O Kepler-10c fica num sistema solar distante e é tão grande (e sólido) que os astrónomos nem pensavem ser possível existir um planeta assim. Esta "mega-Terra" já era conhecida, mas ainda não tinha sido possível avaliar-lhe o tamanho. Agora, concluiu-se, graças a um instrumento potente num telescópio nas Canárias, que tem um peso 17 vezes superior ao do nosso planeta. 
Segundo a NASA, o que está a causar admiração aos cientistas é que a força gravitacional de uma massa assim agregaria uma espécie de envelope de gás durante a sua formação, transformando-o num gigante gasoso do tamanho de Neptuno ou mesmo Júpiter. No entanto, ao que tudo indica, o Kepler-10c é bem sólido, composto sobretudo por formações rochosas.
"É o Godzilla das Terras, mas ao contrário do monstro dos filmes, o Kepler-10c tem implicações positivas para a vida", compara Dimitar Sasselov, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, explicando que "encontrar o Kepler-10c diz-nos que os planetas rochosos podem ter-se formado muito mais cedo do que pensavamos. E se é possível criar rochas, é possível criar vida".
Os astrónomos estimam que o sistema solar do planeta tenha cerca de 11 mil milhões de anos, o que significa que se terá formado menos de 3 mil milhões de anos depois do Big Bang. A Terra tem cerca de 4,5 mil milhões de anos.