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terça-feira, 26 de novembro de 2024

6 em cada 10 conhecem ao menos uma mulher ameaçada de morte pelo parceiro

A maioria das mulheres no país diz conhecer ao menos uma vítima que já foi ameaçada de morte pelo parceiro. Em pesquisa sobre a percepção da violência contra a mulher, a afirmação foi confirmada por 6 em cada 10 entrevistadas, enquanto 19% afirmaram já terem sido ameaçadas dentro de casa.
 

Os dados fazem parte de levantamento divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Instituto Patrícia Galvão, com a participação de 1.353 mulheres com mais de 18 anos que responderam a questionário online com perguntas fechadas durante o período entre 20 a 24 de outubro.
 

A dependência econômica do agressor foi o principal motivo apontado pela maioria (64%) para vítimas manterem a relação violenta, seguida pela crença de que o companheiro será capaz de se arrepender dos atos e violência e mudar de comportamento (61%).
 

O medo de ser morta caso termine a relação e a dependência emocional do companheiro foram as razões citadas, respectivamente, por 59% e 58% das mulheres consultadas, segundo a pesquisa. Vergonha, medo de sofrer novas agressões e de perder a guarda dos filhos foram outros motivos apontados na pesquisa.
 

Em relação aos casos de feminicídio, 90% das entrevistadas afirmam acreditar que os crimes são motivados por ciúmes e possessividade dos homens. A maioria também atribui o aumento dos casos à cultura machista (44%) e à sensação de impunidade (42%).
 

A maioria das entrevistadas (37%) diz que nada acontece com os homens que cometem violência doméstica, contra 20% que escolheram a opção "são presos". Para 34%, os agressores são obrigados a manterem distância das vítimas.
 

Além disso, 95,5% afirmam concordar com a afirmação de que os agressores sabem se tratar de um crime, mas continuam a cometer violência doméstica porque acreditam que não serão punidos. A maioria (83%) também acredita que o tema não é tratado como um assunto importante pela Justiça brasileira.
 

A medida protetiva, instituída pela lei Maria da Penha há 18 anos, é vista pela maioria (95,5%) como pouco efetiva para evitar mortes de mulheres, diante das falhas do Estado em garantir que os agressores cumpram a determinação.
 

A data de 25 de novembro é conhecido pela ONU como Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher. A data foi definida em 1999 para lembrar as irmãs Mirabal (Patria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas na década de 1960 pela ditadura de Leônidas Trujillo, na República Dominicana.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/309282-6-em-cada-10-conhecem-ao-menos-uma-mulher-ameacada-de-morte-pelo-parceiro

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Disparidade salarial cresce, e mulheres ganham 20,7% menos do que homens no Brasil

A disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil aumentou no período de um ano, e mulheres receberam, em média, 20,7% menos do que homens em 2023, mostra novo levantamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 

O segundo relatório de transparência salarial, que será divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério das Mulheres nesta quarta-feira (18), foi compilado a partir de informações enviadas por 50.692 empresas, todas com cem ou mais empregados. O envio dos dados está previsto na lei de igualdade salarial aprovada em 2023.
 

No primeiro documento, divulgado pelo governo em março, a remuneração das mulheres era 19,4% menor do que a dos homens, com base em números de 2022.
 

A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, ressalta que o desequilíbrio no mercado de trabalho reflete o fato de as mulheres geralmente ocuparem postos que pagam salários menores.
 

"No ano de 2023, houve um forte crescimento da geração de empregos para mulheres, mas são vagas que pagam menos. Então, a diferença [salarial entre homens e mulheres] se ampliou um pouco", afirma. "Esses postos de trabalho precisam de salários maiores."
 

Em 2023, a remuneração média das mulheres foi R$ 3.565,48, enquanto a de homens ficou em R$ 4.495,39.
 

Em posições de chefia, a discrepância média entre homens e mulheres é ainda maior e chega a 27% para dirigentes e gerentes (em 2022, a cifra era de 25,2%).
 

O levantamento do governo mostra que a desvantagem das mulheres é ainda maior quando se faz o recorte de raça. De acordo com o relatório, as mulheres negras recebem 50,2% da remuneração dos homens brancos no Brasil. Em 2023, o ganho médio da mulher negra foi de R$ 2.745,76, enquanto a dos homens não negros foi de R$ 5.464,29.
 

"As mulheres negras estão concentradas em ocupações da base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica. Os homens, por outro lado, estão concentrados na indústria de transformação, nos serviços públicos, nas atividades de direção e gerenciamento", afirma Montagner.
 

Em 42,7% dos estabelecimentos com pelo menos cem empregados que participaram do levantamento, as mulheres pretas ou pardas eram até 10% do contingente de funcionários.
 

De acordo com a subsecretária do Ministério do Trabalho, a ideia agora é conversar com os estabelecimentos que apresentaram dados mais positivos para então compartilhar as boas práticas com todas as companhias brasileiras.
 

Confirme a legislação, se as empresas com cem ou mais funcionários não publicarem o relatório de transparência salarial, deve ser cobrada multa administrativa de até 3% da folha de pagamento, com limite fixado em cem salários mínimos.
 

Segundo Montagner, nenhuma empresa foi multada depois da divulgação do primeiro relatório. "A gente vai tentar conversar com as empresas. Primeiro educa e, se a empresa for resistente, é multada", diz.
 

Quanto à disputa travada na Justiça por algumas empresas contra a divulgação do relatório de transparência salarial, a subsecretária diz que o governo trabalha para mostrar que informações sigilosas não estão sendo reveladas, mas acrescenta que todas as decisões judiciais estão sendo cumpridas e que 450 relatórios de companhias não foram publicados.
 

Nesta quarta, o Ministério das Mulheres também vai divulgar o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com 79 ações divididas em três eixos, abordando aspectos como acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, a permanência delas nas atividades e a valorização profissional das mulheres.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/297775-disparidade-salarial-cresce-e-mulheres-ganham-207-menos-do-que-homens-no-brasil

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Homem é preso por violência psicológica contra ex-companheira

Um homem foi preso durante rondas da Operação Cyberstalking, no bairro do Costa Azul, nesta quarta-feira (26). O suspeito era acusado de praticar os crimes de extorsão, ameaça, perseguição, violência psicológica, difamação e injúria contra a sua ex-companheira.

 

Os crimes aconteceram na cidade de Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano, durante os meses de abril e maio deste ano. De acordo com a vítima, o suspeito usou mais de 11 números de celulares diferentes para fazer ameaças de morte e difamações.

 

O suspeito realizava falsas denúncias anônimas contra a mulher, na instituição de ensino em que ela lecionava, se identificando como aluno. Por meio da investigação criminal tecnológica do Núcleo Técnico de Interceptação de Sinais (NTIS) foi comprovado que o acusado era o dono dos números usados nas ameaças.

 

Com o resultado das investigações, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam/Vitória da Conquista) representou pela prisão do homem junto ao Poder Judiciário. Os mandados foram cumpridos por policiais da Deam da Casa da Mulher Brasileira, em uma residência no bairro do Costa Azul. Dois celulares foram apreendidos e encaminhados ao Departamento de Polícia Técnica (DPT).


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/40127-homem-e-preso-por-violencia-psicologica-contra-ex-companheira

sábado, 18 de maio de 2024

Edital que destina R$ 3 milhões para organizações lideradas por mulheres e pessoas trans está com inscrições abertas

Lançado em parceira com a ONU Mulheres, o Edital Mulheres em Movimento 2024 - por Democracia, Justiça de Gênero e Climática vai apoiar iniciativas de mulheres cis, trans e outras transidentidades, com a distribuição de R$ 3 milhões para 60 iniciativas lideradas por elas em todo o território nacional. O programa do ELAS+ Doar para Transformar está na sua 8ª edição. 

 

Cada grupo, com ou sem registro formal (CNPJ), receberá até R$ 50.000 de apoio flexível para o fortalecimento institucional e de suas capacidades de responder rapidamente aos contextos e crises. Este ano, o Edital também conta com o apoio de Channel Foundation, Equality Fund, Fondation Chanel, Levi Strauss Foundation e Wellspring Philanthropic Fund.   

 

Todas as iniciativas, com ou sem CNPJ, lideradas por mulheres, cis, trans e outras transidentidades, que tenham atuac?a?o direta no atendimento às comunidades, ações de mobilização social, promoção do debate público, advocacy, controle e participação social, atividades de formação e informação, ação coletiva ou trabalho em rede (intermovimentos, intergeracionais, interpaíses) poderão ser inscritas no edital até o dia 10 de junho. Acesse o edital aqui.

 

Ao longo de quase 24 anos de atuação, o ELAS+ apoiou mais de 1,2 mil grupos e organizações com mulheres na liderança e que atuam na defesa de questões como uma vida sem violência, direitos LBTIs, direito à moradia e à saúde, contra todas as formas de racismo, direito à cidade, direitos trabalhistas, justiça ambiental. "O Mulheres em Movimento é um compromisso do ELAS+ e de seus parceiros com as organizações de mulheres que estão todos os dias trabalhando por justiça social em todos os âmbitos: direitos das mulheres e da população LBTI+, justiça racial, justiça socioambiental, democracia, entre tantas outras agendas para as quais sabemos que têm sido fundamentais”, diz Savana Brito, diretora executiva do ELAS+.

 

Lançado em 2017, o Mulheres em Movimento é o maior programa do ELAS+, que trabalha com recursos direcionados a iniciativas e soluções sociais desenvolvidas e lideradas por mulheres. Como parte do Edital, o fundo promove encontros, chamados Diálogos, que reúne os grupos financiados para que tenham a oportunidade de construir conjuntamente, entre os diversos segmentos, análises de conjuntura, estratégias coletivas e alianças que impulsionam o seu desenvolvimento. 

 

“O apoio flexível é nosso modo de oferecer recursos financeiros e de desenvolvimento que possam fortalecer institucionalmente essas organizações e sobretudo garantir autonomia para que elas tenham melhores condições de responder rapidamente aos seus contextos, como têm feito mediante todas as crises enfrentadas pelo Brasil e pelo mundo, como a pandemia de Covid-19, os ataques à democracia e a seus direitos, as crises climáticas”, explica Savana. “Com essa iniciativa, o ELAS+ quer incentivar também todo o campo da justiça social e da filantropia a ampliar os esforços em direção ao financiamento feminista e flexível, baseado na confiança e na solidariedade", completa.

 

O ELAS+, primeiro fundo filantrópico feminista e antirracista por justiça social no Brasil, vai completar 25 anos em 2025. A organização acredita que as mulheres são agentes de mudança e transformação indispensáveis para garantir a participação política de forma solidária e comprometida com a ampliação de direitos nos diferentes territórios do país e, por isso, fortalece os ativismos por meio de seu Edital anual. A consolidação de alianças entre os movimentos de mulheres tem se mostrado fundamental na construção de um futuro coletivo com justiça social, de gênero e climática.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/292451-edital-que-destina-rdollar-3-milhoes-para-organizacoes-lideradas-por-mulheres-e-pessoas-trans-esta-com-inscricoes-abertas

quarta-feira, 20 de março de 2024

Justiça da Espanha decide dar liberdade provisória para Daniel Alves sob fiança milionária

A Justiça de Barcelona decidiu na manhã desta quarta-feira (20) que Daniel Alves terá liberdade provisória. De acordo com informações publicadas pelo G1, o jurí aceitou liberar o ex-jogador, condenado por estupro, sob fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões).

 

Daniel Alves foi condenado em fevereiro a quatro anos e meio pelo crime de agressão sexual. O baiano foi acusado de estuprar uma mulher em uma boate em Barcelona no ano de 2022. Após a decisão, a defesa do ex-atleta recorreu da sentença e pediu para que ele aguardasse a decisão em liberdade.

 

"O tribunal delibera, por maioria e com voto individual: 'Acordar a prisão provisória de Daniel Alves, que pode ser evitada mediante o pagamento de uma fiança de 1.000.000 euros e, se o pagamento for verificado, e acordada a sua libertação provisória, o retirada de ambos os passaportes, espanhol e brasileiro, a proibição de sair do território nacional, e a obrigação de comparecer semanalmente a este Tribunal Provincial, bem como quantas vezes for convocada pela Autoridade Judiciária", disse a sentença.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/esportes/noticia/68534-justica-da-espanha-decide-dar-liberdade-provisoria-para-daniel-alves-sob-fianca-milionaria

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Cientistas estudam DNA da ‘mulher mais velha do mundo’ para descobrir segredo da longevidade

Parece que alguém conseguiu viver mais que a rainha Elizabeth, essa pessoa foi Maria Branyas, com 116 anos, que já presenciou duas guerras mundiais, uma guerra civil, a revolução russa, um terremoto mortal e um grande incêndio. Com a longevidade da catalã, que nasceu em 1907 e se mantém lúcida, sem problemas cardiovasculares ou neurodegenerativos, a ciência quer entender como. Para isso, pesquisadores começaram a examinar o DNA da idosa, a fim de descobrir segredos da longevidade e novas pistas para tratamento de doenças.

 

Segundo o O Globo, o estudo começou com a visita à senhora em maio, na casa onde ela vive na Catalunha e é liderado por um dos principais pesquisadores de genética do mundo: Manel Esteller, diretor do Instituto Josep Carreras de Pesquisa em Leucemia e professor de genética na Universidade de Barcelona. Ele conta que, geneticamente, Maria parece ser mais nova do que é cronologicamente.

 

“Ela tem mais de 116 anos cronologicamente. Isso é o que diz o relógio, o calendário, mas estudando seu material genético em laboratório, já vemos que é mais nova, pelo menos dez anos mais nova”, relatou Esteller ao jornal espanhol “ABC”.

 

 

No X (antigo Twitter), que mantém com a ajuda de uma das filhas, Maria se apresenta como a "super vovó catalã" e, na descrição, alega ser “velha, muito velha, mas não idiota".

 

Além de um padrão de vida, a idosa também possui genes e à “sorte” o motivo de ter vivido tanto tempo, e é corroborada por Manel Esteller. Suas poucas complicações de saúde incluem apenas problemas de audição e mobilidade.

 

“Está claro que há um componente genético, já que há vários membros de sua família com mais de 90 anos”, relatou o especialista em genética.

 

Na visita para o estudo, foram coletadas amostras de saliva, urina e sangue. Os cientistas estudarão seis bilhões de segmentos de DNA, com foco em 200 genes que se acredita estarem ligados ao envelhecimento.

 

Segundo o cientista, o objetivo é que o estudo das células de Maria dê novas pistas sobre como tratar doenças neurodegenerativas e cardiovasculares associadas à idade e ao câncer.

 

Maria Branyas já adiantou que uma das coisas que fez foi cortar “pessoas tóxicas”, evitar “excessos” e comer iogurte natural todos os dias.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/saude/noticia/31022-cientistas-estudam-dna-da-mulher-mais-velha-do-mundo-para-descobrir-segredo-da-longevidade

sábado, 30 de setembro de 2023

Homem é detido por importunação sexual em Morro do Chapéu

Agentes da polícia militar da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Semiárido prenderam um suspeito de importunação sexual no município de Morro do Chapéu, na manhã desta sexta-feira (29).


Os militares foram acionados por um investigador da Polícia Civil, para tentar localizar um indivíduo que estaria cometendo crime de importunação sexual. O mesmo teria praticado os atos libidinosos em via pública, sendo presenciado por populares que passavam pelo local.


A guarnição realizou buscas na Rua das Orquídeas, bairro de Pedra Grande, quando o homem foi localizado e detido pelos pms.


O suspeito foi conduzido para a Delegacia de Morro do Chapéu, onde foram adotadas as medidas cabíveis.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/municipios/noticia/36177-homem-e-detido-por-importunacao-sexual-em-morro-do-chapeu

quarta-feira, 8 de março de 2023

Mulheres são maioria do eleitorado, mas comandam só 4 dos 31 partidos do país

Apesar de serem maioria no eleitorado (53%), as mulheres estão à frente de apenas 4 dos 31 partidos políticos brasileiros.
 

De distintas correntes ideológicas, Gleisi Hoffmann (PT), Renata Abreu (Podemos), Heloísa Helena (Rede Sustentabilidade) e Suêd Haidar (PMB) relatam a necessidade de se impor em um universo predominantemente masculino.
 

Ainda que no comando dessas siglas, admitem dificuldades em conseguir ampliar a participação de outras mulheres na política e mesmo na estrutura partidária.
 

"A política espelha a nossa sociedade patriarcal, é um espaço dominado por homens brancos e, em consequência, predominantemente machista, na linguagem, nas práticas, até nos horários", relata a paranaense Gleisi, 57. "É só ver os ataques que sofremos no Parlamento, nas redes sociais", acrescenta.
 

Para a alagoana Heloísa Helena, 60, porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, há uma "cantilena machista impregnada até em algumas mulheres sobre a supremacia masculina nas instâncias de decisão e poder".
 

Segundo ela, existe uma imensa desigualdade no acesso à dignidade humana para mulheres.
 

"Para uma mulher enfrentar a tripla jornada -família, trabalho, militância- sem estrutura financeira, sem equipamentos sociais, sem acesso à formação técnica e sem trabalho digno é missão considerada impossível, mas milhares de mulheres desafiam seus 'destinos' e a tornam possível no cotidiano."
 

Dirigente de um partido recriado pelo tio (o PTN, hoje Podemos), a paulistana Renata Abreu, 40, também cita a dificuldade de lidar com a distância dos três filhos.
 

"Não é fácil quando você vem para Brasília, teu filho te abraça e fala: 'Mamãe, não vai'. Toda semana eu ouço isso. E você tem que fazer ele dormir muitas vezes no FaceTime. Ele me liga: 'Me bota' para dormir?' E eu ligo o FaceTime aqui, fazendo reunião, boto só para ele ficar me olhando e dormindo."
 

A maranhense Suêd Haidar, 64, fundadora do Partido da Mulher Brasileira, diz que a participação feminina na política não é apenas uma questão de justiça social e igualdade de gênero, mas também de efetividade democrática.
 

"Quando as mulheres têm voz e poder na política, as decisões são mais representativas e levam em conta a diversidade e as necessidades da população como um todo."
 

Apesar do nome, o PMB retratou, ao longo de sua história, uma realidade comum a outras legendas: é composto majoritariamente por homens. Em 2015, dos 20 integrantes, 18 eram homens -hoje, o partido não está representado no Congresso.
 

Hoje no Ministério da Ciência e Tecnologia, a pernambucana Luciana Santos, 57, é presidente licenciada do PC do B.
 

Ela diz que os entraves vão "desde os contextos culturais e socioeconômicos que permeiam a construção da nossa sociedade e pautam o nosso desenho institucional até uma dinâmica de proteção dos centros de poder."
 

Segundo maior partido da Câmara com 68 deputados, o PT só tem 18 mulheres em sua atual bancada --entre elas Gleisi. No Podemos, dos 16 integrantes, só há duas parlamentares: Renata e Nely Aquino (MG).
 

No PC do B, a situação é mais equilibrada: são 4 homens e 3 mulheres. Na Rede, só o deputado Túlio Gadêlha (PE) representa o partido na Câmara --Marina Silva (SP) se licenciou para assumir o Ministério do Meio Ambiente.
 

DESAFIOS
 

Renata Abreu (Podemos): "O grande desafio da mulher na política é o emocional. A gente é muito explosiva, a gente fala o que pensa. E na política você tem que ter estratégia. Você tem que engolir sapo. O problema da mulher é que a gente não engole sapo. E na articulação você precisa engolir crocodilos".
 


 

Suêd Haidar (PMB) : "Eu vim acompanhando anos e anos as nossas mulheres sendo usadas como laranja, sendo trapaceadas, abusadas, oprimidas e vítimas de diversos preconceitos. Encontrei muitos desafios nesse cenário político masculinizado e perverso. Tive que lidar com o sexismo e o preconceito que muitas vezes são dirigidos às mulheres na política".
 

COTAS
 

Gleisi Hoffmann (PT): "No Congresso, apresentei emenda para aumentar essa cota para 50%. Afinal, nós mulheres somos mais de 50% da população brasileira e do eleitorado (...) O ideal seria termos paridade nas cadeiras dos legislativos, obrigando os partidos a investirem seriamente nas candidaturas femininas".
 

Heloísa Helena (Rede): "Não há lógica para explicar a repetição da maioria masculina [em cargos públicos], como se apenas eles tivessem atributos para ocupação desses espaços (...) Importante também deixar claro o quanto dessa visibilidade social de mulheres nas instâncias de decisão e espaços de poder auxiliam na mudança de paradigmas, pois a presença delas já sinaliza para meninas e meninos como se divide o poder e se partilha o comando das ações".
 

POLÍTICAS DE INCENTIVO
 

Luciana Santos (PC do B): "Além de uma dinâmica interna e cotidiana que privilegia e incentiva a participação das mulheres no cotidiano, nas eleições procuramos ultrapassar a cota estabelecida pela legislação eleitoral. Nossas candidatas têm acompanhamento e apoio específico por parte da Secretaria de Mulheres e, entre outras ações, realizamos cursos e seminários de formação, prestação de contas, comunicação para garantir apoio em todas as áreas que identificamos como mais difíceis para as campanhas delas".
 

Gleisi Hoffmann (PT): "O PT foi pioneiro, em 1991, ao instituir cota de 30% para a participação das mulheres em cargos de direção. Depois, em 2017, aprovamos uma resolução no estatuto para haver paridade entre mulheres e homens nos cargos. Na Secretaria de Mulheres do PT adotamos várias medidas internas para estimular a participação das mulheres na política, como o Programa Elas por Elas, que cuida da formação das nossas militantes".
 

REPRESENTATIVIDADE NOS PARTIDOS
 

Heloísa Helena (Rede): "No caso da Rede, em todos os estados temos dois porta-vozes, sendo uma mulher e um homem, de preferência possibilitando encontro intergeracional. Mas não quer dizer que seja sempre consenso progressivo, pois não estamos imunes ao que é impregnado nas pessoas. Temos muitos conflitos e também a necessária e dura reação para impedir que esse ridículo comportamento se fortaleça".
 

Luciana Santos (PC do B): "Atualmente, temos quatro estados em que o partido é presidido por mulheres: Paraíba, com Gregória Benário; Amapá, com nossa ex-deputada Marcivânia Flexa; Roraima, com a Tatiane Cassiano; e Mato Grosso do Sul, com a Iara Gutierrez. Mas ter mulheres na presidência do partido não é uma novidade para o PC do B".
 

FUNDO ELEITORAL
 

Renata Abreu (Podemos): "Esse também é um desafio. Toda a distribuição de fundo nos partidos leva em conta também o potencial eleitoral e histórico de voto. Esse é o desafio de todas. E o que acontece, você tem um resultado a entregar, tem uma cláusula de barreira a cumprir. Então você precisa também ter pragmatismo na distribuição de fundo".
 

Suêd Haidar (PMB): "Falta financiamento adequado para as campanhas. As mulheres muitas vezes enfrentam dificuldade para obter financiamento para suas campanhas eleitorais e isso limita suas chances de eleição".


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/214417-mulheres-sao-maioria-do-eleitorado-mas-comandam-so-4-dos-31-partidos-do-pais

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Mulheres são vítimas de 89% dos casos de estupro na Bahia; estado registrou mais de 3 mil denúncias em 2022

O termo “Cultura do Estupro” surgiu em meados dos anos 70, na segunda onda do movimento feminista quando uma das pautas era, inclusive, contra a violência sexual. 50 anos se passaram e esta “cultura” ainda permanece enraizada em nossa sociedade atual. As mulheres foram vítimas 89,04% dos casos de estupro na Bahia em 2022. Até novembro do ano passado, o estado registrou 3.706 ocorrências, sendo um crescimento de 31,78% sobre 2021.

 

Os dados foram obtidos pelo Bahia Notícias por meio da Coordenação de Documentação e Estatística Policial, da Polícia Civil.

 

A Região Metropolitana foi a área em que houve a maior incidência de mulheres vítimas de estupro, com 90% dos casos tendo figuras femininas sendo violentadas. No ano passado, a RMS registrou 50 ocorrências, sendo 45 com mulheres. Porém, as denúncias de estupro, no geral, caíram 71,59% em comparação com o ano de 2021 (176 casos).

 

Das 3.706 ocorrências, o interior do estado foi “responsável” por 3.152 (85%) das denúncias de estupro no ano passado. As mulheres foram vítimas de 89,3% (2.815) do número total de casos reportados nos 404 municípios analisados pela Polícia Civil. Entre 2022 e 2021, as denúncias cresceram 47,35%.

 

Em Salvador, foram registrados 505 casos de estupro até novembro do ano passado, sendo uma alta de 25,31% nas denúncias ante ao registrado em 2021 (403). No ano de 2022, cerca de 87% (440) das vítimas desta categoria de violência sexual foram mulheres.

 

Os casos de abusos contra a população masculina também registraram crescimento no ano passado. A Polícia recebeu 406 denúncias de estupro contra homens em 2022, enquanto em 2021 esse número foi de 303, representando uma alta de 25,36% nos casos.

 

A população feminina é maioria na Bahia. O estado com quase 15 milhões de habitantes conta com 7,663 milhões de mulheres, representando 51,6% dos baianos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A masculina gira em torno de 7,1910 milhões.

 

Levando em consideração os dados disponibilizados pela Polícia Civil e pelo IBGE, uma em cada 2.322 mulheres foram estupradas na Bahia no ano passado. Calculando as vítimas masculinas, esse número fica em uma em cada 17.709 homens violentados em 2022. 

 

Os números obtidos pela Polícia Civil podem estar defasados e, na verdade, podem ser ainda maiores. Apenas duas em cada 10 mulheres procuram ajuda e denunciam quando são vítimas de estupro, isso segundo a pesquisa "Experiências sobre estupro e percepções sobre saídas institucionais para as vítimas", realizada pelos institutos Patrícia Galvão e Locomotiva.

 

 
 

Considerando a estatística da pesquisa e calculando de forma proporcional, na verdade o número de casos de mulheres estupradas na Bahia pode ultrapassar os 13 mil. Com isso, 1 em cada 589 mulheres baianas seriam vítimas dessa violência em 2022.

 

COMO DENUNCIAR

As vítimas de violência sexual  podem registrar os crimes online ou presencialmente. A Delegacia Virtual é uma ferramenta importante para vítimas que podem ter dificuldades para se dirigir até uma unidade física. As denúncias podem ser feitas pela internet, no site (clique aqui).

 

O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA) tem uma assistente virtual, a Judi. Pelo número de WhatsApp (71) 99978-4768, é possível obter informações sobre os tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher (psicológica, física, sexual, moral e patrimonial), além de ter acesso aos canais de denúncia.

 

Os crimes contra crianças, adolescentes e mulheres também podem ser registrados nas delegacias especializadas, como as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deams) e as Delegacias de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Derccas).


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/276339-mulheres-sao-vitimas-de-89-dos-casos-de-estupro-na-bahia-estado-registrou-mais-de-3-mil-denuncias-em-2022

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Com 5 deputadas federais, Bahia elege maior bancada feminina desde a redemocratização

A Bahia elegeu a sua maior bancada feminina desde as eleições gerais de 1986. Em 2023, das 39 vagas destinadas para o estado na Câmara dos Deputados, cinco serão ocupadas por mulheres. As estreantes Roberta Roma (PL), Rogéria Andrade e Ivoneide Caetano (PT) se juntam as veteranas Alice Portugal (PCdoB) e Lídice da Mata (PSB).

 

O número representa um aumento de 66% em relação às eleições de 2018, quando foram eleitas três mulheres. Alice e Lídice foram reeleitas no pleito deste ano, enquanto Dayane Pimentel (União) não conseguiu se reeleger.  

 

O histórico mostra que o número de mulheres escolhidas para representar o eleitorado baiano em Brasília têm passado por constantes oscilações. Em 1986, a Bahia elegeu Abigail Fonseca (PMDB) e Lídice da Mata, na época no PCdoB. Na eleição seguinte, em 1990, nenhuma mulher foi eleita. Já em 1994, apenas Simara Ellery (PMDB) passou no teste das urnas.

 

Em 1998 houve um retrocesso, quando o resultado foi o mesmo do início da década, com nenhuma mulher eleita. Já o ano de 2002 marcou a primeira vitória de Alice Portugal nas urnas e junto com ela também se elegeu Zelinda Novaes (PFL).

 

O recorde anterior de mulheres eleitas pela Bahia para a Câmara Federal aconteceu em 2006. Naquele ano, a bancada feminina no estado foi composta por quatro representantes: Alice Portugal, Lídice da Mata, Jusmari (PR) e Tonha Magalhães (PR).

 

Em 2010, a quantidade caiu drasticamente, com apenas uma eleita, que foi novamente a comunista. Em 2014, Alice e Moema Gramacho (PT) se elegeram.

 

BRASIL

A bancada feminina na Câmara dos Deputados cresceu e será composta por 91 mulheres, em 2023. O número corresponde a um aumento de 18% das vagas, já quem em 2018 foram eleitas 77. As mulheres vão representar 17,7% das cadeiras da Câmara dos Deputados. Hoje a representação é de 15%.

 

A bancada feminina terá, pela primeira vez na história da Casa, duas deputadas trans: Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG). As duas já passaram por cargos dos legislativos locais antes de chegar à Câmara dos Deputados, com votações recorde em seus estados.

 

Apesar de ser a maior parte do eleitorado brasileiro, com 52,65%, as mulheres ainda estão longe de ser maioria nas casas legislativas. Segundo a União Interparlamentar (UIP), o Brasil ocupa a 146º posição na participação de mulheres nos parlamentos entre 193 países analisados. Na América Latina, Cuba e México tem melhores desempenhos, com 53,4% e 50% dos assentos parlamentares ocupados por mulheres. Os dados são de agosto de 2022.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273174-com-5-deputadas-federais-bahia-elege-maior-bancada-feminina-desde-a-redemocratizacao.html
 

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Mulheres negras desistem de ter filhos por medo do racismo e proteção à saúde mental

"E se isso acontecer com um filho meu?" Foi o que se perguntou Lorena Vitória, uma mulher negra de 21 anos, após ver seus namorados, todos negros, serem abordados de forma violenta pela Polícia Militar.
 

O medo de que os futuros rebentos sejam vítimas de racismo faz com que a estudante de design de moda questione se vale a pena ceder ao desejo de ser mãe, ou se é melhor não colocar outra criança negra em um mundo racista.
 

"A gente vê hoje em dia as coisas que acontecem, tanto de abordagem como de morte, e eu sempre fico muito mal e acabo imaginando: se com o filho dos outros já me dói tanto, como seria se isso acontecesse com um filho meu?", diz.
 

A indecisão de Lorena é comum entre mulheres negras. O medo de que seus filhos sofram racismo --que se manifesta na violência policial e obstétrica, no preconceito e na discriminação-- faz com que muitas delas abram mão da maternidade. A decisão também serve como proteção à própria saúde mental.
 

Isso ocorre pois o racismo é motor de sofrimento psíquico, afirma Marizete Gouveia, doutora em psicologia pela Universidade de Brasília e autora da tese "Onde se esconde o racismo na psicologia clínica?".
 

Segundo a especialista, o sofrimento causado pelo preconceito racial faz com que mulheres negras criem mecanismos de proteção à saúde mental. Não ter filhos é um deles, uma vez que não precisariam se preocupar com as violências que viriam a sofrer.
 

"Pode ser uma medida de autoproteção, no sentido de não ter que se preocupar com a criança, mas vai além disso. É também não trazer uma criança para esse mundo violento. Eu vou me poupar de não ter essa preocupação, mas também é um alívio não vivenciar essa criança sendo exposta a esse mundo."
 

De acordo com o Atlas da Violência 2021, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, desde a década de 80, quando começaram a crescer as taxas de homicídio no Brasil, o aumento foi mais acentuado entre a população negra, especialmente entre os mais jovens.
 

E o medo se torna ainda maior se o filho for homem. Um levantamento realizado pelo Fórum com microdados do Anuário de Segurança Pública mostra que negros são 78,7% do total de mortes violentas intencionais entre homens. Isso significa que um homem negro tem 3,7 vezes mais chances de morrer do que um não negro.
 

É o caso da babá Gisele (nome fictício, a pedido), que teve sua decisão pautada na violência crescente entre negros e na sua experiência profissional. Percebeu que era uma inquietação constante a ideia de deixar seus filhos em casa para cuidar dos filhos de outras mulheres.
 

"Como que eu vou me sujeitar a ter um filho e passar a semana fora de casa?", diz ela. "É esse o problema, tirar do filho o direito de ter a mãe por perto, porque esse trabalho consome."
 

Ela, que evita transitar em espaços em que pode sofrer racismo, sente que não vale a pena ter um filho que terá sua liberdade podada para que não passe por situações de preconceito e discriminação.
 

"Muitas vezes você tem o sonho dessa realização na sua vida, mas por falta de opção, por falha do estado e pelo racismo, você tem que tomar outros caminhos."
 

Evelyn Daisy de Carvalho de Sousa, 39, por outro lado, nunca teve um forte desejo de ser mãe devido a uma condição de saúde hereditária. Conforme se tornou adulta, o medo de que seus filhos sofressem violência foi o que era preciso para que ela confirmasse a decisão. Percebeu também que precisava proteger sua saúde mental. Sabia que ter um filho negro seria motivo de preocupação constante.
 

Sua decisão acumula ainda outras variantes. Fundadora do Traçamor, um projeto que atende mulheres em período de transição capilar, Evelyn também é responsável pela criação de dois sobrinhos negros, o que faz com pense constantemente em como os manter vivos e seguros.
 

"Imagina eu tendo gerado, colocado uma criança no mundo para ter essa preocupação? Porque sobrinho e marido não são exatamente uma escolha. Engravidar, não. Você coloca uma pessoa no mundo para sofrer essas consequências."
 

Além disso, viu a irmã sofrer com a violência obstétrica em suas quatro gravidezes, sendo mal atendida por médicos em dois partos. "Na ginecologia nós passamos muita humilhação. Eu passei muita humilhação com o ginecologista do posto do meu bairro. Imagina se eu estivesse grávida?"
 

O estudo "A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil", publicada nos Cadernos de Saúde Pública em 2017, mostra que mulheres pretas são mais propensas do que brancas a terem um pré-natal inadequado, ausência de acompanhantes no parto e menos anestesia local quando praticada a episiotomia, que consiste num corte na região da vagina para facilitar a saída do bebê.
 

Para Janete Santos Ribeiro, mestre em educação pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e ex-coordenadora pedagógica do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o racismo tem definido as necessidades e escolhas da população negra. A pesquisadora se diz dividida quanto ao que pensa sobre a decisão de mulheres negras que optam por não ter filhos.
 

Por um lado, crê que a população negra não deve pautar suas escolhas apenas com base na violência que sofre. Por outro, acredita ser importante que essas mulheres encontrem mecanismos que as ajudem a proteger seu bem-estar e saúde mental.
 

"Eu acolho as duas perspectivas, mas acredito que o importante é que a pauta, o agenciamento seja nosso. Não partir das violências impostas historicamente aos nossos corpos. Se não você sai de um adoecimento para outro", afirma Ribeiro, que também é professora da educação básica.
 

A pesquisadora pondera, porém, que a decisão deve levar em consideração se existe o desejo pela maternidade e pensar em quais formas isso será sanado para não virar um fator de sofrimento. "A solidão da mulher negra tem sido uma imposição da cultura patriarcal, elitista e racista. Não queremos mais essa solidão pautando nossas decisões e escolhas."

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176075-mulheres-negras-desistem-de-ter-filhos-por-medo-do-racismo-e-protecao-a-saude-mental.html

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Único baiano, Doce Mel/Jequié estreia neste domingo no Brasileirão Feminino Série A3

Único representante baiano, o Doce Mel/Jequié estreia neste domingo no Brasileirão Feminino Série A3. A equipe enfrentará o Estanciano, de Sergipe, em jogos de ida e volta, pela primeira fase da competição. Novidade no calendário, o torneio definirá quatro times para acessar a Série A2 por meio de mata-mata. 

 

“Vai ser uma partida difícil, vamos enfrentar o campeão sergipano. Apesar de algumas atletas termos revelado para outros times a nível nacional, mantivemos alguma parte, trouxemos reforços, atletas jovens, para fazer uma boa estreia. É um campeonato que não permite muitos erros”, avaliou Tinho, técnico da equipe, em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

Formado a partir de uma parceria entre o Doce Mel e o Jequié, o time de futebol feminino tem atuação mais forte no futsal e no Fut7. Em 2021, contudo, foi vice-campeão baiano de futebol, perdendo para o Bahia na decisão. 

 

Na opinião de Tinho, o Brasileirão é um passo grande para o Doce Mel, e deve ser uma caminhada difícil. “Acho que tem um equilíbrio muito grande, temos várias equipes fortes. Sabemos que vamos encontrar dificuldades”, afirmou. 

 

Para conquistar o acesso, o Doce Mel/Jequié terá o reforço da zagueira Tânia Maranhão, de 47 anos. Medalha de prata com a Seleção Brasileira feminina nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008), a atleta será a capitã da equipe baiana. 

 

“Vim mais para reforçar a equipe. Recebi vários convites, mas como eu gosto de desafio, disse: Tinho, eu topo. Me surpreendi muito com a equipe do Doce Mel. Bem qualificada, muitas jogadoras de alto nível. Estamos sempre aprendendo, com a troca, a conversa, é bom escutar. Isso é importante”, destacou ao BN.

 

Tânia Maranhão conquistou duas medalhas de prata com a Seleção Brasileira | Foto: Reprodução / Twitter

 

Tânia acredita que o sistema de mata-mata torna a missão de subir para a Série A2 mais complicada. “Cada jogo é uma final, temos que levar a sério. É jogo de seriedade, o que pudermos fazer para vencer, faremos”, opinou. Caso avance de fase, o Doce Mel/Jequié enfrentará o vencedor do duelo entre Náutico e Sport. 

 

Para o Brasileirão, o time que foi vice-campeão baiano perdeu algumas peças. “Perdemos a atacante Sol, a atacante Ju, nossa dupla. Nossa volante, que foi destaque, fraturou a perna em uma competição de futsal. Conseguimos trazer Tânia Maranhão, ex-Seleção Olímpica, e temos jovens talentos na região de Jequié”, pontuou Tinho. 

 

VALORIZAÇÃO 

O Brasileirão Série A3 fará sua estreia em 2022 e, para Tinho e Tânia, representa um avanço enorme na valorização da modalidade. Esta será, inclusive, a primeira vez que a cidade de Jequié receberá uma partida de futebol nacional. 

 

“Estamos conseguindo dar um salto gigante. No passado ficamos muito aquém do ideal. Nesses últimos anos, conseguimos avançar bastante com três divisões. É importante ter competições na categoria de base, ter as partidas transmitidas. É um avanço enorme”, destacou o técnico. 

 

“Para mim é uma satisfação muito grande. Estou no futebol há tanto tempo, e é gratificante. Quero cada vez mais que o futebol feminino tenha divisões. Série A3, Série A4, se puder. Não tem preço”, complementou Tânia. 

 

O primeiro jogo entre Doce Mel/Jequié e Estanciano acontece neste domingo (12), às 15h, no estádio Augusto Franco, em Estância. A volta será no dia 18 de junho, no mesmo horário, no Waldomiro Borges, em Jequié. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/esportes/noticia/62249-unico-baiano-doce-meljequie-estreia-neste-domingo-no-brasileirao-feminino-serie-a3.html