O governo de Michel Temer (PMDB) quer mudar as regras de acesso e 
permanência do Bolsa Família. Técnicos dos ministérios do 
Desenvolvimento Social e Agrário, Planejamento e Fazenda está 
finalizando um decreto para regulamentar as modificações. Algumas delas 
são o cruzamento com seis bases de dados oficiais no momento da 
inscrição no programa, para evitar falsas declarações de renda; os 
integrantes da família deverão possuir CPF; haverá redução em duas vezes
 da tolerância para que participantes que caiam na "malha fina" do 
programa sejam desligados. Atualmente, o benefício é perdido na terceira
 ocorrência. 
De acordo com O Globo, as medidas deverão dificultar o 
acesso ao Bolsa Família.  "O Bolsa Família não pode ser um destino das 
pessoas. É preciso ser criterioso na hora de conceder e também criar 
portas de saída para os que realmente precisam do apoio governamental", 
justificou Osmar Terra, ministro do Desenvolvimento Social e Agrário. O 
governo argumenta que há necessidade de colocar regras mais consistentes
 de checagem dos critérios exigidos pelo programa e há perspectiva de 
desligar 600 mil famílias na folha de pagamento já em setembro. Desde 
maio, quando Temer assumiu a presidência, foram feitos 916 mil 
cancelamentos. Em todo ano de 2015, foram realizados 1,3 milhão. 
O 
cruzamento dos CPFs, sendo obrigatório até mesmo para crianças, será 
feito com a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o Cadastro 
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a folha de pagamento do 
INSS, o Sistema Integrado de Administração e Recursos Humanos (Siape), o
 Guia de Recolhimento de FGTS e de Informações à Previdência Social 
(Gfip) e o Guia da Previdência Social (GPS). Além da checagem inicial, 
os cruzamentos deverão ser feitos periodicamente, com ajuda do Caged, 
que por reunir informações de empregados e desempregados, permite 
acompanhar os usuários do Bolsa Família que entraram no mercado de 
trabalho sem comunicar a nova renda. 
Outra medida estudada pelo governo é
 cancelar automaticamente o benefício na segunda vez que a família for 
notificada por inconsistências cadastrais, como uma malha fina do 
programa. Atualmente isso ocorre na terceira ocorrência. Políticos 
também são alvo das mudanças e os dados dos eleitos no pleito de outubro
 serão repassados ao Ministério do Desenvolvimento Social mostrarão se 
existe algum beneficiado vencedor nas urnas. Eventuais beneficiários 
deverão ser cortados do programa.  
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/195528-governo-muda-regras-do-bolsa-familia-e-deve-desligar-600-mil-familias-neste-mes.html 
