quinta-feira, 8 de maio de 2025

Quais são os próximos passos do novo papa? Entenda

Minutos depois de pronunciadas as palavras "Habemus Papam", o cardeal americano Robert Francis Prevost, o novo papa Leão 14, já começa a trabalhar. Seu primeiro compromisso é proferir a bênção Urbi et Orbi, da sacada da fachada da basílica, aos fiéis da praça São Pedro, no Vaticano. O rito acontece logo depois de sua apresentação ao público, feita pelo cardeal protodiácono Dominique Mamberti.
 

Em seguida, o novo papa celebra uma missa com os cardeais, que marca a sua primeira homilia. No caso do papa Francisco, isso ocorreu dentro da própria Capela Sistina, no dia seguinte ao resultado do conclave, que tinha saído à noite.
 

Tão logo o nome do papa seja definido, autoridades da Cúria Romana, o braço administrativo da Santa Sé, podem se dirigir a ele para tratar de questões importantes. Devem se reportar ao novo pontífice nestes primeiros momentos o número dois da Secretaria de Estado, Edgar Peña Parra, e o responsável pelas Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher.
 

Nos dias seguintes, acontece a cerimônia de inauguração do papado, que marca oficialmente a posse. A constituição apostólica Universi Dominici Gregis não determina nenhum prazo máximo para o início do pontificado. No caso de Francisco, seis dias separaram a fumaça branca da missa solene, na praça São Pedro. Na ocasião, foi entregue a ele o Anel do Pescador, um dos símbolos que identificam o sucessor do trono de Pedro. A missa foi seguida por chefes de Estado e de governo.
 

Mas nada impede que o papa, antes da posse, se dirija aos fiéis de outros modos. Eleito numa quarta-feira, Francisco proferiu o Angelus, da janela do Palácio Apostólico, no primeiro domingo após ser eleito, dois dias antes da cerimônia oficial de posse. É provável que o novo pontífice também se dirija aos fiéis neste fim de semana.
 

Neste ano, o papa recém-escolhido também pode optar por participar de algum evento do Jubileu da Igreja, que está em andamento desde dezembro e vai até janeiro.
 

Dias ou semanas depois, o papa deve assumir também como bispo de Roma, um dos títulos do líder da Igreja. A cerimônia acontece na basílica papal de São João de Latrão, que é a catedral da diocese da capital italiana. A Universi Dominici Gregis diz apenas que a posse deve ocorrer "depois da solene cerimônia de inauguração do pontificado e dentro do espaço conveniente de tempo".
 

Depois de se inteirar de questões do Vaticano, o pontífice pode começar a organizar sua primeira viagem. Francisco e Bento 16 escolheram destinos italianos –Lampedusa e Bari, respectivamente– para a estreia, enquanto João Paulo 2º foi para a América Central.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/335264-quais-sao-os-proximos-passos-do-novo-papa-entenda

Cardeal dos EUA é o novo papa e será chamado de Leão XIV


O cardeal dos Estados Unidos, Robert Francis Prevosti, de 69 anos, foi eleito como o novo papa do Catolicismo, nesta quinta-feira (8). O pontífice escolheu o nome de Leão XIV para batismo, onde vai representar o Cristianismo Católico. A fumaça branca, que sinalizou que um novo líder foi escolhido, ocorreu por volta das 13h05 no horário de Brasília, 18h horário de Roma.  Já o anúncio oficial de seu nome ocorreu por volta das 14h17.

 

Ele foi eleito na 4 votação do Conclave, que foi iniciado nesta quarta-feira (7). Um dos conclaves mais rápidos da história. O religioso foi escolhido no segundo dia de conclave. 

 

O novo representante do catolicismo vai substituir o papa Francisco, que faleceu no último dia 21 de abril, aos 88 anos. O pontífice faleceu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) seguido de um quadro de insuficiência cardíaca. 

 

O pontífice é 267º da história do Cristianismo católico. A eleição de um novo pontífice também seguiu conforme as duas eleições de papa anteriores, em 2005 e 2013, a votação foi finalizada no 2º dia do conclave. 

 

No entanto, havia uma projeção inicial de que o processo demorasse mais por conta do número de cardeais votantes — 133, contra 117 no conclave anterior.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/304497-cardeal-dos-eua-e-o-novo-papa-e-sera-chamado-de-leao-xiv

Conclave tem seu próprio 'código eleitoral', com veto a comunicação externa e a imagens de 'papa defunto'

O conclave que começou nesta quarta-feira (7) tem seu próprio "código eleitoral". Trata-se de um documento chamado "constituição apostólica", que, apesar do nome, nada tem a ver com as Constituições dos Estados modernos. É um ato promulgado pelo papa.
 

A constituição apostólica que rege os conclaves se chama "Universi Dominici Gregis" -latim para "todo o rebanho do Senhor". Foi editada por João Paulo 2º em 1996 com a intenção de esclarecer dúvidas sobre o processo de escolha dos pontífices. Foi usada nos conclaves de 2005, que elegeu o sucessor do próprio João Paulo 2º, e de 2013, após a renúncia de Bento 16.
 

A "Universi Dominici Gregis" tem 92 seções, equivalentes aos artigos de uma lei. Praticamente todas consolidam "as já milenares práticas da Igreja", previstas no direito canônico, como esclarece João Paulo 2º no texto. Aborda todos os procedimentos a serem adotados desde a vacância (por morte ou renúncia do papa) até a eleição do sucessor.
 

Uma importante inovação da constituição apostólica foi a determinação de que, a partir do 33º escrutínio (ou 34º, caso tenha havido votação no primeiro dia do conclave), apenas os dois nomes mais votados possam concorrer, de forma semelhante ao segundo turno de uma eleição presidencial.
 

João Paulo 2º autorizou que, nesse caso, bastaria a maioria simples para eleger o papa. Em 2013, porém, Bento 16 emendou essa seção do texto. Manteve o mata-mata entre os dois primeiros colocados, mas restabeleceu a necessidade de dois terços dos votos, a mesma dos demais escrutínios. Essa mudança recriou a possibilidade de um impasse, caso os cardeais não cheguem a um consenso.
 

Redigido em 1996, o documento leva em conta a tecnologia da época. Veda, por exemplo, que os cardeais mantenham conversas "telefônicas ou por rádio" com pessoas externas aos edifícios reservados ao conclave. Exceções, porém, podem ser abertas. Os cardeais podem se comunicar com o mundo exterior, em caso de "comprovada e urgente necessidade", reconhecida por uma congregação formada pelo cardinal camerlengo e outros três cardecardais eleitores, previamente sorteados.
 

O texto não faz referência explícita à internet, que engatinhava 29 anos atrás. A seção 57 proíbe os cardeais de "escutar transmissões radiofônicas ou ver transmissões televisivas".
 

Ao contrário do que se imagina, existem situações em que um eleitor pode sair do conclave e voltar. Caso um problema de saúde, "ou alguma razão grave" reconhecida pela maioria dos eleitores, obrigue um cardeal a sair da Cidade do Vaticano, ele tem o direito de retornar. Durante sua ausência, as votações continuam sem ele.
 

Entre outras curiosidades, o decreto papal proíbe registrar "imagens do Sumo Pontífice, seja enfermo no leito, seja defunto". Prevê uma exceção, porém, para fotos do papa morto "a título de documentação", desde que autorizadas pelo camerlengo e se o papa estiver paramentado com os hábitos pontifícios.
 

A seção 55 do documento incumbe o camerlengo e três cardeais assistentes de zelar para que a Capela Sistina não seja grampeada, "recorrendo à perícia de dois técnicos de confiança" para que "nenhum meio de gravação ou transmissão audiovisual" seja introduzido.
 

Rica em detalhes, a constituição apostólica busca resolver situações raras. O que fazer se, dentro da Capela Sistina, um cardeal não tiver saúde para se levantar e depositar sua cédula na urna? Um escrutinador pega o voto e "o leva bem visível até o altar e o introduz no recipiente".
 

Caso o cardeal esteja tão doente que nem sequer consiga se deslocar do alojamento na Casa Santa Marta até a Capela Sistina, três cardeais são encarregados de levar uma urna vazia até o quarto dele. O cardeal adoentado também pode ter um enfermeiro para si no conclave, com "residência adequada".


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/335116-conclave-tem-seu-proprio-codigo-eleitoral-com-veto-a-comunicacao-externa-e-a-imagens-de-papa-defunto