sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Mortes de PMs: ‘Querem fazer cavalo de batalha e palanque em cima de caixão’, diz Wagner

O governador Jaques Wagner (PT) criticou, nesta quinta-feira (19), em entrevista exclusiva ao Bahia Notícias, no Palácio Rio Branco, as especulações em relação aos testes realizados na última segunda (16) no Batalhão de Choque da Polícia Militar, que causou o internamento de quatro candidatos e posterior morte de dois deles (ver aqui). O petista se solidarizou com as famílias e sobreviventes, mas, sem citar nomes, avaliou que há uma tentativa de se tirar proveito político da tragédia. “Acho precipitado [fazer avaliação] e acho que já tem pessoas querendo fazer cavalo de batalha e palanque. Eu acho que a pior das coisas do mundo é querer fazer palanque em cima de caixão”, recriminou. No entendimento do chefe do Executivo baiano, há de se considerar que os PMs tinham “boa avaliação dentro da corporação” – “senão nem estariam disputando a vaga de tropas mais especializadas” –, mas também que os exames aos quais eles se submeteram também exigiam melhor preparo. “Na medida em que é tropa especializada, que se prepara para missões mais desafiadoras, você tem exigências maiores em vários aspectos, inclusive na questão física. Então, ali era uma corrida de 10 km, o que é absolutamente normal. Aí eu não posso antecipar nada, se eles [tomaram alguma substância de melhoria de desempenho]..., ou não se prepararam fisicamente ou se estressaram demais o corpo”, cogitou, sem deixar de pontuar que os quatro pertenciam à mesma companhia – a 81ª CIPM.
“Eu acho estranho porque, na verdade, são quatro profissionais. Eu não sei se treinavam juntos ou não, mas quatro terem parada cardíaca? Não é uma coisa comum. A tendência é que eles tivessem feito o mesmo tipo de preparação, que incidiu sobre os quatro, porque é muita coincidência você achar que quatro pessoas tiveram uma parada cardíaca”, ponderou Wagner, ao insistir na tese de que o caso tem sido utilizado para atacar o governo. “Agora, eu acho que já tem leviandade rolando na praça e tentativa de acusação. Eu não vou nem acusar os rapazes e muito menos a PM. Evidentemente que a Secretaria de Segurança Pública está procurando ver se houve algum exagero, mas, em uma análise preliminar, o teste que eles estavam fazendo é o teste já histórico que todo mundo fazia”, conjeturou. Diante da ausência de provas que diagnostiquem o que provocou os internamentos, o governador disse preferir “esperar”. “Sem ter um estudo, uma necropsia, todas essas coisas, eu não vou ficar me pronunciando porque eu posso machucar a família ou a corporação. Falar sem conhecimento, sem análise científica, para mim é jogar palavras ao vento, e eu não vou fazer isso”, avisou. Nesta mesma quinta, o vereador Marco Prisco (PSDB), coordenador-geral da Associação de Praças, Bombeiros e seus Familiares (Aspra) e líder da última greve da PM, mobilizou uma manifestação no centro de Salvador, encerrada com a entrega de uma representação no Ministério Público da Bahia (MP-BA) que solicita a apuração do caso.

Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/148115-mortes-de-pms-querem-fazer-cavalo-de-batalha-e-palanque-em-cima-de-caixao-diz-wagner.html

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