segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Professor vê guerra mundial como 'improvável', mas alerta: gasolina e pão podem aumentar

O início de uma ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, na última quarta-feira (23), gerou um temor de que o conflito pudesse progredir para a 3ª Guerra Mundial. Para o professor Milton Deiró Neto, que tem como objeto de estudo exatamente as políticas de defesa, segurança e contraterrorismo da Rússia, essa é uma consequência "improvável", apesar de não "impossível".

 

Doutorando em Estudos Estratégicos Internacionais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e mestre em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Bahia, Milton foi convidado pelo Juice Podcast - projeto apoiado pelo Bahia Notícias - para explicar a origem da disputa no território ucraniano.

 

O especialista explicou que o conflito na região é uma questão histórica, que envolve desde a criação dos países até um interesse estratégico da Rússia. 

 

Deiró ainda esclarece o que é a Otan (aliança militar liderada pelos EUA) e que o desejo de expansão do grupo teve relação com a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, mas apenas em partes. "A Rússia tem vários motivos para tomar essa medida de agressão ao Estado da Ucrânia. O Putin chamou de 'operação de segurança', mas é um nome para não parecer publicamente que ele estava violando um direito internacional", frisou. 

 

O especialista aponta que o processo de entrada da Ucrânia na Otan estava paralisado há anos, mas que a "paranóia" russa não pode ser ignorada como um fator. Para exemplificar, Deiró citou uma situação que ocorreu durante a visita do então presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, a São Paulo. "Colocaram um copo de água já servido na frente de Medvedev. E discretamente um agente do serviço de segurança foi lá e empurrou o copo ligeiramente pra ele não beber aquela água, por causa dessa paranóia de que um presidente russo pode ser envenenado".


Ainda durante o papo, o professor apontou os impactos que esse conflito podem ter no Brasil. "A Rússia é um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo. Então qualquer problema que houver na Rússia pode afetar o mercado global de combustíveis", alertou. E até o valor do pão francês pode aumentar caso a disputa dure por muito tempo.  

 

Apesar de tantas incertezas, o doutorando avaliou como "improvável" o início de uma 3ª Guerra Mundial, apesar de não descartar a hipótese completamente, já que na política internacional "nada é impossível". Deiró ainda sugeriu que tipo de situação poderia levar a uma escalada do conflito a nível mundial. "[Se] Um míssil cai na Polônia, aí a Polônia declara guerra à Rússia e vai um declarando guerra ao outro. Até porque, no caso de um ataque à Otan, todo o bloco tem a obrigação normativa de aderir ao esforço de guerra".

 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266534-professor-ve-guerra-mundial-como-improvavel-mas-alerta-gasolina-e-pao-podem-aumentar.html

Desde o início dos ataques russos, ao menos 500 mil ucranianos já deixaram o país, diz ONU

Cinco dias após a Rússia ter iniciado ataques bélicos contra a Ucrânia, mais de 500 mil pessoas já saíram do país. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28) pelo chefe da agência de refugiados da ONU, Filippo Grandi. De acordo com os dados de 2020, a composição demográfica do país atinge os 44,1 milhões de pessoas.

 

“Mais de 500.000 refugiados já fugiram da Ucrânia para países vizinhos”, disse o chefe o alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), em uma publicação no Twitter.

 

De acordo com o que divulgou o Portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a Polônia, Moldávia, Hungria, Romênia e Eslováquia estão entre os destinos das pessoas que conseguiram sair da Ucrânia, porque são países que fazem fronteira com a Ucrânia.

 

A maioria dos refugiados, segundo a imprensa internacional, são mulheres, crianças e idosos, já que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, determinou que homens 18 a 60 anos lutassem contra os soldados russos. De acordo com as informações da Acnur, pelo menos 45, 2 mil refugiados haviam chegado à Polônia até este domingo (27).

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266523-desde-o-inicio-dos-ataques-russos-ao-menos-500-mil-ucranianos-ja-deixaram-o-pais-diz-onu.html

Delegações de Ucrânia e Rússia se reúnem nesta segunda para negociar cessar-fogo

Delegações de Ucrânia e Rússia se reúnem nesta segunda-feira (28) na fronteira ucraniana com Belarus para negociar a interrupção nos ataques liderados pelas tropas de Vladmir Putin. As informações são do G1.

 

Para os ucranianos, os principais objetivos da negociação são um cessar-fogo imediato e uma saída das tropas russas que invadiram seu país. Já o governo russo disse que espera que as conversas comecem imediatamente, mas não quis abrir quais são os objetivos.

 

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deu indicações de que não acredita que o encontro entre as comitivas pode ser frutífero: “Eu não acredito realmente no resultado desse encontro. Deixe eles tentarem para que, mais tarde, nenhum cidadão da Ucrânia possa ter nenhuma dúvida de que eu, como presidente, tentei parar a guerra", afirmou o ucraniano.

 

É a primeira vez que representantes dos dois países se reúnem desde o começo da invasão, no dia 24 de fevereiro. De acordo com o Ministério do Interior da Ucrânia, até o domingo (27), o número de pessoas mortas no país após a invasão russa é de 352 civis. Pelo menos 14 dos mortos são crianças, segundo o ministério. Outras 1.684 pessoas, incluindo 116 crianças, ficaram feridas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/266507-delegacoes-de-ucrania-e-russia-se-reunem-nesta-segunda-para-negociar-cessar-fogo.html