sexta-feira, 3 de abril de 2020

Dados do Google mostram mudanças de hábitos de baianos com isolamento



Com acesso aos dados de localização dos usuários de seus serviços, o Google elaborou um relatório que indica as mudanças nas “tendências de mobilidade” da população no Brasil. O país, assim como o resto do mundo, enfrenta a pandemia de coronavírus e algumas cidades e estados tentam estabelecer o isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter a disseminação da doença.

Foi com esse intuito que os governos de Salvador e da Bahia começaram a publicar decretos de fechamentos de escolas, faculdades e empreendimentos comerciais, o que diminui o fluxo de pessoas nas ruas das cidades que registram casos da Covid-19.

Neste sentido, o relatório do Google sugere alguns efeitos dessas ações, mesmo que não tenha a capacidade de mensurar dados exatos sobre a mobilidade de brasileiros e baianos. A ferramenta, que só compila a movimentação de usuários que habilitaram o Histórico de Localização, usa como referência a média nos domingos das semanas entre 3 de janeiro e 6 de fevereiro para mostrar as tendências para esse mesmo dia - o último registro foi em 29 de março.
Imagem: Google

O resultado da análise mostra que, no caso da Bahia, a média do tempo de permanência e circulação das pessoas em shoppings, restaurantes, museus, cinemas e outros espaços recreativos caiu 73%, 2% a mais do que na média nacional. Tomando como exemplo a capital baiana, os shoppings foram fechados no último dia 21 por 15 dias, prorrogados por igual período nesta sexta-feira (3) (lembre aqui).

Também no estado, a queda de 73% se repete em relação às passagens por estações de ônibus e metrô, para citar exemplos de transporte. Com menos gente nas ruas, as frotas foram reduzidas e o transporte intermunicipal foi bloqueado em cidades com registros do vírus. A nível nacional, a redução foi de 62%.

Quanto à circulação em parques, praias e praças públicas, a queda no tráfego das pessoas foi de 71%, um ponto a mais que a projeção nacional. Em Salvador, o prefeito ACM Neto (DEM) impôs barreiras físicas para dificultar o acesso de banhistas nas principais praias da capital.

Já no quesito “farmácias e mercearias”, a mobilidade caiu 42%. São espaços que permanecem abertos pela oferta de serviços essenciais. Na média do país, a queda foi ainda menor: 35%.

Por último, vem os locais de trabalho. Como nem todo serviço foi suspenso ou pode ser feito via home office, a ferramenta de localização do Google detectou queda de apenas 33% no tempo de permanência dos baianos nos locais identificados como trabalho. A média nacional é ligeiramente maior, de 34%.

Diante desses dados, sem surpresas, a ferramenta constatou um aumento no tempo de permanência das pessoas em suas residências. Mas esse número é só 17% maior do que a média extraída na linha de referência, quando tanto a Bahia quanto o resto do Brasil ainda não estavam em isolamento.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/noticia/246416-dados-do-google-mostram-mudancas-de-habitos-de-baianos-com-isolamento.html

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