As peças do jogo eleitoral de 2014 já vinham se movimentando, com
mais de um ano de antecedência. Os principais atores da disputa, pelo
menos em nível nacional, já estavam definidos. Contudo, nas últimas
semanas, o mundo político foi surpreendido por uma onda de
manifestações. Os milhares de brasileiros que ocuparam e ocupam as ruas
deram uma sacolejada no tabuleiro e puseram fim à sensação de
instabilidade em todos que almejam se manter no Poder ou alcançá-lo.
O
jogo se vê diante da necessidade de ser reiniciado e repensado. Há uma
névoa em torno do que pode acontecer em um ano. O que dirão as pesquisas
de opinião nos próximos dias? Não se sabe ainda o quanto as
manifestações poderão desgastar a imagem dos nomes já colocados. Um ano é
muito tempo para oscilar a popularidade dos possíveis candidatos ou os
índices de aprovação do Governo. Por outro lado, é pouquíssimo tempo
para alcançar ou recuperar o prestígio e saciar os desejos mais latentes
dos brasileiros. Portanto, todos os postulantes estão em xeque. Além
dos nomes já colocados, haveria margem para o surgimento de outros
postulantes até então fora do menu apresentado?
Dilma se vê
diante do desafio de dar resposta rápida aos protestos, num momento em
que a economia brasileira precisa de impulso. Depende de apoio da
maioria do Congresso Nacional, quando os ânimos se acirram com a
aproximação do pleito de 2014. Já a oposição deve apostar no
tensionamento até a eleição.
A população, por sua vez,
demonstra que não quer mais esperar a campanha eleitoral para ouvir
novas ou velhas promessas. A aversão aos conchavos políticos, ao modo
tradicional de se fazer política, e a frustração de tantas promessas
descumpridas são esbravejadas nos quatro cantos do País. Mas, se o
debate sobre a reforma política ocorrer com agilidade, como o Governo
Federal tem prometido, não se sabe sequer quais serão as regras para as
eleições de 2014. Mais um elemento para ampliar o cenário de
indefinições.
No Ceará, se o governador Cid Gomes (PSB) tem
perfil de só falar sobre eleições no período eleitoral, com tantas
incertezas sobre a conjuntura nacional, ele tende a adiar ainda mais a
discussão. Alguns nomes já haviam sido cogitados como sucessores de Cid,
mas, agora, os partidos estão em busca de entender qual perfil de
candidato vai agradar os eleitores no ano que vem. Dilema que não é
exclusivo de possíveis candidatos da situação.
O certo é que
as bandeiras das manifestações pautarão as campanhas políticas. A
população quer mais participação, quer ver qual legado será deixado pela
Copa do Mundo, quer mais qualidade de vida, eficiência nos gastos
públicos e investimento no que deve ser prioridade de fato: saúde e
educação. Qual nome melhor personifica as demandas que vêm da rua? Pode
ser que se apresente um novo perfil de candidato. Ou não. Em 2014, o
povo dará sua resposta pelas urnas
ENTENDA A NOTÍCIA
A
quase um ano das eleições de 2014, as manifestações Brasil afora
impõem instabilidade a todos que desejam conquistar o Poder. O
desempenho dos Governos e da oposição será determinante.
Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2013/06/29/noticiasjornalpolitica,3083115/um-tempo-nas-articulcacoes.shtml
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