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terça-feira, 13 de agosto de 2024

Pesquisadores criam duas primeiras drogas antimaláricas 100% desenvolvidas na África

Cientistas do Centro de Descoberta e Desenvolvimento de Drogas (H3D, na sigla em inglês) da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, estão otimistas.
 

Isto porque, desde 2022, eles descobriram dois compostos diferentes capazes de inibir a ação do protozoário Plasmodium falciparum, causador da malária, em estudos em laboratório. A expectativa, após a chamada prova de conceito (em outras palavras, o teste de que a molécula de fato inibiu a ação em modelos em laboratório), é de iniciar os testes pré-clínicos (em animais) para, depois, avançar nos primeiros testes em humanos.
 

A novidade carrega uma forte esperança dos pesquisadores por dois motivos: as moléculas em teste são as duas primeiras que foram descobertas e criadas 100% no continente africano (enquanto muitas das drogas antimaláricas existentes tenham sido descobertas por laboratórios dos Estados Unidos ou continente europeu) e elas podem ser também testadas em um contexto de avanço da doença em países da África.
 

"Estamos bem otimistas, a nossa equipe inteira tem muito orgulho desta descoberta", disse à Folha John Woodland, bioquímico e pesquisador do H3D. "Principalmente porque 95% dos casos de malária graves causados por P. falciparum ocorrem em países subsaarianos."
 

De acordo com o último relatório global de malária da OMS (Organização Mundial da Saúde), publicado em novembro de 2023, foram registrados 249 milhões de casos de malária no mundo em 2022, sendo a metade deles em países africanos como Nigéria (27%), República Democrática do Congo (12%), Uganda (5%) e Moçambique (4%). Mais de 600 mil mortes ocorrem anualmente.
 

No entanto, a África ainda importa cerca de 80% dos compostos e medicamentos utilizados para o combate da malária. Outro problema crescente tem sido a resistência dos protozoários às drogas, o que tem afetado o combate à malária em todo o mundo.
 

"Por isso é importante ter pesquisas feitas aqui, porque são drogas com um potencial de salvar muitas vidas para doenças infecciosas com alta carga no sistema de saúde", diz.
 

O primeiro passo para chegar em compostos anti malária foi o uso de uma ferramenta de inteligência artificial para filtrar, a partir de uma base de dados de milhares de moléculas, quais as com potencial para combater o parasito. Os pesquisadores identificaram então compostos conhecidos como inibidores de quinase –que são atualmente usados também no combate ao câncer– como potenciais medicamentos.
 

O primeiro deles foi o MMV390048 (que começou como MMV39001, MMV39002…. até a tentativa 48), uma molécula que bloqueia a ligação de uma proteína, conhecida como PI4K, do protozoário. Esta proteína tem uma função ativa no ciclo de vida do parasito. Nos testes, a molécula conseguiu inibir o desenvolvimento do P. falciparum em camundongos geneticamente modificados para apresentar células sanguíneas humanas.
 

Já a segunda droga em teste é considerada de segunda geração e recebeu o nome de UCT943, com a mesma função da MMV390048.
 

A malária é uma doença causada por um parasito do sangue, um protozoário do gênero Plasmodium. Ela é passada para humanos por meio da picada de mosquitos Anopheles (diferentes do Aedes e do mosquito comum) infectados. Na fase aguda da doença, são usados medicamentos à base de artemisinina, como a cloroquina, que é comprovadamente ineficaz contra a Covid.
 

Porém, como o protozoário possui um ciclo latente no organismo, podendo permanecer em células do fígado por anos, uma dificuldade que especialistas e médicos enfrentam no combate à malária é como impedir a proliferação do plasmódio em células sanguíneas até atingir outros órgãos.
 

Embora na prova de conceito as duas moléculas tenham sido eficazes no bloqueio do falciparum, a selecionada para avançar para os testes e possível comercialização foi a UCT943, já que a primeira teve efeitos adversos nos estudos clínicos conduzidos em 2015.
 

Apesar dos percalços, a equipe da Universidade da Cidade do Cabo está confiante que deve conseguir iniciar novos testes com a potencial molécula nos próximos anos. Geralmente, o tempo médio considerado entre a descoberta de uma droga, os testes de segurança e eficácia em populações humanas e o registro por órgãos de fiscalização é de até duas décadas.
 

"Com os modelos de detecção dos novos compostos via IA, pudemos reduzir consideravelmente a etapa de descoberta de uma nova molécula, e também estamos considerando introduzir modelos animais fabricados artificialmente para testes pré-clínicos, reduzindo mais uma etapa, sem deixar de lado a avaliação da toxicidade, que é fundamental para o uso em humanos", diz Woodland.
 

O centro H3D é apoiado, dentre outros, pelo Medicines for Malaria Venture, uma associação sem fins lucrativos baseada na Suíça com o objetivo de produzir um portfólio de medicamentos acessíveis para tratar, prevenir e eliminar a malária globalmente. A empresa existe desde 1999 e já apoiou o desenvolvimento de 15 medicamentos diferentes, entre eles a tafenoquina, que passou a ser ofertada pelo Ministério da Saúde para indígenas no Brasil em abril deste ano.
 

A jornalista viajou para a África do Sul pelo ICFJ (International Center for Journalists) através do edital de Inovação em Saúde
 

*
 

Combate à malária
 

Ações incluem prevenção, medidas de redução do vetor e tratamento
 


 

Prevenção
 

Existem duas vacinas contra a malária aprovadas pela OMS, as duas para uso no combate ao P. falciparum
 

Atualmente, as vacinas estão em uso em programas-piloto, principalmente em crianças no continente africano, para avaliar sua efetividade (eficácia na vida real) em populações com alta circulação do protozoário
 


 

Combate ao mosquito
 

No Brasil, ações de combate ao mosquito, além de estratégias de modificar geneticamente o vetor, podem ajudar a reduzir os casos
 

Existem ações programadas também em comunidades indígenas e em áreas afetadas por garimpo, onde os casos de malária costumam ser bem elevados
 


 

Tratamento
 

Existem diversos medicamentos para tratamento da malária, sendo todos ofertados gratuitamente pelo SUS. Quanto antes for detectada a malária e mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura
 

A pasta da Saúde também recomenda o uso de medicamentos que atacam formas latentes do parasito no ciclo tecidual (hipnozoítos), evitando recaídas, como a tafenoquina.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/292035-pesquisadores-criam-duas-primeiras-drogas-antimalaricas-100-desenvolvidas-na-africa

 

terça-feira, 25 de junho de 2024

Artistas e políticos ficam entre 'absurdo' e 'felicidade' após votos do STF sobre maconha


 
Após nove anos de discussão, entre pausas e retomadas, o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para descriminalizar porte de maconha para uso pessoal nesta terça-feira (25).

Todos os ministros já votaram, mas o resultado do julgamento ainda vai ser proclamado nesta quarta-feira (26), segundo o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso.
 

Em reação ao julgamento, políticos e artistas foram às redes sociais. Alguns deles defendem que o novo entendimento é um avanço, enquanto outros apontam que a medida ultrapassa o alcance do Supremo.
 

Um dos que comemoraram a decisão do Supremo foi o músico Marcelo D2. Ele publicou um trecho de "Queimando Tudo", sucesso do Planet Hemp.
 

A deputada federal Erika Hilton (PSOL) afirmou que e considera a decisão do tribunal correta. "Apesar de ainda estarmos distantes das políticas de drogas de sucesso, como a legalização da maconha, que já existem em diversos países do mundo", disse a parlamentar.
 

O influencer Whindersson Nunes brincou com a notícia: "mil felicidades"
 

O termo descriminalização também gerou confusão. O músico MC Hariel pediu uma explicação sobre o tema: "Alguém que entende pode explicar por favor o que quer dizer descriminalização da maconha?"
 

"Um absurdo uma decisão dessa ser tomada pelo poder judiciário e não pela Casa do povo que foi ELEITA para isso", afirmou o deputado estadual de SP Tomé Abduch.
 

Deputada Federal por Santa Catarina (PL), Júlia Zanatta defendeu que a medida "é uma grande afronta ao brasileiro de bem".


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/284329-artistas-e-politicos-ficam-entre-absurdo-e-felicidade-apos-votos-do-stf-sobre-maconha

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Mulher dá entrada em hospital de Feira de Santana após introduzir maconha em partes íntimas

Uma mulher de 34 anos deu entrada no o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, no último sábado, com dores abdominais. De acordo com o site Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, a mulher informou à equipe médica que tinha introduzido maconha no próprio canal vaginal.

 

Ainda conforme divulgado, uma pequena quantidade foi descartada no setor ambulatorial, já que o material estava em estado de apodrecimento e o restante foi removido no Centro Cirúrgico da unidade hospitalar.

 

Segundo as informações, a mulher alegou ser usuária de drogas e a situação teria ocorrido após comprar a maconha na mão de outra mulher, próximo do Terminal Rodoviário de Feira de Santana. Ao avistar a presença de policiais militares, ficou com medo e, introduziu o material nas partes íntimas.

 

Uma equipe da Delegacia de Repressão à Furtos e Roubos (DRFR) compareceu na unidade hospitalar e recolheu o restante da maconha. Não há informações sobre o estado de saúde da mulher.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/39847-mulher-da-entrada-em-hospital-de-feira-de-santana-apos-introduzir-maconha-em-partes-intimas

sexta-feira, 1 de março de 2024

STF pauta retomada de julgamento sobre descriminalização das drogas para uso pessoal

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, marcou para a próxima quarta-feira (6) a retomada do julgamento sobre a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal.
 

O julgamento, iniciado em 2015, teve interrupções e voltou ao plenário da corte em agosto do ano passado, quando foi paralisado novamente por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro André Mendonça.
 

Mendonça será o primeiro a votar na quarta. O ministro, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à corte, é conhecido por ter posicionamentos conservadores.
 

Desde que assumiu a presidência do STF, no fim de setembro do ano passado, Barroso vem dizendo que pretendia colocar o processo na pauta do plenário novamente.
 

O julgamento foi interrompido com 5 votos a 1 a favor da descriminalização da maconha para uso pessoal —e não das demais drogas ilícitas.
 

A ação pede que seja declarado inconstitucional o artigo 28 da lei 11.343/2006, a Lei de Drogas, que considera crime adquirir, guardar e transportar entorpecentes para consumo pessoal e prevê penas como prestação de serviços à comunidade.
 

Votaram nesse sentido os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Edson Fachin, Rosa Weber (já aposentada) e Alexandre de Moraes.
 

O único que divergiu parcialmente foi o ministro Cristiano Zanin. Para ele, a conduta não deve ser descriminalizada, mas o usuário que estiver com até 25 g de maconha não poderá ser preso.
 

Na próxima semana, os ministros também deverão discutir qual o critério objetivo da quantidade de maconha que deve distinguir o tráfico do porte.
 

O ministro Flávio Dino, recém-empossado, não irá votar no julgamento, porque a sua antecessora, Rosa Weber, já votou.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/267126-stf-pauta-retomada-de-julgamento-sobre-descriminalizacao-das-drogas-para-uso-pessoal

 

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Após quase 1 ano, Tarcísio regulamenta lei de cannabis medicinal no SUS em SP

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) regulamentou a lei que prevê o fornecimento de remédios à base de cannabis medicinal pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em São Paulo. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (26).
 

A regulamentação acontece quase um ano depois da sanção da lei, ocorrida em 31 de janeiro. No decreto, é previsto que o fornecimento de medicamentos seja de responsabilidade da Secretária de Estado da Saúde.
 

No fim de novembro, o governo afirmou que o atraso na regulamentação, que tinha prazo inicial de 90 dias, ocorreu pela necessidade de o governo reunir estudos científicos que comprovassem eficácia e segurança do tratamento.
 

Em junho, foram definidas as doenças que poderão ser tratadas com cannabis medicinal por meio do fornecimento do SUS, como Síndrome de Dravet, Síndrome de Lennox Gastaut e Esclerose Tuberosa. A decisão referente às doenças que poderão ser tratadas aconteceu por meio da avaliação de um grupo de trabalho que foi criado após a sanção da lei.
 

As sociedades médicas especializadas alegam não ter encontrado indicações claras para aplicação dos canabinoides em dores crônicas, doenças psiquiátricas, oftalmológicas, gastroenterológicas e oncológicas. Porém, como Grupo de Trabalho é permanente, é possível que o rol de doenças que podem ser tratadas com produtos a base de canabinoides seja ampliado.
 

Não foi excluída a possibilidade de analisar o uso de medicamentos à base de cannabis para outras epilepsias refratárias e o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
 

Pelo X (ex-Twitter), o deputado estadual e autor da lei Caio França celebrou o decreto. "Demorou, mas conseguimos! Nossa luta não foi em vão", escreveu ele.
 

O deputado afirmou que este decreto servirá de referência para outros estados e municípios do país. "Estamos inovando em diversas frentes. Esse é apenas o começo de um trabalho pois temos um longo caminho a ser percorrido. A regulamentação não se encerra após a publicação do texto final com as normas, diretrizes e procedimentos porque o governo entende e está decidido a continuar estudando e incorporando novos estudos que possam surgir a todo momento."
 

Agora, o decreto prevê que o fornecimento de medicamentos e produtos à base de canabidiol para fins medicinais deve acontecer por meio de solicitação do paciente ou de seu representante legal -a decisão pode ser submetida à avaliação da Secretaria da Saúde.
 

A pasta vai receber e analisar as solicitações com indicação terapêutica em caráter ambulatorial e também acompanhadas de documentos e receituários preenchidos e assinados por médico.
 

Com a autorização, o medicamento ou produto de cannabis serão disponibilizados nas Farmácias de Medicamento Especializado, mediante a apresentação de documentação especificada pelos Protocolos Clínicos e Normas Técnicas Estaduais.
 

Durante o tratamento com remédios à base de canabidiol, a pasta pode exigir exames e relatórios médicos complementares, assim como avaliação do paciente, tanto de forma presencial quanto virtual, com um médico indicado pela secretaria.
 

Além disso, é previsto que o fornecimento dos medicamentos poderá ser interrompido se, por meio de uma avaliação técnica, for comprovado o comprometimento da eficácia do tratamento ou a segurança do paciente.
 

O decreto ainda prevê que os medicamentos serão fornecidos exclusivamente ao paciente ou seu representante legal. É proibida a doação, empréstimo, repasse, comercialização ou ofertas para terceiros.
 

Como a Folha de S.Paulo mostrou em outubro, o gasto do estado de São Paulo com a compra de remédios à base de maconha após determinações judiciais atingiu recorde em 2023. De janeiro a outubro, R$ 25,6 milhões foram destinados ao atendimento de 843 ações movidas por pacientes.
 

O valor corresponde a quase um terço de tudo o que o estado já gastou com cannabis medicinal desde 2015, quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou pela primeira vez a importação de produtos com CBD (canabidiol) para o Brasil. A despesa total se aproxima dos R$ 85 milhões.
 

Porém, quando Tarcísio sancionou a lei, em janeiro, afirmou que não havia expectativa de que o estado vá economizar com a nova legislação.
 

"A partir do momento que se coloca a política pública disponível, o estado de São Paulo pode ter um aumento na quantidade de prescrições", disse o governador na ocasião.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/258130-apos-quase-1-ano-tarcisio-regulamenta-lei-de-cannabis-medicinal-no-sus-em-sp

segunda-feira, 10 de julho de 2023

Após comparar professores com traficantes, Eduardo Bolsonaro vira alvo de ações no STF

Após comparar professores a traficantes de drogas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) virou alvo nesta segunda-feira (10) de representações no Conselho de Ética da Câmara, no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR). O parlamentar fez a associação durante discurso em um ato pró-armas em Brasília neste domingo (9).

 

As autoras das ações são duas as deputadas do PSOL, Sâmia Bomfim (SP) e Luciene Cavalcante (SP), respectivamente. Além disso, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será denunciado ao Conselho de Ética da sua Câmara. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse que protocolará a representação ainda nesta segunda, pedindo a cassação de Eduardo.

 

À PGR, Luciene Cavalcante e o deputado Idilvan Alencar (PDT) também apresentaram uma notícia-crime contra Eduardo aos Ministérios dos Direitos Humanos, de Silvio Almeida, da Justiça e Segurança Pública, de Flávio Dino (PSB), e da Educação, de Camilo Santana, pedindo informações sobre medidas de combate à violência contra professores e solicitando a criação de um observatório.

 

Ainda hoje, Dino afirmou que a Polícia Federal analisará os discursos feitos no evento para investigar eventuais incitações ou apologias a crimes.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/282120-apos-comparar-professores-com-traficantes-eduardo-bolsonaro-vira-alvo-de-acoes-no-stf

terça-feira, 27 de junho de 2023

1 em cada 17 adultos usou drogas em 2021, diz ONU em novo alerta sobre o tema

Em seu mais recente relatório sobre drogas, a ONU alerta para aquilo que considera "consequências catastróficas" do uso acelerado de substâncias, em especial as sintéticas, e afirma que o controle do Talibã no Afeganistão e a Guerra da Ucrânia devem ser considerados nesse debate.
 

Em 2021, mostram dados divulgados no domingo (25), uma em cada 17 pessoas de 15 a 64 anos usou drogas, somando 296 milhões de usuários --23% a mais do que dez anos atrás. O crescimento está relacionado ao aumento da população global, mas não apenas.
 

Chama a atenção também o salto no número de pessoas que usaram drogas injetáveis naquele ano: 13,2 milhões, 18% a mais que em 2020. O aumento, em partes, deve-se a novos dados disponíveis sobre os EUA, um dos protagonistas no uso e no tráfico de drogas no mundo.
 

A maconha segue como a droga mais usada, com estimados 219 milhões de usuários em 2021 --4,3% da população adulta global. Ainda que a maioria dos usuários seja de homens (70%), a divisão de gênero tem mudado em algumas regiões: mulheres são 42% das usuárias na América do Norte, por exemplo.
 

Estima-se também que, naquele ano --o último com dados coletados pela ONU--, 36 milhões de pessoas tenham usado anfetaminas; 22 milhões tenham usado cocaína e e 20 milhões tenham usado ecstasy.
 

Enquanto o contato com as substâncias se amplia, o acesso a tratamento para os que necessitam recua. Estima-se que quase 40 milhões de pessoas sofriam de transtornos por abuso de drogas em 2021, mas apenas uma em cada cinco pessoas receberam tratamento.
 

O quadro, diz a ONU, está relacionado à pandemia de Covid que, àquela altura, ainda convivia com cifras expressivas da doença. De 46 países que usualmente compartilham dados sobre o assunto, 40% registraram declínio no número de pessoas acessando tratamento.
 

As Nações Unidas chamam atenção especial para um crescimento contínuo da demanda e do fornecimento de cocaína. O cultivo de coca ocupou mais de 315 mil hectares em 2021, e a produção global de cocaína superou 2.300 toneladas --ambas cifras recorde.
 

"Testemunhamos um aumento contínuo no número de pessoas que sofrem de transtornos por uso de drogas em todo o mundo, e o tratamento não chega a todos que precisam", disse a egípcia Ghada Waly, diretora-executiva do escritório de drogas e crimes da ONU.
 

"Precisamos intensificar respostas contra narcotraficantes que exploram conflitos e crises globais para expandir o cultivo e a produção de drogas ilícitas, especialmente sintéticas, alimentando os mercados ilegais e causado danos a pessoas e comunidades."
 

Waly se referia à outra importante parte do relatório que, ademais dos dados, alertou para o impacto que novos e antigos conflitos regionais podem ter para a produção de drogas. O novo relatório da ONU aponta por exemplo para implicações preocupantes na Bacia Amazônica, que abrange países como Brasil, Bolívia e Colômbia.
 

A organização afirma que está se intensificando a tendência do "narcodesmatamento" na região, que descreve como a destinação dos lucros do narcotráfico para a especulação fundiária, "representando um grande perigo para a floresta tropical e os povos indígenas locais".
 

O material afirma que, ainda que o narcotráfico seja apenas uma das múltiplas atividades ilegais de grupos criminosos na região, ele catalisa a riqueza de grupos criminosos, o que é facilitado pela baixa regulação e presença dos Estados em uma região rica em recursos naturais.
 

Outro cenário que chama a atenção é o do Afeganistão sob controle do grupo fundamentalista Talibã, que retomou o poder em 2021 após a retirada das tropas americanas. Em 2022, a produção de ópio no país, com 6.200 toneladas, representou 80% da produção global.
 

Ainda que a nação tenha uma das maiores produções de papoula do mundo, porém, a ONU estima que isso deve mudar após a proibição talibã do cultivo de narcóticos no país.
 

"Relatórios iniciais sugerem reduções no cultivo da papoula", diz a ONU. Mas, apesar dos benefícios globais disso, a organização assinala consequências para os agricultores, que já enfrentam grave crise econômica e não teriam outra fonte de renda, e o fato de que, uma vez que o Afeganistão é um grande produtor de metanfetamina, a queda do ópio pode levar a um aumento da fabricação das drogas sintéticas.
 

Sobre a Ucrânia, o novo relatório indica que a guerra em curso no país do Leste Europeu pode ter interrompido rotas de tráfico de heroína e cocaína, mas também há indícios de que isso possa desencadear a expansão da fabricação e do tráfico de drogas sintéticas, "dado o conhecimento prévio que existia no país antes do conflito armado".


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/231759-1-em-cada-17-adultos-usou-drogas-em-2021-diz-onu-em-novo-alerta-sobre-o-tema

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Madrasta de bebê que ingeriu haxixe em Salvador tem prisão preventiva decretada

A madrasta do bebê que foi hospitalizado após engolir haxixe, droga derivada da maconha, teve a prisão preventiva decretada neste domingo (11), em Salvador. A mulher havia sido detida em flagrante e será encaminhada para o Complexo Penitenciário da Mata Escura nesta segunda (12).

 

Segundo informações do G1, o bebê de 1 ano e 3 meses, segue internado no Hospital Santo Antônio, das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid). Não há mais detalhes sobre o estado de saúde da criança, que precisou ser intubada no sábado (10).

 

O caso aconteceu na noite de sexta-feira (9). A Polícia Militar apontou que a criança tinha sinais de intoxicação ao ser socorrida à unidade de saúde pela própria madrasta e o pai. Ambos foram conduzidos à Delegacia Especializada de Repressão a Crime Contra Criança Adolescente (Derca), porém, apenas a mulher foi autuada porque ela estaria sozinha com a criança na hora do ocorrido.

 

A polícia informou que, na madrugada do sábado (10), a mulher de 21 anos foi levada à delegacia e teria dito que a ingestão da substância foi acidental.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/281057-madrasta-de-bebe-que-ingeriu-haxixe-em-salvador-tem-prisao-preventiva-decretada

sábado, 15 de abril de 2023

PM encontra cerca de mais de 320 pés de maconha em sítio de Itacaré

A Polícia Militar encontrou cerca de 320 pés de maconha dentro de uma estufa em um sítio localizado no município de Itacaré, Segundo a PM, a operação foi realizada na noite da última sexta-feira (14) e um homem foi preso por tráfico de drogas. O dono do imóvel alegou que o plantio era para consumo próprio.

 

A PM informou que recebeu uma denúncia anônima de que uma casa seria invadida por uma quadrilha, que planejava um sequestro. A polícia afirmou que a suspeita seria de que a vítima seria uma criança de 7 anos, filha do proprietário de um sítio na região.

 

Como medida de proteção, a PM foi ao endereço da denúncia e, ao chegar no local, encontrou o homem que teria sua família como alvo dos criminosos. Ele informou que alugava quartos no local e que, em um dos quartos, existia uma lâmpada acesa com algumas plantas.

 

Ao entrarem no quarto, os policiais identificaram uma estufa de maconha de grande porte. O homem, então, confessou o cultivo da erva. Ele recebeu voz de prisão e foi dado início ao trabalho de buscas no imóvel.

 

Além dos mais de 300 pés de maconha, foram encontrados vasos, materiais de estufa como ledes e outras lâmpadas, além de um sistema de refrigeração para o cultivo da droga. Foram encontradas também caixas térmicas para conservação e outros equipamentos para medir o grau de pureza.

 

A polícia afirma que a maconha foi identificada como skank, uma modalidade com alto teor de pureza e que chega a ser 10 vezes mais potente que a maconha comum.

 

O responsável pelo laboratório foi conduzido para a Delegacia de Polícia Civil em Ilhéus, com todo o material para adoção das medidas legais.

 

A polícia intensificou também as buscas pelos suspeitos apontados como sequestradores, mas ninguém foi encontrado.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/33680-pm-encontra-cerca-de-mais-de-320-pes-de-maconha-em-sitio-de-itacare

quarta-feira, 15 de março de 2023

Venda nas farmácias de produtos à base de cannabis cresce 342,3%, indica pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Portal Cannabis & Saúde mostra o crescimento de 342,3% nas vendas de produtos à base de cannabis nas farmácias do Brasil desde 2018. A partir da entrada do primeiro produto no mercado até o momento, a receita se expandiu significativamente: apenas de 2021 para 2022, o aumento foi de 156,1%, movimentando R$ 77 milhões.

 

Segundo os dados divulgados, as prescrições cresceram 487,8% no último ano. O número de médicos que prescrevem produtos à base de canabidiol para compra em farmácia passou de 6,3 mil em 2021 para 15,4 mil no ano passado, aumento de 146%.

 

Dentre todas as especialidades médicas prescritoras de canabidiol, neurologistas são 33%; psiquiatras, 26%; geriatras, 8%; pediatras, 7%; clínicos gerais, 5% e ortopedistas, 3%. “Essencialmente, essas especialidades representam mais de 80% da importância do volume prescritivo deste mercado”, diz o estudo.

 

Para Tércio Sousa, clínico geral com certificação internacional em Medicina Endocanabinoide pela WeCann Academy, os números indicam a veracidade da informação de que a cannabis é hoje imprescindível na medicina.

 

“É um caminho sem volta. Os médicos que só tratam com alopatia muitas vezes não têm sucesso no tratamento e aí começam a perder o paciente para quem está usando a cannabis. A maior parte dos pacientes que hoje procura tratamento com cannabis são pessoas que já estão na luta contra, por exemplo, dor, espasmos e tremor de Parkinson já há muito tempo e não veem resultado”, disse Tércio, médico parceiro da Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi).

 

De acordo com ele, o preço elevado dos produtos ainda é um entrave e a saída consiste na produção nacional de cannabis. “A gente vê hoje as associações, como a Apepi, crescendo e aumentando a produção das plantas e óleos, amparada por decisões judiciais. A Apepi tem capacidade de produção de cinco mil frascos por mês. A partir do momento em que liberarem o plantio nacional está tudo resolvido. Para isso, é preciso mudar a legislação”, ponderou.

 

Além da aquisição dos produtos de cannabis no mercado nacional, é possível a importação excepcional somente para uso pessoal, mediante cadastro e aprovação prévia junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de prescrição médica, informou a agência reguladora.

 

As autorizações concedidas para importação de produtos à base de cannabis aumentaram de 850, em 2015, para 153.671, em 2022. “Esclarecemos que pode haver mais de uma autorização emitida para o mesmo paciente ao longo de um ano, por exemplo”, afirmou a Anvisa.

 

A agência também esclareceu que, atualmente, existem 25 produtos de cannabis autorizados para venda em farmácias brasileiras e somente um medicamento registrado à base de cannabis, o Mevatyl.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/30301-venda-nas-farmacias-de-produtos-a-base-de-cannabis-cresce-3423-indica-pesquisa

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Apreensão de cocaína em rodovias na Bahia sobe quase 150% em 2022

A apreensão de cocaína nas estradas da Bahia realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) aumentou 148% em 2022. Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram apreendidos 2.160 quilos da droga, enquanto em 2021 foram 870 quilos. De acordo com a corporação, a retirada desse tipo de droga foi em sua grande maioria de cocaína pura, que causaram um prejuízo de  R$ 280 milhões ao narcotráfico.

 

Ainda segunda a PRF, apesar do Brasil não ser considerado produtor de cocaína, figura-se como um grande mercado consumidor, região de depósito e plataforma para a importação e exportação de drogas no mundo. Além disso, funciona como intermediário na rota para o tráfico internacional.

 

Ao longo do último ano foram retiradas de circulação quase 10 toneladas de ilícitos, principalmente maconha e cocaína. Já maconha foram 7,5 toneladas apreendidas. Para se ter uma ideia, a quantidade de maconha apreendida seria suficiente para produzir quase 15 milhões de cigarros, o equivalente a população do estado da Bahia.

 

A maior ocorrência foi registrada em junho, em Iramaia (BA), durante abordagem a um caminhão e um automóvel. Dentro dos veículos foram encontrados drogas e armas de grosso calibre. E só de maconha foram apreendidos 1.981 quilos.

 

Destaque também para a apreensão de 2.826 comprimidos de ecstasy. Nos últimos anos houve um crescimento no comércio dessas ‘pílulas’. Elas produzem alterações no sistema nervoso central e são geralmente usadas em festas frequentadas por jovens, provocando euforia e alucinações. Se usada em altas doses, pode provocar convulsões, parada cardiorrespiratória e pode levar até a morte.

 

Nos doze meses de 2022, foram registradas pela PRF BA 130 ocorrências relacionadas a crime de tráfico de drogas e 154 pessoas foram presas.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/32521-apreensao-de-cocaina-em-rodovias-na-bahia-sobe-quase-150-em-2022