
As cidades de Baianópolis (a 819 quilômetros de Salvador) e
Brejolândia (a 775 quilômetros da capital) estão em segundo e terceiro
lugares, respectivamente, no ranking nacional do desmatamento, divulgado
nesta quarta-feirta, 11, pela Fundação SOS Mata Atlântica, atrás
somente do município de Eliseu Martins (PI).
No levantamento feito pela fundação por meio do Atlas dos Municípios da
Mata Atlântica, em 3.429 cidades do Brasil, o município piauiense de
Eliseu Martins suprimiu 4.287 hectares (ha) desse bioma. Depois, vem
Baianópolis, com 1.522 ha. Em seguida, Brejolândia, que desmatou 686 ha.
No recorte dos últimos 14 anos, as cidades baianas com dados mais
alarmantes de desflorestamento em proporção ao território de vegetação
natural são Cândido Sales (5.676 ha), Encruzilhada (5.035 ha) e Vitória
da Conquista (4.610 ha).
Por outro lado, a cidade de Mucugê, na região Chapada Diamantina, é a
que mantém a maior zona proporcional de preservação do bioma no estado,
com 85,3% da vegetação natural conservada, quando comparada com a área
original.
Consequências
A diretora-executiva da fundação, Márcia Hirota, observa que as duas
cidades baianas com os maiores índices negativos estão no limite do
cerrado, mais ao oeste do estado, onde predominam as culturas de soja,
algodão, milho e a agropecuária.
"O objetivo desse estudo é justamente chamar a atenção das autoridades,
dos legisladores e da própria sociedade, para que pensem na forma mais
adequada a cada região para evitar que ocorra a supressão da vegetação
característica do bioma mata atlântica", disse Márcia Hirota.
As principais consequências do desmatamento apontadas pela diretora da
fundação têm a ver com as mudanças climáticas. "Que influenciam
diretamente na qualidade de vida das pessoas, por conta do aumento da
temperatura, escassez de água e secas graves", enumerou.
No entanto, ela reitera o levantamento ainda não apontou as causas de
tanto desmatamento naquela região. Segundo Márcia Hirota, os dados serão
enviados para os órgãos ambientais dos municípios e do estado, assim
como para o Ministério Público da Bahia (MP-BA), para que identifiquem a
supressão.
"Esses municípios encontram-se no limite do cerrado baiano, na região
oeste, onde a vegetação tem sofrido essa pressão do desmatamento",
afirmou ela. "São áreas que passam por uma expansão da fronteira
agrícola, com vasta cultura de soja, algodão e milho, por exemplo",
acrescentou.
De acordo com a diretora, a fundação tem tido uma boa relação com a
Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), que se comprometeu a criar
uma agenda positiva com a entidade para combater o desmatamento e
promover a recuperação da vegetação nativa no estado.
Fonte: http://atarde.uol.com.br/noticias/1725957-dois-municipios-baianos-estao-entre-os-que-mais-desmatam