O delegado titular de Rio Real, Geuvan Franca, responsável
pelas investigações na morte do advogado Urbano Nascimento Júnior, de 28
anos, executado no sábado (10) com cerca de dez tiros dentro do seu veículo,
afirmou neste domingo (11) que a polícia investigará se houve
participação de policiais militares no crime. Urbano foi enterrado neste
domingo no cemitério municipal de Rio Real. O jurista, que era bastante
conhecido por atuar nas camadas mais pobres da cidade, inclusive chegou
a presidir o Conselho Tutelar da cidade, foi vítima de agressões e
espancamentos cometidos por PMs lotados em Rio Real. O primeira caso foi
em 15 de janeiro último, quando ele tentou intervir em uma agressão dos
Pms contra um dos seus clientes, detido por uma suposta prática
delituosa. Em julho passado, o advogado voltou a ser agredido após não
parar o veículo em uma abordagem. "Ele só parou o carro na frente da
delegacia e a viatura da polícia chegou a colidir no carro dele.
Chegando lá ele foi agredido por policiais da CAEL [Companhia de Ações
Especializada do Litoral]”, contou o delegado em entrevista ao G1.
Segundo Franca, na maioria das vezes o advogado defendia pessoas que
tinham problemas na Justiça com a polícia. “Por isso sempre achavam que
ele estava perseguindo a polícia. Ele era um cara que incomodava. Esta
semana ele disse a mim que iria para a corregedoria fazer uma denúncia.
Não sei se ele foi mesmo”, revelou. Contatada pelo Bahia Notícias, a
Polícia Militar da Bahia confirmou que PMs envolvidos no caso respondiam
a processos na Corregedoria Militar, mas negou que algum dos envolvidos
já tenha sido condenado. Em janeiro, o presidente da seccional, Saul
Quadros, encaminhou pedido de providências ao Comando Geral da PM-BA, ao
governador Jaques Wagner, e ao Secretário de Segurança Pública,
Maurício Teles Barbosa, para punir os militares “desrespeitadores ao
exercício profissional da advocacia”. No documento, a entidade cita os
nomes dos soldados da PM Hermes, Ferreira, Valnei e Genivaldo, todos
lotados em Rio Real, como os agressores do advogado e supostamente
integrantes de uma milícia que atua no município, com "venda de
proteção" a comerciantes locais e em bairros mais carentes.

Em entrevista ao G1, o chefe da Unidade de Ouvidoria da PM, major Everaldo Maciel, informou que as agressões que teriam sido sofridas pelo advogado em janeiro e julho de 2012 são investigadas pelo Ministério Público. “As providências legais estão sendo tomadas, sendo que no segundo caso [julho], ele é réu. Já o assassinato está sendo apurado pela delegacia de Rio Real. Aparentemente o homicídio não tem qualquer tipo de relação com a Polícia Militar”, afirma. De acordo com o major, o advogado também tinha problemas na cidade com colegas de trabalho. “Ele teve envolvimento em varias situações na cidade. O perfil da clientela dele também é um pouco complicado”, justificou.
Fonte: http://www.bahianoticias.com.br/principal/noticia/126109-rio-real-policia-investiga-participacao-de-pms-em-morte-de-advogado-populacao-relata-acao-de-milicia.html
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