Ban Ki-moon faz pronunciamento em Haia, na Holanda
Foto: Reuters
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez
uma chamada nesta quarta-feira para defender a resolução diplomática na
Síria, ao invés da militar, e pediu tempo para que os observadores da
ONU possam terminar suas analises sobre o suposto uso de armas químicas
pelo regime do presidente Bashar al Assad.
"Demos uma oportunidade à paz, demos uma oportunidade à
diplomacia", afirmou Ban em Haia, onde participa da celebração do
primeiro centenário da abertura do Palácio da Paz, sede da Corte
Internacional de Justiça (CIJ), considerada o principal órgão judicial
da ONU.
O diplomata sul-coreano declarou que a via militar não é
uma solução viável na Síria e acrescentou: "A lógica militar nos deixou
um país à beira da destruição total e (por isso) devemos explorar todos
os caminhos para a negociação". "Por que acrescentar mais lenha ao
fogo", completou Ban em sua chamada a uma solução diplomática na Síria.
O chefe das Nações Unidas também pediu à comunidade
internacional permitir que o Conselho de Segurança da ONU "use sua
autoridade para a paz". Além disso, Ban ressaltou que a equipe de
observadores da ONU que investiga o suposto ataque químico nos arredores
de Damasco necessita "de tempo para fazer seu trabalho". Isso porque,
os observadores entraram hoje na região de Guta Oriental, próxima à
capital, após ter adiado essa visita por questões de segurança.
Ban condenou "o uso das armas químicas sob qualquer
circunstância", ressaltando que tal medida é "uma violação atroz da lei
internacional", e denunciou a "situação catastrófica" que a Síria
atravessa com um conflito que já gerou a morte de "mais de 100 mil
pessoas".
A comemoração do centenário do Palácio da Paz se produz
em um momento no qual todos os olhares estão em direção à Síria, onde os
observadores da ONU investigam se o regime de Damasco utilizou armas
químicas em um ataque realizado na última semana contra posições
rebeldes nos arredores de Damasco. No entanto, países como os Estados
Unidos, França e Reino Unido já expressaram sua disposição em intervir
no país em resposta a esse ataque, uma medida que pode se tornar
realidade antes da divulgação das conclusões da missão das Nações
Unidas.
Em seu discurso na abertura da cerimônia, Barnard Bot, o
presidente da Fundação Carnegie, que administra o Palácio da Paz, fez
referência à "complexidade" da conjuntura internacional atual em
comparação com o momento no qual o Palácio de Justiça foi criado, em uma
referência direta, entre outros assuntos, ao conflito na Síria. "O
mundo se mostra muito mais complexo (...) e muitos países vivem ameaças
que não vêm de fora, mas de dentro, como ocorre na Síria", afirmou o
ex-ministro holandês das Relações Exteriores.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/ban-ki-moon-pede-ao-conselho-de-seguranca-que-atue-pela-paz-na-siria,d2e1687fd7fb0410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
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