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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Belterra será contemplada com projeto da USP


A diretoria de comunicação da Universidade de São Paulo (USP) anunciou que no período de 11 a 22 de dezembro próximo, o projeto “Bandeira Científica”, da Instituição, estará em Belterra, Oeste do Pará, desenvolvendo atividades educativas e prestando assistência médica para a população local.

De acordo com a diretora de comunicação do “Bandeira Cientifica” da USP, Natália Natarelli, serão duzentos alunos das áreas de medicina, fisioterapia, odontologia, nutrição, psicologia, fonoaudiologia, engenharias civil e ambiental, agronomia, administração, jornalismo e audiovisual, realizando serviços voltados à área da saúde.

Para viabilizar a expedição, segundo ela, já foram feitas duas pré-visitas a Belterra pelas áreas da saúde e de engenharia. Com a proposta de viabilizar o projeto mais uma pré-visita será feita pelos diretores de comunicação entre os dias 11 e 16 de novembro.

“Gostaríamos de saber se há disponibilidade e interesse em marcar uma reunião para discutir propostas conjuntas na área de comunicação e assessoria de imprensa. É de nosso interesse divulgar o “Bandeira Científica” e suas atividades com antecedência e amplo alcance, para que a população da região tenha a oportunidade de participar”, destaca a jornalista, acrescentando que para que o projeto possa obter êxito, a USP precisa da ajuda dos veículos de comunicação locais.

Fonte: RG 15/O Impacto

http://www.oimpacto.com.br/municipios/belterra/belterra-sera-contemplada-com-projeto-da-usp/

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Saída de Inhambupe do pessoal da Bandeira Científica

Manoela, Clara, André, Eduardo e Tulio








O Projeto Bandeira Científica é um projeto de extensão de estudantes da Universidade de São Paulo. O principal objetivo dessa iniciativa é ajudar na melhoria da saúde e qualidade de vida de moradores de municípios carentes do país, por meio de pesquisas científicas e atividades assistenciais e educativas.

A cada ano, uma cidade de baixo IDH do país é escolhida para receber a Bandeira.


Parabéns a todos que vieram para Inhambupe e aprenderam muito com o pessoal dessa região, eu mesmo aprendi muito e ganhei grandes amigos, como vocês estão vendo na primeira foto, essas pessoas me ajudaram muito na divulgação do projeto, Luiz Fernando disse logo no primeiro domingo que o blog era a fonte de informações deles em São Paulo, Manoela mandou logo um informativo informando como era o projeto e ainda tivemos o apoio de Clara, André e Tulio, e não posso esquecer do fotografo Genivaldo Carvalho.
Muito obrigado a todos vocês e voltem sempre.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Bandeira participa de mesa redonda em rádio local


Neste último domingo, ao meio dia baiano, a Bandeira Científica participou de uma mesa redonda na Rádio Comunitária de Inhambupe. O evento foi organizado pela equipe de comunicação do projeto em parceria com a rádio. Houve uma avaliação das atividades realizadas até agora pela Bandeira em Inhambupe, seguida por uma discussão sobre a continuidade das ações iniciadas pelo projeto. Ouvintes da rádio aproveitaram para enviar perguntas. Ao todo, quatro alunos e um morador da cidade compuseram a mesa: José Baptista, líder do assentamento de Moita Redonda, Henrique Pinesi, estudante de medicina na USP, Mariana Rivera, estudante de psicologia na USP, Maryana Dias, estudante de medicina na UFBA e Tulio Bucchioni, estudante de jornalismo na USP. A locução ficou por conta do radialista Mota.

Eduardo postou sobre o evento em seu blog: http://eduhistoriador.blogspot.com/

Atendimento oftalmológico gera fila de quarteirões

No último sábado, dia 18, uma fila de mais de dois quarteirões tomou a praça José de Anchieta, centro de Inhambupe. Devido à habitual vinda de moradores da zona rural da cidade aos sábados, dia de feira em Inhambupe, a procura pelo atendimento oftalmológico oferecido pela Bandeira Científica ultrapassou as expectativas tanto de moradores da cidade como de bandeirantes. Debaixo de uma garoa fina, homens, mulheres, idosos e crianças de colo aguardavam a abertura dos portões – alguns desde muito antes do começo dos atendimentos, marcado para às 7h da manhã. Seu Jadival dos Santos, que chegou ao posto de atendimento às 3h30 da manhã, parecia não se importar com o horário em que acordara: “o atendimento chegou em uma boa hora. Eu mesmo precisaria ir para outra cidade para ir ao ‘oftalmo’ e agora posso ficar aqui”, afirmou.

Educação Ambiental é tema de atividades em Lagoa Branca
Cerca de 70 crianças participaram de uma atividade conjunta sobre Educação Ambiental com alunos da Escola Politécnica (Poli) e da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiróz (Esalq) em Lagoa Branca, zona rural de Inhambupe. Os estudantes encenaram para as crianças a história de Pedrinho, um garoto com muito sono, dor nas unhas e nos cabelos, afetado por verminoses e com hábitos não muito higiênicos. Perguntas como “só tomar banho e lavar as mãos antes de comer é suficiente?” foram lançadas ao público infantil, que respondia aos gritos. Além disso, aconteceram atividades sobre reciclagem e poluição de rios. “O nosso papel é informar sobre a importância da água na vida das pessoas. Já que a água pode interferir trazendo doenças, então a gente tenta correlacionar a água com o teatrinho e a educação ambiental”, afirma Renato Dallora, estudante de engenharia civil.

Por Tulio Bucchioni
Fotos
Manoela Meyer
Equipe de Comunicação do Bandeira Científica

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/notas/

domingo, 19 de dezembro de 2010

Mesa Redonda com o pessoal do Bandeira Científica na Inhambupe FM






Fotos da Mesa redonda no programa de Mota na rádio Inhambupe FM.
Contou com a presença de:
Henrique é aluno de medicina da USP.
José Batista lider comunitário do assentamento de Moita Redonda.
Mariana que é aluna de Psicologia da USP.
Mariana aluna de medicina da UFBA.
Tulio do jornalismo da USP.

O pessoal falou um pouco sobre esses dias que estão passando em Inhambupe.

Venha fazer fotografias de Inhambupe na oficina de fotografia

sábado, 18 de dezembro de 2010

Visitas Domiciliares: dificuldades na zona rural

Foto do blog eduhistoriador.blogspot.com

Localizada na zona rural de Inhambupe, a vila de Saquinho possui um sistema de saúde deficiente. Nos últimos tempos, a situação se tornou ainda pior. Isso porque o único posto de saúde da região foi fechado há pouco mais de uma semana. Em seus arredores, muitas famílias tiveram que se adaptar com a carência de recursos médicos, descobrindo outra forma de cuidar de seus doentes ou gastando tempo e dinheiro para se tratar no cento do município, em Salvador ou Alagoinhas.

Muitas casas são distantes até mesmo do centro do vilarejo, o que dificulta o acesso para pessoas com locomoção prejudicada. É o caso da família de Mara*, 24, e Agenor*, 26. Os dois irmãos sofrem com deficiências motoras desde a infância. Geralmente, são atendidos em casa, pois não conseguem chegar ao hospital. Assim como os médicos, o projeto Bandeira Científica também optou por prestar assistência à família em seu próprio domicílio, na Visita Domiciliar ocorrida na terça-feira.

Quando a equipe chegou na casa, a mãe estava ausente e os irmãos encontravam-se sob os cuidados de Damiana, que cuida deles há dois anos. “Eu venho todo dia cuidar dos dois”, conta ela, que mora em uma região próxima. Segundo Silmara Rondon, discutidora da Fonoaudiologia, a mãe teria contribuído para o atendimento. “A gente não sabe como foi esse parto, como foi o desenvolvimento deles, motor, de fala, no andar, faltam dados”. Ela explica que a mãe poderia esclarecer detalhes sobre a história do problema, por conhecer intimamente o cotidiano dos pacientes desde seu nascimento. Apesar do trabalho já consolidado de Damiana, nada substitui o conhecimento da mãe.

Solicitados pelos agentes de saúde para analisar os casos mais graves, os médicos da Visita Domiciliar prestam um atendimento momentâneo, dificultado justamente por essa falta de informações e a rapidez da consulta. A situação é agravada pela falta de apoio oferecida pelo sistema de saúde da região. O contato com a comunidade se dá através dos Agentes Comunitários de Saúde, responsáveis por levantar os problemas de determinada área. “O trabalho como agente comunitário é cheio de dificuldades”, conta Domingos, agente que acompanhou as visitas dos médicos voluntários. “Agora, está pior”, diz ele, por causa do fechamento dos postos, que gerou uma sobrecarga para ele e outros profissionais. Domingos recolhe dados e passa para a Secretaria de Saúde, mas nem sempre vê resultado em sua atuação, que deveria passar antes pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), responsáveis pela atenção primária e constante.

Mesmo admitindo a importância da atenção freqüente aos pacientes freqüentados, Domingo relata que isso não ocorre. Segundo ele, a família já se acostumou com o cuidado dos irmãos. Damiana partilha da mesma opinião. Já se adaptou a rotina, às demandas dos dois jovens sob seus cuidados. “A gente fica conversando, assistindo TV”.

Mãe solteira de quatro filhos, ela também não costuma ir ao médico. Afirma que não possui problemas de saúde. No entanto, um dos profissionais presentes na visita detectou uma irritação de pele na cuidadora, que é beneficiária de um dos programas de assistência do governo.

Enquanto seus filhos estudam no ensino público, Damiana se esforça no Topa, programa de alfabetização de adultos. Segundo ela, o problema de Mara e Agenor tem piorado. Aos cinco anos, eles caminhavam normalmente. Hoje em dia, não conseguem andar sem apoio e sofrem muitas quedas. “Faço comida, boto no prato, eles vão para a mesa comer. Ela vem derruba o prato em cima da mesa (a menina)”. Sobre os postos, Domingos conta que, da mesma forma que não foram avisados sobre seu fechamento, não sabem quando serão reabertos.

*nomes ficticios

Equipe de comunicação Bandeira Científica

Clara Roman

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Mar no sertão do Candomblé



O som daquele movimento leve, forçado pelo vento, lembrava o barulho do mar; ao redor, ao contrário, terra seca batida, um horizonte de matos e colinas, o calor de mais de 40º. Flutuando calmamente no ar, largas faixas vermelhas, brancas, amarelas e verdes alternavam-se e hipnotizavam a todos. Não cansávamos de admirar a beleza das faixas, compostas por milhares de bandeirinhas de festa junina fixadas com barbante no teto da varanda da casa principal. Estavam completamente justapostas às centenas em cada faixa; um verdadeiro recife de corais em pleno ar.

Estávamos em um terreiro de Candomblé, a poucos minutos do centro de Inhambupe. Mal havíamos descido do ônibus e o sacerdote da casa – popularmente conhecido como Pai de Santo – já nos recepcionava com sua habitual e, mais tarde, absolutamente reconhecida por nós, abertura contagiante. Pai Uelson era católico e converteu-se ao Candomblé aos 16 anos; aos 21, já era Pai de Santo. Em Inhambupe, caso você necessite encontrar Pai Uelson, há uma grande chance de qualquer um na rua lhe indicar o endereço de sua casa, tamanha é sua popularidade.

Participávamos de uma atividade de alunos de psicologia da USP, cujo objetivo é entrevistar personalidades da cidade tidas como referência pela população, com o intuito de se pensar em políticas públicas a partir da visão dos moradores de Inhambupe. Assim como Pai Uelson havia sido indicado por diversas pessoas, ao cabo de sua entrevista seria tarefa sua indicar mais três pessoas para serem entrevistadas.

Sentamos na sala principal do terreiro, de chão de cimento, sem muitos adereços ou móveis. Cadeiras de plástico branco espalhavam-se pela sala; nas paredes, quadros de santos e algumas fotos, além de certificados. Um deles, concedido pela Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro, garantia a um tal José Uelson de Jesus o título de Sacerdote Afro. Pai Uelson sentou-se em sua cadeira revestida por diversas camadas de panos brancos rendados. Sua expressão era sempre calma e seus óculos de metal pareciam contrastar um pouco com a bata e a calça de pano alvíssimo que trajava.

Durante mais de três horas, falamos sobre história, preconceito, saúde e religião, entre outros temas. Pai Uelson contou-nos sobre a origem indígena de Inhambupe – fator que explicaria “a alta sustentabilidade e poder de decisão da cidade desde cedo” – apesar da atual predominância de afro-descendentes, expressou sua insatisfação com a discriminação existente contra negros em Inhambupe, chegando a atribuí-la a um “feudalismo e coronelismo preconceituosos”. Com relação ao sistema de saúde da cidade, Pai Uelson afirmou sua indignação com o recente fechamento de postos de saúde na cidade e afirmou ser este, na sua opinião, um caso passível de intervenção do Ministério Público.

Ao contrário do que usualmente pode-se esperar, quando o assunto moveu-se para o tema religião, a conversa fluiu de maneira absolutamente calma. Pai Uelson confirmou a existência de outros 158 terreiros de Candomblé só em Inhambupe, revelou ter participado de manifestações recentes pelo direito à liberdade religiosa no Brasil e defendeu temas normalmente espinhosos para líderes religiosos, como o uso de preservativos e a união civil homossexual – “não podemos julgar ninguém, isso[a união civil homossexual] não se discute, vem de si e o direito deve assistir”, afirmou. Sobre o aborto, apesar de não existir uma diretriz específica do Candomblé para o tema, Pai Uelson afirmou ser contrário à prática, mesmo em casos previstos na Constituição.

Ao fim da conversa, para nossa surpresa, fomos todos convidados a nos sentarmos à mesa para comer uma deliciosa torta de frango especialmente feita para nós por uma das ajudantes de Pai Uelson. Eram mais de sete horas da noite quando saímos de seu terreiro e as faixas de cores ainda moviam-se agitadas com seu barulho de mar no sertão.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

O que é o Projeto Bandeira Científica?


O Projeto Bandeira Científica é um projeto de extensão de estudantes da Universidade de São Paulo. O principal objetivo dessa iniciativa é ajudar na melhoria da saúde e qualidade de vida de moradores de municípios carentes do país, por meio de pesquisas científicas e atividades assistenciais e educativas. A cada ano, uma cidade de baixo IDH do país é escolhida para receber a Bandeira.

HISTÓRIA
O projeto foi criado por alunos da Faculdade de Medicina em 1957. Interrompido em 1969 devido à ditadura militar, foi retomado em 1998. A partir de 2002, outras unidades da USP começaram a colaborar com a iniciativa dando um caráter multidisciplinar na atuação do projeto.

Atualmente alunos de sete unidades da USP são responsáveis por sua organização. São elas: Faculdade de Medicina (FM), Faculdade de Saúde Pública (FSP), Instituto de Psicologia (IP), Faculdade de Odontologia (FO), Escola de Comunicações e Artes (ECA), Escola Politécnica (POLI) e Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ).

ATIVIDADES
As principais ações são realizadas durante uma expedição de dez dias no final de cada ano, envolvendo uma média de 200 participantes voluntários de diversos cursos. Os alunos, sob supervisão de profissionais e professores, desenvolvem atividades de acordo com a área de sua formação, mas mantendo o foco na interdisciplinaridade.

São realizadas centenas de atendimentos, exames e doações, além da formação de grupos de discussão e de atividades educativas para os estudantes, moradores e profissionais locais. Os alunos ainda pesquisam indicadores sociais, realizam relatórios sobre infra-estrutura e fornecem aos gestores públicos um banco de dados com o resultado do trabalho no município.

A expedição é planejada durante um ano por alunos representantes de cada unidade. Eles são responsáveis pela preparação estrutural e operacional. Isso inclui realizar pré-visitas à cidade escolhida e organizar alojamento, alimentação, abastecimento de água, deslocamento das equipes, transporte interestadual e local, distribuição e material das atividades, medicamentos, etc. Cabe ressaltar que todo o planejamento é feito levando-se em consideração as necessidades e particularidades do município.

Além disso, os alunos representantes organizam processos seletivos para outros estudantes interessados em participar. A seleção é feita por meio de cursos, entrevistas, cartas de interesse ou provas, dependendo de cada unidade.

A Bandeira Científica é um projeto muito procurado, por oferecer experiência prática para os alunos, que aplicam a teoria das salas de aula na assistência ao país. Com isso, a Bandeira cumpre seu duplo papel, essencial a todo Projeto de Extensão Universitária: complementar o processo de aprendizagem dos estudantes e expandir o conhecimento acadêmico para além dos muros da USP.

SELEÇÃO DO MUNICÍPIO
A cada ano, um município carente do país é escolhido para receber a Bandeira. A seleção é baseada em três critérios principais:

. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): a cidade escolhida deve apresentar IDH entre 0,5 e 0,7
. Cobertura do Programa de Saúde da Família: é preferível que o programa cubra mais de 50% da cidade.
. População: o município deve apresentar população entre 20 e 60 mil habitantes

A composição desses critérios reflete a carência da cidade candidata e permite verificar se há uma estrutura mínima para receber o projeto.

PARCERIAS
O projeto só é possível por meio de parcerias com a iniciativa privada, com instituições, com os gestores do município atendido e com uma universidade local. As parcerias bem consolidadas garantem que as ações propostas pelo projeto não se restrinjam ao período da expedição, mas sejam viabilizadas e implementadas a longo prazo na região atendida. Cada parceiro oferece ajuda financeira e/ou de material para despesas com medicamentos, equipamentos e transporte durante a expedição.

CONTINUIDADE
Um dos principais desafios do Projeto é a continuidade. Isso porque o tempo da expedição é limitado, a distância geográfica costuma ser grande e a eficácia das ações a médio e longo prazo depende do compromisso da própria cidade e do envolvimento da universidade local.

Algumas ações favorecem esse aspecto:

. Orientação e encaminhamento dos pacientes ao sistema local de saúde;
. Doação de óculos e próteses;
. Realização de exames com posterior divulgação dos resultados;
. Capacitação de multiplicadores e profissionais;
. Elaboração de relatórios diagnósticos e projetos técnico-estruturais;
. Elaboração de relatórios científicos;
. Consolidação de Parcerias Universitárias;
. Visitas de Seguimento, posteriores à expedição;
. Criação de telecentros


Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/a-bandeira/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Agenda 21 – parte 3


A maior parte das soluções apresentadas pelos moradores era bastante acessível. Foi sugerido o fim das queimadas, a construção conjunta de uma igreja, a pavimentação coletiva das ruas por um mutirão de homens, a sistematização de reuniões da Associação. Uma mulher mais nova, de pouco mais de trinta anos, cujas duas irmãs estavam presentes e admiravam com atenção sua fala, propôs que as mulheres de Moita Redonda se organizassem tal como um grupo de mulheres de Inhambupe e começassem a fazer bordado, ponto cruz, corte e costura para arrecadar dinheiro. “Não é só o homem que tem que trabalhar; a mulher não pode ficar em casa sem fazer nada!”, sentenciou.

Terminada a exposição das soluções, os estudantes de agronomia encaminharam a atividade para o final. Diante de um quadro branco com o logotipo da Bandeira Científica, foram listadas as principais ações possíveis de serem realizadas pelos moradores, ao lado do nome de um responsável por organizar-las em um dado prazo de tempo. Prender cachorros doentes (são 56 cachorros na comunidade), encaminhar o lixo todo para um mesmo local específico – mais próximo à entrada da comunidade, único local por onde o caminhão de lixo da prefeitura passa – fazer uma composteira, marcar reuniões com autoridades para discutir a pavimentação das ruas e uma confraternização entre os moradores estavam entre as medidas finais.

Já cansados, tamanho era o calor daquele dia de sol na zona rural no interior da Bahia, os moradores estavam, no entanto, muito felizes com o resultado das atividades e com a estadia da Bandeira na comunidade. André Delgado, estudante de agronomia, parecia muito satisfeito quando conversamos pouco mais tarde, na frente da creche onde a equipe da Bandeira está hospedada. “A Esalq preza muito pela não pontualidade das ações, discutimos desde março como não ser pontual, como não ir lá e plantar uma horta, as pessoas plantarem e acabou; a minha expectativa foi completamente superada, foi fantástico, está sendo fantástico aqui”, afirmou.

Apesar de reconhecer a dificuldade política que algumas demandas implicam, Flávia também estava otimista com o resultado da atividade. “É claro que o lado político a gente fica triste porque a gente não pode resolver – calçamento, igreja, escolas, é complicado para nós. Mas várias coisas que são fáceis de resolver eles podem fazer; todos entraram no consenso das dificuldades que têm e que eles conseguem conversar, eles conseguem chegar a um foco”, avalia. Talvez seja como Maria Olga, que é uma das fundadoras da Associação junto a sua família de 21 filhos, me disse no começo da atividade: “é preciso muita luta, muito calor e muita chuva pela frente”.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Agenda 21 – parte 2

Zé do Pão

Dificuldades

Zé do Pão é um homem magro, alto, de cerca de quarenta e cinco anos. É ele quem preside a Associação de Moradores e Trabalhadores de Moita Redonda. De fala calma e simpática, ele me conta sobre os principais problemas da comunidade. “A maior dificuldade é saneamento básico e pavimentação; todas as estradas que levam mercadorias, onde os tratores passam, tudo está sem asfalto”, desabafa. De acordo com Zé, mesmo depois de várias reuniões com a prefeitura e com vereadores, até mesmo na própria comunidade, nenhuma ação concreta foi tomada.

Outro problema é a participação efetiva dos moradores nas reuniões da Associação. No decorrer da finalização da Agenda 21, as pessoas presentes foram convidadas a escrever em um papel as soluções que poderiam levantar para os problemas identificados no dia anterior de atividades. Durante as apresentações das soluções, repetidas vezes foi solicitada maior participação de moradores e de jovens nos encontros da Associação. Uma senhora baixinha, de saia estampada e um pequeno coque no topo da cabeça, foi bastante enfática: “precisamos retificar os nossos direitos!”.

Aquele dia de atividades talvez fosse uma exceção na rotina da Associação. “Hoje temos mais de 40 pessoas; na maioria das vezes, temos de 15 a 25. Ao todo temos entre 100 e 150 pessoas na comunidade; a participação nas reuniões é pequena”, avalia Zé. A comunidade sobrevive basicamente de crédito conseguido junto ao Estado. O Banco do Nordeste e o Desenbahia, órgão do governo estadual baiano, são os principais financiadores de empréstimos para a comunidade. Cooperativas do município de Inhambupe também costumam emprestar crédito para os trabalhadores.

De acordo com Zé, na maioria das vezes a produção local é levada por algum “atravessador” ou por pessoas da própria comunidade que vendem a produção para cidades próximas – Alagoinhas, Feira de Santana e Salvador. “O forte da produção é laranja, depois vem o maracujá e o milho; temos ainda o quiabo e o amendoim”, diz Zé. Plantam também pimenta, manga, acerola, batata doce, banana, cebola, coentro, coco, limão. São 9 hectares para cada família. Esperam começar a fazer irrigação na agricultura.

Depois da colheita do inverno, é no verão que surgem os problemas. A vinda do período de seca e a ausência de técnicas de irrigação eficazes para resolver o problema inviabilizam a produção agrícola. “No verão a gente passa uma temporada boa sem colheita; a gente procura um trabalho fora, mas sempre tomando o cuidado de deixar parte da nossa colheita para esse momento; uma das soluções é a irrigação. Já existem projetos sendo encaminhados”, revela Zé.

Maria José

É do verão que Maria José tem medo. “Para viver aqui, meu filho, é muito difícil. Não têm recursos; agora chegou o verão, não têm”, revela. Pouco a pouco, essa senhora timidamente ansiosa para conversar conta que o marido é bastante nervoso, que tem depressão e que seus dois filhos mais velhos nem estudam, nem trabalham. “Não vou ficar dizendo que eles estudam, porque não estão estudando, né?! Tenho que falar a realidade”, confessa. Em vez de estudar, os primogênitos de uma família de 15 filhos gostam de sair por aí andando a cavalo ou de bicicleta. O marido, que há alguns anos conseguiu atendimento médico, se recusa a se tratar – “ele tem medo, sabe, de que alguém faça alguma maldade com ele; ele tem medo de agulha”. Maria José participa da Associação e foi lá que aprendeu a plantar, colher e adubar as plantações. Atualmente, trabalha em casa, cuidando dos filhos.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Agenda 21 – parte 1


Cabelos repartidos ao meio e presos à altura do pescoço, Maria Olga Reis parecia entusiasmada em mostrar a um grupo de estudantes de fisioterapia e comunicação como se plantava de verdade uma batateira. Com sua enxada, movia-se para frente e para trás enquanto posava para as fotos que estavam sendo tiradas. Ao seu redor, todo o verde de palmeiras e do campo da comunidade de Moita Redonda, pertencente à cidade de Inhambupe e local de morada e trabalho de Maria Olga.

Na sede da Associação de Moradores e Trabalhadores rurais da comunidade, cerca de 40 pessoas, a maioria mulheres e crianças, aguardavam ansiosamente o início do segundo dia de atividades preparadas pelos alunos de agronomia da Esalq (Escola de Agronomia Luís de Queiróz). No dia anterior, tivera início a Agenda 21 na comunidade, uma atividade cuja proposta principal é traçar um planejamento estratégico com os moradores, identificando problemas comuns, sonhos para o futuro e, finalmente, possíveis soluções para o que foi levantado.

“Oh, Maria, você não tem

Aqui nessa roda quem te queira bem;

Eu tenho, eu tenho sim

Eu tenho José que gosta de mim”

Foi assim que começou a reunião com a Esalq. Os moradores ensinaram a música no dia anterior aos alunos, que no dia seguinte já a tinham decorado. Dentro da Associação, era possível identificar três enormes cartazes feitos de papel pardo, aonde bilhetinhos escritos à mão com canetas coloridas estavam colados e separados adequadamente de acordo com o assunto a que se referiam e ao grande tema que pertenciam. O primeiro cartaz, mais abaixo que os outros, levava um título sugestivo: Muro das Lamentações. Qualquer um que se aproximasse encontraria ali somente demandas não resolvidas ou insatisfações da comunidade: reclamações contra a administração pública, como a falta de pavimentação nas ruas e de um posto de saúde local, a necessidade de mais emprego para os jovens. Logo acima, no cartaz Árvore dos Sonhos, casinhas coloridas representavam o desejo da construção de uma igreja e de mais moradias. Com mãos de todos os tamanhos saindo de um pequeno globo terrestre pintado de verde, um morador ressaltava a necessidade de mais união na comunidade. Outro escrevia em letras garrafais: “o meu sonho é ver aqui um calçamento para todos”.

Flávia Dias, uma das estudantes que organizou a atividade, emocionou-se com o resultado do primeiro dia de atividades: “no começo, eles foram bem singelos, depois se libertaram mais; eles lamentaram várias coisas que são diferentes da nossa realidade, por isso eu chorei várias vezes durante a nossa estadia por lá”, revela. A organização da comunidade também impressionou Flávia. Todos os moradores possuem seus terrenos e são obrigados a trabalhar pelo menos uma vez por semana no terreno da Associação; para fiscalizar o trabalho, existe uma agenda e assim é possível identificar aqueles que não cumpriram com o combinado.

Apesar dos dez anos da Associação, as prestações do terreno ainda não foram quitadas com o banco e, por isso, o lucro obtido com as plantações de maracujá, laranja e acerola é todo voltado para os gastos da entidade. “Essa é uma comunidade rural extremamente organizada, eles não sabem a organização que eles têm; um ponto importante é o fato de eles serem desunidos por parte da comunidade ser sergipana e o baiano não aceitar o sergipano”, avalia Flávia.

Equipe de Comunicação da Bandeira Científica
Por Tulio Bucchioni

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

Materiais adaptados viabilizam atendimento odontológico


Uma sala de aula é modificada para receber um consultório odontológico. As carteiras dos alunos fazem as vezes de cadeiras reclináveis; as crianças menores deitam no colo dos alunos para serem atendidas, em almofadas feitas pela fisioterapia. O atendimento não é o ideal, mas é o que a Bandeira Científica consegue fazer.

Para a prevenção de maiores problemas nas crianças de idade escolar, antes do atendimento as crianças assistem a uma aula sobre os dentes, a mandíbula, placa, cáries e escovação. Porém, para ensinarem a escovar os dentes na prática, esbarravam em um empecilho: não há pias na maioria das escolas. Com isso, não há acesso ou estímulo para a criança escovar os dentes.

Bruno, dentista e discutidor da Bandeira, fez um escovódromo, para ser levado nas escolas onde o atendimento odontológico vai. Tubos de PVC, torneiras de plástico e um vaso plástico para jardins, adaptados a uma mangueira são o suficientes para que uma fila de crianças escove os dentes. Os bandeirantes irão passar esse projeto a coordenadora de saúde bucal, esperando que pias mais adequadas sejam instaladas nas escolas.

Ao invés da maquininha de dentista, da qual todos têm medo e desgosto, é usado um compressor portátil, podendo ser levado em diferentes postos de atendimento. O motor de água é acoplado em duas garrafas PET e a lanterna usada na testa pelos dentistas é, na verdade, de bicicleta.


A técnica usada para restaurar os dentes de leite também é uma adaptação aos poucos recursos, pouca estrutura e pouco tempo, para fazer uma restauração permanente. Chamada de técnica restauradora atraumática, é realizada em dentes de leite. Depois de limpar a cavidade deixada pela cárie com cureta, água, algodão e clorexidina – um anti-bactericida – ela é preenchida com cimento de ionômero de vidro, que tem grande adesividade e ainda libera flúor. É uma técnica que dura menos, mas é mais prática, menos traumática e mais simples.


Equipe de Comunicação da Bandeira Científica

Por Karin Salomão

Fotos por Genivaldo Carvalho

Fonte:http://www.bandeiracientifica.com.br/blog/

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Colégio Luiz Coelho também faz parte do Projeto Bandeira Científica








Quando chequei na Praça Padre Anchieta, já tinha uma grande fila a espera do atendimento do pessoal do Projeto Bandeira Científica, e conversei com algumas pessoas que falaram um pouco do trabalho, para Olga Teles na foto acima, ela disse que o trabalho está ótimo, e a agente comunitária Gilmaria Ferreira na foto acima também, disse que os agentes comunitários estão fazendo encaminhamento das pessoas para o atendimento e dando suporte ao pessoal do projeto.
Hoje no Colégio estavam atendendo o pessoal na área de oftalmologia.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O pessoal da Bandeira Científica foi entrevistado na Inhambupe FM






Francisco sendo entrevistado por Tulio
Tulio entrevistando Joilson Souza
Tulio e Clara falando com Mota o apresentador do programa
Luiz Fernando, Tulio e Clara e o apresentador Mota

O projeto não se resume a apenas uma viagem. A expedição é organizada pelas sete unidades participantes por um ano. Para que ela aconteça, é preciso muito mais que boa vontade. Os universitários envolvidos são responsáveis pela preparação estrutural e operacional da Bandeira Científica. Isso inclui desde a realização de pré-visitas e preparação de alojamentos até a organização de processos seletivos para outros estudantes interessados em participar.