quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Caso Amarildo: Ministério Público denuncia mais 15 policiais militares

Rio - O Ministério Público denunciou mais 15 policiais por envolvimento na tortura e morte do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido dia 14 de julho na Rocinha. A promotora Carmen Eliza Bastos, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), disse nesta terça-feira em entrevista coletiva que três PMs já tiveram pedido de prisão preventiva: sargentos Reinaldo Gonçalves e Lourival Moreira, além do soldado Vagner Gomes do Nascimento.
Os outros 12 policiais, entre eles três mulheres, foram afastados de suas funções. Com isso, agora são 25 denunciados no caso. 
Coletiva revelou esquema de PMs que teriam torturado e matado Amarildo
Foto:  Márcio Moraes / Agência O Dia
De acordo com o MP, os quatro policiais que torturaram Amarildo foram identificados após perícia que analisou as vozes dos PMs. Segundo a promotora, o tenente Luiz Medeiros, o sargento Reinaldo Gonçalves e os soldados Anderson Maia e Douglas Roberto Vital são os reponsáveis por torturar o ajudante de pedreiro ao lado do contêiner da UPP da Rocinha.
Para a promotora, um policial se passou pelo traficante Thiago da Silva Mendes Neris, o Catatau, para assumir a autoria do assassinato de Amarildo. "Montaram uma farsa ardilosa para tentar se eximir da responsabilidade do crime de tortura", explicou Bastos.
Os militares vão responder pelos crimes de tortura, formação de quadrilha, ocultação de cadáver e fraude processual. A pena para esses crimes varia de nove a 36 anos de prisão. Dez PMs já estão presos, entre eles o ex-comandante da UPP, major Edson Santos.
Perícia não encontra sangue na UPP da Rocinha
Parte do material recolhido na perícia feita na última segunda-feira na UPP da Rocinha deu negativo para sangue. A área pesquisada, atrás do contêiner do comando da UPP, teria sido o local da tortura e morte de Amarildo.
Perito colhe vestígios em portão preto atrás da sede da UPP da Rocinha
Foto:  Alexandre Brum / Agência O Dia
Foram levadas para o Instituto de Pesquisas e Perícias Genética Forense, o laboratório de DNA da Polícia Civil, amostras colhidas no local e em objetos na sede. Alguns ainda passam por análises. Dez PMs, entre eles o major Edson Santos, ex-comandante da UPP, já estão presos, acusados de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
O depósito foi periciado após um PM, que estava no contêiner da UPP e não participou da tortura, contar a investigadores o que aconteceu com Amarildo naquela noite.
A área, que funciona como um depósito de entulhos e móveis, foi limpa no dia seguinte ao crime. No chão, ainda teria sido jogado óleo para tentar encobrir vestígios de sangue da vítima. Uma porta também foi instalada no lugar. A decisão seria ordem do tenente Luiz Felipe Medeiros, então subcomandante da unidade, para evitar acesso ao local. Ele também está atrás das grades. 

 Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2013-10-22/caso-amarildo-ministerio-publico-denuncia-mais-15-policiais-militares.html?google_editors_picks=true


Nenhum comentário:

Postar um comentário