Mostrando postagens com marcador coronas vírus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador coronas vírus. Mostrar todas as postagens

sábado, 14 de maio de 2022

UFBA dispensa uso obrigatório de máscara no âmbito de suas faculdades

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) anunciou, nesta sexta-feira (13), a dispensa do uso obrigatório de máscaras nos espaços universitários em que há ventilação natural. A decisão vale para os campi localizados em Salvador, Vitória da Conquista e Camaçari.

 

O Comitê de Assessoramento do Coronavírus da UFBA indicou ainda que já há condições sanitárias seguras para a retomada das atividades presenciais por pessoas de todas as faixas etárias e portadores de comorbidades, desde que apresentem ciclo vacinal completo.

 

Em nota técnica, o comitê explicou que “a atual onda de casos confirmados e óbitos pela Covid-19 encontra-se muito próxima de se encerrar”, indicando que o número registrado nas últimas semanas se aproxima do registrado no início de janeiro.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/268625-ufba-dispensa-uso-obrigatorio-de-mascara-no-ambito-de-suas-faculdades.html

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Covid-19: ministério prevê vacinação entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro

O Ministério da Saúde anunciou hoje (29) que deverá começar a vacinação entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro de 2021. Entretanto a pasta afirmou que precisa que "os fabricantes obtenham o registro [das vacinas da Covid-19] junto à Anvisa". 

"Na melhor hipótese, nós estaríamos começando a vacinação a partir do dia 20 de janeiro. Num prazo médio, entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro. E no prazo mais longo, a partir de 10 de fevereiro", disse o secretário-executivo Élcio Franco.

As declarações ocorrem após posicionamento da Pfizer, na qual afirmou que o Brasil exige "análises específicas" que deixam o processo mais lento.

"A partir do momento que ela [Pfizer] não quiser se submeter ao regramento da Anvisa, eu não posso pegar a Pfizer pelo braço e levar lá, Pfizer, entregue seu relatório para Anvisa. Posso pedir brevidade para a Anvisa, mas ela tem que seguir os seus passos", completou o secretário.


Fonte: https://www.metro1.com.br/noticias/saude/101558,covid-19-ministerio-preve-vacinacao-entre-20-de-janeiro-e-10-de-fevereiro


 

sábado, 19 de setembro de 2020

Brasil terá maior fábrica de vacinas da América Latina

A Fundação Oswaldo Cruz e a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin) assinaram quinta-feira(17) acordo para instalação da maior fábrica de vacinas da América Latina. As informações são da Agência Brasil.

As vacinas contra meningite, hepatite e tríplice bacteriana, que atualmente são importadas, vão passar a sair do polo. O acordo prevê a construção de nove prédios e a inauguração está prevista para 2023 e deverá gerar 5 mil empregos diretos.

O complexo será responsável por toda produção de vacinas da Fiocruz, inclusive a de covid-19, quando for aprovada.

Fonte: https://www.metro1.com.br/noticias/brasil/97452,brasil-tera-maior-fabrica-de-vacinas-da-america-latina


 

terça-feira, 16 de junho de 2020

Motoristas de transporte alternativo fazem manifestação na Bahia por falta de benefício durante a pandemia

Vídeo feito em Alagoinhas com a participação dos topiqueiros de Inhambupe e região.

Motoristas de transporte alternativo fizeram uma manifestação nesta terça-feira (16), em Juazeiro, no norte da Bahia. Eles reclamaram que estão sem receber nenhum tipo de benefício do governo durante a pandemia da Covid-19.

O ato começou por volta das 10h, no trecho urbano da BR-407. Os manifestantes chegaram a passar pela orla, pela Avenida Adolfo Viana e chegaram na Avenida Santos Dumont.

Pelo menos 30 cidades da região norte, estão com o transporte intermunicipal suspenso obedecendo ao decreto do Governo da Bahia. Os motoristas, que estão parados há 100 dias sem poder trabalhar, exigem a retomada do transporte.

Os manifestantes disseram ainda que, em uma média de viagens com 80 km por dia, eles recebem cerca de R$ 10 mil reais no mês. Por causa da pandemia, é uma renda que eles não estão conseguindo ter e ajudar a família.

Segundo a Associação de Transporte Alternativo, são cerca de 350 vans e 700 trabalhadores que estão parados nas cidades como Juazeiro, Senhor do Bonfim, Curaçá, Remando e Casa Nova.

Fonte do texto: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2020/06/16/motoristas-de-transporte-alternativo-fazem-manifestacao-na-bahia-por-falta-de-beneficio-durante-a-pandemia.ghtml
Vídeo: Rede Sociais

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Sobe para cinco, o número de infectados por Covid-19 em Ribeira do Pombal-BA


A Secretaria Municipal de Saúde de Ribeira do Pombal-BA, confirmou o quinto caso de Covid-19 (Coronavírus), no município.

De acordo com informações, o paciente é um jovem de 31 anos, que retornou do Estado do Maranhão no dia 28 de abril. O mesmo apresentou sintomas leves, porém não tem comorbidades, e seu estado clínico é considerado estável.

Ainda segundo a nota, o caso já foi notificado, e o paciente se encontra em monitoramento, bem como as pessoas que tiveram contato com o mesmo.

Vale ressaltar que a melhor maneira de prevenir  a propagação da doença, é o isolamento social. Àquele que por ventura não possa ficar em suas respectivas casas, deverão fazer uso de máscaras, com o objetivo de diminuir os riscos de contágio.

Redação: Portal Alerta
Fonte: https://itapicurunoticias.blogspot.com/2020/05/sobe-para-cinco-o-numero-de-infectados.html

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Pandemia derruba emissões de carbono, mas Brasil deve ter alta com desmate



A pandemia do novo coronavírus paralisou indústrias, reduziu significativamente o uso de automóveis e interrompeu a maior parte das rotas de aviação comercial no mundo. Com isso, as emissões globais de gases de efeito estufa entraram em queda vertiginosa e devem encerrar 2020 com a maior redução da série histórica.

Estimativas da OMM (Organização Meteorológica Mundial) apontam que a diminuição pode chegar a 6% em relação a 2019.

Um estudo publicado pela ong Climate Action Tracker estima que as emissões de CO2 das atividades industriais e da queima de combustíveis fósseis fiquem entre 4% e 11% abaixo das de 2019. Possivelmente, as emissões continuarão diminuindo, embora em escala menor, também em 2021.

O resultado, porém, não é visto com entusiasmo por especialistas, que temem uma espécie de “efeito rebote” nas emissões caso a retomada econômica mundial não seja pautada também pelo objetivo de redução global previsto pelo Acordo de Paris, assinado em 2015.

“Essa queda prevista de 6% nas emissões, infelizmente, é uma boa notícia apenas no curto prazo”, afirmou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas.

Os últimos dados sobre as emissões mundiais, divulgados em abril, não foram animadores e mostraram uma tendência de alta. Em 2019, a quantidade de gases-estufa emitidos bateu um novo recorde. Entre 2015 e 2019, a quantidade de dióxido de carbono emitido foi 18% maior do que nos cinco anos anteriores.

A Covid-19 já provocou o adiamento para 2021 da próxima convenção internacional do clima da ONU. A COP-26, que reúne negociadores de alto nível de todo o mundo, estava prevista para acontecer em Glasgow, na Escócia, em novembro deste ano.

Em todo o planeta, dezenas de reuniões preparatórias e encontros de especialistas também foram afetados, o que coloca em xeque também a articulação da comunidade internacional.

Em mensagem divulgada nesta semana, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, cobrou comprometimento das nações para limitar o aquecimento global.

“A pandemia da Covid-19 expôs a fragilidade de todas as sociedades e economias a choques globais, como doenças e perturbações climáticas. Enquanto nos recuperamos, devemos fazer melhor pelas pessoas e pelo ambiente”, afirmou Guterres.

“Governos se comprometeram a apresentar, daqui a um ano, contribuições nacionais determinadas e estratégias de longo prazo para zerarmos as emissões de carbono até 2050. Este compromisso deve ser mantido. E as maiores economias, os países do G-20, devem liderar pelo exemplo”, completou o secretário-geral da ONU.

Os primeiros sinais enviados pelos países do G-20 e do resto do mundo, no entanto, não têm sido de grande preocupação com as emissões.

Na China, onde surgiu a Covid-19, as duras medidas de confinamento impostas pelo governo derrubaram as emissões em fevereiro, com uma redução de 25% em relação ao começo do ano.

Com a retomada das atividades industriais e econômicas, os indicadores se encaminham para o mesmo padrão de emissões visto anteriormente.

Na Europa, a volta gradual das atividades econômicas está só começando, mas analistas acompanham com atenção o padrão a ser adotado.

Existe ainda o temor de que verbas anteriormente destinadas a combater as mudanças climáticas sejam agora desviadas para projetos de recuperação pós-pandemia que nada têm a ver com preocupações ambientais.

O Brasil, porém, deve destoar desta tendência. Como a maior parte das emissões brasileiras vêm do desmatamento da Amazônia, que tem batido recordes mesmo durante a pandemia, o país deve acabar o ano como uma das poucas nações a aumentar a quantidade de carbono liberado na atmosfera.

Dados do sistema Deter do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), indicam que, de janeiro a março, houve um aumento de 51% nos alertas de desmatamento, em comparação com o mesmo período de 2019.

No primeiro trimestre, foram devastados 796 km² de floresta amazônica.

“Com a pandemia, a gente esperava que houvesse uma redução do trabalho dos desmatadores, mas foi o contrário. Só no fim de março, na últimas semanas, foi um aumento de 30%”, avalia Paulo Moutinho, da diretoria do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

“Janeiro, fevereiro e março são meses chuvosos. Não se esperava normalmente desmatamento, porque os tratores emperram, é mais complicado”, completa o pesquisador, que destaca ainda uma mudança no perfil do desmatamento em relação aos anos anteriores, com a área devastada sendo cada vez maior e, consequentemente, com mais impacto nas emissões.

A política ambiental do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e a sinalização de uma possível anistia a desmatadores estariam entre as principais razões do aumento.

O desmatamento também indica um potencial de uma próxima grande onda de incêndios na Amazônia, uma vez que o passo seguinte à retirada das árvores é justamente a colocação de fogo para a “limpeza” do terreno.

Em 2019, o recorde de queimadas na Amazônia foi notícia em todo o mundo.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/77557-pandemia-derruba-emissoes-de-carbono-mas-brasil-deve-ter-alta-com-desmate.html

domingo, 12 de abril de 2020

Governo deposita auxílio emergencial de R$ 600 na conta, mas retira valor



O governo depositou e, depois, estornou o valor do auxílio emergencial de R$ 600 pago a alguns trabalhadores que entraram no primeiro lote, liberado pela Caixa Econômica na última quinta-feira (9).

A primeira liberação do auxílio emergencial de R$ 600 contemplou um total de 2,5 milhões de brasileiros que já estavam inscritos no CadÚnico (cadastro do governo federal para programas sociais) e têm contas na Caixa Econômica e no Banco do Brasil.

O governo ainda não iniciou o pagamento do benefício para os trabalhadores informais que não faziam parte do CadÚnico (cadastro de programas sociais). Nesta segunda (13) e terça-feira (14) começa uma nova rodada de pagamentos.

Dois leitores procuraram a reportagem e disseram que os R$ 600 entraram na conta na quinta-feira, dia de início dos pagamentos, e, na sequência, como débito. O Ministério da Cidadania não informou o número de casos que tiveram o crédito devolvido, mas disse que os créditos que foram "pontualmente estornados" serão analisados. O ministério não detalhou, entretanto, os motivos que levaram esses informais a não terem direito ao auxílio emergencial.

A Caixa confirmou que o Ministério da Cidadania solicitou o estorno de alguns lançamentos, para nova avaliação. Além disso, o banco afirma que os R$ 600 não são usados para abater dívidas existentes nem para o pagamento de tarifas.

Resposta Em nota, o Ministério da Cidadania confirmou a devolução dos créditos, que disse ser pontual. "Desde o início do processo estão sendo tomados todos os cuidados para que o dinheiro chegue o mais rápido possível aos elegíveis de acordo com a lei. Os créditos que por algum motivo foram pontualmente estornados serão analisados e fazem parte da rotina de cuidados que temos ao avaliar a compatibilidade dos dados cadastrais do recebedor, ao perfil público do auxílio, ou seja, os que mais precisam. Todos aqueles que tiverem direito ao benefício serão atendidos", afirma, em nota.

O órgão diz ainda que iniciou nesta semana "a maior operação de auxílio financeiro aos mais necessitados que o Brasil já registrou". O ministério informa tratar-se de operação complexa que, no primeiro dia de créditos, alcançou mais de 2,6 milhões de pessoas.

Um dos critérios exigidos pelo governo para ter acesso a esse benefício é ganhar, no máximo, R$ 522,50 por pessoa da casa ou renda familiar de até R$ 3.135. Quem recebe aposentadoria, auxílio-doença, BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou seguro-desemprego não tem direito.

Depois de liberar o benefício para brasileiros participantes do CadÚnico, com conta em bancos públicos, o governo vai pagar o auxílio para mães mães responsáveis pelo sustento da família a partir de segunda-feira. As mães que se encaixarem nos critérios do programa poderão receber cota dupla, de R$ 1.200 mensais, durante três meses. Na terça-feira (14) será a ver dos trabalhadores informais do CadÚnico que abriram uma poupança digital.

Se a família tiver Pode haver direito a um auxílio de R$ 1.800 (o equivalente a três cotas) quando a família for composta por mulher sem cônjuge ou companheiro, com pelo menos uma pessoa menor de 18 anos e com a existência de componente na família que atenda aos critérios de elegibilidade do benefício. Veja como acessar o aplicativo e o site para cadastro.

Trabalhadores informais que fazem parte do CadÚnico têm se queixado do sistema de consulta disponível pela Caixa. Ao consultar o aplicativo e o site, o sistema apenas informa que a liberação está em análise e que o trabalhador deverá fazer nova consulta posteriormente. Para esses casos, a recomendação da Caixa é ligar para o telefone 111. Os clientes da Caixa e do Banco do Brasil que entraram no primeiro poderão confirmar, por esse telefone, se o dinheiro entrou na conta.

Para quem recebe Bolsa Família o auxílio será pago de 16 a 30 de abril, conforme calendário regular do programa.

Quem tem direito ao benefício? O cidadão maior de 18 anos que atenda a todos os seguintes requisitos:

Desempregado Microempreendedor individual (MEI) Contribuinte individual da Previdência Social Trabalhador Informal Pertença à família cuja renda mensal por pessoa não ultrapasse meio salário mínimo (R$ 522,50), ou cuja renda familiar total seja de até 3 salários mínimos (R$ 3.135, neste ano) Não ter recebido em 2018 rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 Quem não tem direito ao benefício? Pertence a família com renda superior a três salários mínimos (R$ 3.135) ou renda mensal por pessoa maior que meio salário mínimo (R$ 522,50) Está recebendo seguro-desemprego Está recebendo benefícios previdenciários, assistenciais ou benefício de transferência de renda federal, com exceção do Bolsa Família Recebeu rendimentos tributáveis acima do teto de R$ 28.559.70 em 2018, de acordo com declaração do Imposto de Renda.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/75055-governo-deposita-auxilio-emergencial-de-r-600-na-conta-mas-retira-valor.html

quarta-feira, 25 de março de 2020

Mandatos não podem ser prorrogados por meio de PEC, esclarece Luiz Viana



Cláusulas pétreas significam limitações de mudanças da Constituição vigente de país, ou seja, dispositivos que não podem ser alterados nem mesmo por meio de Proposta de Emenda Constitucional (PEC). É neste rol que está a decisão sobre a prorrogação dos mandatos de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que tem ganhado ainda mais repercussão nas últimas semanas diante do cenário incerto criado pela pandemia do coronavírus no Brasil. 

De acordo com o vice-presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Viana, as propostas de prorrogação dos mandatos em vigência dos mandatos vigentes são expressamente inconstitucionais e uma eventual decisão de alteração unicamente na data das eleições cabe exclusivamente à Justiça Eleitoral.  

“A nossa Constituição de 1988, no artigo em que trata do processo legislativo, estabelece limites a certos temas que não podem ser objeto de Emenda Constitucional. Isso significa que essa cláusula pétrea impede a mudança do mandato de quatro anos. Toda vez que a Constituição se refere a mandatos fixa em quatro anos, com exceção dos senadores, que são mandatos de oito anos”, afirmou Viana ao Bahia Notícias.  

Nesta segunda-feira (23), o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, apresentou uma PEC para adiar para 2022 as eleições municipais que estão marcadas para outubro deste ano. A ideia base é unificar o pleito, desejo antigo da classe política brasileira. 

No entanto, alertou o vice-presidente da ordem, a conjugação de regras como de fixação de mandatos de quatro anos e a impossibilidade de alterar o direito ao voto periódico inviabiliza a constitucionalidade da matéria e impede o Poder Legislativo de versar sobre a questão. 

“O direito serve a vida e não a vida serve o direito. Isso significa que em situações da vida social e da vida biológica, em situações em que o Direito não possa resolver a situação naquele momento, é preciso encontrar uma solução jurídica para as situações extraordinárias. No entanto, a solução da crise do coronavírus não pode ser contra a democracia. E um dos itens da nossa democracia com a Constituição de 1988 é o mandato de quatro anos”, reforçou.

Viana esclareceu ainda que, caso se chegue a 1º de outubro sem condições de realizar a eleição em consequência da pandemia, “a Justiça Eleitoral tem instrumento para avaliar se é o caso de adiar a data da eleição". "Mas isso não significa que haverá prorrogação dos mandatos dos eleitos”.

OS MANDATOS FINDAM EM 31 DE DEZEMBRO
Em uma situação hipotética, em que não seja possível uma nova eleição até 31 de dezembro, data limite dos atuais mandatos, de acordo com Luiz Viana, os mandatos, ainda assim, serão finalizados. 

“Não tem previsão expressa na Constituição sobre caso de coronavírus, mas quando trata do presidente e vice-presidente da República ela [a Constituição ] trata que em casos de impedimento ou vacância dos dois, assume o presidente da Câmara, o presidente do Senado ou do Supremo, na ordem. Isso significa uma diretriz. Se vagar o Executivo, prefeito e vice, chama o presidente da Câmara [Municipal]. Se vagar o presidente da Câmara, chama o chefe do Judiciário, que é o juiz. Então, numa eventual hipótese, a Justiça Eleitoral avaliaria quando pode realizar a eleição. Em sendo a partir de 1º de janeiro, assume o juiz da cidade. Essa é a única diretriz que podemos aproveitar”, explicou.

Para ele, contudo, “é preciso dar tranquilidade as pessoas, sobretudo aos candidatos, dizendo que não é juridicamente possível a prorrogação dos mandatos dos atuais exercentes, e que cabe a Justiça Eleitoral avaliar, em casos fortuitos que impeça a eleição na data marcada, fixar uma nova”. 

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/245810-mandatos-nao-podem-ser-prorrogados-por-meio-de-pec-esclarece-luiz-viana.html

terça-feira, 24 de março de 2020

Por coronavírus, Aneel suspende cortes de energia por três meses


Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu os cortes no fornecimento de energia por falta de pagamento das contas de luz por 90 dias (três meses).  O motivo é a pandemia do novo coronavírus, que dificulta o trabalho da equipe de manutenção das redes de distribuidoras e até mesmo o pagamento das contas de luz por parte dos clientes. A decisão foi aprovada por unanimidade pelos cinco diretores do órgão regulador.

A medida valerá para todos os consumidores residenciais e também para serviços essenciais – como unidades de saúde e hospitais, serviços de entrega de alimentos e metrô, por exemplo. “Nesse momento de crise, algumas atividades devem ser mantidas para não haver desordem pública, desabastecimento e aflição das pessoas”, disse relator do processo, diretor Sandoval de Araújo Feitosa.

Além da suspensão de cortes, a população de baixa renda, cadastrada no programa Tarifa Social, terá outro benefício. Verificações periódicas em relação ao cadastro dessas pessoas não serão realizadas, de forma que ninguém seja retirado do programa nos próximos três meses. Estimativas do setor apontam que 50% dos consumidores pagam as tarifas de energia em agências bancárias, lotéricas e redes de atendimento das próprias distribuidoras, todos reduzidos em razão do avanço da covid-19.

Decretos publicados no fim de semana no Diário Oficial da União ampliaram a lista de atividades classificadas como essenciais e que, consequentemente, também terão direito à suspensão de corte de energia por inadimplência. 

Integram a lista empresas de telecomunicações e internet, serviço de call center, companhias de água, esgoto e lixo, guarda e uso de substâncias radioativas e vigilância sanitária, por exemplo.

“Não se trata de isentar consumidores, mas de garantir a continuidade do fornecimento em momento de calamidade pública”, afirmou Feitosa.

O diretor fez um apelo aos clientes que continuem a manter as contas em dia, se puderem, já que as empresas precisam pagar seus empregados. “Quem tiver condições de honrar seus compromissos assim o faça, de maneira constante e responsável”, disse.

Apesar de suspender o corte de energia por falta de pagamento, as dívidas não serão perdoadas. Pelo contrário: passado o prazo da medida, elas serão cobradas com multa e juros. “Encerrada a calamidade, os consumidores estarão sujeitos à suspensão de fornecimento por inadimplemento”, disse o relator.

Flexibilização

A Aneel também flexibilizou regras de atendimento das distribuidoras durante a pandemia, cuja violação pode resultar em punições e multas. Prazos regulamentares serão suspensos, bem como atividades acessórias.

Por outro lado, as empresas deverão focar sua atividade em reforço de rede e aumento das equipes de plantão. O atendimento de urgência e emergência deverá ser priorizado, enquanto o presencial poderá ser suspenso.

A entrega física da fatura deverá ser substituída por recursos digitais. A leitura do consumo também poderá ser feita com periodicidade diferente e, eventualmente, até substituída pela média do consumo dos últimos meses.

Todas as medidas aprovadas hoje valerão por 90 dias, mas poderão ser prorrogadas ou revistas a qualquer tempo, de acordo com a Aneel. Devido à pandemia, a Aneel dispensou a análise de impacto regulatório e a realização de audiência pública para a tomada de decisão.  

Medidas adicionais

De acordo com a Aneel, 47% do faturamento do setor vem de consumidores residenciais, e a inadimplência média é inferior a 5%. Segundo Feitosa, caso a inadimplência aumente muito, a agência e o governo deverão adotar medidas alternativas para garantir a sustentabilidade do setor elétrico.

Outro aspecto que será observado nas próximas semanas, segundo o diretor, é a possível sobra de energia devido à queda de demanda, que pode gerar sobrecontratação para as distribuidoras. O tema será tratado em um outro processo, segundo o diretor-geral da Aneel, André Pepitone.

Não está definido se as distribuidoras contarão com algum auxílio no caixa. Se houver, a decisão é da União e só poderia ocorrer por meio de Medida Provisória, e não por deliberação da Aneel. Também cabe ao governo decisões que ampliem os benefícios e descontos tarifários da população de baixa renda.

Na reunião desta terça-feira, 23, a Aneel não aprovou a suspensão de reajustes tarifários de distribuidoras. O pleito foi feito por alguns governadores, entre eles o de São Paulo, João Dória. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, essa solicitação não será atendida.

Pedidos

Nos últimos dias, a Aneel informou ter recebido 11 pedidos de distribuidoras e associações do setor para adoção de medidas emergenciais em meio à pandemia do novo coronavírus.

Com participação virtual na reunião, a presidente do Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Enersul, Rosimeire Cecília da Costa, deu apoio à adoção de ações pela Aneel para ajudar os consumidores.

Segundo ela, o comércio de Campo Grande já perdeu R$ 90 milhões em razão das medidas de contenção do avanço da doença. A estimativa é perder R$ 300 milhões até 6 de abril, o que deve dificultar o pagamento das contas de luz.

Representante do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o advogado Michel Roberto de Souza pediu ainda a religação da energia daqueles já estão com o fornecimento cortado. Ele também participou da reunião por meio de videoconferência. Não ficou claro se essa solicitação será atendida.

Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,aneel-suspende-cortes-no-fornecimento-de-energia-para-clientes-residenciais,70003246291

Coronavírus: Olimpíada de Tóquio é adiada para 2021

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que teriam início em 24 de julho, concordaram em adiar o evento por um ano devido à pandemia de coronavírus.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que o Comitê Olímpico Internacional concordou com o adiamento.
"Propus o adiamento por um ano e o presidente do COI, Thomas Bach, concordou 100%", afirmou.
O adiamento de um ano também se aplicará aos Jogos Paralímpicos de Tóquio, segundo o governo japonês.
O primeiro-ministro acrescentou: "Isso permitirá que os atletas joguem em suas melhores condições e tornará o evento seguro para os espectadores".O evento ainda será chamado de Tóquio 2020, apesar de ocorrer em 2021, segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Em uma declaração conjunta, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de 2020 e o COI disseram: "A disseminação sem precedentes e imprevisível do surto levou a situação no resto do mundo se deteriorar".
A nota menciona a avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que a pandemia está "acelerando".
"Atualmente, existem mais de 375 mil casos registrados em todo o mundo e em quase todos os países, e seu número está aumentando a cada hora", diz a nota.
"Nas circunstâncias atuais e com base nas informações fornecidas hoje (terça) pela OMS, o presidente do COI e o primeiro-ministro do Japão concluíram que os Jogos da 32ª Olimpíada de Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020, mas não depois do verão de 2021, para proteger a saúde dos atletas, todos os envolvidos nos Jogos Olímpicos e a comunidade internacional."

Primeiro adiamento em 124 anos

As Olimpíadas nunca tinham sido adiadas em seus 124 anos de história moderna, embora tenham sido canceladas em 1916, 1940 e 1944, durante as duas guerras mundiais.
Além disso, boicotes dos EUA e União Soviética em meio à Guerra Fria afetaram os Jogos de verão de Moscou e Los Angeles, em 1980 e 1984.
A nota diz ainda que "os líderes concordaram que os Jogos Olímpicos de Tóquio poderiam ser um farol de esperança para o mundo durante esses tempos difíceis e que a chama olímpica poderia se tornar a luz no fim do túnel em que o mundo se encontra atualmente".
"Portanto, foi acordado que a chama olímpica permanecerá no Japão. Também foi acordado que os Jogos manterão o nome de Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio 2020".

Segunda Olimpíada

O Japão sediou os Jogos Olímpicos pela primeira vez em 1964, quando surpreendeu o mundo ao mostrar sua reconstrução após a Segunda Guerra Mundial.
Agora, os japoneses querem promover o multiculturalismo, a sociedade 5.0 — conceito lançado pelo país que prevê o uso de novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida da população — e os esforços feitos para reconstruir as áreas devastadas pelo tsunami e consequente desastre nuclear de 2011.
Em estudo de 2016, o professor da escola de negócios da Universidade de Oxford, Bent Flyvbjerg, constatou que sediar uma Olimpíada é, essencialmente, um péssimo negócio. De acordo com ele, esses megaeventos são extraordinariamente caros e deficitários.
Com a Tóquio 2020, o país asiático vinha tentando fugir desse estigma, fazendo ajustes para reduzir custos, porém sem se descuidar do rigor com o cronograma.
O roteiro da segunda olimpíada japonesa em 56 anos vinha sendo meticulosamente preparado muito antes de o país conquistar o direito de sediar o evento, em 2013. A projeção de custos, porém, subiu tanto que se tornou um dos grandes desafios, ainda maior do que amenizar os efeitos do verão úmido japonês.
Os custos diretos dos Jogos de 1964 chegaram a cerca de US$ 300 milhões (em valores atualizados), segundo o Comitê Organizador das Olimpíadas. Porém, a entidade observa que se forem considerados outros custos indiretos relacionados ao evento, o total chegou a US$ 9 bilhões (3,1% do Produto Interno Bruto do Japão daquele ano).
Para receber os Jogos, o país investiu pesado na construção de estradas e na implantação do serviço de trem-bala (shinkansen) e da linha de metrô, considerados até hoje os grandes legados do megaevento.
Agora em 2020, a estimativa dos organizadores era realizar os Jogos com investimento direto de US$ 12,6 bilhões, bem maior que a avaliação inicial, de US$ 7,3 bilhões, apresentada durante a candidatura. O orçamento final, entretanto, pode crescer ainda mais, de acordo com a Agência de Auditoria do Japão.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52021589

Após nota da Sesab, prefeitura nega caso de Covid-19 em Alagoinhas


Após a Sesab divulgar em seu boletim na manhã desta terça-feira(24), que um caso de Covid-19 havia sido confirmado no município , a prefeitura de Alagoinhas, através da Secretaria Municipal de Saúde, emitiu uma nota esclarecendo que o caso é, na verdade de Salvador.

Segundo a nota, a paciente do sexo feminino, de 41 anos, deu entrada no Hospital Couto Maia, na capital baiana, no último dia 22 de março, já recebeu alta e permanece em isolamento, mão confirmou que não esteve no município de Alagoinhas.

Ainda conforme nota de Sesau, as equipes da Vigilância Epidemiológica do município e do Núcleo Regional de Saúde fizeram contato direto com a paciente e reforçam  que o caso não é de Alagoinhas. Uma solicitação para a correção da informação divulgada já foi encaminha ao Estado da Bahia e a Secretaria Municipal de Saúde destacou que segue monitorando a situação, com o cumprimento em integralidade das recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado (sesab).

Fonte: https://apo.com.br/2020/03/24/apos-nota-da-sesab-prefeitura-nega-caso-de-covid-19-em-alagoinhas/

Bonner quebra protocolo do 'JN', pede calma ao público e admite medo de adoecer; assista

O jornalista William Bonner quebrou o protocolo do "Jornal Nacional" durante a abertura da edição desta segunda-feira (23). Apos exibir os destaques da noite, ele surgiu pedindo calma para a população.

"Antes de falar sobre as notícias de hoje, a gente vai fazer uma pausa, porque é muita informação o tempo todo sobre o coronavírus. Você já viu os destaques de hoje, e a gente vai fazer essa pausa primeiro para dizer simplesmente o que a gente fica repetindo um para o outro aqui: calma. Não dá para começar o 'JN' de hoje sem pedir calma", iniciou.

O ancora, então, seguiu dizendo que essa pausa era para "respirar" e para que as pessoas entendam que a crise terá altos e baixos. "Vai exigir sacríficos, mas no fim o Brasil e o mundo vão superar, apesar da aflição e dor que muitas famílias estão enfrentando", completou.

Colega de bancada, Renata Vasconcellos lembrou que algumas categorias seguem trabalhando, obedecendo as orientações de cuidado. "Mas claro que alguns profissionais não podem parar. Isso vale para os profissionais de saúde, mas também para quem recolhe o lixo nas ruas, os policias, para quem faz manutenção das redes elétricas e muitos outros", fixou.

O editor-chefe admitiu ainda que tem medo de adoecer durante esse processo. "Quando a Globo aumentou o tempo diário do jornalismo, foi para levar essa informação necessária sem correria. Você saber como agir para se proteger. E claro que a gente também tem medo de adoecer, aqui não tem super-herói, nem entre nós nem entre colegas de outras categorias", reafirmou.

Por fim, Vasconcellos explicou que na emissora, os colegas da redação com 60 anos ou mais, que estão no grupo de risco para a covid-19, passaram a trabalhar de casa e qualquer um que apresente sintoma de gripe também é orientado a trabalhar de home office. Assista:

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/holofote/noticia/57756-bonner-quebra-protocolo-do-jn-pede-calma-ao-publico-e-admite-medo-de-adoecer-assista.html

segunda-feira, 23 de março de 2020

Coronavírus: como a pandemia nasceu de uma zoonose

Morcegos são hospedeiros naturais de diversos agentes infecciosos, incluindo o novo coronavírus. (Ilustração: Getty Images/SAÚDE é Vital)

Entenda como o vírus conseguiu migrar de morcegos para seres humanos e se transformou no maior problema da humanidade

pandemia de coronavírus poderia ser um novo capítulo do livro Spillover – Animal Infections and the Next Human Pandemic, do escritor americano especialista em ciência e natureza David Quammen. Na obra, publicada em 2012 e infelizmente ainda sem tradução no Brasil, o autor retrata como vírus e bactérias que infectam animais selvagens ou domésticos conseguem “pular” para a espécie humana, causando doenças e mortes.
Spillover é um termo em inglês que pode ser traduzido como transbordamento e é usado no contexto da biologia para dizer que um vírus ou micróbio conseguiu se adaptar e migrar de uma espécie de hospedeiro para outra. Foi o que ocorreu com o agente infeccioso causador da Covid-19.
O livro é uma investigação detalhada de Quammen, que viajou o mundo e entrevistou dezenas de cientistas, sobre zoonoses que viraram doenças humanas, umas mais ou outras menos bem-sucedidas. Começa com o vírus Hendra, que saltou de cavalos para homens na Austrália em meados dos anos 1990, mas tem sua origem em morcegos, e vai até a gripe, que vem de aves podendo fazer um estágio em outras espécies como porcos.
Morcegos, aliás, parecem ser um dos principais reservatórios para vírus potencialmente terríveis ao ser humano. O coronavírus não é uma exceção. E a solução, antes que alguém pense em exterminá-los, está, pelo contrário, em respeitarmos mais seu hábitat. Porque, como Quammen e outros experts afirmam, as pandemias originárias de zoonoses nada mais são que um reflexo das intervenções do homem no meio ambiente. No anseio para se expandir, a humanidade invade o terreno alheio — e traz problemas de lá.
Peço licença a Quammen para citar (em tradução livre) um trecho de Spillover:
De onde esses vírus pulam? Eles pulam de animais em que há muito tempo permaneceram, encontraram segurança e ocasionalmente ficaram presos.  (…) O Hantavírus [que pode causar febre hemorrágica] pula de roedores. Lassa [vírus que também provoca febre hemorrágica] também pula de roedores. O vírus da febre amarela salta de macacos. A catapora parece pular de esquilos. Herpes B pula de primatas. Os influenza [causadores da gripe] pulam de pássaros selvagens para aves domésticas e depois para pessoas, às vezes após uma transformação em porcos. O sarampo pode ter saltado para dentro de nós a partir de ovelhas e cabras domesticadas. O HIV-1 entrou em nosso caminho a partir de chimpanzés. Assim, há uma certa diversidade de origens. Mas uma grande fração de todos os novos vírus assustadores (…) vêm pulando para nós de morcegos.
E aí o escritor lista uma série de inimigos microscópicos que vieram originalmente desses mamíferos mais lembrados por sugar nosso sangue (embora a maior parte das espécies só coma frutos e/ou insetos):
  • O vírus Hendra
  • O vírus de Marlburg
  • Raiva
  • Ebola (muito provavelmente)
  • O vírus Nipah
  • Sars (ops, isso me cheira a algo mais recente…)
  • Entre outros menos conhecidos como os vírus Tioman e Melaka
Ora, a Sars, sigla para Síndrome Respiratória Aguda Grave, que assolou a China no início dos anos 2000 mas foi contida, é provocada por um coronavírus, o SARS-CoV-1. E é um “parente” dele que causa a Covid-19, batizado de SARS-CoV-2.
E de onde vem a praga atual? Tudo leva a crer: morcegos.
livro spillover O livro “Spillover”, de David Quammen, conta como epidemias humanas têm origem em zoonoses
O livro “Spillover”, de David Quammen, conta como epidemias humanas têm origem em zoonoses (Divulgação: Amazon/SAÚDE é Vital)

O caminho de transmissão até o ser humano

Vírus são pacotinhos de genes — nem dá pra chamar de “ser” ou “micro-organismo” porque eles dependem de uma célula viva para se replicar e sobreviver — que estão em evolução contínua. Tudo para se adaptar melhor ao(s) hospedeiro(s) e se perpetuar. Nessa corrida pelo sucesso, eles sofrem mutações que ajudam e outras que atrapalham sua propagação, e mesmo o pulo para as demais espécies animais.
Quanto mais moradias ele tiver, melhor. Para ser exitoso, não pode aniquilar rapidamente o hospedeiro e deve ter um bom potencial de transmissão. Digamos que o novo coronavírus nos surpreendeu (infelizmente, claro) nesse sentido.
De acordo com o virologista Paulo Eduardo Brandão, expert em coronavírus e professor da Universidade de São Paulo (USP), há duas hipóteses mais documentadas: na primeira, o vírus foi entrando em contato aos poucos com a espécie humana e criando estratégias para fazer o salto. Na segunda, ele teria vindo mais “pronto” de um morcego e feito a transmissão interespécie de modo mais acelerado.
“Morcegos podem ser infectados por vários tipos de coronavírus no mundo todo. Já encontramos até alguns exemplares com esses vírus na cidade de São Paulo”, diz Brandão. Que fique claro: os bichos daqui carregavam OUTROS coronavírus, não o causador da pandemia.
Na história natural da passagem para o corpo humano, ainda se suspeita que o vírus da Covid-19 possa ter feito um pit stop evolutivo num mamífero chamado pangolim, como mostra essa matéria de VEJA. O certo, porém, é que a coisa veio de morcegos. E lá na China.
“É provável que o contato silvestre tenha sido o principal vetor de transmissão. Nessas situações, as pessoas têm contato com saliva e fezes dos morcegos”, avalia Brandão. Essa tese teria mais sustento que a de que tudo começou com alguém que degustou sopa de morcego. No entanto, a caça desses animais e a introdução deles em mercados pode ter dado sua pitada de contribuição.
Teorias à parte, o que se sabe é que o novo coronavírus já sofreu diversas mutações e tem uma configuração própria para infectar seres humanos. “A evolução do vírus não para”, ressalta o professor da USP.
Para aqueles que curtem teorias da conspiração: a história de que o SARS-CoV-2 teria sido fabricado em laboratório não tem respaldo algum da ciência. Inclusive, pesquisas preliminares indicam que, pela análise genômica do vírus, há um padrão de mutações aleatório que o tornou mais infeccioso para nossa espécie. Não é tecnologia. É seleção natural!

Vai ser a maior pandemia de todos os tempos?

No livro Spillover, David Quammen fala de algo que está no horizonte de muitos virologistas, infectologistas e epidemiologistas: qual será o próximo vírus com potencial de derrubar a humanidade? É o chamado The Next Big One, o próximo grande ataque infeccioso contra nossa espécie.
Na minha troca de e-mails com Quammen, ele diz: “A atual pandemia de Covid-19 é bem sobre o que eu falava no livro. Se esta crise estará sob controle em breve ou não, se matará um número relativamente pequeno de pessoas ou muitas… Ela vem causando efeitos sociais e econômicos devastadores. E o impacto na saúde e na mortalidade também pode ser devastador. Mas isso vai depender de: 1) o que os governos estão fazendo; 2) o que cada pessoa está fazendo; 3) como o vírus evolui ou não; 4) sorte.”
Estamos diante do The Next Big One? “É muito difícil de prever. Mas uma coisa é certa: depois que essa crise finalmente for controlada, haverá outra. Após esse vírus, que sai de um animal selvagem e passa para a população humana, virá outro. Portanto, devemos usar esta crise, por mais que ela ainda se desenvolva, como uma lição para o futuro”, analisa o escritor.
Façamos nossa parte ou, como me escreveu Quammen no fim do e-mail: “Tudo de bom para você, Diogo, e para seus leitores. Sejam sábios, tenham cuidado, fiquem bem — e continuem sorrindo”.
Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-pandemia-zoonose/