Mortes de PMs: ‘Querem fazer cavalo de batalha e palanque em cima de caixão’, diz Wagner

O governador Jaques Wagner (PT) criticou, nesta quinta-feira
(19), em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, no Palácio Rio Branco,
as especulações em relação aos testes realizados na última segunda (16)
no Batalhão de Choque da Polícia Militar, que causou o internamento de
quatro candidatos e posterior morte de dois deles (ver aqui).
O petista se solidarizou com as famílias e sobreviventes, mas, sem
citar nomes, avaliou que há uma tentativa de se tirar proveito político
da tragédia. “Acho precipitado [fazer avaliação] e acho que já tem
pessoas querendo fazer cavalo de batalha e palanque. Eu acho que a pior
das coisas do mundo é querer fazer palanque em cima de caixão”,
recriminou. No entendimento do chefe do Executivo baiano, há de se
considerar que os PMs tinham “boa avaliação dentro da corporação” –
“senão nem estariam disputando a vaga de tropas mais especializadas” –,
mas também que os exames aos quais eles se submeteram também exigiam
melhor preparo. “Na medida em que é tropa especializada, que se prepara
para missões mais desafiadoras, você tem exigências maiores em vários
aspectos, inclusive na questão física. Então, ali era uma corrida de 10
km, o que é absolutamente normal. Aí eu não posso antecipar nada, se
eles [tomaram alguma substância de melhoria de desempenho]..., ou não se
prepararam fisicamente ou se estressaram demais o corpo”, cogitou, sem
deixar de pontuar que os quatro pertenciam à mesma companhia – a 81ª
CIPM.

“Eu acho estranho porque, na verdade, são quatro profissionais.
Eu não sei se treinavam juntos ou não, mas quatro terem parada cardíaca?
Não é uma coisa comum. A tendência é que eles tivessem feito o mesmo
tipo de preparação, que incidiu sobre os quatro, porque é muita
coincidência você achar que quatro pessoas tiveram uma parada cardíaca”,
ponderou Wagner, ao insistir na tese de que o caso tem sido utilizado
para atacar o governo. “Agora, eu acho que já tem leviandade rolando na
praça e tentativa de acusação. Eu não vou nem acusar os rapazes e muito
menos a PM. Evidentemente que a Secretaria de Segurança Pública está
procurando ver se houve algum exagero, mas, em uma análise preliminar, o
teste que eles estavam fazendo é o teste já histórico que todo mundo
fazia”, conjeturou. Diante da ausência de provas que diagnostiquem o que
provocou os internamentos, o governador disse preferir “esperar”. “Sem
ter um estudo, uma necropsia, todas essas coisas, eu não vou ficar me
pronunciando porque eu posso machucar a família ou a corporação. Falar
sem conhecimento, sem análise científica, para mim é jogar palavras ao
vento, e eu não vou fazer isso”, avisou. Nesta mesma quinta, o vereador
Marco Prisco (PSDB), coordenador-geral da Associação de Praças,
Bombeiros e seus Familiares (Aspra) e líder da última greve da PM,
mobilizou uma manifestação no centro de Salvador, encerrada com a
entrega de uma representação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) que
solicita a apuração do caso.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/148115-mortes-de-pms-querem-fazer-cavalo-de-batalha-e-palanque-em-cima-de-caixao-diz-wagner.html
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