolvimento é que determinam as metas e as estratégias de suas ações na educação escolar para sua rede atual e futura, com ações a curto, médio e longo prazo.

4.            Entre conquistas e perdas como você avalia o Plano que foi aprovado?

Conquistas:
·         Realizar um diagnóstico local com informações sistematizadas;
·         Discutir e reavaliar sobre os diversos segmentos educacionais (ensino infantil, fundamental, médio, superior, educação inclusiva), com pessoas de diversas representações;
·         Planejar e construir metas e estratégias para os próximos dez anos;
·         Fazer parte de um processo histórico no município de construção de política pública educacional;
·         Criar o Fórum Municipal de Educação com as diversas representações para acompanhamento e cumprimento das metas e estratégias do Plano;
·         E por fim, crescimento pessoal/profissional de todos que estiveram envolvidos nesse processo.

Perdas:

·         O tempo foi o nosso maior desafio. Uma vez que o prazo inicial era 24 de junho. E ainda contávamos com o recesso da Câmara. Depois ampliado para início de agosto. Onde “perdemos” mais oportunidades de ampliação das discussões e consequentemente aprendizado.


5 - Qual o seu ponto de vista em relação à Câmara de Vereadores e por que tantas confusões?

Eu não diria confusões e sim a algumas polêmicas infundadas. Eu tenho que me pronunciar, pois foram divulgadas em redes sociais algumas inverdades como:

“...o texto aprovado na Câmara Municipal resultou de uma organização interna na Secretaria  de Educação do município, que desfez todas as diretrizes e metas anteriormente definidas pela sociedade civil organizada...”
“...impedimento do acesso de crianças com deficiência às escolas públicas municipais de Inhambupe.”

·         Primeiro há uma generalização ao colocar que houve mudanças em todas as diretrizes e metas. Sempre foi colocado ao grupo colaborativo/comissões que o plano passava por apreciação do PROAM para possíveis correções. Uma comissão não teve acesso aos rascunhos das outras comissões. Houve pequenas mudanças que se fizeram necessárias. Há orientações que devem ser consideradas como para se elaborar diretrizes não se quantifica, nem determina período só é permitido na elaboração da meta entre outras regras de elaboração. Mas nada que descaracterize o trabalho que foi realizado pelas comissões.
·         Quanto à segunda afirmação o plano em nenhum momento impede esse acesso. A meta 4 trata apenas da Educação Inclusiva, contempla esse acesso sem contar que ela perpassa por outras metas de números 1 (Educ. Infantil), 5 (Políticas de Alfabetização), 6 (Educação em Tempo Integral), 7 (Qualidade da Educação Básica), entre outras.
·         Quanto a Emenda criada em relação a Gênero, isso é algo para ser discutido quanto ao conceito e definição, políticas e práticas educativas junto a sociedade para construção de uma educação de qualidade para todos.

6 - Considerações Finais

Agradeço a Deus pelas conquistas e desafios. Os desafios só fazem aumentar o aprendizado. A minha família pelas ausências em alguns momentos. A Secretária Profª Iranilda pelo convite e apoio incondicional. Ao Grupo Colaborativo e as Comissões pelo Compromisso assumido. Aos vereadores que abraçaram essa causa, que é o Planejamento Decenal da Educação de Inhambupe.
A Eduardo do Blog que por esse canal de interação dá oportunidade de expressão. Enfim, ratificar que por escolha da Secretária de Educação, o plano pode ser revisado anualmente. E que pelo prazo curto em que o plano foi elaborado, ele pode não está perfeito mas buscou refletir os anseios inhambupenses para uma politica educacional de qualidade.