O solo das regiões atingidas pela lama que vazou após o rompimento de
barragem da Mineradora Samarco, em Mariana (MG), não apresenta condições
adequadas para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. Essa é a
conclusão de um estudo elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), a pedido do governo de Minas Gerais.
De acordo
com a Agência Brasil, o levantamento começou no dia 18 de novembro,
incluiu coletas em dez pontos de amostragem de áreas atingidas pela lama
em Minas Gerais. De acordo com o relatório, apesar de não ter sido
detectada a presença de metais pesados em níveis tóxicos nas amostras, o
solo apresenta deficiência de fertilidade e problemas de ordem física
causados pelo surgimento repentino de uma camada de sedimentos na parte
superior da terra. Conforme as análises laboratoriais, o material
sedimentando não apresenta condições para germinação de sementes ou para
desenvolvimento de raízes das plantas. O estudo da Embrapa indica
redução dos níveis de potássio, magnésio e cálcio no solo, elementos
necessários nas atividades agrícolas. O pH, que mede a acidez do solo,
também foi alterado.
A tendência é que o solo fique bastante compactado
por causa dos altos teores de fragmentos de rochas e areia fina, com
baixa presença de argila. Para resolver o problema, a recomendação da
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas
Gerais (Emater-MG) é uma intensa atividade de reflorestamento em todas a
área atingida pelos rejeitos, que deve trazer resultados em alguns
anos. Em parceria com as prefeituras, a Emater-MG elaborou um plano de
ação para fazer visitas aos produtores atingidos. Também estão sendo
aplicados questionários para quantificar as perdas sofridas pelos
agricultores, que são da responsabilidade da empresa Samarco e de suas
controladoras, as mineradoras Vale e BHP Billiton.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/noticia/183114-lama-de-barragem-vai-comprometer-producao-agropecuaria-diz-embrapa.html
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