"Além do Brasil já rodei em 8 países, onde a capoeira me levou sem eu gastar nenhum centavo" falou o Mestre Ministro ao blog em Inhambupe

  O Encontro Nacional de Capoeira, campo de mandinga em Inhambupe teve a supervisão do Mestre Ministro, onde entrevistamos na noite desse sábado(05), onde ele falou da sua história e o que pensa sobre a capoeira. 

Qual a sua formação na capoeira?

Hoje sou formado em mestre de capoeira, através do Mestre Dedé e reconhecido pela a comunidade, minha vida na capoeira foi muito árdua, muito difícil, por que  venha de uma época em que a capoeira era muito discriminada, apesar dela ter saído do código penal como prática de marginal, mas o preconceito impera muito no nosso país, onde tem muita desigualdade social, eu enfrentei inclusive a resistência dos meus pais, por não acreditar que a capoeira por ter sido perseguida, iria contribuir na minha formação pessoal e profissional, eu resistir e hoje sinto contemplado, inclusive sou um educador social.

Quanto tempo o Senhor está na capoeira?

Estou há mais de 40 anos na capoeira, desde criança, e viajo o Brasil todo, além do Brasil já rodei em 8 países, onde a capoeira me levou sem eu gastar nenhum centavo.

O que achou desse evento aqui em Inhambupe?

Hoje estou achando o evento muito acolhedor, inclusive fiquei até satisfeito por ser apresentado ao Prefeito Benoni, que dificilmente acontece um ato desse, principalmente em cidades do interior, ou até mesmo na capital do Estado da Bahia, onde o prefeito vai prestigiar um evento como esse, e isso evidencia a valorização e a contribuição que a capoeira faz na comunidade local.

O que o Senhor acha a capoeira sendo iniciada para as crianças?

Diante do Educador, que eu considero um educador Caipora, juntamente com os alunos dele que tem uma gama de conhecimento e responsabilidade pelas as crianças, adolescentes e adultos, eu acho fundamental que os pais procurem até por que, a prática da capoeira para a criança vem de uma forma muito lúdica, onde através da ludicidade as crianças começam a desabrochar  e a valorizar a relação com o outro, o contato, a afetividade e inclusive o respeito, pois a capoeira impõe as suas regras, normas e disciplinas.

Fale do Evento que aconteceu em Inhambupe nesses dois dias de Encontro de Capoeira em Inhambupe?

Achei bastante enriquecedor, até por que os palestrantes de ontem(04) levou um fundamento teórico que muitos puderam relembrar e outros a conhecer que não sabia, muitas verdades, muitas contribuições.

O que o Senhor acha do futuro da capoeira?

A capoeira na verdade sai do código penal, como prática de marginal e ela rompe as correntes, as grades, as ideologias, os discursos vazios, do aparelho opressor, e invadem as escolas, as comunidades, as academias, e principalmente as universidades, hoje a capoeira está em mais de 60 países, a capoeira ela vem como uma função dentro das universidades, agregada a disciplina na Educação Física, onde contribui muito.