terça-feira, 4 de junho de 2013

Remédio eleva sobrevida em câncer de pulmão avançado, diz estudo

Ação em Angra dos Reis tem como objetivo explicar sobre riscos do cigarro (Foto: Felipe de Souza/Divulgação PMAR)

Cigarro é um dos fatores que contribuem para o câncer de pulmão (Foto: Felipe de Souza/Divulgação PMAR)

Medicamento bloqueia proteína que contribui para crescimento do tumor.
Pacientes que receberam droga viveram dois meses a mais que os outros.

Um novo medicamento pode ajudar pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado a viverem mais, além de contribuir no tratamento de outros tipos de tumor, informaram pesquisadores nesta segunda-feira (3), durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago.

Se os resultados iniciais forem confirmados em um estudo de Fase III ainda em andamento, esse será o primeiro tratamento desenvolvido na última década que pode melhorar as perspectivas de pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado. O estudo de Fase II examinou 252 pacientes com adenocarcinoma de pulmão em estágio IV.
Os pacientes que receberam o medicamento Ganetespib, do laboratório Synta, tiveram uma média de sobrevivência de 9,8 meses, em comparação com os 7,4 meses registrados nos indivíduos que passaram pelo tratamento padrão.
O medicamento bloqueia um tipo de proteína chamada "chaperona molecular" ou Hsp90, que ajuda as proteínas recém-formadas a assumir a forma necessária para sua função biológica específica.
Pelo fato de muitas proteínas que levam ao crescimento do câncer de pulmão precisarem dessa Hsp90 para agir, o bloqueio dela pode desativar, ao mesmo tempo, muitas proteínas que promovem o crescimento do câncer.
Medicamentos anteriores com Hsp90 não obtiveram sucesso em testes porque não eram significativamente efetivos na extensão da vida e causaram intoxicação do fígado. Esse é, portanto, o primeiro teste clínico aleatório de um inibidor de segunda geração, e é a primeira vez que esse tipo de droga se mostra segura e efetiva.
Os pesquisadores acreditam que o novo remédio também pode funcionar em pacientes que desenvolvem mutações que os tornam resistentes aos medicamentos tradicionais, porque a droga também inibe a função das proteínas mutantes.
"Esse é o primeiro estudo aleatório que demonstra benefícios terapêuticos com um inibidor de proteína de choque térmico em pacientes com câncer", afirmou o principal autor do estudo, Suresh Ramalingam, professor de oncologia da Universidade Emory, em Atlanta, na Geórgia.
"Esperamos que o estudo de Fase III confirme nossas descobertas, já que pacientes com essa forma e estágio de câncer de pulmão precisam urgentemente de tratamentos mais efetivos", disse Ramalingam.

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