sábado, 31 de julho de 2010

IBGE começa a contar os brasileiros


CENSO 2010 > RECENSEADORES FARÃO AS ENTREVISTAS EM TODOS OS DOMICÍLIOS PARA SABER QUANTOS E QUEM SOMOS


A partir de segunda-feira, todos os domicílios receberão a visita de um recenseador do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O início oficial do Censo 2010 será neste domingo, mas o trabalho de campo começa na prática um dia depois. Os moradores de apartamentos e casas no centro das cidades, dos bairros da periferia e das localidades mais distantes em regiões de difícil acesso, todos sem exceção, serão entrevistados até o fim de outubro. Nesta sexta-feira, a agência do órgão em Santa Cruz do Sul ainda trabalhou no recebimento da documentação dos contratados para fazer o trabalho na região e na definição dos setores censitários onde alguns irão atuar. Também a maior parte dos coletes de identificação deve chegar até segunda-feira.
O chefe da agência do IBGE de Santa Cruz, Solon Wagner dos Santos, afirma que a partir de segunda-feira os recenseadores irão para a rua, munidos de colete com identificação, boné e o computador de mão. A abertura do recenseamento no município acontecerá com a entrevista simbólica com a prefeita Kelly Moraes, às 11 horas, em seu gabinete.
O IBGE se prepara há mais de três anos para receber as informações prestadas pela população, seja por meio das entrevistas realizadas pelos 191.972 recenseadores no Brasil, que visitarão todos os 58 milhões de domicílios brasileiros, seja por intermédio da internet. Quando o morador responder ao recenseador de forma presencial, vai ver que ele anotará seus dados em um dos 220 mil aparelhos PDA (coletor eletrônico de dados) que serão utilizados no Censo 2010. As informações fornecidas serão criptografadas para garantir a segurança e a confidencialidade dos dados.
Após realizar as entrevistas nos domicílios, cada recenseador levará o PDA até um dos 7 mil postos de coleta para transmitir os dados – essa operação deve ocorrer pelo menos uma vez por semana. Chegando ao posto, o recenseador conecta seu aparelho em um notebook instalado no local, por meio de um cabo USB, e transmite as informações. O responsável pelo posto de coleta, após receber as informações coletadas por vários recenseadores, reúne esses dados e os transmite ao Sistema Central de Processamento do IBGE. A previsão é que eles enviem esses dados diariamente. A transmissão será pela internet e, dependendo do local, poderá utilizar conexão de banda larga; modens 2G/3G, ou até mesmo satélites, por meio de antenas fixas ou móveis: tudo de maneira criptografada.
INTERNET
Moradores de todos os 5.565 municípios do País terão ainda a opção de prestar as informações pela internet. Entretanto, para isso, eles primeiramente deverão receber a visita de um recenseador, informar a ele seu telefone e dele receber um envelope lacrado, que conterá códigos de acesso para abrir um portal e o questionário do Censo.
Se faltar luz ou a conexão com a internet cair durante a resposta, não há problema. As informações já enviadas estarão salvas. Basta, em momento posterior, informar novamente o código de acesso e seguir respondendo. O máximo que se perde são as informações da tela em que a pessoa estava quando a conexão caiu.
Haverá um prazo máximo de cinco dias para o morador responder pela internet. No caso de não haver resposta nesse período, a equipe de atendimento telefônico do IBGE entrará em contato, solicitando o envio das informações. Ao mesmo tempo, o recenseador responsável por aquele domicílio será orientado a fazer nova visita, para coletar, de forma presencial, os dados. O site para respostas pela internet é seguro, e as informações também serão criptografadas antes de serem transmitidas ao IBGE.

Guia do Censo 2010

Para que serve?
O Censo é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população nos municípios e localidades.

Quanto custa realizar o Censo?
O orçamento do Censo está calculado em R$ 1,677 bilhão.

Como o recenseador poderá ser identificado?
O recenseador poderá ser identificado através de sua vestimenta (colete e boné do Censo 2010), pelo aparelho de coleta de dados (PDA) e por seu documento de identidade (com nome e foto). O IBGE dispõe de um número de telefone gratuito (0800 7218181) para o qual a população poderá ligar para conferir se a pessoa é mesmo o recenseador do IBGE.

Que políticas públicas podem ser geradas a partir dos resultados do Censo?
O poder público pode identificar áreas de investimentos prioritárias em saúde, educação, habitação, saneamento básico, transporte, energia e programas de assistência à infância e à velhice. E também selecionar locais que necessitam de programas de estímulo ao crescimento econômico e desenvolvimento social.

Qual a interferência nos repasses de verbas públicas?
O Censo produz resultados que servem de parâmetro para saber quanto cada cidade receberá de repasse federal.

Como ele interfere na representação política?
São os resultados do Censo que fornecem as referências para as estimativas populacionais, com base nas quais é definido o número de deputados federais, estaduais e vereadores de cada Estado e município.

Como a iniciativa privada utiliza os dados?
Os dados do Censo fornecem parâmetros para as decisões de investimentos do setor privado, como a seleção de locais para a instalação de fábricas, shopping centers, escolas, creches, cinemas, restaurantes e outros.

Outros países realizarão censos em 2010?
Sim. Em 2010, outros 67 países farão censos demográficos.

Todas as pessoas são entrevistadas?
O censo é uma pesquisa domiciliar e seria uma operação logística extremamente complexa e demorada ter de entrevistar os cerca de 190 milhões de brasileiros, um a um. Portanto, a partir de 1º de agosto, o IBGE visita todos os domicílios do País e, dentre seus moradores, um ou mais moradores respondem ao recenseador e prestam informações sobre todos os que ali moram.

Se nascem e morrem pessoas todos os dias, como o Censo chega a um número de habitantes em determinado ano?
Os censos usam uma data de referência. Este ano, essa data será a noite do dia 31 de julho para 1º de Agosto. Assim, devem ser recenseadas todas as pessoas que moravam habitualmente no domicílio nessa data. Ou seja, as pessoas que nasceram depois de 31 de julho de 2010 não são recenseadas; e as pessoas que faleceram depois de 31 de julho de 2010 devem ser contadas, pois faziam parte do domicílio na data de referência e, portanto, estão incluídas no Censo 2010.

E por que foi escolhida a data de 31 de julho?
O melhor período para a realização do Censo é aquele no qual o movimento da população é o menor possível, e a grande maioria das pessoas está presente em seus domicílios. Dois outros aspectos importantes: as condições climáticas durante o período da coleta de dados e a programação do Censo com o ano fiscal, pois operações censitárias requerem liberação de recursos e contratações, ambas em grande escala.

Como garantir que o IBGE não passará as informações de uma pessoa para órgãos públicos ou privados, como a Receita Federal e empresas de telemarketing, por exemplo?
O Censo Demográfico 2010 será realizado com respaldo na legislação que rege os levantamentos das estatísticas nacionais. A legislação é rigorosa e clara nesse sentido, determinando tanto a obrigatoriedade da prestação de informações ao IBGE quanto o caráter sigiloso das informações individualizadas coletadas, que devem ser utilizadas exclusivamente para fins estatísticos.

Existem quantos questionários?
São dois tipos: o “básico” e o “da amostra”. Todas as perguntas do questionário básico também estão contidas no questionário da amostra, de forma que essas variáveis comuns são investigadas censitariamente, ou seja, para todos os domicílios e pessoas. Isso permite que os registros dos dois tipos de questionários formem o conjunto Universo, ou seja, informações básicas para a totalidade da população recenseada.

Onde é possível ter acesso aos questionários do Censo 2010?
Os questionários do Censo 2010 podem ser encontrados no portal do IBGE, no qual há link para o site do Censo 2010 (www.censo2010.ibge.gov.br).

Por que existem os dois questionários?
Aplicar um questionário extenso em todos os domicílios do País não é uma alternativa viável diante dos custos envolvidos e do prazo que seria necessário para liberar os resultados. Assim, a opção foi investigar, para a totalidade dos domicílios, as variáveis que constam do questionário básico e, para uma amostra de domicílios, proceder a uma investigação mais detalhada, com o questionário da amostra.

Quantos domicílios vão responder ao questionário da amostra?
Aproximadamente 11% dos domicílios (cerca de 6,4 milhões no País) responderão ao questionário da amostra. E para poder fornecer informação com maior precisão para os municípios de menor porte, o Censo 2010 irá aplicar cinco frações amostrais diferentes, de acordo com o tamanho do município em termos de população estimada para 2009. A fração amostral em municípios pequenos tem de ser maior para que a amostra tenha um tamanho adequado a fim de garantir a qualidade das estimativas do Censo. No quadro abaixo você pode conferir as frações amostrais:

Habitantes no município Domicílios Quest. Amostra Até 2.500 50% Mais de 2.500 até 8.000 33% Mais de 8.000 até 20.000 20% Mais de 20.000 até 500.000 10% Mais de 500.000 5% Total 11% O recenseador pode fazer visitas durante os fins de semana e noites?
Sim.

É o recenseador que organiza seu horário de trabalho a fim de conseguir recensear todos os domicílios de seu setor censitário. Caso ele não consiga encontrar moradores durante o horário comercial, poderá ter que fazer as visitas no horário noturno ou mesmo durante os fins de semana.
O recenseador precisa entrar na casa do entrevistado para aplicar o questionário?
Não.

Caso o morador se sinta mais confortável/seguro em responder na parte externa do domicílio, poderá fazê-lo.
O IBGE exige documentos que comprovem as informações fornecidas pelos entrevistados? Como saber se elas são verdadeiras?
Não, o IBGE não exige documentos que comprovem a veracidade das informações prestadas.

Não à toa, o instituto desenvolve várias iniciativas de esclarecimento da população acerca da importância de responder corretamente ao questionário.
As pessoas são obrigadas a responder o Censo?
Fazer o Censo 2010 é uma responsabilidade do IBGE e também da sociedade que, ao colaborar com o recenseamento, cumpre seu papel de cidadã. A lei n. 5.534, de 14 de novembro de 1968, dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de informações estatísticas.

Quando os resultados do Censo 2010 serão divulgados?
Os primeiros resultados, sobre a população brasileira por sexo (número de homens e mulheres) e a situação do domicílio (quantos moram em áreas urbanas e rurais), serão divulgados em dezembro de 2010. A partir de 2011, o IBGE divulgará as outras informações.

Fonte: IBGE

Rua Santos Dumont


Essa é uma rua sem saída, perto do cemitério.

Rua Nena Simões


Lá em cima fica a rua do Cemitério.

Baixe o hino de Inhambupe e tenha ele no seu computador ou em qualquer lugar, clique na imagem ao lado ou aqui.

Por que em algumas fotos nossos olhos ficam vermelhos?


Isso acontece por causa do reflexo do flash no sangue da retina. A luz entra na pupila, que costuma estarbem aberta por causa do ambiente com pouca luminosidade, e reflete os vasos do fundo do olho. Fonte: Guia de curiosos da internet

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pesquisa Ibope: Dilma lidera com 39% das intenções de voto; Serra tem 34%



Pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira (30) sobre a intenção de voto para a Presidência da República mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 39% das inteções de voto. José Serra, do PSDB, aparece em segundo, com 34%, seguido de Marina Silva, do PV, com 7%.

Votos em branco e nulos somam 7% e indecisos 12%. Segundo a pesquisa, os demais candidatos que disputam a Presidência não pontuaram. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Encomendada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S.Paulo, a pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 30 de julho e registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 24 de julho de 2010, sob o número 20809/2010. Foram ouvidas 2.506 pessoas. Fonte:

http://eleicoes.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/07/30/pesquisa-ibope-dilma-tem-39-serra-34.jhtm

Justiça define que após 3 anos dívida não pode mais ser cobrada


Para a Justiça, dívidas e registro em cadastro de devedores prescrevem em três anos. Para quem está com o nome sujo, a notícia é boa, porque não será preciso esperar os cinco anos para pedir baixa. Decisão do Tribunal de Justiça do Rio (TJ) determinou que o prazo deve respeitar o Novo Código Civil e não o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que prevê cinco anos.

Medida beneficia quem hoje está esperando completar cinco anos para limpar o nome no mercado financeiro. A decisão da 6ª Câmara Cível foi em resposta à ação movida por consumidora contra uma financeira e um cadastro de restrição ao crédito. A justificativa é que vale a posição mais favorável ao consumidor.

A consumidora pedia cancelamento do registro de seu nome e compensação por danos morais após prazo de três anos. Foi atendida parcialmente, porque o tribunal negou indenização por dano moral. Embora a decisão seja de segunda instância — ainda cabe recurso dos credores —, a medida abre forte precedente para que outros consumidores sigam o mesmo caminho.

“Inegável que o vigente Código Civil se mostra contemporâneo e, em muitos momentos, suficiente para a proteção do consumidor, que, decerto, não está resguardado apenas pelo Código de Defesa do Consumidor, mas também por toda e qualquer outra legislação que lhe seja mais favorável”, disse o relator do processo, desembargador Nagib Slaibi, para quem muitas pessoas poderão ser beneficiadas.

“A redução do prazo prescricional e, consequentemente, do limite temporal máximo para a manutenção do nome do consumidor nos cadastros de proteção ao crédito possibilitará o reingresso de milhões de devedores no mercado, do qual estavam à margem em razão de dívidas pretéritas”, completou.

Presidente da Associação Nacional de Apoio ao Consumidor e Trabalhador (Anacont), José Roberto de Oliveira afirmou que os consumidores nessas condições podem ir aos postos de atendimento do Serasa e do SPC para requerer o pedido de baixa. “Eles não vão conceder. É a partir do documento negativo que a pessoa pode ir à Justiça e pedir a baixa, citando a decisão do TJ do Rio.

Publicada: 30/07/2010 00:23| Atualizada: 29/07/2010 23:38
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Fonte: Tribuna da Bahia

Hino do município de Inhambupe



Ninho de gênios de existência gloriosa,
Em mim refulgem as mais nobres tradições,

Do norte linda pérola custosa,

Me engastou Deus nos sertões


CORO


Eu com prazer Com Ufania,
Posso dizer que na Bahia,

Tem um lugar de proeminência,

Na inteligência que sei ho
nrar.

Sou berço fecundo abençoado,

De estadistas, ilustres e eminentes,

No apogeu do prestígio, no passado,

Fiz Ministros, Presidentes.


Dantas, Sátiro Dias, Leão
Veloso,
E outros vultos que passaram já história,

São frutos do meu seio carinhoso,
eu orgulho, minha glóri
a!

Outrora, na justiça culminei,

E tive dias áureos na instrução,

Nas letras, nas ciências preparei,

Uma brilhante geração
.

Em defesa da pátria estremecida,

De bom grado o meu sangue derramei,

Do Paraguai, na guerra atroz ren
hida,
Com denodo e ardor lutei.


Aos vibrantes impulsos do civismo,
A ti pátria erigi n’alma um alt
ar,
De amar-te e defender-te com heroísmo

Oh! Jamais, hei de deixar.


Hino do município de Inhambupe
Letra por Dr. Antônio Batista Xavier Ribeiro

Fonte: http://pt.wikisource.org/wiki/Hino_do_munic%C3%ADpio_de_Inhambupe

É verdade que o coração de um maratonista bombeia cerca de 30 litros de sangue por minuto em esforço máximo?


Em esforço máximo, um maratonista pode chegar a bombear até 40 litros de sangue por minuto. Para se ter uma idéia, uma pessoa sedentária, em atividade física intensa, raramente ultrapassa os 15 litros por minuto. Em repouso, este mesmo sedentário bombeia de 5 a 8 litros de sangue (no mesmo período). Fonte: Guia de curiosos da internet

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ordenação de Adailton e Gildésio em Inhambupe




Fotos da primeira missa de Gildésio na Volta de Cima

Uma cerimônia na tarde do último sábado dia 24 de julho, ordenou os diáconos Adailton Mendes da Silva e Gildésio Paixão. A Solene Celebração Eucarística foi presidida na Igreja do Divino Espírito em Inhambupe. No dia seguinte os novos padres celebraram a sua primeira missa, sendo o Padre Adailton na comunidade de Pau Ferro e o Padre Gildésio na comunidade de Volta de Cima(fotos).


Quantos dias uma pessoa agüenta sem comer?


Para uma pessoa saudável de 70 kg permanecer viva, 60 dias são o limite sem se alimentar. Este número, porém, pode variar significativamente, geralmente para menos, de acordo com as reações de outras partes do organismo. Às vezes, embora a pessoa ainda tenha reservas de gordura, o pulmão ou outro órgão não resiste à fragilidade provocada pela falta de nutrientes. Fonte: Guia de curiosos da internet

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A luta pela Goméia e o Resgate da história


Joãozinho da Goméia nasceu em Inhambupe e abaixo tem um pouco da história dele, contada pelo o autor abaixo, essa postagem foi uma sugestões dos internautas.

Waldemar Alvarenga Lapoente (Reizinho)
Em 2001 tive a oportunidade de conhecer o terreno onde funcionou o candomblé mais famoso da região sudeste nos anos 50. Meu pai contou parte da história e de um projeto elaborado por ele em 1987, no qual a prefeitura na época não deu seguimento.

Na época foram ao local o Jornalista Eldemar, o folclorista Edgar, o escritor José Ribeiro e o advogado Fernando Lapoente, que redigia indicações para o vereador Luna. Com esses fragmentos de informações, ampliei a pesquisa, como o caso envolvia sobrenatural não vou negar que coisas estranhas aconteceram no decorrer da colheita de informações, constantemente encontrei pessoas que freqüentaram o antigo terreiro, várias vezes senti um forte peso nas pernas no antigo local do templo, mais talvez a experiência mais intensa tenha sido junto com minha mãe que em uma visita ao cemitério do Belém para tentar localizar o tumulo de seu João da Goméia sem saber a exata localização, ouvimos passos próximo a lapide e alguns momentos depois um dos funcionários informou que era exatamente naquele local onde ouvimos os passos era a sepultura, escondida atrás de um lido coqueiro de jardim.
Segundo as informações contidas no site da prefeitura de Inhambupe, cidade onde nasceu Joãozinho da Goméia, o Padre José de Anchieta teria andado pelo interior do estado da Bahia catequizando os índios.

Em uma destas expedições encontrou uma tribo a margem esquerda do rio inhambupe.

Em 1572 o português Alexandre Vaz Gouveia. Expulsou os índios e instalou-se no local. Em 1624 o Marechal Guilherme Garcia, pediu posse ao General Diogo de Mendonça Furtado, iniciando a povoação da cidade.

Vasco Fernandes Cezar de Menezes, elevou o povoamento a categoria de vila através da resolução de 24 de abril de 1728. A criação do Município de inhambupe só aconteceu em 07 de novembro de 1818, Em virtude da lei estadual n◦ 134 de 06 de agosto de 1896, foram concedidos foros de cidade.
Os naturais do município denominam-se inhambupenses, devido ao som homófono indígena que significa duas grandes ilhas que pareciam formar um rio, sendo o mesmo apelidado de Bupe. Nos tempos coloniais era chamado de Ilha Bupe.
E foi nessa cidade da Bahia a 153 quilômetros de Salvador que em 27 de Março de 1914 nasceu João Alves Torres Filho, ou melhor, dizendo Joãzinho da Goméia. Filho do alfaiate João Alves Torres e da dona de casa Maria Vitoriana Torres conhecida mais tarde como (Vó Senhora) era neto de ex-escravos africanos, foi coroinha do Padre Camilo Alves de Lima, supostamente na Igreja da Invocação do Divino Espírito Santo de Inhambupe. Temia qualquer coisa relacionada ao candomblé e sonhava ser um sacerdote Católico.

Ainda Jovem foi morar na capital, seu primeiro emprego
foi em um armazém de secos e molhados onde era caixeiro e ganhava o salário de vinte e cinco mil reis com direito a pernoitar no depósito onde dormia sobre sacos e caixotes.

O Mestre Jubiabá

Reza a lenda que ainda criança, sonhava com um homem vestido de penas e tinha uma constante e forte dor de cabeça. Sua madrinha que era do candomblé percebeu que era cobrança do Santo para iniciá-lo na religião, e o levou a casa do Mestre Jubiabá. Muitos acreditam que este não existiu
e foi uma simples estória de ficção do romance publicado em 1935 por Jorge Amado.

Mais para surpresa de alguns este zelador de santo existiu e nasceu em 20 de abril de 1886 era de fato um capitão do exercito que respondia pelo nome de Batismo Severiano Manoel de Abreu.
Quando jovem trabalhava como lavador de frascos em uma farmácia de manipulação e a noite dedicava-se ao mundo espiritual. Após a morte do parente de um amigo, tornou-se médium de um centro espírita na antiga cidade de Palha. Local marcante pela presença de candomblés de todas as nações. Incorporava um espírito chamado Cândido Ribeiro, mais tarde passou a freqüentar outra sessão espírita, na zona das docas, e nesta época que começa a incorporar o caboclo e curandeiro Jubiabá, Passou a trabalhar por conta própria e abriu uma sessão de caboclo em sua própria casa, na época situada na rua nova do Queimado. Mudou-se mais uma vez, antes de se firmar próximo ao largo da cruz do Cosme, mais precisamente na Avenida São Tomé, na verdade,
uma rua estreita que compreende Três becos, todos com o nome de 1a, 2a e 3a travessas São Tomé. Hoje o local e conhecido como Largo do Tamarineiro.

A notoriedade trouxe vários problemas, entre eles uma série de prisões sob acusação de “Falsa medicina” e “Bruxaria”, a perseguição dava força e fama aos trabalhos realizados no “Centro Espírita Paz, Amor e Caridade”, do Capitão Severiano.

Foi pelas mãos deste famoso zelador, que
para alguns era a própria reencarnação de São Tomé que seu Joãzinho da Goméia conheceu e nasceu para o mundo do Candomblé no final dos anos 20 sendo raspado na raiz Angola, consagrando sua cabeça a Oxossi e batizado com a digina de Londirá.

Supostamente esse romance seria uma homenagem do escritor Jorge Amado, que foi Ogân do Caboclo Pedra Preta. Ao seu avô de Santo Jubiabá. Em 1932 Joãozinho era conhecido na Bahia como João da Pedra
Preta. Pois dava consultas com o espírito deste Caboclo na Rua da Liberdade, 561. Mais tarde fundou o seu candomblé de Angola na Rua da Goméia, no bairro de São Caetano, Bahia. Por causa do nome da Rua, passou a ser o conhecido “Joãosinho da Goméia”.

Mesmo sendo homossexual, no dia 20 de junho de 1945. Casou com Maria Luisa, a conhecida Isa do candomblé da Bahia. Teve como padrinhos de casamento o Capitão-dos-portos da Bahia, o
Almirante Lemos Basis e o Médico Fortunato. Esse casamento durou apenas sete dias.

Rio de Janeiro

A Bahia tornou-se pequena e Joãozinho da Goméia queria fazer nome no Rio. A primeira vez que pensou em vir, não teria pedido autorização aos orixás e estes incorporaram não o deixando partir. Na segunda v
ez, lembrou de fazer o pedido e o Caboclo Pedra Preta deu o seguinte recado consentindo. “Já que quê tanto vai mais logo vorta”.

Era 1942, o governo era de Getúlio Dornelles Vargas. A perseguição aos feiticeiros era grande. Não poderiam deixar um Negro, homossexual e macumbeiro fixar-se na capital. O chefe de policia, General Alcides Etchegayen, apoiado pela 4◦ delegacia que tinha como titular, o
delegado Dulcídio Gonçalves. Queriam ver João da goméia preso e conseguiram. Graças a um plano elaborado para tirá-lo de circulação. Supostamente Pai João foi acusado de fazer um trabalho no palácio do catete para fortalecer a posição do presidente que passava por uma crise. A sorte foi que o Professor Vieira de Melo intercedeu por ele diretamente no gabinete do presidente. Este resolveu da liberdade para o prisioneiro com uma condição, que embarcasse imediatamente para Bahia.

Em 1946, assumiu a presidência o General Eurico
Gaspar Dutra. A perseguição passou a ser outra, os jogos de cassino. Em 1948 Joãozinho despediu-se de Salvador com uma festa no Teatro Jandaia, apresentando danças típicas do Candomblé, a convite do Jornalista Orlando Pimentel. Volta a Capital federal sendo apresentado a Joaquim Rollas, e contratado como coreógrafo do cassino da Urca, pois sem a pratica dos jogos o mesmo tornou-se uma grande casa de shows. Recebeu incentivo do professor João de Freitas e do Jornalista Canuto Silva que o ajudavam na assessoria de imprensa.

Desta vez tinha vindo acompanhado de Tossilo
ndei, Maria de Lurdes Ramos equedy de seu Oxossi e hospedou-se na casa de sua filha de santo Kilondirá no bairro 25 de Agosto em Duque de Caxias, na baixada fluminense.

Pouco tempo depois, aluga uma casa na Rua das vassouras, 174 no bairro Itatiaia também na Baixada Fluminense, onde iniciou algumas pessoas em um barracão de madeira no fundo do quintal, hoje a rua chama-se Castro Alves e o número passou a ser 194 a construção infelizmente
foi derrubada.

Ganhava dinheiro como alfaiate, costureiro, compositor e dançarino. Ajudado por suas filhas de Santo, que vendiam comidas típicas da Bahia em tabuleiros pelas ruas da cidade. Nos anos 50, compra por 50 mil
cruzeiros os lotes 2805, 2806 e 2807, no loteamento Vila Leopoldina IV. Este endereço e mais conhecidos como, Rua General Rondon, 360. Parte da antiga fazenda Jacatirão que deu nome a uma das ruas do bairro, assim como Dr. Laureano, Ipanema e Copacabana, desta forma as pessoas começaram a utilizar os nomes das ruas como definição de bairro gerando confusão ate os dias atuais.

O Terreiro foi construído aos poucos, quem podia contribuía com quatro contos de reis por mês, além disso, passavam uma
cestinha pedindo ajuda. No dia 10 de maio de 1950, Mãe Ilecy da Silva chega da Bahia trazendo a muda da Juremeira árvore consagrada ao Caboclo Pedra Preta para plantar na Goméia. Poucos anos depois, este trecho da rua passou a ser chamado de Avenida Copacabana. Devido a grande procura e movimentação a empresa de ônibus da viação União, criou a linha “Caxias - Copacabana”, no pára-brisa lia-se em uma placa “Via Joãozinho da Goméia”. Em 1978, mais uma vez esta rua muda de nome, passando a ser chama
da “Rua - Prefeito Braulino de Matos Reis”.

Freqüentemente era chamado para apresentar-se a pessoas famosas. Inclusive na vinda da princesa Elizabeth ao Rio de Janeiro que ficou encantada com as danças apresentadas por seu João e falou ao presi
dente Juscelino Kubstchek que se houvesse um Rei neste negócio de macumba, seria Joãozinho da Goméia, daí o povo começou a chamá-lo de Rei do Candomblé. Quando esta Princesa foi coroada a cerimônia era anunciada por um grande sino de ouro, que no fim da solenidade era derretido. Gerando algumas miniaturas distribuídas para convidados especiais. Joãozinho da Goméia não foi, mas ela mandou o presente para ele pelas mãos do embaixador Assis Chateaubriand. O folclorista Edgar de Souza foi um dos poucos a
ver esta relíquia que hoje está perdida.
Nas décadas de 50 e 60 o Terreiro da Goméia, passou a ser referência no Município de Duque de Caxias, Não só por ser um dos primeiros terreiros de candomblé na região sudeste mais pelos seus freqüentadores. Políticos e artistas de todos os lugares entre eles; Embaixadores da França, Inglaterra e Paraguai, Cauby Peixoto, Dorival Caymmi, Emilinha Borba, Francisco Alves, Getúlio Vargas, Henrique Teixeira Lotte, Maria Antonieta Pons, Marlene, Ninon Sevilha, Paulo Gracindo, Solano Trindade, Tenório Cavalcanti, Djalma
de Lalu e José Bispo dos Santos ou Pai Bobó, como era conhecido. Veio para o Rio e por alguns anos esteve ao lado de Joãozinho da Goméia, auxiliando-o nas funções sarcedotais. Em 1957, Pai Bobó foi para São Paulo e na cidade de Santos fundou o primeiro candomblé do estado. A quem diga que em 1961 após a inauguração da Petrobras o presidente Juscelino Kubitschek pediu para desviar o caminho indo encontro ao Rei do Candomblé.

As propagandas das atividades do centro eram nas
paredes dos mercadinhos e Jornais: Anunciavam distribuição de comida, agasalhos, festas, ensaios e etc... Joãozinho da Goméia bancava festas, enterros, remédio, fazia parto, pagava aluguéis e chegou a sustentar mais de 20 pessoas na Goméia. As consultas eram realizadas nas terças e quintas pela manhã e o pagamento era o que o cliente queria ou podia pagar. As Inkises de seu João vestiam os melhores panos franceses e africanos, brilhantes, esmeraldas, prata, ouro e apetrechos de ferro.
Seu João era homossexual assumido e sofreu fortes críticas por alisar os cabelos com ferro quente. Muitos diziam que os Orixás não desciam na cabeça que recebeu calor. O carnaval era a segunda paixão,
por ser excelente dançarino desfilou no Império Serrano e na Imperatriz Leopoldinense, apesar de não admitir que falassem de carnaval dentro do terreiro, muitos o acusavam de levar o luxo dos palcos para o culto Afro-brasileiro.

Em 1955 saiu fantasiado em uma mortalha estampada de letras, um cetro de microfone e uma maquete do prédio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) na cabeça. Uma homenagem à imprensa.
Fantasiou-se de Cleópatra e entrou no Teatro Municipal, empunhando um enorme leque de plumas, deitado em uma liteira coberta com panos dourados e vermelhos e alçando por quatro negros, fantasiados de escravos núbios.

Pouco antes da meia noite do ano de 1956 no Teatro João Caetano. Entrava uma figura exuberante, plumas na cabeça, maquiagem no rosto, maiô justinho ao corpo, sapato plataforma, pernas bem torneadas, envolvidas por uma meia arrastão. Fantasiado de vedete Arlete, tema de uma
marchinha de carnaval que “zombava dos travestis”.

Sua postura foi julgada em um tribunal fo
rmado pela diretoria da confederação de umbandista, sendo absorvido pelo jogo de búzios com uma condição. Que não se repetisse este ato. E bom lembrar que seu João também era católico e não gostava que confundisse as coisas chamando orixás pelo nome dos santos.

Durante quatro anos morou em uma casa de altos e baixos na Avenida Paris, 55, em Bonsucesso, Seu último endereço um estacion
amento à frente da faculdade SUAM, O aluguel custava CR$500.00 e era pago por três amigos freqüentadores da Goméia, Foi nesta moradia no Município do Rio de Janeiro que recebeu o Ogã Costinha que trazia um pedido de ajuda de D. Menininha do Gantois que em 1966 passou a ser zeladora de santo desta Lenda.
Momentos Finais

No dia três de fevereiro de 1971 desejava resolver todos os seus compromissos antes do carnaval. Seu filho de santo Gitadê, o Advogado Sebastião Paulo da Silva feito de omolu, o acompanhou como sempre fazia na cidade de São Paulo. Foram na casa de uma filha de santo de seu João dar obrigação. Depois passaram na festa de um terreiro de conhecidos, no meio da dança Joãozinho da Goméia caiu desacordado. Foi levado para o Hospital das Clínicas Paulista, mais por falta de vagas foi transferido para Beneficência Portuguesa. Três dias depois voltou para o Hospital das Clínicas em coma.

Além do aneurise cardíaco, havia um tumor cerebral na região frontal. Consultado sobre a operação, concordou e disse que seu desejo era que se cumprisse à vontade de Deus.

Joãozinho da Goméia seria o principal destaque da escola Imperatriz Leopoldinense, mais teve de ser substituído por Raimundo Nonato dos Santos, a fantasia de “Chico Rei”. De seu João não pode ser aproveitada por seu substituto muito mais alto e magro que ele.

A saúde de Pai João já não andava boa, em 1966 ele caiu no terreiro por causa de um derrame cerebral. Outros sinais vieram de orun (céu) na última festa que Joãozinho realizou para Iansã, ela relutou muito para incorporar.

Além do suicídio de um filho de Santo, Adilson de Oxalá, que prenunciava o mal para o zelador. Eram quase dez horas do dia 14 de março, a imagem de Santa Bárbara que ficava em uma prateleira sobre a cadeira do Babalorixá havia se desprendido da parede e caído no chão.

Momentos antes de viajar para São Paulo, até o caboclo Pedra Preta, sacudiu Joãozinho quatro vezes, mais não incorporou. As folhas da Juremeira secaram e a canjica servida para Oxalá repentinamente azedou e pela primeira vez o terreiro de Duque de Caxias encheu com as fortes chuvas de janeiro. Sujando os assentamentos de lama.

Ninguém deu ouvidos ou entendeu os recados. E No dia 19 de março de 1971, morria o Rei do Candomblé. Gitadê providenciou o enbalsamento do corpo no Hospital da Faculdade de Medicina de São Paulo, na Vila Clementina.

Conduzido em uma Kombi do serviço funerário da Prefeitura de São Paulo, o corpo deixou a capital Paulista às oito horas, seguido por uma caravana de 30 carros. O povo impediu que o veículo levasse o caixão até a porta do terreiro e o carregaram nos últimos 50 metros. Cerca de mil pessoas entre desmaios e gritos histéricos tentaram tocar o caixão, que quase chegou a ser aberto na rua.

O médico Antônio Monteiro, também filho de santo do Rei do Candomblé, pedia a todos que cumprissem alguns dos seus muitos desejos: a manutenção de seu Terreiro e das suas obras de caridade.

No momento em que o caixão, suspenso por seis homens, entrou em um corredor de médiuns trajando roupas brancas que entoavam hinos a Iansã, quatro dos oito ogâns começaram a bater os atabaques para chamar respectivamente Iansã e Oxossi os santos do morto.

Foram sacrificados três carneiros e Tião de Irajá se aproximando do corpo, derramou um pouco de sangue sobre a cabeça do morto. Lavando-a em seguida com uma mistura de ervas. Fazendo um pequeno risco na testa do cadáver. Com isto, cessava a capacidade daquele corpo para receber o santo e iniciar pessoas na religião. Coube a Tião a realização do rito, de vez que nenhum babalorixá feito por João teria capacidade para colocar a mão na cabeça de quem lhe fez o santo.

Logo depois, aumentou o ruído dos atabaques para o espírito se desprender do corpo. Todos os orixás se manifestaram e dançaram, menos Iansã e Oxossi.

Encerrado o ritual, as portas se abriram para que o publico pudesse ver o corpo velado por 26 horas. Outra cerimônia foi realizada pela Igreja Católica Apostólica Brasileira, por Dom José Antônio da Silva e Dom Hugo da Silveira Lino.

O cortejo saiu pelas ruas, à frente de todos, três ogãs, um com uma grande bandeira branca, outro com um incensário que espalhava o cheiro de mirra e Benjoim e Valentim que entoava canções.

Ninguém chamou mais atenção do que Iansã, que dançou docemente fazendo gestos com os braços. Algumas vezes soltava seu grito como um lamento pela perda daquele homem.

Rosas eram jogadas pelo caminho. Ao chegar no cemitério o caixão na cor ouro velho, estava coberto com um pano verde. O céu estava azul, o calor era enorme e no momento em que cobriram o vidro da urna com a tampa de madeira, o vento envergava as árvores enchendo de folhas o chão, que vez o outra subiam em rodamoinho, no cruzeiro das almas, as velas se apagaram. O dia tornou-se noite clareada apenas pelos Relâmpagos e Raios que riscavam o céu, começou a chover, e a multidão olhava para cima e aplaudia.

A filha de Santo de seu João Zuleica Pereira Rodrigues, estava de mãos dadas com seu filho de 12 anos Sebastião Rodrigues Filho, quando inexplicavelmente o menino desapareceu dentro do cemitério alguns juraram ter visto o garoto desaparecer no ar, carregado pelo vento.

Em poucos minutos, o temporal alagou tudo e a água escorreu forte por entre as sepulturas. Pessoas caiam dentro de túmulos, uma jovem que carregava os sapatos na mão, deixou-os cair no interior da catacumba que a água enchia enquanto o caixão descia. Outros entravam em traze espiritual. Eram 16hs e 40min, os funcionários do Cemitério do Belém no Bairro Corte Oito, testemunhavam no dia 21 de março de 1971, o temporal que batizava aquela sepultura de número 7188. Mostrando que Iansã se fazia presente no enterro de seu mais importante filho.

Sete dias depois, Tião de Irajá não queria Jogar os búzios Maneira que os orixás falam aos iniciados. Para indicar quem herdaria o trono da Goméia. Porém, foi escolhido para realizá-lo. Segundo a própria Menininha do Gantois, Só ele tinha condições de fazer o jogo naquele momento. Antes de fazer o jogo ele declarou a todos que estavam presentes que faria sabendo que depois, dos quatro mil amigos que tinha naquele local não lhe restaria mais de quinhentos. Disse também que o jogo seria assistido por todos, utilizou os mesmos búzios da cerimônia do Axexê e fez questão inclusive, de que os Ogãs e os mais velhos ficassem ao seu lado naquele momento.

Para surpresa os Búzios indicaram Seci Caxi, Sandra Reis dos Santos, filha carnal de Kitala Mungongo, Adalice Benta dos Reis e de Demivaldo dos Santos, um sargento da marinha. Espiritualmente Sandra era filha de Angorô, o oxumarê nagô, representado por uma serpente e o arco-íris, ela só tinha nove anos de idade. Com isto, começou a briga pelo poder na Goméia e Tião foi acusado de forjar o jogo e teve de se defender em jornais.. Apesar de na época ter sido filmado e transmitido pela televisão. Ignoraram os fatos; Oxossi, Iansã, Omolu, Oxalá e Oxumarê responderam e bateram cabeça. Sandrinha foi carregada e colocada no trono, sem que ninguém fosse contra a isso, naquele momento.

Sandra nasceu dentro da Goméia no dia primeiro de novembro de 1961, seu João foi quem fez o parto. A recém nascida, além de ter sido cercada de cuidados, tomou banho de sete dias na bacia de Iansã. Quando estava com apenas um mês de nascida foi retirada do colo de sua avó pelo Oxossi de Pai João que a tomando nos braços, levou-a até o meio do ariaxé (nome dado a um lugar isolado onde os praticantes da religião se recolhem para obrigações). Embrulhou-a então com axoxó (milho vermelho) e depois suspendeu o bebê, devolvendo-o à avó.

No dia quatorze de julho de 1961, com oito meses de vida Sandra teve de ser raspada por motivos de doença. Seu nome passou a ser Seci Caxi e Seu João alem de padrinho de batismo, passou a ser zelador de Santo dela.

O Juiz de Menores de Caxias Sr.Eduardo Peres Carnota, decidiu não intervir no problema, pois estava restrito à esfera religiosa e as liberdades de culto estão asseguradas pela constituição e deve ser respeitada.
A autoridade dela seria apenas simbólica. A parte prática seria desempenhada por seu tutor, o ogã Valentim. Seci teria de ocupar o trono somente durante as danças e os cânticos no terreiro. As obrigações (oferendas) só seriam feitas de madrugada, quando Seci já estaria dormindo.

O Legado

No fim do mesmo ano Tião faleceu. Começou a disputa, Deuandá, Miguel Grosso, Odecoiaci, Samba de Amongo, Ogejican, Ilecy e Dundum ame, Paulo Sergio Nigro que ficou a frente da Goméia enquanto seu João esteve doente, lutavam pelo direito do trono. José Santos Torres, Filho adotivo de seu João denunciou o roubo das peças dos Santos; Oxalá, Iansã, Oxossi, Obaluaê e treze exus. Janelas, telhas e madeiras eram levadas como lembranças do que foi a Goméia do Rio. Sandra morava com a madrinha no bairro de Copacabana no Rio de Janeiro. Sua mãe temia pela vida dela na luta do poder.

E bom lembrar que na maioria dos artigos e matérias de jornais o nome de batismo de Seci Caxi e apresentado como; Sandra Regina dos Santos. Na verdade seu nome de batismo e Sandra Reis dos Santos. O nome era alterado pelos parentes e amigos temendo que fizessem feitiçaria contra ela, utilizando o nome original.

O Professor José Ribeiro de Souza, do palácio de Iansã, passou a utilizar o título de “Rei do candomblé” nomeado por um conselho sacerdotes com mais de 50 anos de iniciação na religião, presidido por Tancredo da Silva Pinto.

A briga passa a ser entre duas correntes, a de Ogã Valentim, do lado de Sandra Reis dos Santos e do outro lado, Mãe Ilecy tendo como escolhido Raimundinho. A luta pelo poder e a lenda do tesouro enterrado na Goméia, fez com que as atividades do centro fossem encerradas em 1983.

Seu João conheceu Argentina, Peru, Uruguai, França e Inglaterra. Foi convocado para várias seções no coração da África, onde era tido como Rei nagô. Sendo convidado até para assumir uma das muitas tribos de Angola , Fundou uma companhia de Dança Folclórica com a Bailarina Mercedes Batista, gravou um LP pela Continental intitulado de “Joãosinho da Goméa - Rei do Candomblé”. Participou de Filmes como “Nina, a mulher de fogo” e “Copacabana Mour Amour” no papel dele mesmo. Foi tema do samba de três escolas, União Imperial (SP), União da Ilha e Grande Rio, Homenageado pelo museu de Londres e músicos como Nei Lopes, Zeca Pagodinho, Baden Powell, Vinícius de Moraes e o grupo Raça Negra, Parte da trajetória de Joãosinho da Goméia foi escrita em 1971, no raro livro “Vida e Morte de Joãozinho da Goméia” de P.Siqueira, lançado pela editora Nautilus.

Por causa de sua personalidade foi criado na Bahia o centro de referência e cidadania homossexual Joãozinho da Goméia, a instituição localizada a Rua Frei Vicente, n◦ 24 – Pelourinho, Salvador. O local colhe denuncia de agressões e descriminação, a iniciativa partiu do Grupo Gay da Bahia, para ser mais preciso de Marcecelus Bragg.

O candomblé da Goméia baiana teve um triste fim. No ano de 1974 foi alugado para Marcel Camus realizar as filmagens de “Os Pastores da Noite” baseado na obra com o mesmo nome de autoria de Jorge Amado. Sendo vendido e ocupado hoje por instalações da EMBASA com uma enorme caixa d’água ocupando aquele sagrado local.

No dia 22 de setembro de 1987, o vereador Luiz Brás de Luna, indicou à mesa da Câmara Municipal de Duque de Caxias um oficio para a desapropriação do imóvel onde funcionou o “Terreiro da Goméia” para criação do “Centro Cultural Afro-Brasileiro Joãozinho da Goméia”.

Na época o ato de desapropriação teria o objetivo de resgatar a memória da Goméia restaurando as edificações do barracão que ainda estavam em pé e inaugurando o CCABJG no dia 13 de maio de 1988, precisamente no primeiro centenário da libertação dos escravos. Porém o prefeito Juberlan de Oliveira por algum motivo não quis e preferiu engaveta a indicação.

No ano de 2003, governo do prefeito José Camilo Zito dos Santos, a Goméia foi desapropriada por indicação do vereador Airton Lopes da Silva o ITO para construção de uma creche. A indenização de R$ 25,000,00 foi depositada na conta de Gitadê, Sebastião Paulo da Silva. Filho de Santo de Joãozinho da Goméia que possui um centro espírita em Franco da Rocha, São Paulo onde estão os assentamentos dos Santos de Seu João.

A preocupação de preservar a memória daquele patrimônio histórico, garantido pela Constituição federal nos artigos 215 e 216. Reuniu adeptos do candomblé na tentativa de realizar o projeto da primeira indicação o “Centro Cultural Afro-Brasileiro Joãozinho da Goméia”, mantendo vivo o nome do Rei do candomblé.

No seminário “Cultura para todos” realizado em dezembro de 2003 em Nova Iguaçu. A Sub-Secretaria de Cultura do Município de Duque de Caxias Silvia de Mendonça, com vários artigos de minha autoria. Conversou com o Ministro da Cultura Gilberto Gil (Ogân do Gantois) que passou a responsabilidade da preservação para as mãos da Fundação Palmares que em parceria com a Secretaria de Cultura de Duque de Caxias, realizou no dia 05 de março de 2004 um encontro de africanidade no teatro do SESI em Duque de Caxias.

Mediei à última mesa com a pauta “Terreiro Joãozinho da Goméia; patrimônio da cultura nacional”. Entre os presentes na mesa estavam Seci Caxi, Sandra Reis dos Santos e Omidarewa, Gisele Cossard (A francesa do candomblé). O encontro não gerou fruto, pois foi encarado por alguns como campanha política, devido o ano seguinte ser seguido pelas eleições.

Hoje no local ainda existe uma pequena construção do que sobrou da Goméia onde mora Oyá Guerê, Euclides Costa Santos um filho de santo de seu João, as árvores sagradas, pois representam os orixás da nação Angola, uma amendoeira plantada pelo próprio Joãozinho da Goméia e a base de uma nova construção abandonada com a saída do Prefeito Washingtom Reis.

Reconheço que creche e importante e talvez seja a única maneira de não invadirem o terreno. Porem a restauração do que sobrou de pé para construção de um Memorial a Joãozinho da Goméia e a preservação das arvores, seja bem importante para memória do Município de Duque de Caxias, a volta do Prefeito Zito a prefeitura recomeçou ensaio para reconhecimento do local.

Todos os patrimônios da época de ouro de seu João foram exterminados sem nenhum respeito cultural e as únicas lembranças de sua vida em Duque de Caxias são; esta construção, a sepultura no cemitério do Corte 8 e a rua próxima a Goméia que o vereador da Arena José Carlos Lacerda apresentou em pedido a Câmara de Caxias no dia 23 de março de 1971 para que a Rua Cascatinha passasse a se chamar João Alves Torres Filho.

Independente de religião, raça e opção sexual devemos lutar pela história de nosso município. Agora o que resta saber se com a revitalização do terreno, a lenda criada por moradores próximos a Goméia que afirmam escutar cantigas e toques de atabaques além dos Orixás, Exús, Caboclos e o espírito do próprio Joãozinho da Goméia que são vistos no terreno, protegendo o tesouro enterrado. Vai aumentar ou termina?

Sepultura de Joasinho da Goméa no cemiterio do Belén (Corte 8).

Rua Castro Alves no periodo da goméa e Rua João Alves Torres Filho (Atualmente).

Montagem Ilustrativa do documentário "Goméia".

Bibliografia

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Fontes Impressas

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Entrevistas

1. Adalice Benta dos Reis (Kitala Mungongo) - Filha de Santo de Joãozinho da Goméia.
2. Edgar de Souza - Folclorista e freqüentador da Goméia.
3. Euclides Costa Santos (Oyá Guerê) - Filho de Santo de Joãozinho da Goméia.
4. Felismar Manuel – Padre, Antropólogo e Fisioterapeuta.
5. Fernando Lapoente - Jornalista e Advogado.
6. Ilecy da Silva - Filha de Santo de Joãozinho da Goméia.
7. Sandra Reis dos Santos (Seci Caxi) - Filha de Santo de Joãozinho da Goméia.

Museus e Arquivos

1. Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
2. Instituto Histórico Vereador Thomé Siqueira Barreto, Duque de Caxias.
3. Museu Edson Carneiro, Rio de Janeiro.