
Os malefícios do fumo podem ser ainda
mais graves se o hábito permanecer durante a gravidez, pois, além de
prejudicar a saúde da futura mãe, o cigarro também causa sérios danos ao
feto e pode afetar o desenvolvimento da criança. O alerta vem do
médico Jorge Rezende Filho, coordenador do Serviço de Obstetrícia da
Casa de Saúde Santa Lúcia, em Botafogo, que, no Dia Nacional do Combate
ao Fumo, lembrado hoje, orienta as fumantes que desejam engravidar.
Segundo
Jorge Rezende Filho, o tabagismo durante a gestação é responsável por
abortos espontâneos, nascimentos prematuros, complicações com a placenta
e episódios de hemorragia. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA)
confirmam o relato do médico, pois apontam que a gestante que fuma tem o
dobro de chances de ter um bebê com menor peso e comprimento,
comparando-se a uma grávida não fumante.
“O cordão umbilical é
responsável por transmitir todos os nutrientes necessários para o bebê
durante o período fetal; porém, o mesmo canal condutor é capaz de passar
a nicotina e o monóxido de carbono, que causam efeitos gravíssimos no
bebê, como danos no aparelho cardiovascular. A criança se torna fumante
passiva ainda na barriga da mãe”, informa o coordenador.
Mas não é
só antes do parto que os problemas causados pelo uso do cigarro
aparecem. Ao nascer, o bebê enfrenta dificuldades criadas pelas toxinas
do tabaco. “Bebês de mães fumantes normalmente nascem com peso
significativamente baixo, por isso precisam ficar internados em Unidades
de Tratamento Intensivo (UTIs), ou ainda desenvolvem a síndrome de
morte súbita, uma condição trágica em que um bebê saudável morre
subitamente sem nenhuma razão aparente”, explica a neonatologista Nicole
Gianini, coordenadora médica do Centro de Tratamento Intensivo Neonatal
(Cetrin), da Santa Lúcia.
De acordo com Nicole, as mães devem
ser alertadas que os componentes tóxicos da fumaça do cigarro são
passados através da amamentação, o que pode prejudicar a saúde da
criança, tornando-a suscetível a outras doenças durante o
desenvolvimento. Mas, mesmo assim, não se deve suspender o aleitamento.
O
crescimento dos bebês também pode ser prejudicado e a criança sofrer
com as consequências do tabagismo gestacional por um longo tempo.
Segundo Jorge Rezende Filho, a infância pode vir cheia de doenças
associadas ao sistema respiratório. “Asma e infecções, por exemplo, são
patologias comuns entre pacientes com esse histórico, além de
dificuldade de aprendizado e problemas de comportamento”, conclui o
obstetra.
Fonte: http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=226642