A Polícia Federal terminou o relatório sobre o envolvimento do deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA), que responde a dois processos no Conselho de Ética por quebra de decoro,
e o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato por suspeita
de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10
bilhões. A PF analisou 1.411 mensagens de celular entre o parlamentar e o
acusado, de setembro do ano passado a março deste ano.
A linha usada
pertenceria à Câmara dos Deputados. No documento, a PF conclui: "os
indícios apontam que o deputado tratava-se de um cliente dos serviços
prestados por Youssef, por vezes repassando dinheiro de origem
aparentemente ilícita, intermediando contatos em empresas, recebendo
pagamentos, inclusive tendo suas atividades operacionais financiadas
pelo doleiro". Os investigadores revelam conversas por mensagem de
celular em que o deputado e Youssef combinam a entrega de dinheiro no
apartamento funcional da Casa Legislativa, ocupado pelo congressista
desde novembro de 2011.
Os dois teriam até mesmo uma linha de telefone
exclusiva, segundo a polícia. Por meio dela, Argôlo chegou a consultar o
doleiro sobre os rumos do próprio mandato. Ele pergunta: "vc acha q
devo pegar a vice lide ou a comissão do orçamento?? ou nada??". O
doleiro responde: "pega a vice liderança". O relatório aponta ainda que o
deputado usou cota parlamentar para pagar viagens para se reunir com
Youssef. Segundo a apuração, eles tentaram atuar na Petrobras mesmo
depois da saída do ex-diretor Paulo Roberto Costa, que também foi preso
na Lava Jato. Argôlo teria agendado reunião entre o doleiro e José
Carlos Consenza, atual diretor da estatal. O documento da PF ainda será
enviado ao Supremo Tribunal Federal devido ao foro privilegiado do
parlamentar. O STF irá decidir se abre investigação contra ele.
Informações do G1.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/154523-argolo-repassava-dinheiro-de-origem-ilicita-e-era-financiado-por-doleiro-aponta-pf.html
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