Rio - O Ministério Público denunciou mais 15
policiais por envolvimento na tortura e morte do ajudante de pedreiro
Amarildo de Souza, desaparecido dia 14 de julho na Rocinha. A promotora
Carmen Eliza Bastos, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime
Organizado (Gaeco), disse nesta terça-feira em entrevista coletiva que
três PMs já tiveram pedido de prisão preventiva: sargentos Reinaldo
Gonçalves e Lourival Moreira, além do soldado Vagner Gomes do
Nascimento.
Os outros 12 policiais, entre eles três mulheres, foram afastados de suas funções. Com isso, agora são 25 denunciados no caso.

Coletiva revelou esquema de PMs que teriam torturado e matado Amarildo
Foto: Márcio Moraes / Agência O Dia
De acordo com o MP, os quatro
policiais que torturaram Amarildo foram identificados após perícia que
analisou as vozes dos PMs. Segundo a promotora, o tenente Luiz Medeiros,
o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas
Roberto Vital são os reponsáveis por torturar o ajudante de pedreiro ao
lado do contêiner da UPP da Rocinha.
Para a promotora, um policial se passou pelo
traficante Thiago da Silva Mendes Neris, o Catatau, para assumir a
autoria do assassinato de Amarildo. "Montaram uma farsa ardilosa para
tentar se eximir da responsabilidade do crime de tortura", explicou
Bastos.
Os militares vão responder pelos crimes de
tortura, formação de quadrilha, ocultação de cadáver e fraude
processual. A pena para esses crimes varia de nove a 36 anos de
prisão. Dez PMs já estão presos, entre eles o ex-comandante da UPP,
major Edson Santos.
Perícia não encontra sangue na UPP da Rocinha
Parte do material recolhido na
perícia feita na última segunda-feira na UPP da Rocinha deu negativo
para sangue. A área pesquisada, atrás do contêiner do comando da UPP,
teria sido o local da tortura e morte de Amarildo.

Perito colhe vestígios em portão preto atrás da sede da UPP da Rocinha
Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
Foram levadas para o Instituto de
Pesquisas e Perícias Genética Forense, o laboratório de DNA da Polícia
Civil, amostras colhidas no local e em objetos na sede. Alguns ainda
passam por análises. Dez PMs, entre eles o major Edson Santos,
ex-comandante da UPP, já estão presos, acusados de tortura seguida de
morte e ocultação de cadáver.
O depósito foi periciado após um PM, que estava
no contêiner da UPP e não participou da tortura, contar a
investigadores o que aconteceu com Amarildo naquela noite.
A área, que funciona como um depósito de
entulhos e móveis, foi limpa no dia seguinte ao crime. No chão, ainda
teria sido jogado óleo para tentar encobrir vestígios de sangue da
vítima. Uma porta também foi instalada no lugar. A decisão seria ordem
do tenente Luiz Felipe Medeiros, então subcomandante da unidade, para
evitar acesso ao local. Ele também está atrás das grades.
Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2013-10-22/caso-amarildo-ministerio-publico-denuncia-mais-15-policiais-militares.html?google_editors_picks=true
Nenhum comentário:
Postar um comentário