Bauruense Sandra Feliciano passou em mais uma fase e é a única brasileira entre os 100 candidatos para colonizar o planeta
O que parecia distante ou até mesmo cenas de filme de ficção científica está a dois passos de se tornar real. O sonho de estar entre as pessoas que irão colonizar Marte está bem mais perto de se tornar realidade para a bauruense Sandra Maria Feliciano, de 51 anos. A “saga” dela já foi noticiada pelo JC em abril do ano passado. Agora, Sandra foi aprovada em mais uma etapa da longa seleção que levará 24 pessoas de diversos países para uma viagem sem volta ao planeta vermelho a partir de 2024. Esta é a penúltima fase do processo.
A bauruense é a única brasileira que está entre os 100 aprovados para a terceira etapa do projeto Mars One que, conforme o JC publicou em abril do ano passado, foi idealizado por dois holandeses em 2011 e tem como o objetivo estabelecer vida humana em Marte.
Entre os candidatos que avançaram para esta fase, estão 50 homens e 50 mulheres, sendo 39 das Américas, 31 da Europa, 16 da Ásia, sete da África e sete da Oceania. Os candidatos são de diversas faixas etárias, desde 19 anos, como o caso de uma estudante indiana, até 60 anos, que é o caso de um militar paquistanês.
“Fiquei sabendo da aprovação na última segunda-feira, quando estava em Salvador. Estou feliz demais e estou surpresa até agora por ser a única brasileira, pois pensei que os outros seriam aprovados também. Até agora estou bastante emocionada e já contei para a toda família. Muitos vieram me parabenizar e estou recebendo apoio de todos”, disse Sandra, que atualmente mora em Porto Velho, Rondônia.
As seguintes fases de seleção focarão na composição de equipes que podem suportar todas as dificuldades de um estabelecimento permanente em Marte. O primeiro desafio será passar por um treinamento em uma cópia da colônia, onde irão demonstrar sua aptidão para trabalhar em equipe. “Ser um dos melhores candidatos individuais não significa automaticamente que você é o maior jogador de equipe, por isso estou ansioso para ver como os candidatos progridem e trabalham juntos”, disse o médico chefe da missão Norbert Kraftm, em nota publicada no site do projeto.
Nesta fase, serão eliminados 76 candidatos para chegar a um número final de 24 pessoas, que serão divididas em seis grupos para uma bateria de testes antes do lançamento da missão. “Só de chegar até aqui me sinto uma vencedora, mas quero continuar. Inglês é a parte mais exigida para mim e vou estudar o dia todo. Sei que não será fácil e vai exigir bastante trabalho e esforço. Estou muito nervosa, mas quero estar preparada e continuar”, finaliza a bauruense.
Processo rigoroso
O processo começou com 202.586 candidatos iniciais que enviaram um vídeo descrevendo sua trajetória de vida. Em seguida, eles responderam a um questionário detalhado e 1.058 foram pré-selecionados para realizarem exames físicos e psicológicos para atestar suas condições de saúde. Destes, 700 foram escolhidos para seguir adiante com entrevistas individuais e, agora, apenas 100 foram aprovados para a terceira fase. Ao final, 24 serão selecionados para mais testes e oito anos de treinamento.
Durante esse período, ainda há chance de alguém ser eliminado e, então, os candidatos que não foram selecionados terão a chance de voltar em uma nova rodada de testes, que será aberta em 2015.
Novas oportunidades seguirão a fim de treinar os candidatos que podem substituir equipes eliminadas e se juntar às tripulações dos colonos. “O grande corte de candidatos é um passo importante para descobrir quem tem as qualidades certas para ir a Marte. Esses aspirantes a marcianos darão ao mundo um vislumbre do que serão os exploradores dos dias modernos “, disse Bas Lansdorp, co-fundador e CEO da Mars One, em nota publicada no site oficial do projeto.
Estudo prevê a morte de viajantes no espaço
Um estudo científico feito por cinco estudantes da aeronáutica do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) foi divulgado na última terça-feira e mostrou que os pioneiros dispostos a embarcar na missão para Marte começarão a morrer no 68.º dia de missão. A explicação deles é que as plantas, que teoricamente devem alimentar os colonos, produzirão oxigênio demais e a tecnologia para equilibrar a atmosfera “ainda não foi desenvolvida”.
Assim, os colonizadores morrerão por asfixia. Para Sandra, esse estudo não coincide com as pesquisas que a Nasa apresenta. “Não acredito nesses estudos, pois quando o MIT emitiu essa nota não tinham dados atualizados. Eu confio nos dados que a Nasa vem apresentando. Há outros que já falaram que iriamos morrer pela radiação, mas também não é verdade”, afirmou.
Fonte: http://www.jcnet.com.br/Geral/2015/02/ela-esta-a-dois-passos-de-marte.html