quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Dilma ajuda a construir o próprio cadafalso e deixa cargo em meio à subjugação de poderes

Dilma ajuda a construir o próprio cadafalso e deixa cargo em meio à subjugação de poderes
Foto: Fernando Duarte / Bahia Notícias
 
A presidente Dilma Rousseff (PT) dá adeus ao mandato para o qual foi reeleita em outubro de 2014 após 61 senadores aprovarem o afastamento definitivo em uma denúncia de crime de responsabilidad
e fiscal. Primeira mulher eleita presidente do Brasil, Dilma tentou, até os últimos instantes, teve uma tropa de choque esforçada para reverter o quadro – seja na Câmara dos Deputados ou no Senado. A petista perdeu por escolher mal os adversários – a começar pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E ao alijar os potenciais aliados, com uma estratégia desastrosa do ponto de vista das relações políticas, acabou agravando o distanciamento entre o Executivo e o Legislativo. O resultado disso foi uma série de pautas que pouco interessava à população brasileira, mas que casavam com os interesses de um Cunha beligerante, tendo como “vértice” – para usar uma terminologia presente no processo no Senado – uma oposição derrotada nas urnas e que não consentia permanecer fora do poder por mais tempo e um grupo de parlamentares amedrontados com o avanço de investigações que podem passar as promíscuas relações políticas a limpo, via Operação Lava Jato ou outros ações dos mecanismos de controle disponíveis no sistema brasileiro. A disputa, no final das contas, não foi em torno de teses, como quis pintar a defesa de Dilma. Foi o melancólico processo em que uma figura pouco afeita à política ascendeu à condição de comandante geral da nação e viu desmoronar toda e qualquer coalização em torno de um projeto. Até porque, no Brasil, não há projetos que agrupem ideologias. Apenas nomes que pregam propor um projeto, mas que, na realidade, subjugam o interesse público em prol das próprias carreiras. Dilma está longe de ser um mártir. Caminha para entrar para a história como vítima de uma sobreposição de poderes. Porém uma vítima que também causou o próprio cadafalso.
 
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/195413-dilma-ajuda-a-construir-o-proprio-cadafalso-e-deixa-cargo-em-meio-a-subjugacao-de-poderes.html

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