Na onda de protestos Brasil afora, um
fato chama bastante atenção: a reação da Fifa e de todos por trás da
organização da Copa 2014.
A toda poderosa entidade do futebol não sabe o que fazer diante desse histórico movimento do povo. Aquela que falava em dar um chute no traseiro do Brasil, ditando como o nosso governo deveria torrar nosso dinheiro, agora fica com o rabo entre as pernas.
Isso, caro leitor, nada mais é do que o
medo. Políticos brasileiros, tal como os dirigentes da Fifa, morrem de
medo ao ver a postura da nação, de mostrar indignação contra tanto
descaso. E de provar que não somos tão bestas a ponto de embarcar de
corpo e alma no pão e circo bancado com dinheiro público – ainda que
essa reação tenha sido um tanto tardia.
O
bom disso tudo é que acaba com a aposta de que o ‘auê’ da Copa abafaria
qualquer questionamento sobre a falta de obras de infra-estrutura (o
chamado legado que a Copa deveria deixar) e sobre os elefantes brancos e
os estádios particulares com dinheiro público.
Era nisso que dirigentes da Fifa e governantes acreditavam e agora são forçados a repensar.
Antes das revoltas, Blatter dizia que “o futebol era mais forte que a insatisfação do povo” e que, no momento que a seleção começasse a vencer, essas pessoas que estavam nas ruas passariam a se divertir” (Estadão)
Jerome Valcke (aquele condenado pela Justiça americana) falou que “bastava a seleção ganhar a Copa de 2014 que “tudo seria esquecido”.(Estadão)
Ronaldo Fenômeno, integrante do COL, chegou a dizer que “nao se faz copa do mundo com hospital. Tem que fazer estádio”. (Lancenet!)
A prepotência é impressionante. Mas agora ruiu. A Fifa mudou drasticamente de discurso, dizendo que “o assunto é das autoridades e que, no fundo, a organização é apenas uma “convidada” no Brasil.”
Ronaldo seguiu o mesmo caminho, tentando
agora explicar a declação infeliz que fez, dizendo que ‘foi mal
interpretado’ (mas também sem dar maiores explicações).
Precisa dizer mais alguma coisa? Quem antes apitava em tudo agora sai pela tangente porque não sabe o que fazer diante do povo.
A lição que fica desse episódio é: não
importa o quão ‘poderosos’ sejam esses dirigentes. Porque na verdade, o
povo é quem tem o poder. E no embate, o povo vence com folga (basta notar que em várias cidades os prefeitos decidiram diminuir o preço das passagens de transporte público).
Fonte: http://blogdonavarro.com/2013/06/19/protestos-nas-ruas-contra-a-farra-da-copa-2014-mostram-que-o-povo-tem-muito-mais-poder-que-a-fifa-e-seus-dirigentes/