Um documento judicial datado de 26 de Junho diz que os médicos
recomendaram à família que desligasse a máquina que o mantém vivo.
Presidência sul-africana desmente estado vegetativo.
O antigo Presidente sul-africano Nelson Mandela encontra-se em
"estado vegetativo permanente" e os médicos aconselharam a sua família a
desligar a máquina que o ajuda a respirar e o mantêm artificialmente
vivo, diz um documento datado de 26 de Junho.
A informação consta da
documentação judicial que foi entregue ao tribunal que arbitrou o
conflito familiar sobre o local onde sepultar três filhos mortos do
líder da luta contra o apartheid. "Ele está em estado
vegetativo permanente e com assistência respiratória. A probabilidade
de morrer em breve é verdadeira e séria. O estado de saúde de Nelson
Mandela piorou e os médicos aconselharam a família Mandela a desligar a
máquina que o mantém vivo artificialmente e a família Mandela está a
ponderar essa opção", diz o documento que foi entregue na semana passada
no tribunal de Mthatha (Sul) e divulgado nesta quinta-feira pela AFP.
Horas depois da divulgação deste documento, a Presidência sul-africana desmentiu a informação,
mantendo que Mandela se encontra em "estado crítico, mas estável". "Os
médicos desmentem que o antigo Presidente esteja em estado vegetativo",
diz um comunicado.
O documento que fala de Mandela em estado
vegetativo foi entregue ao tribunal com o objectivo de acelerar um
desfecho para a disputa familiar em torno do local onde irão ficar os
restos mortais do antigo Presidente. O tribunal confirmou na
quarta-feira a sentença que obrigou um neto de Mandela a trasladar os
corpos de três dos familiares, sepultados na aldeia de Mvezo (onde
Mandela nasceu), para o talhão da família Mandela no cemitério de Qunu, a
aldeia onde o antigo Presidente cresceu e onde pediu para ser sepultado
ao lado dos seus filhos.
Nelson Mandela nasceu em Mvezo, mas
devido a uma disputa de gado o seu pai foi expulso e a família
instalou-se numa aldeia próxima, Qunu. Mandela viveu ali desde os dois
anos e disse, ao longo da vida, que em Qunu passou os momentos mais
felizes da vida e que, quando morresse, queria regressar a esta "casa".
Mandla
Mandela, neto do antigo Presidente e que este designou como chefe de
Mvezo, trasladara os corpos dos tios mortos para a aldeia de origem do
clã. Dezasseis membros da família, liderados por Makaziwe Mandela, uma
filha de "Madiba" (como é tratado na África do Sul), pediram a
intervenção dos tribunais, que decidiram a seu favor. No recurso a
família explicava querer solucionar o conflito para "poder enterrar"
Mandela, cuja morte estava anunciada.
Apesar de o tribunal de Mthatha ter confirmado uma decisão judicial anterior, o neto anunciou que iria recorrer da decisão.
Na
África do Sul especula-se que há pressões políticas por parte do
Congresso Nacional Africano (o partido de Mandela e do actual
Presidente, Jacob Zuma) para que a família só mande desligar a máquina
depois de 18 de Julho, dia do 95.º aniversário do herói sul-africano. A
questão levantou uma polémica que Graça Machel, a actual mulher de
Mandela, tentou minimizar ao dizer, há dias, que o antigo Presidente não
está em sofrimento.
Porém, a presidência - que chegou a anunciar,
no mês passado, ter começado os preparativos para a celebração dos 95
anos de Mandela; dias depois foi anunciado que o estado de saúde de
Mandela era "crítico mas estável" -, em comunicado, fez saber que Zuma
cancelara uma visita oficial a Moçambique, prevista para a semana
passada, o que foi lido como um sinal de que a máquina poderia ser
desligada a qualquer momento e a morte do líder histórico sul-africano
declarada.
Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/nelson-mandela-esta-em-estado-vegetativo-permanente-1599274
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