terça-feira, 17 de outubro de 2017

Temer agora vê conspiração contra ele. Para Dilma, golpe ficou escancarado

Um dia em que tudo pode acontecer e tudo pode ser adiado. Esta é a avaliação de analistas legislativos sobre esta terça-feira (17) na capital do país, que tem as atenções voltadas para a abertura, às 10h, da reunião da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara – que vai começar a apreciar o relatório da denúncia contra o presidente Michel Temer. É grande também a expectativa, no Senado, sobre adiamento ou não, da votação que vai decidir sobre a suspensão do senador Aécio Neves(PSDB-MG).
Está sendo aguardada ainda, a apresentação de um pedido da defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff ao Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado à ação que solicita a anulação do impeachment. A defesa considera que o processo de destituição de Dilma está a cada dia mais desmoralizado e o golpe, escancarado. Ela pretende solicitar que o conteúdo da delação do lobista Lúcio Funaro, divulgado no último final de semana, seja juntado aos autos do mandado de segurança que pede anulação do impeachment, em tramitação na Corte. Funaro afirmou ter entregue R$ 1 milhão ao ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, hoje preso, para a compra de votos de deputados com o intuito de que votassem pelo afastamento da presidenta, no ano passado.
Já no STF, saiu esta manhã a determinação do tribunal de que a votação sobre o caso Aécio Neves no Senado seja aberta.
Conspiração
Embora tenha liderado, ao lado do es-deputado Eduardo Cunha e do senado Aécio Neves o golpe que derrubou Dilma Rousseff, atolado em denúncias e com taxas de aprovação na casa de 3%, Michel Temer se diz agora vítima de um golpe.  Temer escreveu carta a deputados e senadores se defendendo de acusações e se diz vítima de “uma campanha implacável com ataques torpes e mentirosos” e que há uma “conspiração” para derrubá-lo do cargo.
A carta foi enviada a parlamentares da base aliada e da oposição no momento em que a segunda denúncia da Procuradoria-geral da República (PGR) contra ele está sendo analisada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Os últimos dias foram também de aparente desgaste na relação entre Temer e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu sucessor imediato caso o peemedebista seja afastado. Pelo portal das Câmara foram vazados trechos da delação do doleiro Lúcio Funaro e até o número do telefone privativo do presidente, encontrado em agenda do amigo e ex-ministro, agora prisioneiro, Geddel Vieria Lima.
Depois da delação de Funaro, que disse que todas as ações de Cunha estavam ligadas a Michel Temer, o Palácio do Planalto passou a adotar a estratégia de fazer com que a denúncia seja votada no plenário da Câmara o quanto antes.
Se tudo correr dentro do prazo previsto, a votação do relatório será feita na quinta-feira (19). Mas para isso, é preciso que a Câmara realize, a partir das 9h de hoje, a última sessão plenária que permitirá o cumprimento do prazo regimental para apreciação da denúncia. Se não houver quórum suficiente, o trabalho da CCJ sofrerá atrasos – o que a base aliada do governo tenta evitar.
Se forem postergados os trabalhos de discussão do relatório do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) sobre a denúncia contra o presidente e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-geral da Presidência), as discussões podem até ser iniciadas, mas a votação do texto na CCJ pode ficar para a próxima semana, o que levará a votação da matéria no plenário da Casa para meados de novembro.
Voto aberto no Senado
Fonte: https://www.carosamigos.com.br/index.php/politica/11038-temer-agora-ve-conspiracao-contra-ele-para-dilma-golpe-ficou-escancarado

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