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sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Metade da população não tem acesso a rede de esgoto na Bahia

Em 2022, pouco mais da metade da população da Bahia morava em domicílios ligados à rede geral de esgoto ou pluvial ou com fossa ligada à rede: 52,2% do total ou 7,359 milhões. Isso quer dizer que quase metade dos moradores do estado não eram atendidos (47,8% ou cerca de 6,7 milhões de pessoas). As informações foram divulgadas pelo IBGE nesta sexta-feira (23).


A cobertura aumentou frente a 2010, quando 43,1% da população baiana tinham algum acesso ao esgotamento por rede coletora (9,1%). Entretanto, esse avanço foi apenas o 16º entre os estados, o que fez a Bahia cair 4 posições no ranking desse indicador, do 8º para o 12º lugar, entre os Censos. 


De 2010 a 2022, no Brasil, a proporção de moradores em domicílios ligados de alguma forma à rede coletora de esgoto subiu de 52,8% para 62,5% (9,7%), e o serviço passou a atender 126,3 milhões de pessoas. 


Houve aumentos em todas as unidades da Federação, lideradas por Roraima (de 13,8% para 42,1%), Mato Grosso do Sul (de 22,9% para 49,0%) e Santa Catarina (de 28,3% para 53,5%). Em 2022, São Paulo tinha a maior proporção de pessoas em domicílios ligados à rede de esgoto (90,8%), seguido por Distrito Federal (84,7%) e Rio de Janeiro (83,8%). Os menores percentuais estavam em Amapá (11,0%), Rondônia (13,3%) e Maranhão (16,5%).


Na Bahia, depois da ligação com a rede de coleta, as formas mais comuns de esgotamento sanitário eram fossa rudimentar ou buraco (adotada por 32,5% da população, ou cerca de 4,6 milhões de pessoas); fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (9,7% ou 1,4 milhão de pessoas); rio, lago, córrego ou mar (1,7% ou 232.317 pessoas); e vala (1,6% ou 223.610 pessoas).


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/289514-metade-da-populacao-nao-tem-acesso-a-rede-de-esgoto-na-bahia

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Ministério Público tem 82% de procuradores e promotores brancos; só 16% são negros, diz pesquisa

Pessoas brancas são a ampla maioria (82%) entre os mais de 13 mil procuradores e promotores que compõem o Ministério Público brasileiro.
 

Já o número de profissionais negros representa apenas 16% do total.
 

Os dados de uma pesquisa étnico-racial realizada pelo Conselho Nacional do Ministério Público em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
 

A conclusão geral do levantamento é a de que há desigualdades de gênero e raça em todas as posições de trabalho existentes no Ministério Público.
 

A situação é mais evidente nos cargos mais altos, de promotores e procuradores, e também quando há um cruzamento por gênero.
 

De acordo com a pesquisa, há apenas 81 mulheres negras que ocupam essas funções entre as cerca de 5.000 procuradores e promotoras de Justiça que atuam no Ministério Público.
 

As pessoas brancas são maioria também entre os servidores (65%), contra 30,1% de negros.
 

A maior presença de negros está no grupo de estagiários: são 32,3%, contra 58,1% de brancos.
 

Um número ainda assim bem abaixo da população negra no Brasil, que representa 56% do total.
 

As mulheres são maioria nos dois grupos: elas representam 67% dos estagiários, e 53,1% dos servidores.
 

O objetivo da pesquisa, segundo o MP, é mapear o perfil dos trabalhadores da instituição e detectar desigualdades para que possam ser desenvolvidas medidas a fim de combatê-las.
 

"O mapa étnico-racial ora apresentado é uma das mais importantes conquistas do Ministério Público dos últimos 10 anos. Conseguimos entregar a sociedade um conjunto de dados para que sejam tomadas medidas efetivas de igualdade étnica e racial", afirma Otavio Luiz Rodrigues Jr., do Conselho Nacional do Ministério Público.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/232741-ministerio-publico-tem-82-de-procuradores-e-promotores-brancos-so-16-sao-negros-diz-pesquisa

quarta-feira, 28 de junho de 2023

População de Inhambupe é de 33.790 pessoas, aponta o Censo do IBGE

A população da cidade de Inhambupe (BA) chegou a 33.790 pessoas no Censo de 2022, o que representa uma queda de -3,94% em comparação com o Censo de 2010. Os resultados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados do Censo também revelam que a população do Brasil é de 203.062.512, um aumento de 6,45% em relação ao Censo de 2010.

No estado da Bahia, a população é de 14.136.417, o que representa um aumento de 0,85% quando comparado ao Censo anterior.

No ranking de população dos municípios, Inhambupe está:

·         

      na 78ª colocação no estado;

·    na 293ª colocação na região Nordeste;

·    e na 976ª colocação no Brasil.

A pesquisa do IBGE também aponta que a cidade em Inhambupe tem uma densidade demográfica de 31,22 habitantes por km² e uma média de 2,78 moradores por residência.

O Censo é uma pesquisa realizada a cada 10 anos pelo IBGE; a anterior foi feita em 2010.



Fonte: https://www.ronaldoleitenews.com.br/2023/06/populacao-de-inhambupe-e-de-33790.html

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Após atrasos, Censo terá divulgação em 28 de junho

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou no início da noite desta quarta-feira (3) que dados da população levantados no Censo Demográfico 2022 serão divulgados "impreterivelmente" no dia 28 de junho.
 

O órgão também menciona que a etapa final de apuração do Censo, que envolve coletas pontuais, irá até 28 de maio. A confirmação das datas vem após uma série de atrasos na pesquisa e de um impasse sobre o período de divulgação.
 

Em uma nota publicada no dia 31 de março e atualizada posteriormente em seu site, o Ministério do Planejamento e Orçamento havia afirmado que o IBGE anunciaria os dados preliminares do Censo em 5 de maio. Ou seja, na próxima sexta-feira (5).
 

A questão é que o calendário do instituto não prevê a divulgação de pesquisas nesta semana. Consultada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Planejamento indicou que caberia ao próprio IBGE confirmar a data de publicação do Censo.
 

O instituto está sob o guarda-chuva da pasta no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), depois de integrar a estrutura do Ministério da Economia na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
 

Na terça (2), o presidente interino do IBGE, Cimar Azeredo, foi questionado sobre a data de divulgação do Censo em um seminário organizado pelo Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Azeredo disse que "quarta-feira, sem falta, a gente vai estar dando essa data para vocês".
 

A contagem do Censo começou no dia 1º de agosto de 2022. Inicialmente, o IBGE planejava encerrar essa etapa em três meses, até outubro.
 

O instituto, porém, enfrentou uma série de dificuldades para realizar os trabalhos. Na fase inicial da coleta, recenseadores reclamaram de atrasos em pagamentos e de valores recebidos abaixo do esperado. Isso gerou ameaças de greve e desistências de parte da categoria.
 

Não bastassem os problemas com os pagamentos, o IBGE também encontrou recusas de parte da população em responder aos questionários e até fake news sobre a pesquisa em meio à corrida eleitoral do ano passado.
 

Em 1º de março, oficialmente, o instituto anunciou o fim da coleta do Censo, após sete meses de trabalho. Desde então, o levantamento passa pela etapa de apuração, que representa uma espécie de pente-fino sobre os dados.
 

Além de checar a consistência das informações já apuradas, essa fase também prevê retornos pontuais de recenseadores a endereços onde a coleta não teve respostas. O IBGE já realizou força-tarefa para ampliar a cobertura em locais como condomínios de alta renda e favelas.
 

IBGE CITA RESTRIÇÃO DE VERBA COMO OBSTÁCULO
 

Azeredo reconheceu na terça que a escassez de recursos impactou o Censo em áreas como a de publicidade. Inicialmente, a diretoria do instituto não apontava esse fator como um dos principais obstáculos para o avanço da pesquisa.
 

"A falta de recursos, ela aconteceu. É importante que vocês saibam que 80% de todo o dinheiro do Censo é para pagar os recenseadores. Qualquer aumentozinho que você dá no recenseador, isso vai impactar de forma efetiva o orçamento", disse o presidente interino.
 

"Foi pouco [o orçamento], a gente não tem dúvida disso. Afetou sobretudo a parte de publicidade. A gente recebeu R$ 60 milhões para fazer publicidade. Esse número é muito baixo. É uma gota no oceano", acrescentou.
 

Além de citar a restrição orçamentária, Azeredo também associou os atrasos a uma "irresponsabilidade" de parte da população que não quis responder ao Censo. Ao tocar nesse ponto, ele citou os bairros de alta renda Itaim Bibi, em São Paulo, e Leblon, no Rio de Janeiro.
 

No Itaim Bibi, segundo Azeredo, 25% dos moradores não responderam ao Censo. "Não é só o governo dar o recurso. Não é só o IBGE fazer o trabalho dele. A sociedade tem de participar também", avaliou.
 

O Censo costuma ser realizado a cada dez anos. A versão anterior foi realizada em 2010. A edição atual estava prevista para 2020, mas foi adiada pelas restrições da pandemia de Covid-19.
 

Em 2021, houve novo adiamento, mas dessa vez em razão do corte de verbas para o IBGE no governo Bolsonaro. Assim, a pesquisa ficou para 2022.
 

Especialistas já alertaram para o longo período de coleta do Censo, o que distanciou o término do trabalho da data de referência da pesquisa.
 

O IBGE, contudo, indicou que o uso de ferramentas tecnológicas ajudaria a mitigar os riscos de eventuais inconsistências.
 

"Hoje, a gente tem um Censo com muito mais acompanhamento. A gente consegue rastrear muito mais os problemas", disse Azeredo na terça.
 

Prefeituras, especialmente em municípios de menor porte, também já sinalizaram preocupação com os resultados do Censo. O motivo é o risco de queda na população a partir dos dados da pesquisa.
 

Isso poderia gerar perda de recursos via FPM (Fundo de Participação dos Municípios), já que a contagem dos habitantes baliza os repasses para as prefeituras.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/223561-apos-atrasos-censo-tera-divulgacao-em-28-de-junho

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Terra chega a marca de 8 bilhões de habitantes

Nesta terça-feira (15), em algum lugar, nascerá um bebê que será a 8 bilionésima pessoa do mundo, segundo uma projeção das Nações Unidas. Em pouco menos de 40 anos, o número de seres humanos no planeta dobrou. Em 1974, éramos "apenas" 4 bilhões. E, desde então, a temperatura média global subiu 0,9ºC em um mundo que consome cada vez mais energia e recursos naturais.

Mas esse crescimento exponencial não foi sempre neste mesmo ritmo. Desde o surgimento do Homo sapiens, levou cerca de 300 mil anos até que um bilhão de seres humanos povoassem a Terra, por volta de 1804. De maneira geral, estamos vivendo mais graças a melhores cuidados de saúde, água mais limpa, mais oferta de comida e melhorias no saneamento, que reduziram a prevalência de doenças. Ao mesmo tempo, a poluição e a pesca excessiva estão degradando os oceanos, a vida selvagem está desaparecendo em um ritmo alarmante e estamos destruindo nossas florestas e emitindo mais e mais carbono com diversas atividades, desde a produção de energia, o transporte, produção de alimentos e muitas outras.

No entanto, embora o fato de que mais pessoas estão causando um consumo energético maior, principalmente com a queima de combustíveis fósseis, a questão principal não é o número de pessoas em si, mas sim como uma pequena fração dessas pessoas está causando muito mais danos do que deveria, dizem os especialistas.

Por exemplo, o Quênia, país africano que sofre com uma seca devastadora, tem 55 milhões de habitantes. O número é cerca de 95 vezes maior que a população do estado norte-americano de Wyoming. Mesmo assim, Wyoming emite 3,7 vezes mais dióxido de carbono do que o Quênia.

A África como um todo tem 16,7% da população mundial, mas historicamente emite apenas 3% da poluição global de carbono, enquanto os Estados Unidos têm 4,5% da população do planeta, mas desde 1959 emitem 21,5% do dióxido de carbono produzido no mundo.

“Temos um problema populacional. Mas acho que o mais importante é que temos um problema de consumo excessivo", disse à AP Vanessa Perez-Cicera, diretora do Centro de Economia Global do World Resources Institute.ara o cientista climático Bill Hare, da Climate Analytics, há um toque de racismo na fala de que a superpopulação é a principal questão por trás das mudanças climáticas. Katharine Hayhoe, cientista-chefe do The Nature Conservancy, completa: “Um dos maiores argumentos que ouço quase exclusivamente de homens em países de alta renda é que, ‘Oh, é apenas um problema populacional'. Nada poderia estar mais longe da verdade".

Fonte: https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2022/11/15/terra-chega-a-marca-de-8-bilhoes-de-habitantes.ghtml

terça-feira, 18 de outubro de 2022

População mundial chega a 8 bilhões em novembro e ONU faz alerta

A população mundial deve atingir a marca de 8 bilhões de pessoas em novembro e a ONU adverte que o mundo não se envolva em um “alarmismo populacional”. Esse crescimento impacta em problemas já existentes como a desigualdade social, crise climática, deslocamento e migração alimentadas por conflitos, afirmam analistas.

 

“Sei que este momento não pode ser celebrado por todos. Alguns expressam preocupações de que o nosso mundo está superpovoado, com muitas pessoas e recursos insuficientes para sustentar todas as vidas. Mas eu estou aqui para dizer claramente que o grande número de vidas humanas não é motivo de medo”, defendeu Natalia Kanem, diretora executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA). 

 

Natalia Kanem alerta que a tentativa de controle populacional por governantes é “ineficaz e perigosa” e os países devem se concentrar em ajudar mulheres, crianças e pessoas marginalizadas, que são as mais vulneráveis às mudanças demográficas.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/273635-populacao-mundial-chega-a-8-bilhoes-em-novembro-e-onu-faz-alerta.html
 

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Censo conclui menos de 30% dos setores em quase dois meses de pesquisa

Em quase dois meses de entrevistas, o Censo Demográfico 2022 concluiu a coleta das informações em menos de 30% dos setores que compõem a pesquisa, indicam dados atualizados nesta terça-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
 

Os setores censitários representam a divisão do território brasileiro em áreas urbanas ou rurais e permitem acompanhar o avanço das operações. Há 452,2 mil no Censo deste ano.
 

Recenseadores do IBGE começaram a coleta das informações da pesquisa em 1º de agosto. Em mais de uma ocasião, o órgão indicou que a previsão inicial era terminar as entrevistas nos domicílios em três meses, até o final de outubro.
 

Porém, somente 26,7% dos setores censitários já foram concluídos, de acordo com os dados atualizados pelo instituto nesta terça. O Censo ainda estava em andamento em 37,7% dos espaços. Já a parcela de setores nos quais a coleta sequer havia sido iniciada era de 35,7%.
 

De acordo com os dados atualizados nesta terça, o Censo já contou 95,7 milhões de pessoas no país. O número corresponde a menos da metade da população que o instituto projeta recensear até o final da pesquisa (cerca de 215 milhões).
 

A edição mais recente do Censo ocorreu em 2010. Os dados divulgados à época pelo IBGE sinalizam que aquele levantamento estava em velocidade mais avançada do que o atual. De 1º de agosto a 27 de setembro de 2010, a coleta já havia chegado a 80% da população estimada no país.
 

Perguntado se o fim das entrevistas de 2022 ficará para depois de outubro, o IBGE afirmou à reportagem que questões como essa serão respondidas em uma entrevista coletiva. O órgão não deu detalhes sobre o assunto.
 

O instituto é alvo de queixas de recenseadores desde o início deste Censo. A categoria, contratada de maneira temporária, reclama da demora na liberação de pagamentos e de valores abaixo dos esperados. Diante desse quadro, houve ameaças de greve, além de desistências de profissionais.
 

Em balanço divulgado no final de agosto, o IBGE reconheceu a dificuldade para preencher parte das vagas de trabalho em regiões com menor desemprego. Na mesma ocasião, o órgão informou que contava com 144,6 mil recenseadores em campo.
 

Para preencher postos de trabalho que estavam vazios, o instituto apostou em processos seletivos complementares, procedimentos previstos em pesquisas como o Censo. O IBGE não informou o número atual de recenseadores que estão em campo.
 

De acordo com os dados atualizados nesta terça, Mato Grosso é o estado com menor percentual de setores censitários concluídos: 13,4%.
 

Em São Paulo, dono da maior população do país, a proporção estava em 22,2%. Sergipe tem o patamar mais elevado de setores concluídos: 39,5%.
 

O Censo costuma ser realizado de dez em dez anos. As informações apuradas pelo IBGE servem como base para políticas públicas e podem influenciar até decisões de investimento de empresas.
 

A nova edição da pesquisa, inicialmente prevista para 2020, foi adiada por dois anos consecutivos. Os atrasos ocorreram em razão das restrições da pandemia, em 2020, e do corte de verba, em 2021, pelo governo federal.
 

Para a produção do Censo em 2022, o IBGE contou com um orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões. Inicialmente, as operações da nova edição haviam sido estimadas em mais de R$ 3 bilhões.
 

O valor diminuiu após revisões. Até agora, o instituto não manifestou necessidade de recomposição na verba.
 

ASSOCIAÇÃO COBRA CANDIDATOS NAS ELEIÇÕES
 

Às vésperas da eleição deste ano, a Assibge, que representa os servidores do órgão, publicou uma carta na qual pede aos candidatos um "compromisso claro com o IBGE e com os seus trabalhadores".
 

A entidade defende, por exemplo, realização de concurso público para reposição do quadro de funcionários do órgão e "orçamento adequado" para produção de pesquisas.
 

"O orçamento do IBGE tem sido progressivamente declinante em termos reais, prejudicando a capacidade de planejamento da instituição e de atendimento das demandas da sociedade no longo prazo", diz a carta, divulgada na quinta-feira (22).

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/186016-censo-conclui-menos-de-30-dos-setores-em-quase-dois-meses-de-pesquisa.html
 

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Brasileiro ainda come saudável, mas cresce presença de ultraprocessados

O brasileiro está comendo mais ultraprocessados. Mas a boa notícia é que, pelo menos por enquanto, ainda predomina no país o costume de "comida de verdade", preparações culinárias com alimentos naturais ou minimamente processados, como leite, farinhas e arroz.

 

O cenário de expansão de ultraprocessados, contudo, é preocupante, segundo especialistas.
 

Essa é a conclusão de um estudo de pesquisadores Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde/USP) e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) recentemente publicada na Revista de Saúde Pública.
 

Para o estudo, os cientistas usaram dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que correspondem ao período de 1987 até 2018. Eles observaram os produtos que foram adquiridos pelas famílias, e não o consumo em si dos alimentos, apesar de, logicamente, as duas ações terem correlações.
 

Com isso, puderam agrupar os itens possivelmente consumidos a partir da classificação Nova, desenvolvida no próprio Nupens —e utilizada e reconhecida internacionalmente— e que divide os alimentos em quatro grupos: in natura ou minimamente processados; ingredientes processados (como azeite, manteiga e açúcar); alimentos processados (como conservas de legumes, queijos e pães artesanais); e alimentos e bebidas ultraprocessados.
 

Comer qualquer coisa excessivamente é prejudicial. Mas, em linhas gerais, é no último grupo, o dos ultraprocessados, com seus aditivos, que mora o maior problema. Nessa classe estão refrigerantes, bebidas lácteas, margarinas, salgadinhos de pacote, doces, sorvetes, pães embalados e uma lista sem fim de produtos.
 

Já há uma considerável e ainda crescente literatura científica que aponta os riscos envolvidos no consumo em maior volume de ultraprocessados, como cânceres, diabetes e outras doenças crônicas.
 

Na pesquisa de orçamento do IBGE feita no período 2017-2018, a mais recente disponível, quase 49% das calorias disponíveis nos lares de todo o Brasil eram provenientes de alimentos in natura ou minimamente processados. Outros 32% eram derivados de ingredientes e alimentos processados. Por fim, cerca de 19% vinham de ultraprocessados.
 

"O Brasil tem uma cultura alimentar muito enraizada e isso favorece que a gente mantenha uma alimentação baseada em preparações culinárias", afirma Renata Levy, uma das autoras do estudo e pesquisadora do Nupens. "Há situações como a do Reino Unido e Estados Unidos onde 60% da alimentação vem de alimentos ultraprocessados."
 

Apesar da ainda predominante cultura brasileira de comida caseira, a situação tem mudado com o passar das décadas. Os ultraprocessados têm comido o seu espaço na vida dos brasileiros, ao mesmo tempo em que diminui o consumo de alimentos in natura/minimamente processados (conhecidos como grupo 1 da classificação Nova).
 

Segundo a pesquisa do Nupens, considerando só as regiões metropolitanas no país, em 30 anos, os ultraprocessados (grupo 4 da classificação Nova) saíram de 10% e saltaram para quase 24% de participação na dieta das pessoas. Considerando todo o país, os números passaram de 14,3%, em 2002-2003 (primeira pesquisa para o Brasil inteiro), para cerca de 19%, em 2017-2018
 

O aumento da presença do grupo 4 também é visto na zona rural brasileira, saindo de 7,4%, em 2002-2003, para 11,5%, em 2017-2018.
 

Nos últimos anos da pesquisa, porém, a expansão dos ultraprocessados perdeu velocidade.
 

A pesquisa com base nos dados do IBGE mostra que no Sul, Sudeste, áreas metropolitanas, no meio urbano e em famílias com maior renda, os ultraprocessados já compõem cerca de 20% do que é comprado como alimento para a casa.
 

Uma maior presença de ultraprocessados na vida das pessoas é uma tendência —preocupante— mundial. "Eles trazem uma força muito grande de venda, de mercado, de marketing de multinacionais. São alimentos que têm apelo. Eles estão em todos os lugares, você consegue consumir fazendo diversas coisas ao mesmo tempo, qualquer lugar que você olha você vê. Eles têm essa praticidade que é atrativa", afirma a pesquisadora do Nupens.
 

O estudo observou que, conforme aumenta a renda, diminui a fatia dos alimentos in natura/minimamente processados e de ingredientes processados na despensa das casas. Nas últimas pesquisas de orçamento, porém, houve uma estabilização na aquisição de ultraprocessados nas famílias com a maior faixa de renda. Levy diz que isso pode significar uma conscientização em relação aos riscos de uma alimentação prejudicial à saúde.
 

Mas, ao mesmo tempo, famílias com rendas menores permanecem em uma situação de aumento constante de consumo de ultraprocessados —apesar de, em números totais, ainda consumirem menos produtos do grupo 4, quando comparado à fatia mais abastada.
 

Os pesquisadores afirmam que isso se relaciona aos preços ainda mais elevados dos ultraprocessados. O problema é que a situação está mudando.
 

Existe uma tendência que alimentos saudáveis, ou seja, especialmente os in natura/minimamente processados, fiquem mais caros em comparação aos não saudáveis —ultraprocessados.
 

Pesquisadores esperavam que essa mudança ocorresse só no meio da década, mas a pandemia de Covid e fenômenos climáticos —que devem crescer com a crise climática— aceleraram o passo. "A nossa estimativa indica que essa transição estaria acontecendo nesse exato momento", afirma Rafael Claro, pesquisador da UFMG e um dos autores do estudo.
 

A situação será de difícil reversão, diz Claro.
 

E por que ocorre essa diferença de preços entre industrializados e produtos saudáveis? A situação pode ser explicada pela margem de manobra, ou seja, grandes empresas conseguem amortecer melhor impactos econômicos.
 

"O Seu João, que vende pimentão, não tem o que fazer. Ele tem três insumos: sementes, fertilizante e água, além da cadeia de transporte. Quando algo der errado, ele não tem outro mecanismo que não seja transferir isso para o preço", diz Claro.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/182107-brasileiro-ainda-come-saudavel-mas-cresce-presenca-de-ultraprocessados.html

sábado, 30 de julho de 2022

IBGE prorroga inscrição para 15 mil vagas de recenseador no Censo 2022

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prorrogou para 3 de agosto o prazo final de inscrições para o processo seletivo aberto nesta quinta-feira (28) com o objetivo de contratar recenseadores para o Censo 2022.
 

São 15.075 vagas temporárias para trabalhadores com ensino fundamental completo. A remuneração será conforme a produção do profissional responsável por fazer as entrevistas do censo.
 

Outras datas também foram alteradas. A divulgação dos inscritos passa para 5 de agosto e o resultado definitivo da análise de títulos, para 10 de agosto. Já o resultado final do processo seletivo será dia 15 de agosto. Os prazos para recurso também mudaram.
 

O cronograma atualizado pode ser conferido em comunicado divulgado pelo IBGE.
 

A seleção para participar do censo será feita por meio de análise curricular. Para participar do processo, o candidato precisa ter o ensino fundamental completo. A divulgação do resultado final está prevista para o dia 10 de agosto.
 

Ao preencher o formulário, o candidato deve considerar apenas a titulação acadêmica de maior pontuação. Os pontos não serão acumulativos.
 

CONTRATADOS VÃO TRABALHAR POR TRÊS MESES
 

A previsão é de contrato de até três meses, podendo ser prorrogado conforme necessidade de conclusão das atividades do Censo 2022 e da disponibilidade de recursos orçamentários.
 

A jornada de trabalho tem previsão para que o profissional trabalhe, no mínimo, 25 horas semanais por semana. O profissional também passará por um treinamento obrigatório antes do início da coleta do Censo.
 

O recenseador tem como principal função entrevistar os moradores durante a coleta. Como a remuneração é por produção, ela pode variar de acordo com o tempo dedicado ao trabalho e o grau de dificuldade na abordagem aos domicílios, que pode depender do setor censitário (urbanos ou rurais) e tipo de questionamento (básico ou amostra).
 

É possível calcular uma estimativa neste simulador. A previsão de duração de contrato é de até três meses.
 

CENSO COMEÇARÁ NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, 1º DE AGOSTO
 

Mesmo com a prorrogação do prazo de inscrição para novos recenseadores, o Censo 2022 terá início na próxima segunda-feira (1º). Segundo o IBGE, são mais de 183 mil profissionais visitando todos os domicílios do país. Hoje, o Brasil tem cerca de 75 milhões de domicílios.
 

O censo deve atualizar o número total da população, atualmente estimada em 215 milhões de habitantes, mas também vai ampliar as informações sobre o país, mostrando caraterísticas como idade, sexo, cor ou raça, religião, escolaridade, renda, saneamento básico dos domicílios etc.
 

Programado para 2020, a contagem da população, que ocorre de dez em dez anos, deixou de ser feita por causa da pandemia de Covid-19. Depois, o governo federal resolveu cortar o orçamento da pesquisa, inviabilizando o levantamento e só liber ou o trabalho após determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
 

O STF obrigou o Excetivo a destinar os R$ 2,3 bilhões necessários para a realização da operação censitária. Até o início de novembro, os recenseadores visitarão cada domicílio nos 5.568 municípios do país, incluindo aldeias indígenas.
 

Além disso, pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas serão contabilizados. A coleta domiciliar nas áreas indígenas começa em 10 de agosto, e a dos territórios quilombolas, em 17 de agosto.
 

Os primeiros resultados do Censo 2022 estão previstos para serem divulgados ainda no final deste ano. Outras análises e cruzamentos de dados serão divulgados ao longo de 2023 e 2024.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176847-ibge-prorroga-inscricao-para-15-mil-vagas-de-recenseador-no-censo-2022.html
 

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Mulheres negras desistem de ter filhos por medo do racismo e proteção à saúde mental

"E se isso acontecer com um filho meu?" Foi o que se perguntou Lorena Vitória, uma mulher negra de 21 anos, após ver seus namorados, todos negros, serem abordados de forma violenta pela Polícia Militar.
 

O medo de que os futuros rebentos sejam vítimas de racismo faz com que a estudante de design de moda questione se vale a pena ceder ao desejo de ser mãe, ou se é melhor não colocar outra criança negra em um mundo racista.
 

"A gente vê hoje em dia as coisas que acontecem, tanto de abordagem como de morte, e eu sempre fico muito mal e acabo imaginando: se com o filho dos outros já me dói tanto, como seria se isso acontecesse com um filho meu?", diz.
 

A indecisão de Lorena é comum entre mulheres negras. O medo de que seus filhos sofram racismo --que se manifesta na violência policial e obstétrica, no preconceito e na discriminação-- faz com que muitas delas abram mão da maternidade. A decisão também serve como proteção à própria saúde mental.
 

Isso ocorre pois o racismo é motor de sofrimento psíquico, afirma Marizete Gouveia, doutora em psicologia pela Universidade de Brasília e autora da tese "Onde se esconde o racismo na psicologia clínica?".
 

Segundo a especialista, o sofrimento causado pelo preconceito racial faz com que mulheres negras criem mecanismos de proteção à saúde mental. Não ter filhos é um deles, uma vez que não precisariam se preocupar com as violências que viriam a sofrer.
 

"Pode ser uma medida de autoproteção, no sentido de não ter que se preocupar com a criança, mas vai além disso. É também não trazer uma criança para esse mundo violento. Eu vou me poupar de não ter essa preocupação, mas também é um alívio não vivenciar essa criança sendo exposta a esse mundo."
 

De acordo com o Atlas da Violência 2021, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, desde a década de 80, quando começaram a crescer as taxas de homicídio no Brasil, o aumento foi mais acentuado entre a população negra, especialmente entre os mais jovens.
 

E o medo se torna ainda maior se o filho for homem. Um levantamento realizado pelo Fórum com microdados do Anuário de Segurança Pública mostra que negros são 78,7% do total de mortes violentas intencionais entre homens. Isso significa que um homem negro tem 3,7 vezes mais chances de morrer do que um não negro.
 

É o caso da babá Gisele (nome fictício, a pedido), que teve sua decisão pautada na violência crescente entre negros e na sua experiência profissional. Percebeu que era uma inquietação constante a ideia de deixar seus filhos em casa para cuidar dos filhos de outras mulheres.
 

"Como que eu vou me sujeitar a ter um filho e passar a semana fora de casa?", diz ela. "É esse o problema, tirar do filho o direito de ter a mãe por perto, porque esse trabalho consome."
 

Ela, que evita transitar em espaços em que pode sofrer racismo, sente que não vale a pena ter um filho que terá sua liberdade podada para que não passe por situações de preconceito e discriminação.
 

"Muitas vezes você tem o sonho dessa realização na sua vida, mas por falta de opção, por falha do estado e pelo racismo, você tem que tomar outros caminhos."
 

Evelyn Daisy de Carvalho de Sousa, 39, por outro lado, nunca teve um forte desejo de ser mãe devido a uma condição de saúde hereditária. Conforme se tornou adulta, o medo de que seus filhos sofressem violência foi o que era preciso para que ela confirmasse a decisão. Percebeu também que precisava proteger sua saúde mental. Sabia que ter um filho negro seria motivo de preocupação constante.
 

Sua decisão acumula ainda outras variantes. Fundadora do Traçamor, um projeto que atende mulheres em período de transição capilar, Evelyn também é responsável pela criação de dois sobrinhos negros, o que faz com pense constantemente em como os manter vivos e seguros.
 

"Imagina eu tendo gerado, colocado uma criança no mundo para ter essa preocupação? Porque sobrinho e marido não são exatamente uma escolha. Engravidar, não. Você coloca uma pessoa no mundo para sofrer essas consequências."
 

Além disso, viu a irmã sofrer com a violência obstétrica em suas quatro gravidezes, sendo mal atendida por médicos em dois partos. "Na ginecologia nós passamos muita humilhação. Eu passei muita humilhação com o ginecologista do posto do meu bairro. Imagina se eu estivesse grávida?"
 

O estudo "A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil", publicada nos Cadernos de Saúde Pública em 2017, mostra que mulheres pretas são mais propensas do que brancas a terem um pré-natal inadequado, ausência de acompanhantes no parto e menos anestesia local quando praticada a episiotomia, que consiste num corte na região da vagina para facilitar a saída do bebê.
 

Para Janete Santos Ribeiro, mestre em educação pela UFF (Universidade Federal Fluminense) e ex-coordenadora pedagógica do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o racismo tem definido as necessidades e escolhas da população negra. A pesquisadora se diz dividida quanto ao que pensa sobre a decisão de mulheres negras que optam por não ter filhos.
 

Por um lado, crê que a população negra não deve pautar suas escolhas apenas com base na violência que sofre. Por outro, acredita ser importante que essas mulheres encontrem mecanismos que as ajudem a proteger seu bem-estar e saúde mental.
 

"Eu acolho as duas perspectivas, mas acredito que o importante é que a pauta, o agenciamento seja nosso. Não partir das violências impostas historicamente aos nossos corpos. Se não você sai de um adoecimento para outro", afirma Ribeiro, que também é professora da educação básica.
 

A pesquisadora pondera, porém, que a decisão deve levar em consideração se existe o desejo pela maternidade e pensar em quais formas isso será sanado para não virar um fator de sofrimento. "A solidão da mulher negra tem sido uma imposição da cultura patriarcal, elitista e racista. Não queremos mais essa solidão pautando nossas decisões e escolhas."

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/176075-mulheres-negras-desistem-de-ter-filhos-por-medo-do-racismo-e-protecao-a-saude-mental.html

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Censo 2022 poderá ser adiado se for obrigatório incluir na pesquisa 'orientação sexual', diz IBGE

O IBGE deve realizar o adiamento do Censo 2022,  que começa em 1° de agosto, se for necessário incluir  no questionário os campos “orientação sexual” e “identidade de gênero”.

 

Na sexta passada, a pedido do MPF, a Justiça Federal do Acre definiu que o IBGE inclua no novo Censo, perguntas relacionadas a essa temática, para fazer com que o país reformule questões de políticas públicas que sejam benéficas à população LGBTQIA +.

 

A possibilidade de adiar o censo está explícita no recurso que o IBGE encaminhou à AGU, órgão responsável pela tentativa de derrubar essa decisão judicial.

 

Segundo o  IBGE, não há mais tempo para essa alteração, devido a demanda do material, que demorou meses para ser configurado, e que por conta desse adiamento haverá um grande impacto socioeconômico.

 

O último Censo realizado no Brasil foi em 2010, e por conta da Covid em 2020, ele teve que ser adiado, assim como no ano passado por falta de verba.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/269375-censo-2022-podera-ser-adiado-se-for-obrigatorio-incluir-na-pesquisa-orientacao-sexual-diz-ibge.html