segunda-feira, 12 de julho de 2010

Felipão. Está voltando à seleção


Raphael Carneiro

Intervalo de Holanda e Espanha. Na África do Sul, Luiz Felipe Scolari aguarda nos estúdios da SABC, empresa pública de rádio e TV, para fazer seu comentário. Até que, em um determinado momento, o apresentador diz ter uma notícia em primeira mão para os telespectadores: Felipão é o novo técnico da seleção brasileira de futebol. A reação do até então treinador do Palmeiras? Apenas um sorriso. Nem a confirmação, nem o desmentido.

O sorriso enigmático de Felipão deixou no ar o que já pode estar decidido. Na semana passada, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) declarou que o novo técnico da seleção brasileira será anunciado até o dia 25 de julho.

Felipão, assim como foi em 2006, é o primeiro nome na lista de Ricardo Teixeira. No entanto, já ‘escaldado’ pela negativa na hora de substituir Parreira e nas turbulências com Dunga, o dirigente estaria relutante em fazer um novo convite ao treinador do Palmeiras.

O contrato com o time paulista, aliás, está sendo apontado como mais um problema. Pressionado, já que o treinador vem sendo apontado como o favorito pela população em diversas pesquisas, Teixeira teria encontrado aí uma justificativa para não negociar o contrato com Felipão.

O dirigente afirmou que não aceitaria dividir o treinador com o clube. “Terá de ser exclusivamente da seleção”, afirmou. Interessado em comandar o Brasil na Copa de 2014, Felipão disse a amigos que aceitaria abandonar o trabalho no time paulista. “Terão de negociar com o Palmeiras. Não vou romper meu contrato. Se o clube me liberar, tudo bem”, afirmou.

A princípio, ficou a impressão de que Teixeira precisa de um gesto simples para definir o novo comandante da seleção brasileira. Mas a realidade não é bem assim. A relação entre CBF e Palmeiras esfriou com as eleições do Clube dos 13. A relação entre Teixeira e Felipão também nunca foi das mais próximas. O temperamento forte de ambos, reforçado pelo fato de Scolari não ser adepto de manuais de conduta, provocou incompatibilidade de gênios.

Também desagradou a Felipão na última semana o fato de Teixeira ter deixado vazar para a imprensa que o salário do treinador no Palmeiras (R$ 700 mil) seria o dobro do que a CBF pagava para Dunga e de ter exigido exclusividade do treinador logo no início do trabalho. Scolari entende que não haveria problema em dividir atenções quatro anos antes da Copa. Além disso, a CBF já abriu precedente com Vanderlei Luxemburgo, que em 1998 acumulou a função no Corinthians e na seleção brasileira.

Além de Felipão, os nomes de Mano Menezes, Leonardo, Ricardo Gomes, Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo estão sendo cotados. Com as atenções voltadas para a Copa de 2014, o treinador só deve ser anunciado mesmo no final do mês. O prazo é o dia 25, para que haja tempo suficiente de fazer a convocação para o amistoso contra os Estados Unidos, no dia 10 de agosto.

Fonte: http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=53070

Nenhum comentário:

Postar um comentário