quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Mensalão é "muito maior", diz procurador-geral da República

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira (10) que o esquema do mensalão é “muito maior” do que aquele que foi analisado pelo STF no segundo semestre do ano passado. 
Gurgel também disse não ter visto motivos para acreditar na participação de Lula no esquema e que o pivô do escândalo, Marcos Valério, tentou melar o julgamento do processo no STF.

O procurador-geral afirmou que o mensalão foi “muito mais amplo, do que aquilo que acabou sendo objeto da denúncia” analisada pelos ministros.

— O que constou da denúncia foi o que foi possível provar, com elementos razoáveis para dar a base [a ela].

Na entrevista, Gurgel afirma que o principal desafio era provar a participação e as responsabilidades do núcleo político no esquema.

Segundo ele, o ex-ministro José Dirceu batia o martelo no caso de um acordo com um determinado partido. De acordo com Gurgel, esse núcleo era cuidadoso, a ponto de não deixar vestígios ou "provas diretas, como disse.

Quanto a uma suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão, Gurgel afirma que não encontrou elementos que comprovassem que ele teria contribuído com o esquema de compra de votos.

— Em relação ao presidente, precisaria ter a prova mais que robusta porque seria uma irresponsabilidade denunciar um presidente. É muito mais difícil.

O procurador-geral disse ainda que Marcos Valério tentou melar o esquema, sobretudo com o depoimento que deu em setembro ao MPF (Ministério Público Federal), em que fez denúncias contra o ex-presidente Lula.

— Percebi claramente que se fôssemos admitir qualquer tipo de elemento de prova adicional, teríamos que anular o início do julgamento e reabrir a instrução criminal. Aquilo significava em português claríssimo melar o julgamento.

Segundo previsão do procurador-geral da República, os condenados pelo STF por participação no esquema do mensalão deverão iniciar o cumprimento das penas — o que inclui a prisão de alguns deles — daqui a um ano.

    Fonte: noticias.r7.com
http://www.marataizes.com.br/noticias/news.php?codnot=290246 

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