Neste ano, apenas 57% dos consumidores com vencimentos acima de dez salários mínimos têm poupança
Pesquisa mostra ainda que educação financeira entre os jovens caiu neste ano
A educação financeira dos brasileiros piorou no primeiro trimestre
deste ano em relação ao mesmo período de 2013, de acordo com uma
pesquisa realizada em parceria entre a Serasa Experian e o IBOPE
Inteligência.
A 2ª edição do Indicador de Educação Financeira, divulgada nesta
quinta-feira (7), mostra que o número de pessoas que poupam caiu em
todas as classes sociais e que os jovens com idade entre 16 e 24 anos —
além de terem o nível mais baixo de educação financeira — tiveram piora
em relação ao ano passado.
De acordo com o presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi, o
“objetivo é mostrar, anualmente, o nível de educação financeira do
brasileiro para apoiar a medição de resultados em empresas, na sociedade
civil organizada e junto aos governos, que encaram o grande desafio de
educar financeiramente nossos consumidores”.
O indicador, que trabalha em uma escala de 0 a 10, deu média 6 aos
brasileiros, a mesma nota de 2013. Quanto maior o índice, maior o nível
de educação financeira. A idade também é um fator que interfere no
indicador. À medida que as pessoas ficam mais velhas, nota-se uma
melhora da educação financeira.
Neste ano, os jovens tiveram o pior desempenho. O grupo de 16 a 17 anos
apresentou queda em relação à nota do ano passado: de 5,9 para 5,5. Os
brasileiros que têm entre 18 e 24 também caíram na comparação com 2013,
de 5,9 para 5,8.
O indicador também mostra resultados diferentes por classe social,
apesar de a variação ter sido pouca — em todas as classes — em relação
ao ano anterior. A classe AB teve nota 6,2, a classe C e D/E mantiveram a
mesma nota de 2013.
Poupadores
A educação financeira também continua relacionada com o ato de poupar,
embora a nota dada para quem poupou nos últimos 12 meses tenha sido um
pouco menor do que no ano anterior (6,6 em 2014 contra 6,7 em 2013).
Esse recuo da educação financeira em 2014 pode ter sido causado por
queda na formação de poupança, registrado em todas as faixas de renda:
neste ano, apenas 57% dos consumidores com vencimentos acima de dez
salários mínimos têm poupança, contra 76% em 2013 (uma redução 19 pontos
percentuais).
A segunda menor queda foi entre as pessoas que ganham na faixa de 5 a
10 salários mínimos, de 59% em 2013 para 45% neste ano (14 pontos
percentuais a menos). O percentual também caiu um ponto entre aqueles
que ganham até um salário mínimo, ficando com 17%.
Somente 3% da população atingiu nota maior que 8
Além da nota geral, o indicador estabeleceu um critério de
classificação dos indivíduos. Assim, considerando como nível 1 notas até
5, com 18% da população. No nível 2, foram levados em conta valores
maiores que 5 até 6, representado por 32% dos brasileiros.
O nível 3 representa 31%, com valores maiores que 6 a 7. No intervalo
entre 7,01 e 8, o nível 4, encontram-se 16% dos consumidores. E,
finalmente, no nível 5, com valores maiores que 8, estão apenas 3% dos
indivíduos.
Neste levantamento foram entrevistadas — no primeiro trimestre de 2014 —
2.002 pessoas maiores de 16 anos de idade, em 140 cidades de todos os
Estados brasileiros e do Distrito Federal, incluindo capitais, periferia
e interior.
Fonte: http://noticias.r7.com/economia/numero-de-brasileiros-que-poupam-caiu-em-todas-as-classes-sociais-07082014