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segunda-feira, 15 de agosto de 2022

A história da Educação no Brasil em fatos e datas

 



A história da educação no Brasil teve seu início coincidindo com a chegada dos primeiros portugueses, no século XVI, nos territórios que depois se tornaram o país. No entanto, essa história não se deu de forma linear e consistente; por séculos, o tema da educação ficou negligenciado, sendo retomado apenas no século XIX, ainda de maneira tímida.

Neste artigo, vamos falar sobre a história da educação no Brasil e como ela se desenvolveu ao longo do tempo. Esse assunto pode ser do interesse de quem deseja desenvolver um TCC sobre a história da Educação e também para quem queira saber mais sobre o que é TCC.

Como a educação surgiu no país?

Os primeiros educadores brasileiros podem ser considerados os padres jesuítas, que chegaram ao país em 1549. Eles tinham a missão de catequizar os povos nativos e propagar a fé cristã no novo território do reinado português. Na época, a educação era restrita às crianças do sexo masculino. Por quase dois séculos, os padres jesuítas ensinavam aos locais como contar, ler e escrever, sendo responsáveis pelos primeiros colégios do país. No total, foram geridos pela Companhia de Jesus:

  • 25 residências

  • 36 missões

  • 17 colégios e seminários

 Padres jesuítas ensinando nativos

Existia, contudo, uma evidente segregação no ensino, pois as aulas para os índios eram ministradas em escolas transitórias, frutos do trabalho dos próprios índios. Já os filhos de colonos e proprietários de terras lecionavam em colégios tradicionais, que contavam com uma estrutura adequada devido ao investimento robusto que entrava nessas instituições de ensino.

Por ter sido um período de formação do povo brasileiro, do ponto de vista econômico, social e educacional, é possível transformar esse assunto em um trabalho de conclusão de curso, conhecido como TCC.

Se você se pergunta “para que serve um TCC?”, saiba que o TCC é o trabalho de maior importância dentro de um curso de graduação ou pós-graduação. Com ele, é possível avaliar se o aluno consegue aplicar seus conhecimentos adquiridos ao longo do curso em um tema específico. A partir dele, uma banca examinadora avalia se o aluno pode receber o seu diploma de conclusão de curso. Dessa forma, se você estuda Pedagogia ou História, a história da educação pode ser um tema excelente.

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A saída dos Jesuítas e chegada da Família Real

No entanto, em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal. Por consequência, os jesuítas que estavam no Brasil também precisaram sair, o que impactou a educação que era ministrada no Brasil nesse período. Até o fim do século XVII, o país ficou totalmente abandonado do ponto de vista educacional. Essa situação só se alteraria a partir de 1808, ano da chegada da Família Real portuguesa no Rio de Janeiro.

Nesse período, surgiram as primeiras instituições culturais e científicas, bem como os primeiros cursos técnicos e de ensino superior no Rio de Janeiro e na Bahia.

Essa oferta de novos cursos visava a atender a demanda de serviços e produtos por parte dos novos moradores e da elite local, o que fez com que Rio de Janeiro e Salvador se transformassem em cidades em um curto espaço de tempo.

A educação após a independência do Brasil

O caráter utilitário e profissionalizante instituído por D. João VI acabou se perpetuando como principal diretriz educacional no país, ainda que as Constituições de 1823 e 1824 tenham começado a sugerir leis que abordassem o tema da educação popular.

Dessa forma, a educação no Brasil era destinada a uma classe abonada, o que deixava grande parte da população brasileira desassistida com relação à infraestrutura escolar, professores treinados e acesso a livros.

Em 1827, surgiu a primeira lei que sugeria a criação de escolas de ensino básico em todas as cidades ou vilas brasileiras. Por seu caráter universalista, ficou conhecida como a Lei Áurea da Educação Básica. No entanto, ela acabou não sendo implementada.

Durante a Regência, ocorreu uma reforma constitucional chamada de Ato Adicional, no qual ficou determinado que o ensino superior deveria ser responsabilidade do poder central, enquanto o ensino elementar, o ensino secundário e a formação de professores seriam de responsabilidade das províncias. Essa descentralização teve consequências nocivas à educação, uma vez que se perdia a coordenação dos investimentos e visão igualitária entre as regiões do país. No entanto, é a determinação que se mantém ainda hoje.

Na década de 1920, surgiu o movimento Escola Nova, formado por um grupo de estudiosos sobre o tema da Educação, propondo mudanças no ambiente educacional e uma nova conformação do papel do Estado como articulador das ideias e propostas para a educação de crianças e adolescentes.

Depois da queda do Estado Novo (1945), surge a proposta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Essa lei ficou tramitando por anos até ter sua aprovação final em 1961 (Lei nº 4024). Tratava-se de um movimento de defesa da escola pública, universal e gratuita. Nesse período, surgiram alguns importantes marcos à educação, que podem ser conferidos na tabela abaixo:

Ano

Implantação

1951

Surgimento da Fundação CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior)

1961

Instalação do Conselho Federal de Educação

1971

Obrigatória a conclusão do ensino primário em oito anos e começa-se a usar os termos 1º e 2º graus

1996

Começa-se a utilizar a denominação Ensino Fundamental e Ensino Médio (ambos pertencentes à educação básica). Houve também a integração da educação infantil, agora com mais relevância no cenário nacional.

Após a redemocratização do país, foi promulgada a Constituição Brasileira de 1988, que universalizou o ensino fundamental e procurou dar foco para a erradicação do analfabetismo no país.

A educação no Brasil ainda tem que evoluir muito

Mesmo que tenha avançado de forma substancial no século XX e XXI, a educação no Brasil ainda sofre de problemas graves e urgentes. A precariedade de infraestrutura de escolas, a falta de qualificação de professores, as diferenças regionais na qualidade educacional, o ainda presente analfabetismo, a situação do analfabetismo funcional e o fosso existente entre o ensino público e o ensino privado fazem com que o Brasil esteja nas piores colocações quando o assunto é avaliação internacional do nível de aprendizado dos alunos.

As deficiências educacionais na base da população brasileira provocam sequelas que se estendem a outras esferas, como a econômica, a social e a cultural. As desigualdades entre ricos e pobres se acentuam ainda mais, o que faz com que problemas como violência urbana e corrupção se tornem mazelas ainda constantes em nossa sociedade.

Um plano educacional de longo prazo, consistente e inclusivo, refletindo em educação de qualidade a todos os brasileiros, passando do nível básico em creches e escolas de educação infantil e avançando até pesquisa de ponta nas universidades, deve ser prioridade de qualquer governo, independentemente de seu partido ou ideologia.


Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/a-historia-da-educacao-no-brasil-em-fatos-e-datas.htm

sábado, 13 de agosto de 2022

A cidade perdida dos Incas

 A região de Vilcabamba, no sudeste do Peru, continua a ser um fascinante campo de pesquisa para os estudiosos da cultura Inca. No alto das montanhas próximas à antiga capital, Cusco, uma série de cidades estratégicas foram erguidas no período áureo do império. Muitas delas já foram decifradas, como Machu Picchu, descoberta por Hiram Bingham, em 1911, numa expedição patrocinada pela National Geographic Society.

E também ficava ali, num ponto ainda secreto entre as montanhas e as florestas, a cidade homônima onde o último soberano inca, Tupac Amaru, lutou até a morte contra os conquistadores espanhóis, em 1572. Seu pai, Manco ?Inca, horrorizado com as atrocidades cometidas pelos invasores, havia fugido de Cusco 36 anos antes para estabelecer em Vilcabamba uma frente de resistência. Tupac Amaru herdou sua valentia mas acabou vencido, e seu nome e sua luta ainda hoje inspiram os ideais libertários de movimentos populares da América Latina. Seu lendário refúgio, contudo, jamais foi encontrado.

O mistério pode ter chegado ao fim. Num ponto a cerca de 35 quilômetros de Machu Picchu um grupo de pesquisadores liderado por Peter Frost, fotógrafo e estudioso da cultura inca há 30 anos, e pelo arqueólogo peruano Alfredo Valencia Zegarra, da universidade de Santo Antônio Abad, de Cusco. conseguiu atingir um conjunto de ruínas que, por causa da localização e da idade de uma série de artefatos, pode realmente ter sido o gueto de defesa inca.

O sítio arqueológico, no alto de uma montanha conhecida como Cerro Victoria, já havia sido avistada por Frost e pelo explorador americano Scott Gorsuch em 1999. Foram preciosos dois anos de preparação logística para difícil expedição (também financiada pela National Geographic Society), que aconteceu em junho do ano passado, mas foi divulgada apenas agora. "Esse lugar nos oferece amplas perspectivas: ele guarda resquícios da presença inca desde o início até o último suspiro de sua civilização", avalia Frost. "Se chegaram aqui, os espanhóis entraram apenas na área mais ao sul da cidade".

O trecho a ser estudado na montanha é na verdade bem maior do que eles haviam imaginado dois anos antes. O sítio se esparrama por 6 quilômetros quadrados a uma altitude de mais de 3,6 mil metros, numa região onde os Andes começam a declinar e dão lugar à Amazônia. Dessa área cercada por florestas úmidas os Incas podiam contemplar picos de até 6 mil metros. "Eu acho que eles escolheram o lugar por duas razões. Uma delas é a prospecção de minas de prata nos arredores", especula Frost. "Mas o Cerra Victoria é ainda um ponto que oferece uma esplêndida visão de cumes nevados ao redor, aos quais os incas provavelmente organizavam cerimônias de adoração. A montanha era um observatório de onde podiam montar seu calendário de acordo com as contemplações de céu e do sol.

Nenhuma das cidades já estudadas na região de Vilcabamba mostrou até hoje evidências de ter sido o derradeiro baluarte dos incas, mas o Cerro Victoria é o maior e mais significativo sítio inca descoberto desde que o arqueólogo Gene Savoy atingiu as ruínas da cidade de Vilcabamba La Vieja, perto dali, em 1964. A "disposição urbana" do alto do Victoria apresenta um conjunto de edifícios circulares, além de muros, plataformas cerimoniais, estradas, canais de água, barragem, terraços de cultivo, túmulos repletos de artefatos incaicos e uma pirâmide semidestruída. A chave do enigma está na interpretação de peças de cerâmica de dois períodos muitos distintos: a de cerca de do ano 1200, época da ascensão do império, e a de meados do século 16 (fase final da luta de Tupac Amaru contra a tirania espanhola). "A montanha guarda um enorme conjunto de relíquias arqueológicas", comenta o arqueólogo Zegarra. "O lugar promete fornecer novas e valiosas pistas sobre a ocupação nessa área remota", completa o pesquisador Johan Reinhard, bolsista da National Geographic Society.

A expedição foi uma aventura para o grupo. As dificuldades de acesso contribuíram para aumentar a mística sobre o lugar, que fica a quatro dias de caminhada da estrada mais próxima. Os exploradores foram obrigados a vencer o cânion Apurimac, de 3,3 mil metros de profundidade, e tropas de mulas foram usadas para carregar os suprimentos de água e comida montanha acima. Apesar do assombro dos pesquisadores diante da descobertas, o Cerro Victoria não era desconhecido dos nativos da região: duas famílias indígenas viviam no local, chamado por eles de Coryhuayrachina. Até o fim do ano Peter Frost e sua equipe voltarão ao local, numa expedição maior, para realizar novas pesquisas. E então eles terão mais subsídios para elucidar um dos mais importantes e ainda obscuros capítulos da história inca.


Fonte: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/a-cidade.htm

sábado, 1 de maio de 2021

DIA DO TRABALHADOR: SAIBA COMO SURGIU O FERIADO DO DIA 1º DE MAIO



O primeiro dia do mês de maio é considerado feriado em alguns dos países do mundo. A data surgiu em 1886, quando trabalhadores americanos fizeram uma paralisação no dia primeiro de maio para reivindicar melhores condições de trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar por protesto. Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris (França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito greve três anos antes.

A mobilização que deu origem à homenagem

Milhares de trabalhadores foram às ruas de Chicago (EUA), no dia 1º de maio de 1886, para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia as manifestações movimentaram a cidade, causando a ira dos poderosos. A repressão ao movimento foi dura, com prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador.

O Dia do Trabalhador no Brasil

No Brasil, o feriado começou por conta da influência de imigrantes europeus, que a partir de 1917 resolveram parar o trabalho para reivindicar direitos. Em 1924, o então presidente Artur Bernardes decretou feriado oficial.

Além de ser um dia de descanso, o 1º de maio é uma data com ações voltadas para os trabalhadores. Não por acaso, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi anunciada no dia 1º de maio de 1943, pelo então presidente Getúlio Vargas. Por muito tempo, o reajuste anual do salário mínimo também acontecia no Dia do Trabalhador.

Além do Brasil, cerca de oitenta países consideram o Dia Internacional do Trabalhador um dia de folga, entre eles Portugal, Rússia, Espanha, França e Japão. Os Estados Unidos, onde ocorreu a mobilização que deu origem à data, não reconhecem este dia como feriado.

Fonte: http://sindpdrj.org.br/portal/v2/2014/04/30/dia-do-trabalhador-saiba-como-surgiu-o-feriado-do-dia-1o-deaio/#:~:text=A%20data%20surgiu%20em%201886,tamb%C3%A9m%20decidiram%20parar%20por%20protesto.

Imagem: https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Facifcdl.com%2Fcdl-informa%2Fnoticias%2Fitem%2F1331-1-de-maio-dia-do-trabalho&psig=AOvVaw1zWd4CqgECGUY1NwG5wdCw&ust=1619912597847000&source=images&cd=vfe&ved=0CAwQjhxqFwoTCLDf-uqSp_ACFQAAAAAdAAAAABAJ



domingo, 9 de agosto de 2020

História do Dia dos Pais

O “Dia dos Pais” é uma data comemorativa festejada em todo o mundo. O intuito é homenagear todos os pais, homens carinhosos, amorosos, guerreiros, protetores e trabalhadores.
No Brasil, o "Dia dos Pais" é comemorado no segundo domingo de agosto, sendo portanto, uma data variável.
Inicialmente, a data era comemorada em 16 de agosto, dia de São Joaquim, pai da Virgem Maria e avô de Jesus. No país, a comemoração foi celebrada pela primeira vez no dia 16 de agosto de 1953.
Durante esse dia, acontecem diversos tipos de celebrações, apresentações, almoços familiares, troca de presentes por todo o país.

Origem do Dia dos Pais

Há relatos que apontam para festejos em torno da figura do pai na Antiguidade. Reza a lenda que na Babilônia, cerca de 4 mil anos atrás, um jovem chamado Elmesu, esculpiu em argila, uma mensagem para seu pai, desejando-lhe votos de saúde e felicidade.
Mais recentemente, em 1909, a data surgiu nos Estados Unidos, idealizada por Sonora Louise Smart (1882-1978). Sua ideia era fazer uma homenagem ao seu pai, William Jackson Smart (1842-1919), guerreiro e veterano na guerra civil, que criou seis filhos depois de sua esposa morrer no parto.
O Dia dos Pais (Father's Day) foi oficializada nos Estados Unidos pelo presidente Richard Nixon (1913-1994), em 1972. Entretanto, foi comemorada pela primeira vez no país em 19 de junho de 1910, dia referente à data de nascimento do pai de Sonora Louise.
Atualmente, a data é festejada no terceiro domingo de junho em diversos países do mundo: Inglaterra, Canadá, França, Países Baixos, Macau, Malásia, África do Sul, Argentina, Peru, México, Chile, Equador, Índia, dentre outros.
Em diversos países do mundo, outras datas foram eleitas para a comemoração:
  • 19 de março - Em Portugal, Angola, Bolívia e Itália.
  • Primeiro domingo de setembro - Na Austrália e na Nova Zelândia.
  • 23 de fevereiro - Na Rússia.
  • 21 de junho - Na Grécia e na Noruega.
  • Segundo domingo de novembro - Na Suécia, Finlândia e Estônia.
Para saber mais sobre a origem da data: Dia dos pais: como surgiu essa comemoração?

Frases para o Dia dos Pais

Confira abaixo algumas frases proferidas por diversas personalidades da história. O importante é refletir sobre a figura paterna e compreender a importância dela nas nossas vidas:
  • Tornar-se pai é fácil. Difícil é sê-lo.” (Wilhelm Busch)
  • Um pai sábio deixa que os filhos cometam erros.” (Mahatma Gandhi)
  • Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola.” (George Herbert)
  • Os pais somente podem dar bons conselhos e indicar bons caminhos, mas a formação final do caráter de uma pessoa está em suas próprias mãos.” (Anne Frank)
  • Quando o filho aprende com o pai, ambos dão risada. Quando o pai aprende com o filho, ambos choram.” (William Shakespeare)
Fonte: https://www.todamateria.com.br/historia-do-dia-dos-pais/

domingo, 19 de julho de 2020

Documentário sobre greve de bancários de 1991 compara Bolsonaro a Collor



Em 1991, a Caixa Econômica Federal decidiu demitir 110 grevistas por justa causa em São Paulo, Belo Horizonte e Londrina (PR) por continuarem uma greve após decisão do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de reabertura das agências.

As demissões foram revertidas pouco mais de um ano depois, após o impeachment do então presidente Fernando Collor. Nesse ínterim, os demitidos passaram a ter seus salários pagos por meio de um desconto de 0,3% na folha de pagamento de 35 mil bancários solidários ao movimento.

A campanha "Não Toque em Meu Companheiro", que exigia a reintegração dos 110 demitidos, dá nome ao mais recente documentário da cineasta Maria Augusta Ramos (diretora de "O Processo"), lançado na quarta-feira (15) em plataformas de streaming.

No documentário, a diretora promove o encontro de 50 dos demitidos quase 30 anos depois do episódio e traça um paralelo entre a desestatização promovida por Collor e a atual política econômica do governo de Jair Bolsonaro.

A obra critica o que chama de política neoliberal dos governos Collor e Bolsonaro e busca traçar um paralelo entre as duas gestões por meio de críticas públicas da filósofa Marilena Chauí, professora da USP historicamente ligada à esquerda.

A tese é que Bolsonaro retoma o discurso de desvalorização do servidor público e de defesa de privatizações, lançado nas eleições de 1989, mas agora em conjunto com o discurso pró-empreendedor e a uberização do trabalho. O termo faz referência às relações de trabalho em que o trabalhador não é mais empregado, e sim visto como um "empreendedor de si mesmo".

Em 74 minutos de filme, ex-grevistas contam as dificuldades pelas quais passaram à época e dão suas visões sobre movimento sindical, serviço público e privatizações.

Os discurso de Collor contra os "marajás", funcionários públicos que recebiam salários altos e mordomias, é intercalado com falas e propostas de Bolsonaro e Guedes a favor de privatizações e do corte de jornada e salários de servidores.

"Os marajás [do discurso de Collor] éramos nós, funcionários públicos, era o trabalhador. Os verdadeiros marajás continuam", diz uma ex-grevista durante o encontro.

Em outra reunião, os ex-grevistas dos anos 1990 conversam com bancários da Caixa nos dias de hoje. No diálogo, fica evidente a perda de força do movimento sindical.

Um dos bancários chega a questionar a falta de pluralidade do sindicato da categoria, que só apresentaria, por exemplo, críticas à reforma da Presidência. Como resposta, um ex-grevista afirma que a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) só elogiavam a proposta, aprovada no ano passado.

"Essa história de luta sindical e solidariedade hoje seria difícil de acontecer. É interessante ver o conflito geracional, os jovens de hoje cresceram em outro momento histórico, formados pelo individualismo, pelo pensamento do neoliberal", diz a cineasta.

A privatização do banco não está até o momento na lista de desestatizações do ministro Paulo Guedes, mas sim a venda de subsidiárias como a Caixa Seguridade. Na obra, essa possível venda é criticada pelos ex-grevistas como sendo uma forma de desmantelar a instituição financeira.

A ideia de que a Caixa cumpre um papel social também é explorada ao longo das conversas, com o apoio de falas do economista heterodoxo Luiz Gonzaga Belluzzo.

O dilema entre ter rentabilidade como um banco privado e manter crédito subsidiado para cumprir essa função social permeia toda a obra, que foi coproduzida pela Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal).

Enquanto jovens bancários e ex-grevistas falam sobre a importância do crédito habitacional ou de manter agências deficitárias em locais pobres, o espectador é apresentado a agências móveis da Caixa instaladas em barcos, que atendem a região amazônica, por exemplo. As tomadas foram feitas nas cidades amazonenses de Manaquiri e Anori.

Embora não tenha feito entrevistas nesses municípios, a diretora diz que as imagens tiveram a intenção de dar uma noção ao espectador a respeito da dimensão do trabalho realizado pelo banco.

"Fiz questão de sair do eixo Sul-Sudeste. Agências em barcos certamente não são rentáveis, mas têm importância nas regiões em que estão", diz.

A diretora afirma, no entanto, que não conseguiu autorização da atual gestão do banco para gravar dentro das agências bancárias.

Em outros momentos, o filme mostra a entrega das chaves de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida em São Paulo. A tese apresentada é que bancos públicos como a Caixa, ao oferecerem juros mais baixos que o das instituições privadas, beneficiam o consumidor final.

"É um debate sobre o que a privatização dos bancos públicos poderia representar para o país. A Caixa tem lucro e função social, e essa visão negativa dos funcionários públicos como ineficientes é desmentido pela realidade", afirma Maria Augusta Ramos.

Para ela, embora o governo atual seja "muito mais radical que o de Collor", na política econômica o discurso é muito similar, o que, na visão da cineasta, dá a impressão de que a história se repete.

"O documentário é um lugar de memória, mas quis visitar o momento atual. Após 30 anos, vemos que o discurso do Collor de combate à corrupção e aos privilégios era ridículo. Bolsonaro foi eleito quase com a mesma pauta", diz.


Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/85757-documentario-sobre-greve-de-bancarios-de-1991-compara-bolsonaro-a-collor.html

sábado, 9 de maio de 2020

Globo exibirá primeira vitória de Senna no Brasil no domingo



Apresentador e narrador do Grupo Globo, Galvão Bueno usou sua conta no Instagram nesta sexta-feira (8) para anunciar a transmissão do Grande Prêmio de Interlagos de 1991, corrida que rendeu a Ayrton Senna a primeira vitória em solo brasileiro, durante o Esporte Espetacular no próximo domingo (10).

Galvão publicou um vídeo com cenas marcantes da prova e trechos da transmissão original, narrada por ele próprio. O vídeo também traz, em texto, detalhes marcantes da prova, como o fato de que Senna completou a corrida com o carro quebrado e fisicamente esgotado, além de enfrentar uma forte chuva.

"Vamos reviver uma das corridas mais épicas da carreira de Ayrton Senna. É neste domingo, no Esporte Espetacular", escreveu Galvão na legenda.

Dirigindo uma McLaren, Ayrton Senna venceu a prova mesmo com a maior parte do câmbio do carro danificado e vendo a aproximação de Ricardo Patrese e de Gehrard Berger nas últimas voltas.

Além de ter a vitória do piloto brasileiro no GP do Brasil pela primeira vez, 1991 ficou marcado como o ano do terceiro --e último-- título da carreira de Ayrton Senna.

Fonte: https://www.bahianoticias.com.br/folha/noticia/78576-globo-exibira-primeira-vitoria-de-senna-no-brasil-no-domingo.html

quarta-feira, 22 de abril de 2020

10 fatos sobre o Brasil que você aprendeu errado na escola

Descobrimento do Brasil, a história por trás do dia 22 de abril de ...

1. Cabral descobriu o Brasil por acidente

Descoberta do Brasil
Você aprendeu que: O português Pedro Álvares Cabral usou os conhecimentos de navegação da época para procurar as Índias usando um caminho alternativo em linha reta pelo oceano Atlântico. Sem querer, chegou ao Brasil e nem percebeu o erro – por isso os habitantes daquela terra foram chamados de “índios”
Mas na verdade: Os mapas portugueses indicavam que havia terras a serem exploradas a oeste, e elas não tinham nada a ver com as Índias. A notícia da chegada de Américo Vespúcio ao Caribe, em 1498, tinha circulado rápido. Portanto, quando chegou a Porto Seguro, Cabral sabia bem a importância da descoberta.

2. Os índios não se beneficiaram na relação com os europeus

Índios do Brasil

Você aprendeu que: Os portugueses foram espertos no comércio com os índios: trocavam o valioso pau-brasil por quinquilharias sem nenhuma utilidade. Além disso, os nativos também foram escravizados ou forçados a adotar uma nova religião, o cristianismo. Com o tempo, a cultura local foi absorvida, e um povo que era pacífico e vivia em harmonia com a natureza desapareceu.
Mas na verdade: As novidades trazidas pelos portugueses (de armas a cavalos) causaram uma revolução na vida dos índios. Isolados do desenvolvimento da Ásia, África e Europa por 3 mil anos, eles não tinham saído da Idade da Pedra. Para eles, o pau-brasil é que era inútil. Os nativos foram incorporados às vilas e, no geral, gostaram da experiência de viver com os portugueses.

3. Os bandeirantes dizimaram os índios

Bandeirantes
Você aprendeu que: Os bandeirantes, que dão nome às principais rodovias de São Paulo, escravizavam e matavam os índios sem dó. Relatórios dos jesuítas acusam os bandeirantes de eliminar, ao todo, 3 milhões de nativos.
Mas na verdade: Os bandeirantes não foram heróis, mas também não foram facínoras. Muitos forjaram parcerias com os índios, que os acompanhavam Brasil adentro. Quem não gostava nada disso eram os jesuítas – mais índios nas viagens significava menos convertidos nas igrejas. Os padres é que teriam sido responsáveis por atribuir a fama de truculência aos bandeirantes.

4. O coco e a banana são brasileiros

Vegetação brasileira
Você aprendeu que: Essas frutas seriam originais do Brasil. Ilustrações e pinturas sobre a chegada de Cabral (e os primeiros anos de colonização) mostram um litoral parecido com o que conhecemos hoje: praias azuis, de areias brancas, ornadas por longas fileiras de coqueiros. E a banana já seria uma fruta típica do país, muito consumida pelos índios.
Mas na verdade: O coco e a banana vieram com os europeus. Pasme: os nativos se alimentavam dos animais que caçavam… e de amendoim! Não existiam banana nem coco. Aliás, muitas frutas que associamos ao nosso “país tropical” foram trazidas por colonizadores ao longo do tempo – entre elas, a jaca, a manga e o abacate.

5. Só os brancos escravizaram os negros

Ecravos Negros
Você aprendeu que: A sociedade brasileira era dividida de forma rígida pela cor da pele. Brancos dominavam os negros e, mesmo que conseguisse a alforria, um negro dificilmente conseguiria enriquecer ou ser respeitado. Com frequência, líderes negros fundavam quilombos, comunidades independentes onde todos viviam em situação de igualdade.
Mas na verdade: Escravos tinham escravos. Até Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, tinha os seus. Inclusive, era comum que escravos livres se tornassem traficantes de escravos. Nas maiores cidades de Rio de Janeiro e Minas Gerais, havia muitos casos como o de Chica da Silva – escravas alforriadas que viviam da própria renda, ricas o bastante para comprar seus escravos.

6. Os europeus escravizaram africanos indefesos

Escravos Africanos
Você aprendeu que: Os portugueses desembarcavam no litoral africano e invadiam a mata para caçar os nativos. Com poder de fogo superior, derrotavam tribos inteiras e as levavam de volta para a praia. Lá, as vítimas eram forçadas a embarcar em navios negreiros e eram vendidas como escravas ao redor do mundo.
Mas na verdade: Os próprios africanos vendiam escravos. Os portugueses não se aventuravam África adentro – eles tinham entrepostos comerciais no litoral, onde compravam escravos de guerra. Esse tipo de comércio sustentava a economia africana havia séculos. Os reis locais mais poderosos tinham escravos brancos e tanta influência que trocavam cartas com monarcas europeus.
Origem da feijoada

7) A FEIJOADA FOI CRIADA PELOS ESCRAVOS

VOCÊ APRENDEU QUE: Na casa grande, comia-se do bom e do melhor, o que incluía os mais suculentos pedaços da carne de porco. Os restos do animal eram aproveitados pelos escravos nas senzalas. Eles misturaram partes menos nobres (como rabo, nariz e orelha) com feijão e criaram assim um prato improvisado, que hoje é a cara do Brasil
MAS NA VERDADE: A feijoada é uma invenção europeia. Os ensopados, aliás, são uma tradição na Europa. Os franceses comem o cassoulet, e os ingleses, um feito de carne e batata. Os portugueses simplesmente incorporaram feijão a um prato já tradicional, de carne com legumes. A versão que dá autoria aos escravos não procede – até porque, em casas menores, eles comiam na mesma mesa que seus senhores
Colononização do Brasil

8) PORTUGAL SÓ SUGOU AS RIQUEZAS DO BRASIL

VOCÊ APRENDEU QUE: Entre 1500 e 1821, enquanto dominou o território brasileiro, Portugal extraiu todas as riquezas locais – e, de quebra, nas primeiras décadas, só mandou para cá bandidos renegados. Depois de retirar o pau-brasil, explorou o solo do Nordeste até a exaustão com a cana-de-açúcar. No século 18, acabou com o ouro da região das Minas Gerais
MAS NA VERDADE: Portugal também desenvolveu o país. A montagem de engenhos era acompanhada por plantações e pela criação de animais. Era um sistema usado com sucesso no Caribe e na África e funcionava bem para os padrões da época. Assim como a cana, o ouro também trouxe riquezas para o Brasil, criou um comércio ativo e ajudou a desenvolver cidades
Tiradentes

9) TIRADENTES SE SACRIFICOU PELA LIBERDADE DO BRASIL

VOCÊ APRENDEU QUE: Simples e idealista, o alferes Joaquim José da Silva Xavier se tornou o maior símbolo da Inconfidência Mineira, em 1789. Grande defensor da independência do Brasil e da libertação dos escravos, ele foi condenado à forca pela Coroa portuguesa. Seus companheiros de revolta, mais ricos, foram apenas exilados
MAS NA VERDADE: Tiradentes foi uma figura menor num movimento elitista. Ele foi um homem simples que nem queria pegar em armas, mas se viu envolvido num movimento comandado pela elite. O objetivo nem era o fim da escravidão, e sim o fim dos altos impostos. Tiradentes foi preso sem resistência, tentando se esconder
Aleijadinho

10) ALEIJADINHO FOI UM GÊNIO DEFORMADO FISICAMENTE

VOCÊ APRENDEU QUE: Antônio Francisco Lisboa idealizou obras de valor incomparável no século 18. Mas era também um homem sofrido e recluso. Deformado por uma doença degenerativa, vivia escondido, só trabalhava à noite e segurava os instrumentos com as mãos trêmulas e envoltas em faixas. Seu corpo apodreceu lentamente, até a sua morte
MAS NA VERDADE: Aleijadinho é uma invenção literária. O personagem foi inspirado em outro herói monstruoso – o de O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo. Seu criador foi Rodrigo José Ferreira Bretas, que em 1958 escreveu uma monografia para participar de um concurso. Existiu um Antônio Francisco Lisboa, mas sua biografia é pouco conhecida. Ele certamente não era deformado e nem criou todas as obras creditadas a ele
CONSULTORIA Isabel Lustosa, historiadora da Fundação Casa de Ruy Barbosa; Maria Luiza Marcilio, historiadora da USP; Ronaldo Vainfas, historiador e autor de Dicionário do Brasil Joanino; José Pedro Macarini, do Instituto de Economia da Unicamp; Manolo Florentino, historiador da Universidade Federal Fluminense e autor de Em Costas Negras – Uma História do Tráfico Atlântico de Escravos entre a África e o Rio de Janeiro; Guiomar de Grammont, autora de Aleijadinho e o Aeroplano: O Paraíso Barroco e a Construção do Herói Colonial.
FONTES Livros História Politicamente Incorreta do Brasil, de Leandro Narloch, 1808, de Laurentino Gomes, A Devassa da Devassa, de Kenneth Maxwell, A Formação das Almas, de José Murilo de Carvalho, Tiradentes: o Corpo do Herói, de Maria Alice Miliet, Lampião VP, de Jack de Witte, e Ecologia do Cangaço, de Melquíades Pinto Paiva
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