IPCA variou 0,92% em março, sobre taxa de 0,69% em fevereiro.
Passagens aéreas lideraram principais impactos no IPCA do mês, diz órgão.
A alta de preços ganhou força no Brasil em março. Considerado a
"inflação oficial" do país, por ser usado como base para as metas do
governo federal, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em
0,92% no mês passado – a maior taxa para meses de março desde 2003,
quando o indicador estava em 1,23%.
Com a alta, a inflação acumulada no trimestre alcançou 2,18%, acima da
taxa de 1,94% em igual período do ano passado. Em 12 meses, a alta
acumulada é de 6,15%, acima dos 5,68% relativos aos 12 meses anteriores.
Passagens aéreas lideram impacto
Os grupos alimentação e transportes registraram forte impacto no
resultado do IPCA de março, representando juntos 79% da inflação do mês
passado.
O grupo alimentação e bebidas subiu para 1,92% (contra 0,56% no mês
anterior) e foi, sozinho, responsável por 51% do IPCA de março.
Considerando os alimentos consumidos em casa, o aumento foi de 2,43%.
Com altas de mais de 30% no mês, a batata inglesa e o tomate foram os
"vilões" da inflação dos alimentos no mês passado.
O item transportes teve alta de 1,38%, contra queda de 0,05% na
apuração anterior. Nesse caso, o destaque ficou com as passagens aéreas,
que subiram para 26,49%, contra queda de 20,55% em fevereiro. "As
passagens aéreas ficaram com a liderança no ranking dos principais
impactos no IPCA do mês", diz o IBGE.
Ainda dentro dos transportes, o etanol teve alta de 4,07%, com reflexo sobre a gasolina, que subiu 0,67%. O IBGE
destaca ainda as altas dos grupos automóvel novo e usado, ambos com
0,78%; conserto de automóvel, que subiu 0,9%; e ônibus urbano, com 0,6%.
Demais grupos
Os grupos vestuário (que saiu de queda de 0,40% para alta de 0,31%) e
despesas pessoais (passou de 0,69% para 0,79%) também mostraram
crescimento nas taxas de fevereiro para março.
Os demais cinco grupos pesquisados, contudo, registraram desaceleração.
Habitação saiu de 0,77% em fevereiro para 0,33% no mês seguinte. O
grupo saúde e cuidados pessoais saiu de 0,74% para 0,43%. Nesse caso, os
remédios (-0,08%) deram sinal de queda. O grupo comunicação passou de
0,14% para queda de 1,26% em março, com a conta de telefonia fixa mais
barata em 4,44%.
O grupo educação saiu de 5,97% em fevereiro para 0,53% em março. O
setor havia pressionado fortemente o IPCA de fevereiro e teve impacto
bem mais leve em março.
Brasília tem maior índice
O maior índice regional foi o de Brasília, com alta de 1,92% em virtude da variação de 51,65% nas tarifas das passagens aéreas.
Os menores índices foram os de Recife (0,52%) e Belém (0,53%), onde os
alimentos consumidos em casa apresentaram variações de 0,99% e 0,78%,
respectivamente, segundo o IBGE.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação
de preços para as famílias com renda entre um e cinco salários mínimos,
acelerou para 0,82% em março, contra resultado de 0,64% em fevereiro
(alta de 0,18 ponto percentual).
Considerando os últimos 12 meses, o índice ficou em 5,62%, acima da
taxa de 5,39% dos 12 meses anteriores. Em março de 2013, o INPC foi de
0,6%.
Os produtos alimentícios aumentaram 1,88% em março, enquanto os não alimentícios ficaram em 0,37%, destaca o IBGE.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/04/inflacao-oficial-varia-092-em-marco-diz-ibge.html